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(...) Os grandes amores são assim mesmo, eles nos dão o caminho da emoção, mas os sentimentos de verdade são apenas nossos, ninguém copia, ninguém leva, ninguém divide...

-Tati Bernadi

Dois dias depois do meu almoço regado a risadas com Justino, o jardineiro que fazia florir o jardim dentro de mim, foi regar as flores no céu.

Talvez algo dentro de mim já soubesse que seria a nossa despedida, eu sei que terei lembranças boas dele e que, eu jamais terei remorso por não ter feito o que pude para ajudar a sua caminhada contra o Alzheimer eu fiz tudo que eu pude.

O dia está nublado um vento gelado acho que até o céu chora pela falta que ele fará aqui, eu nunca vou esquecer de como o encontrei em sua casa ontem a noite, sentando em seu sofá vestido a jaqueta de couro dos Guns N'Roses que eu lhe dei de presente, segurando a foto da sua amada Cleuza com os olhos cheio de expressões fechados como se dormisse o sono dos anjos.

Não tive coragem de ir ao seu enterro, mas estou aqui sentado na mesma cadeira que ele se sentou para almoçar comigo, o vento soprando faz leves ondas na água da piscina azul a minha frente, posso parecer um fraco um marica ou qualquer coisa que os homens que se dizem machos falam para ofender os outros, que eles julgam não serem honrados por demonstrar sentimentos.

Tudo que eu amo fielmente me deixa me abandona, me faz sofrer por mais que eu endureça meu coração, endureça meus sentimentos sempre está ali o vazio da minha alma, nada o preenche é como se eu fosse viver a vida inteira assim sabe quando nada da certo na sua vida?
Então esse é o momento de nada dar certo, outro dia no escritório fui me sentar em minha cadeira escorreguei e me estatelei no chão.

Até aí tudo bem acidentes acontecem fui abrir a porta do carro, e ao fechar ele prendeu o meu casaco novo fazendo ele rasgar depois que me afastei sem ver, só podia ser carma mas o pior foi sair do banho e bater meu dedinho na quina da cômoda e para piorar tudo Nerea esbarrou na ponta do tapete e sobre mim caiu uma sopa de ervilhas mas quente que o inferno de Hades.

As coisas pro meu lado andam estranhas deve ser aquela onda de azar que todo mundo tem, pelo menos uma vez na vida e a minha está durando um tempo considerado.

Sinto uma mão gelada tocar meu braço sem tirar os olhos ainda da piscina, sorrio sentindo seu perfume amadeirado.

Nerea é mesmo uma pessoa diferente não usa nada do tipo feminino, e adora perfumes masculinos com notas amadeiradas.

-O que faz aqui sozinho meu bebê? - ainda vestida de preto com seu óculos redondo de lentes preta, uma calça social preta e um pulôver preto uma sapatilha baixinha de cor preta, suas mãos gordinhas afagam meu braço com carinho um beijo casto é depositado em minha cabeça e institivamente fecho meus olhos apreciando o calor dos lábios dessa mulher guerreira que jamais me abandona.

-Olhando a paisagem Mon trésor- sorrio ao ver ela sorrir e arrastar uma cadeira e sentar ao meu lado.

-Como foi lá?

-Triste!- fecha os olhos marejados.

-Entendo- não quero saber os detalhes.- E os meus pais?

-Ficaram com ele até o fim- o fim da tarde já estava se anunciando e o frio ficando intenso demais.

Eu e Nerea ficamos ali os dois cada um curtindo o seu silêncio, cada um entregue a sua dor e cada um respeitando o momento do outro.

O clima estava agradável o vento frio, as nuvens escuras o vai e vem das folhas no jardim e finas gotas de chuva pingam fazendo movimentos circulares na água da piscina, um fotógrafo iria amar essa paisagem tão triste mas cheia de significados, somos interrompidos pelo som alarmante do meu celular tocando em cima da mesa, olho uma vez para o aparelho e não reconheço o número então apenas silêncio.

