🍁 25 🍁

O amor as vezes chega em forma de tempestade, muitas vezes temos que abrir mãos, de coisas importantes para sermos inteiramente felizes.
Nem sempre vamos acreditar que é amor, vamos achar que é somente uma amizade, até nos depararmos com a perca.— N.Whipe


Ando de um lado para o outro na sala de casa, aquele formigamento que sinto quando algo está errado cresce a cada momento, um dor estranha no ombro queima o local e pela milésima vez passo os dedos e não sinto nada.

Me sento no sofá esperando minha filha e meu irmão que deveria estar aqui a horas, e tudo só piora quando ligo inúmeras vezes e ele não atende.

—Acho melhor se sentar filho— mamãe diz calma, mas seu olhar diz está tão apreensiva quanto eu.

—Vou fazer isso— me sento apoiando a cabeça no  sofá, fecho meus olhos e me concentro na maldita ligação que eu e esse bastardo tem.

Como nos velhos tempos!

Sorrio, ser gêmeos tem lá suas vantagens me concentro ainda mais e começo a sentir o coração acelerado e um pânico começa a me dominar.

—Mamãe — grito ofegante— Noah, temos que ...— não consigo falar pois um grito estridente do lado de fora faz com que eu e mamãe olhe para a porta.

Meu pai desce as escadas correndo sendo seguido por Angel, que tem na expressão medo.

—Meu Deus o que foi isso— Nerea aparece com suas pantufas rosas e sua camisola na mesma cor.

—Fiquem aqui eu vou ver— indo até o balcão onde nos servimos com drinks, puxo a gaveta e pego minha Taurus 92B, saindo em seguida.

Abro a porta e vejo Raul tentando carregar um Noah desacordado, e Hyna com Lara no colo segurando Ryan na mão desocupada.

—O que aconteceu? — pergunto com medo, pegando Noah dos braços de Raul e entro correndo pela porta, o rastro de sangue manchou o mármore branco da entrada— temos que fazer algo rapido— coloco ele no sofá enquanto minha mãe se aproxima chorando.

—O que aconteceu?— pergunta para Raul, mas sem tirar os olhos do filho desacordado.

—Eu não sei direito, ele só me ligou e disse que precisava de um carro em cinco minutos — enquanto pegava um copo de Whisky que meu pai entregava a ele para  conter o nervosismo — ele dirigiu até a saída principal mas não aguentou.

—O que ela está fazendo com vocês?— Angel pergunta tomando minha atenção, mas resolvo ignorar seu pergunta, temos problemas demais.

—Vou ir buscar uma solução, me deixem a pa da situação — sem dizer mais nada entrega o copo na mão de papai e sai feito um foguete pela porta, acho que Raul não é lá de todo o mal.

—Nerea— a chamo vejo ela secar as lágrimas que caem— traga água quente, toalhas limpas e uma garrafa do Whisky o mais forte que temos— respiro apertando o ombro dele— e uma faca de ponta.
—Pai—ele vêm até onde estou agachado no sofá pressionando o ferimento — aperte aqui até eu voltar— assim ele o faz.

Vou até onde Hyna está segurando Ryan nos braços tremendo de nervoso, e apertando seu filho no peito como se quisesse acreditar que ele está bem.

Mamãe está com Lara que dorme em seu colo.

—Lara está ferida?— ela nega— mais alguém se feriu?— nega freneticamente — o que fazia com o Noah?—Ryan me olha me advertindo com o olhar me fazendo relaxar.— Vou pedir que Nerea leve vocês para um quarto, tudo bem?

—Hrum, Hrum— ela diz.

—Menino está tudo pronto— balanço a cabeça .

—Leve eles para um quarto— Hyna a segue de cabeça baixa.— Preciso que todos saíam daqui, papai fique aqui e me ajude a acordar ele.

Vejo todos saindo a água quente em cima da mesinha, a faca e as toalhas uma garrafinha de álcool 70°, enquanto meu pai passa um pouco no rosto do Noah, fazendo ele despertar aos poucos.

—Caralho bastardo isso queima— grita quando jogo o álcool no ferimento.

—O projétil não está fundo, preciso que morda essa toalha.

—Eu não vou morder porra nenhuma tira essa merda dai— papai entrega a garrafa de Whisky aberta enquanto ele tenta se sentar.

—Pare de falar palavrão ou lavo sua boca com sabão— papai diz fazendo ele revirar os olhos.

