🍁 14 🍁

—Amor de irmão é involuntário, simples e infinito, tem a ver com sangue.

Ouçam a música, vale muito a pena essa mulher deixou marcas, sua marca em nossas almas
Cássia  Eller ❤

Mudaram as estações, nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Tá tudo assim, tão diferente

Se lembra quando a gente
Chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre
Sem saber que o pra sempre sempre acaba

Mas nada vai conseguir mudar o que ficou
Quando penso em alguém, só penso em você
E aí, então, estamos bem

Mesmo com tantos motivos
Pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar
Agora tanto faz
Estamos indo de volta pra casa

Mesmo com tantos motivos
Pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar
Agora tanto faz
Estamos indo de volta pra casa.



Noite de 21 de Dezembro.

—O senhor quer pão também?— pergunto ao um senhor magro que mal consegue andar, ele pega o prato da minha mão e sorri com dificuldade.

Hyna teve a grande ideia de fazer um sopão para os meus companheiros de rua, o que me deixou muito muito feliz, saber que alguém ainda se importa é tão maravilhoso que palavras não são o suficiente para dizer.

—Invisível você sabe se no carro do Levy tem mais soro fisiológico e Nebacetin?—  olho para ela enquanto para de servir.

—Tem sim naquela caixa de primeiros socorros — Hyna ao meu lado fala e me empurra com o braço para que eu volte a servir.

Dimitri está doando sopa e muitos alimentos que duram um pouco mais, como maçãs, goiabas, alguns pães e muitas garrafinhas de água, eles precisam muito.

Levy e Crys ficaram responsáveis pela entrega dos cobertores e dos kits de higiene, Kathy, Amber e Marceline estão cuidando da higiene ( cortar unhas, cabelos e barba).

Ana cuida daqueles que estão machucados, com dores e até mesmo dá remédios.

—Onde o senhor se machucou desse jeito?— Ana a farmacêutica  perguntava enquanto limpava com cuidado a perna com machucados e queimaduras visíveis de um homem alto, com barba grande e de olhos negros.

—Foi na fogueira, estava frio mas eles não me deixaram ficar, então jogaram uma madeira quente na minha perna— aquilo me faz lembrar de quantas vezes briguei nas ruas.

Cada um tem seu ponto e garanto que qualquer um que preze pela sua vida não deve chegar, na rodinha dos irmãos fish.

Eles acham que podem mandar e desmandar nas ruas, que os melhores lugares são deles.

O que eu acho uma grande injustiça, todos estamos na mesma situação e dar a mão ao próximo não nos fará falta.Até porque quando um de nos precisar vamos ter com quem contar, e quando se mora na rua acredite todos dependem uns dos outros não de um modo direto mas quando um dos nossos está em perigo é aí que a força dos moradores de rua se faz presente.

Nos defendemos de qualquer perigo.

—Entendo— Ana ouvia a história do homem que se chama Artur, um ex contador que fez algumas besteiras na vida e perdeu tudo— eu vou lhe dar esse antibiótico, o senhor deve tomar de 8 em 8hs, e desinfetar de 3 em 3 e sempre trocar o curativo, por favor não fique com ele muito tempo isso pode prejudicar ainda mais, e causar uma infecção ainda maior tudo bem?

— Muito obrigada— Deus lhe abençoe, o homem se levanta do banquinho branco de madeira que Hyna havia levado até o local.

—Não esqueça de pegar a sopa.

Vejo o homem caminhando com certa dificuldade até a fila e parar atrás de uma moça magra e abatida, o vento gelado estava forte.

Vestidos de touca de lã, jaquetas e calças grossas todos nós arrumamos um jeito de nos aquecer enquanto fazíamos o nosso trabalho.

Conseguimos muitas doações dos clientes que frequentam o restaurante Lá Rosa e de alguns moradores também, a praça das flores é onde decidimos fazer o Sopão, já que aqui fica concentrado a maior parte dos moradores de rua.
A sopa foi feita por Dimitri, e nela contém músculo bovino que é rico  em proteínas, batata, chuchu, abóbora, repolho, espinafre e bastante molho, acho que isso os ajudará se aquecer.
Aqueles que não gostam de sopa, Dimitri fez questão de nos doar, arroz, alguns peixes assados, salada de alface e pepino, macarrão a bolonhesa e queijo parmesão ralado.

A todo momento carros chegam com mais caldeirões, e os que estão vazios vão sendo retirados e levados para o restaurante como o próprio Dimitri disse.

"Hoje é um dia em que os lucros não fazem diferença, então vamos fechar o restaurante por uma causa nobre."