-Acho que você deveria descansar Mon trésor, está acordada há muitas horas - seguro sua mão e encaro seus olhos avelãs e guardo como numa fotografia o seu rosto redondo com sombrancelhas finas, boca pequena e pele negra como a noite brilhosa com uma lua cheia, o celular novamente insiste em tocar e eu o ignoro.

Mas ter um celular tocando com uma Nerea ao seu lado não é nada fácil, ao segundo toque ela bufa impaciente e pega o celular ao meu lado atendendo de mal vontade.

-Fala logo. - seus dedos gordinhos apertam o telefone- como é?- respira fundo - se isso for uma brincadeira de péssimo gosto eu juro que vou caçar você e arrancar suas unhas com um alicate - termina de dizer e me entrega o celular trêmula - fale logo com esse bosta e diga que se ele aparecer aqui eu vou chutar aquela bunda dele até o Japão.

Saindo da minha visão retira as sapatilhas e sai andando pelo jardim descalça, olha para o céu que cai gotas d'agua. fecha seus olhos sentindo as gotas molhar sua face.

Essa visão enche meu peito e fico pensando como é possível amar alguém tanto assim, eu amo essa mulher demais volto a olhar o celular e respiro fundo atendendo em seguida depois de me afundar na cadeira.

-Seja breve.

-Aquela dívida está sendo paga.

-Como é - dou um riso sem humor - achei ter deixado claro que sua dívida só estaria paga quando...

-E está - diz me interrompendo- estarei na frente da sua casa a meia noite esteja pronto.

-E como vou saber que não é uma armadilha?

-Leve sua família e seus seguranças, e qualquer vacilo meu pode enterrar uma bala na minha cabeça- começa a rir, creio que imaginando a cena- sei que está louco para fazer isso.

-É estou mesmo!- respiro fundo tentando me controlar um mar de sentimentos invadem meu coração - Esteja aqui ou encomende seu caixão.

E sem dizer mais nada desligo o celular e abaixo a cabeça deitando ela em cima dos meus braços estendidos em cima da mesa, e agora o que eu devo fazer?

-Alô?- ouço a voz da minha mãe fraca do outro lado da linha- Filho aconteceu algo?- Fico alguns minutos para responder.

-Não só queria saber se vão demorar muito? - pergunto sem jeito não sou de demonstrar afeto pelos meus pais depois que ele desapareceu.

-Não meu querido, já estamos chegando tudo bem.

-Tá vou esperar.

Meus pais chegaram eu não consegui dizer nada, apenas pedi para que nos sentassemos na sala de estar e que me contassem o que os fazia feliz, Angel estava estranha um pouco apreensiva digamos assim não entendi ela não gostava muito de Justino já que ela acha que empregados e patrões não devem se misturar.

Não a julgo por isso esse foi o modo em que ela foi criada, por um engenheiro cruel e frio que levantou um império de ferro e sangue mas mesmo sendo filha de pessoas que um dia foram cruéis ela não tem culpa alguma.

-Tenho que contar uma coisa- interrompendo meu pai que falava sobre o quanto ele sofreu para conquistar seu espaço e ser reconhecido por seu trabalho.

Todos param de conversar e o silêncio faz eco no ambiente, por um milésimo de segundo me senti envergonhado com a atenção em mim, o carinho que mamãe fazia em meus cabelos parou e eu quase, quase pedi pra que ela continuasse mas não o fiz.

-Nereaaaaa- grito alto esperando a sua presença assim posso contar a todos de uma única vez.
Ela aparece correndo assustada.

- A casa está pegando fogo?- pergunta parada na entrada da sala.

-Por Deus mulher pare de correr pra tudo uma hora você vai cair. - Falo indo em direção dela na porta.-Vem senta aqui - se senta no sofá do meu lado direito enquanto minha mãe está do lado esquerdo, papai está em uma poltrona a nossa frente e Angel simplesmente está sentanda no tapete com as pernas flexionadas.