—Beba essa droga logo, e aperta essa merda na boca Noah quando isso acabar eu vou enfiar uma bala na sua bunda— esterilizo a faca na água quente e coloco no buraco onde a bala está alojada ele solta um grito alto se cotorcendo— cala a boca ou faço piorar a dor.

—Aaron, deixa que eu faço isso— papai retira a faca da minha mão limpando-a em uma das toalhas pegando a faca já limpa posiciona a ponta na ferida pelas costas fazendo a ponta rodar na carne uma bolha de sangue estoura na frente de nossos olhos.—Consegui, Aaron o puxador,—passo a pinça cirúrgica, ele a pega e com a ponta da faca levanta a ponta do projétil e com a pinça na mão esquerda introduz no ombro fazendo com que o grito de dor ecoe no ambiente.

Puxando a faca junto com a pinça ele consegue segurar  o projétil o puxando lentamente para fora, com uma toalha na mão estendo ela em sua direção enquanto Noah aperta o braço do sofá e da mais um grande gole no Wisky, por fim o meu pai consegue retirar, colocando o projétil na toalha.

—Vocês poderiam ser mais rápido né — fala rangendo os dentes quando o álcool 70° entra na ferida— ta sorrindo porque seu bastardo, vou me lembrar desse sorrisinho quando uma bala estiver nessa sua bunda gorda.

—Não fui eu quem desmaiei com uma balinha no ombro— cutuco a onça com a vara curta.

Papai pega no kit uma agulha e uma linha fina para dar pontos, apertando com os dedos com o indicador e o polegar com a outra mão segura firme colocando a agulha, Noah grita alto com dor enquanto papai continua firme em sua tarefa sem demonstrar nada.

—As bonecas já pararam de tomar chá, Aaron pegue as faixas—o entrego que rapidamente ele enrola no ombro do bastardo que suspira de alivio— pronto, Aaron se livre de toda essa sujeira e volte a noite vai ser longa— a ameaça explícita na voz de Leon Schoenberg fez com que eu e Noah nos olhassem com medo.

Se tem uma única coisa que tenho medo nessa vida, é a calma exageradamente ameaçadora de Leon o pai amoroso e calmo pode ser o mais frio e impiedoso quando se envolvem com a sua família.

Sem questionar faço o que ele pede coloco as toalhas para lavar

—Pronto — digo me sentando ao lado do Noah que continua bebendo o líquido pelo gargalo.

—Diga-me Noah, eram os Scorpions? — o olhar gelado de papai mostra o quão sério e raivoso está.

—Eles não tem mais motivos para me atacar— da uma grande golada— na verdade não tem nenhuma, se  não, não teriam coragem de atirar em outro Scorpions ou um ex.

—Reconhece esse projétil? — Noah faz uma inspeção minuciosa, franzindo a testa e rindo em seguida.

—Acho que a bala além de te fazer chorar feitas bebê, te deixou sem cérebro, o que não e novidade você ter— digo.

—Bastardo— da um soco em meu ombro, fingo não ter sentido nada — não é deles, esse projétil e de um amador, tão claro quanto água, quem é idiota que usa uma CZ-75 P- 01?— põe a mão no ombro assim que ri da situação — um amador.

—Eu usaria uma—faço cara de paisagem.

—Todo mundo sabe que tu não usaria, agora para de ser debochado bastardo, ou acabo com essa tua cara linda— me encara— imagina, só um filho Schoenberg, eu iria ser um Deus.

—Ja chega os dois— papai passa as mãos no rosto— eu preciso saber porque te atacaram, e vocês só pensam em brigar, tente achar um porque desse ataque.

—Raul vai investigar, apesar de ser um rato traidor não me deixou quando precisei— eu e papai lançamos um olhar que poderia ter torrado o bastardo, se ele não tivesse rido da nossa cara— qual é, chega disso vou ir vê como minha sobrinha está e minha mais nova amiga — vejo ele se levantar mas o seguro pelo braço.

—Não ouse chegar perto dela, sei como são seus jogos sujos, não me faça quebrar a sua cara.

—Por acaso está com ciúmes Aaron?Espero que não se esqueça de que é casado.

—Eu sei— digo sem jeito.