-Noah fale logo estou curiosa - mamãe da um risinho mas vejo que está cansada.

-Bom eu peguei algumas pistas e conversei com um "conhecido- faço aspas com as mãos - que me devia alguns favores, bom sem mais delongas ele me deu o paradeiro do meu irmão.

Silêncio, por um momento achei que o tempo tivesse parado o ar de todos estava parado na garganta, ninguém teve coragem de perguntar nada, absolutamente nada então eu tinha que fazer.

-Ele vai estar na praça das flores hoje a meia noite- coloco os cotovelos na perna e me impussiono levemente para frente juntando as mãos na frente do rosto.

-Essa informação é quente?- Nerea se pronúncia fazendo minha mãe arregalar os olhos.-Ops escapou - diz depois de olhar para o olhar mortal de mamãe, e todos caímos em uma risada gostosa.

-Sim é sim Mon tésor- tento tomar fôlego.- E então? - Tento não passar ansiedade na voz mas falho miseravelmente.

-Que garantia temos que é realmente ele Noah, nos já vimos essa cena antes- Angel diz de uma forma zangada.

-E o que vamos perder em arriscar?- papai diz estreitando os olhos dele em direção a ela, eu me senti bem em saber que ele acreditava em mim que de alguma maneira ele também sabia que tudo poderia mudar essa noite e essa esperança, cresceu ainda mais quando ele se virou e piscou pra mim, eu sei, sei que isso pode ser infantil.

Sim infantil da minha parte porém sinto necessidade de ser, aprovado por ele em tudo que faço é para me tornar um homem como ele e como a minha outra, metade, ahhh meu irmão que vontade de te encontrar.

-Você realmente acha que essa ideia de sairmos no meio da noite é válida?- mamãe diz apoiando Angel.-Leon você não está cogitando a hipótese de um menino que mal sabe se virar saber onde o irmão está, e um detetive profissional que está no caso nesses sete anos não consegue!Vocês querem que eu acredite nesse teatro de quinta, eu estou cansada de tudo isso.- Encostou no sofá de um jeito largado demais, até demais para ela que sempre prezou os bons modos.

Se suas palavras me magoaram?

Mas do que um tapa forte acreditem, eu queria que ela acreditasse em mim talvez eu não tenha sido um bom filho por um tempo eu sei mas agora faço de tudo para remediar tudo que fiz.

-Quem vai ir comigo- me levanto batendo um poeira que não existe da minha calça jeans.

-Eu vou- encaro os olhos brilhantes de Nerea e meu sorrio começa a nascer, mas ele aumenta ainda mais quando meu pais em uníssono dizem.

-Eu também - falando junto e olhando ao mesmo tempo um para o outro sorriem, Angel apenas cruza os braços bufando.

-Se todos vão eu também irei, eu não vou ficar aqui sozinha - revira os olhos- mas espero que não me faça perder a viagem Sr.Noah ou vai saber que de anjo eu só tenho o nome.- Dito isso se levantou e saiu pela porta de saída todos ficamos olhando, sem entender nada.

-Ela não quer se decepcionar de novo- mamãe disse calma e saiu atrás dela.

Olhei o relógio pela milésima vez já deu 00:00 em ponto e cade aquele rato de esgoto?
Uma buzina fina foi ouvida, desci correndo as escadas e ao chegar na entrada todos estavam em pé, me olhando com um brilho diferente.

Eu não sei dizer bem o que é só sei que é bom, sem dizer nada apenas saio e vou até o portão Raul entra em sua moto e fala comigo.

-Temos que ir logo, a viagem vai demorar um pouco então espero que quando chegar lá, você faça a coisa certa- falou sem tirar o capacete.