—Temos que fazer algo a casa onde eles moravam foi destruida— encaro Noah, me lembrando que estavam juntos, a vontade de perguntar a ele o que fazia lá é grande mais o bastardo que sairá da boca dele não me deixa ferir minha dignidade.

Então me levanto sem dizer nada e sigo rumo as escadas, mas sou parado com a voz de Leon me advertindo. —Não se esqueça que é casado, e ela não me parece ser uma pessoa ruim.

—Eu não preciso que me lembre disso a todo momento, já disse que ficarei longe e estou cumprindo— respiro para não mandar nenhum dos dois ir aquele lugar— ela é importante na minha vida, de uma forma que ninguém foi, e é assim que eu a vejo uma amiga que amo de verdade, como uma irmã, se me afastei é porque prezo pelo meu casamento.

E sem ouvir e nem dizer nada subo as escadas devagar, querendo saber a opinião do Noah que pela primeira vez não brincou com o assunto o que me fez ficar com uma pulga atrás da orelha.

Se meu irmão ficar com ela o que poderei fazer, além disso ela merece ser feliz, só tenho que ficar de olho em uma velha que quer mais do que ela pode oferecer.

Amanhã ligarei para Levy, ele tem que me da uma posição sobre isso, paro na porta onde ouço sua voz e a de Nerea controlo meus pensamentos e bato na porta ouvindo um entre que Nerea claramente diz, ao abrir a porta o sorriso dela se alarga.

—Que bom menino que veio, estava ficando preocupada, deu tudo certo?— me pergunta entre linhas querendo saber muito mais do que a pergunta demonstra.

—Em prática sim, na teoria nem tanto — foi o bastante para ela balançar a cabeça em entendimento.

—Vou deixar vocês a sós, juízo e cuide dela— me da um beijo de boa noite e sai fechando a porta atrás de si.

—Bom— coço a cabeça —Wie tut mir leid, ich weiß nicht was ich sagen soll!— acabo falando em alemão o que a deixa confusa.

—Sente-se— aponta o lugar onde Nerea estava sentada a pouco, observo enrolado na manta Ryan dormir sossegado, faço o que ela pede— mais calmo?

—Sim, estou.

—Melhor assim, agora diga só que devagar— sorri.

—Perguntei como está? — omito a parte em que disse que não sabia o que dizer.

—Bem, só cansada —boceja de uma forma graciosa aos meus olhos.

—Acho que deve descansar, amanhã venho ver como está — ela diz que sim e me levanto da cama, dou dois passos na direção da porta e sinto meu pulso ser apertado por mãos pequenas — Hyna?

—Ivi!— seus olhos piscam duas vezes sinal claro que está nervosa.—O que aconteceu?

—Ainda não sabemos, mas vamos descobrir— sorrio tentando acalma-la.

—Nao é isso, o que aconteceu com nós? — fico perdido no que ela quis dizer como o nós, volto a me sentar devagar, sem desviar o
olhar do céu, suas bochechas estão coradas, e sinto que as minhas estão pegando fogo, tão quentes quanto brasas.

—Nada Hyna, ainda somos os mesmos não?

—Ainda somos os mesmos— ela diz mais para si própria do que para mim.—Onde desviados Ivi, sabe achei que pela primeira vez na minha vida encontrei um amigo que  não — ela para vde repente.

—Que não...— incentivo ela terminar a frase.

—Que não iria embora por completo — diz por fim, visivelmente chateada com algo— eu sei que tem sua vida, sua família sua empresa mas— suspira de um jeito estranho— mas eu queria saber o lugar em que estou nessa pirâmide.

Tento entender o que ela quis dizer em que lugar estou, é claro que no lugar mais importante mas não posso dizer isso, estarei machucando ela e outras pessoas.
Não sou um cretino miserável que brinca com os sentimentos alheios, mas também não posso fazer tudo o que quero.

—Acredite que no lugar mais importante em mim Hyna— pego sua mão colocando em meu coração, fazendo ela sentir as batidas desenfreadas dele, seus olhos mudam para um brilho de choro.

E pela primeira vez reconheço o que ela quis dizer, desde do começo não é mesmo?

Desde o começo sempre foi ela.

—Tenho ficado ausente— explico— queira me desculpar, mas saiba que aqui no meu coração você sempre terá um lugar, só não posso— paro ao perceber que iria falar demais.