-Guarde seus conselhos de quinta pra você e sem gracinhas Raul ou essa noite- mostro minha arma- você vai cantar no inferno, não estou com bom humor, então vê se não abusa da minha generosidade de manter você vivo - interrompido por Leon que vem até nós.

-Esse é o rapaz?- pergunta analisando Raul.

-Sim sou eu chefia - ele tenta ser educado.

-Certo, então vamos.

-Não esqueça Raul, sem gracinhas.

Vou para o carro de papai junto com Nerea mamãe vai com Angel no dela, a noite está fria todos estamos agasalhados, a moto de Raul sai pelo portão devagar e papai segui ele, nenhuma palavra foi dita uma hora e quarenta de viagem e nada absolutamente nada foi dito, resolvo ligar o rádio quem sabe esse clima pesado está tocando uma música antiga um flash back começou a tocar ao fundo.

Uma música calma que não tem nada a ver com meu gosto musical mas como Nerea começou a cantar baixinho, deixei ela apreciar a melodia papai no refrão cantou um pouco mais alto nos fazendo rir e tudo ficou leve, ele não tirava olhos da moto a nossa frente e hora ou outra eu olhava o retrovisor para saber se elas estavam nos acompanhado.

Rod Stewart - Sailing

I am sailing
I am sailing
Home again
'Cross the sea
I am sailing,
Stormy waters
To be near you,
To be free

I am flying,
I am flying
Like a bird
'Cross the sky
I am flying,
Passing high clouds
To be with you,
To be free

Can you hear me, can you hear me
Through the dark night, far away
I am dying, forever crying
To be with you, who can say

Can you hear me, can you hear me
Through the dark night far away
I am dying, forever crying
To be with you, who can say

We are sailing, we are sailing
Home again
'Cross the sea
We are sailing
Stormy waters
To be near you,
To be free

Oh Lord, to be near you, to be free
Oh Lord, to be near you, to be free
Oh Lord, to be near you, to be free
Oh Lord

Cantando os três no carro as ruas do bairro em que estávamos chegando parecia deserto, pude até imaginar um filme de faroeste onde um rolinho de feno rola pela rua de terra inabitada.

Me senti estranho uma coisa ruim não sei, Raul ainda estava a nossa frente e eu não queria perguntar nada estava confiando em um rato, que poderia estar me levando para uma armadilha e ainda assim estou colocando a minha família inteira na linha.

-Eles estão aqui não estão?- papai perguntou depois de repetir a música cinco vezes.

-Quem?- pergunto sem entender.

-Os seguranças- Nerea completa.

-Não sei do que vocês estão falando- cruzo os braços na frente do peito feito uma criança emburrada.

-Estão, fazem exatamente duas horas que dois carros na pista da direita, está nos seguindo, eu poderia jurar que se...

-Se?- Nerea se apoio atrás do meu banco e olha papai.

-Nada, acho que chegamos- meu coração acelerou de uma forma perturbadora o ar me faltou quando li a placa.

Praça das Flores.

Não é que o maldito rato nos trouxe até aqui mesmo?

-Está pronto? - Papai sussurrou como um segredo, ao ir parando o carro devagar.

Mas ao contrário do que esperávamos Raul desceu da moto rápido como um Flasch dizendo.

-Ele está com problemas vamos- e saiu correndo na nossa frente eu não conseguia ver nada.

Mas ao descer gritos desesperados foram soltos e em um impulso papai já estava correndo atrás de Raul.

-Mon tésor, fique aqui e não abra para ninguém, tome você sabe usar não sabe- entreguei minha arma a ela que me olhou com medo- sabe não sabe?

-Sim filho você me ensinou- pegando a arma e colocando em cima do colo.

-Muito bom eu sabia que isso ia te ajudar, qualquer coisa você atira para todos os lados, já vou.

Sai correndo na indecisão de deixar Nerea ou leva-la comigo e se alguém tentasse machucar ela?
Não isso não, os meus cães estavam atrás de mim e não deixariam ninguém chegar perto delas.

O que encontrei foi papai tirando um homem de cima de um bebê e Raul chutando o rosto de outro caído enquanto a mulher pegava seu bebê no colo ao longe vi um homem alto de joelhos no chão não pensei duas vezes sai correndo, quase cai no chão quando vi quem era.

Um pouco mais magro abatido, com roupas velhas mas era o mesmo Aaron de sete anos atrás, o mesmo olhar galático que me fez invejar quando todas os queria por seus olhos serem únicos e sua inteligência ser totalmente monstruosa.

Mas ao ve-lo com dor e nessa situação algo em mim se enfureceu.

-Larga o meu irmão- disse puxando o homem que segurava uma faca na direção dele, não pensei o desarmando com o golpe Tani Otoshi.

Não dou tempo dele se defender então com ele ainda no chão aplico um mata leão, mas Aaron impede que eu o conclua.

-Não você vai mata-lo, não por favor- paro o movimento e encaro ele.- Vá embora e não volte- diz para o homem que se levanta meio tonto e se junta aos outros dois indo embora correndo.

Enquanto olhamos os homens sumirem a moça com uma criança no colo vem correndo descalça, seu olhar vejo pânico não sei dizer, os cabelos loiros da bebê que está em seu colo voam conforme os movimentos das passadas da mulher alternam.

-Ivi- diz se abaixando até ele que continua com a mão na barriga- ai meu Deus você está bem?- ainda segurando a bebê ela o abraça.

Nerea, Angel e mamãe se aproximam e olham a cena, Angel
troca o peso dos pés desconfortável com a cena, ninguém consegue dizer nada a não ser ouvir o choro soluçado, ela então o solta enxugando as lágrimas com uma das mãos desocupadas.

-Quem são, você os conhece?- pergunta olhando todos nós mas seus olhos ficam esbugalhados e a boca aberta em um O perfeito quando olha para mim- aí meu Deus!Não pode ser.

-Filho- minha mãe grita alto se derramando em lágrimas, chegando mais perto dele que se levanta com o auxílio da mulher de olhos puxados.

Ela não e bem uma mulher, se parece mais com uma... menina vestida de gente grande, suas roupas são largas quase de uma senhora até Nerea se veste melhor, mas seu rosto fino e seus olhos não sei a cor porque estão cheios de lágrimas, seu cabelo preto com movimentos que ela faz eles parecem serem avermelhados sua boca é pequena ela é muito bonita, creio eu que uma saia de couro e um croped ficaram maravilhosos nela.

O que você está pensando, foco Noah

-Eu te procurei tanto- mamãe tenta chegar próximo dele que se retrai e fica mais próximo da mulher de cabelos preto.-O que está acontecendo? Filho sou eu sua mãe! - O desespero de mamãe foi tão grande que meu pai se move indo até ela.

-Dê um tempo a ele querida, ele está assustado.- papai diz com uma calma que até eu me admirei.

-Tempo uma por**- Angel perde a compustura- Aaron olhe para mim- diz autoritária_ sou eu amor, seu anjo lembra-se?- a mulher de cabelos pretos aperta a menina ainda mais no colo e seus olhos deixam cair lágrimas involuntariamente - venha vamos conversar- ela estica a mão na direção dele.

-Eu..é...que..eu não sei quem são vocês, a não ser você - olha para mim de um jeito que fez meu coração se aquecer.-Hyna podemos conversar?- Ela olha e balança a cabeça ainda meio perdida- nos dê licença um minuto- vão andando se afastando um pouco mais de nós.

-Papai quem chão azx pexoas que tá lá?- a garota pergunta e percebo que meu irmão é pai ele é pai meu Deus eu sou tio.

Angel cai em um choro silencioso, mas não deixa de ser ácida.