—Eu Entendo— ela sorri retirando a mão do meu peito, fazendo com que o lugar antes quente ficasse frio— você é o mais próximo de família que já tive, sou grata por me fazer feliz, e quero que seja também — passa a mão em meu rosto— você também é importante — fecho meus olhos sentindo sua carícia tão leve e macia— um amigo maravilhoso, e mesmo longe eu sempre vou entender seus motivos — sorri, me puxando para um abraço — Eu te amo, mesmo não entendendo quem você é hoje.

Eu te amo, eu te amo

Foi a única coisa que ouvi, fiquei feliz mas não durou muito como sempre...

Eu te amo como amigo seu idiota.
Meu inconsciente grita me alertando que não posso cair em abismos desconhecidos.

—Eu também te amo minha amiga, você é tudo na minha vida, me desculpe mesmo esse tempo longe ainda estou colocando tudo em ordem — ela apenas diz que entende— acho melhor ir tomar um banho e descansar, vou trazer roupas limpas—susurro em seu ouvido, e me desfaço do abraço.

—Achei você meu amor— Angel fala com a porta aberta, fazendo com que eu a olhe de imediato.

Vestida em uma camisola de seda branca com seu penhoar na mesma cor aberto, vem andando até onde estou e se senta em meu colo.Me dando um beijo rápido nos labios se vira para Hyna.

—Quer algo para comer querida, ou uma roupa limpa posso providenciar— diz de um jeito doce, me fazendo lembrar das antigas épocas em que eu me derretia com o seu jeito.

—Só algo para vestir já está de bom tamanho, não quero dar trabalho.

—Minhas camisolas ficaram grandes demais, posso buscar uma menor se não se incomodar— Hyna pisca atordoada com a expressão camisola.

—Uma calça de moletom e uma camiseta, já estaria ótimo.

—Vou buscar para você docinho — Noah diz parado na porta, Hyna se levanta rapidamente indo ate ele e o abraçando.

—Muito obrigada, muito obrigada mesmo— soluça enquanto agradece, e uma sensação estranha fez com que meu estômago doesse— eu jamais poderei pagar por salvar a vida do meu filho, diga-me o que posso fazer para recimpensa-lo— se aproveitando da situação ele a abraça mais forte olhando na minha direção com um sorriso que juro poderia tirar, na base da bicuda.

—Case-se comigo e a dívida será paga— Hyna se solta dele, sem saber o que dizer — é brincadeira docinho— ele diz rindo e ela o acompanha.

—Mamãe — a voz sonolenta de Ryan a faz olhar para cama, a passos rápidos vai até ele.

—Tudo bem meu amor, a mamãe está aqui ta bom.

—Aaaai meu Deus— Angel grita pulando do meu colo deixando todos nos assustados.—Os olhos, os olhos... não termina pois Noah entra na conversa.

—São lindos não são? — ele pergunta fazendo uma cara séria, fazendo Angel balançar a cabeça em sim e sair do quarto. — E aí campeão como você está?

—Bem, só to com fome— diz esfregando os olhos, fico sem reação.

—Desde quando se conhecem?— pergunto.

—Hoje antes de tudo acontecer — Hyna esclarece para que eu não pense nada demais, mas não foi isso que eu quis dizer comna pergunta, e sim como em poucas horas Noah conseguiu conquistar um menino tão arredio como Ryan.

—Entendo, e aí garotão tudo bem— pergunto e faço o nosso sinal.

—Tio Ivi, porque me abandonou?

Choque...

Eu sei o que dizer a um adulto mais não a uma criança — O tio Ivi é muito ocupado, ele não te abandonou, só está sem tempo—Noah responde por mim— e ele é como um agente...

—Do FBI—  Ryan diz empolgado.

—Do FBI — Noah concorda e Hyna sorri.

—Tenho que resolver coisas do FBI agora amanhã nos vemos tudo bem, daqui a pouco Narea traz algo para comerem, boa noite meus amores— dou um beijo na testa de Ryan e outro em Hyna como nos velhos tempos.

Observo Noah abraçar Ryan e dar um beijo demorado demais na bochecha de Hyna e me seguir para fora do quarto.

Agora a nossa noite começará!










E aí gente....
Como notaram esse capítulo saiu um pouco grande, mas vamos lá ne.

Quero primeiramente pedir desculpas por ficar esses dias sem postar.

Mas agora ele teve alta e tudo vai voltar ao normal, quero agradecer aos que se preoucuparam.

Obrigada pelo apoio!!!!

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