-Eu não acredito que em todo esse tempo enquanto eu estava esperando por ele, ele formou outra família - indo em direção aos dois conversando, Nerea que até então estava quieta como papai resolveu dizer algo, noto que Raul não está mais aqui não sei se o agradeço ou se o mato por nos deixar na mão, ouço um bip do meu celular, pego o mesmo e leio a mensagem enquanto ouço Nerea falar com Angel.

"Foi mal brother mas tinha que me certificar que esses imundos não iriam voltar"
-Raul.

Sorrio com a mensagem, ele pode ser um rato traidor mas é bom no que faz.

-Você tem que entender Angel, deve ter uma explicação para ele estar com ela e ter uma filha, deixe ele ao menos se explicar não tire conclusões precipitadas- Angel não gosta do que ouve mas sabe o respeito que todos temos por Nerea então apenas concorda sem dizer nada, mamãe ainda chora enquanto papai a abraça forte também emocionado, a mulher volta sozinha e Aaron está com a bebê no colo conversando enquanto ele faz cócegas nela que ri alto.

Essa cena me deixou um pouco marica eu me senti estranho, talvez seja o momento não sei.

-Bom é... boa noite, bom dia não sei direito - ela diz ao parar próximo de nós - vamos nos sentar? - todos olham ela confusa mas ela aponta para os bancos que estão espalhados.

-Ah, só o que me faltava agora ter que sentar nessas coisas sujas- Angel reclama.

-Seja educada e sente-se- papai perdeu a paciência, cada um de nos pegamos um e colocamos próximo a ela, o vento soprava ainda mais forte e podíamos ouvir a orquestra da noite, grilos e sapos faziam sua melodia da madrugada.

-É- ela começa sem jeito com tantos olhares nela - meu nome é Hyna Milliano, sou amiga do Invisível.

-Aaron- mamãe corrigi.

-Para mim é Invisível, Ivi de preferência- sorri e coloca as mãos no colo- ele está confuso com o que está acontecendo se puderem me explicar tudo seria mais fácil.

-Tudo bem eu sou o Leon, pai de Aaron, essa é Aurora a mãe dele, esse pelo que já percebeu é o Noah irmão gêmeo dele, e essa bom... essa é a esposa dele Angel- suas palavras falharam ao dizer sobre Angel.

-Então vocês são a família dele?-Todos concordamos balançando a cabeça- vou explicar algumas coisas talvez não seja tão fácil de ouvir.

Respirando fundo ela fecha seus olhos e fica assim por alguns instantes, quando seus olhos se abrem estão cheios de alguma coisa que eu não sei bem o que é acho que dor seria a palavra certa, ela fica envergonhada quando é questionada por Nerea se ela era namorada ou só amiga, e como ele tinha tido uma filha, vi seu rosto corar e suas mãos tremerem levemente.

-Não tenho permissão para contar tudo somente ele poderá explicar.
Eu e ele precisamos ir para casa, Lara está cansada nos trabalhamos o dia inteiro - suspira alto- sei que vocês estão anciosos mas agora vocês já sabem onde encontra-lo, se quiserem ir até nossa casa, lá vocês poderam conversar a vontade.

-Então vamos- digo me levantando.

Ela chama ele que vem sem dizer nada, retira as mesas e os bancos colocando dentro de um carro de luxo põe a menina dormindo em uma cadeirinha e se senta ao lado da moça que vai dirigir em momento nenhum conseguimos desviar o olhar um do outro.

Não sei ao certo tudo o que aconteceu com ele mais uma coisa é certa!

Ele sabe quem sou eu!

E eu amo meu irmão...

Bom gente mais um capitulo, espero que tenham gostado do reencontro deles.

E agora como as coisas vão ficar, quais acontecimentos vão marcar a vida de todos eles.

Se querem saber é só continuar lendo hehe, e não esqueçam de deixar sua estrelinha e seus comentários.

Um ótimo ano novo para vocês, que vocês possam estar com quem amam, que a felicidade transborde no lar de vocês.
Um super beijo e até o próximo.

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