A fila está muito grande a cada momento chegam mais e mais pessoas me fazendo,ficar atordoado, morei esses anos nas ruas mais nunca me dei conta de que eram muitas pessoas, algumas crianças estão na fila, e meu coração dói ao ver o estado delas olha para o lado e vejo Lara sorrindo ao entregar os pães para aqueles que pegam seu prato.

Pensamentos tristes querem se apossar de mim mas não deixo que eles estraguem um momento, tão bonito como esse.

Ajudar essas pessoas está fazendo meu coração se encher de alegria e se um dia eu ter a oportunidade, vou construir um abrigo digno para cada um.

—Invisivel, planeta terra chamando — Hyna me cutuca.

—Hã .. o que — digo olhando ela.

—Ele quer sopa também — olho para o rapaz na minha frente, seus olhos são puxados seus cabelos lisos e escorridos, grandes até a altura da cintura sua pele é branca quase um amarelo, deve ser oriental.

—Perdão— digo colocando sopa em seu prato.

—お礼ではありませんでした
Oreide wa arimasendeshita— ele abaixa a cabeça em sinal de respeito, uma vez meia-noite me disse que eles eram os caras mais tradicionais do mundo, que respeitavam as regras e suas antigas tradições, agora vejo porque, mesmo assim acho que minha expressão facial disse muito já que ele novamente volta a falar— quis dizer não foi nada obrigado.

Sorrio para ele que novamente abaixa a cabeça e levanta rapidamente saindo da minha visão.

—Hyna que horas são a Lara está com sono — olho Lara sentada entregando os pães lentamente, não mais com a empolgação de antes.

—Já são duas horas Ivi acho melhor terminarmos e ir embora, está começando a ficar deserto.

Olho ao redor muitos já se alimentaram e foram para seus cantos descansar, falta apenas mais cinco pessoas uma senhora maltrapilha que mal consegue se manter em pé pega o prato e Hyna lhe serve de tudo um pouco, pego então um pote fundo que veio do restaurante não acredito que fará falta e qualquer coisa Dimitri pode descontar do meu salário.

—Senhora, espere— coloco comida na pote de sorvete até a tampa  estufar e entrego em suas pequenas mãos maltratadas pelo tempo.

—O que é isso garoto?— pergunta com uma voz fraca e rouca pela idade.

—Leve não tem muito mas acho que da pra um ou dois dias, os ingredientes são de qualidade então será difícil estragar, já que o tempo está tão frio— vejo um brilho intenso em seus olhos e um sorriso Banguela surgir, seus poucos dentes quebrados e podres me fazem acreditar que a vida dessa senhora não tem sido nada fácil.

—Que Deus nosso senhor posso te abençoar meu filho, que tudo o que está fazendo por nos seja recompensado, obrigado vocês todos.— com lágrimas nos olhos vai andando em direção a Levy e a Crys e pega um kit de higiene e um cobertor, Levy com toda delicadeza coloca tudo em uma sacola bem grande e pergunta se ela quer ajuda, então olho pra Hyna que entende rapidamente o que quero dizer.

—Será que a senhora gostaria da minha ajuda até o local onde mora?

—Ah garoto eu adoraria, minhas pernas já não são tão firmes e meus braços já não possuem a força da minha juventude.

—Pode deixar que eu e o Levy vamos— Crys diz— temos que levar as garotas em casa também.

—Tem certeza?— pergunto.

—Sim fique aqui e ajude Hyna, a terminar de guardar as coisas vou com o carro do Levy por ser menor e a cadeirinha da Lara está no meu — sorri de um jeito estranho— as chaves— me entrega.

Volto a me juntar a Hyna que serviu os últimos da fila e está guardando as coisas.

—Missão cumprida— me lança um sorriso tão bonito que me pego olhando sua boca tão pequena e vermelha— eu queria ter o poder de acabar com todo esse sofrimento, mas acho que essa pequena ajuda vai aliviar,não é?— vejo ela mexer a boca e parar, olho seus olhos estão claros mesmo sendo madrugada.— Ivi eu estou falando.

—Sim verdade... é acho isso ai— falo sem saber o que ela estava falando, mas se tem algo que aprendi é sempre concordar.

—Hyna já estamos indo— Ana vem até ela e recebe um abraço caloroso de Hyna.

—Muito obrigada pela sua ajuda, você foi um anjo hoje — fecha os olhos abraçando ainda mais a amiga— nunca vou conseguir pagar somente Deus, muito obrigada.

—É pra isso que serve os amigos não é? — se soltando de Hyna da um beijo em sua bochecha.

—Boa noite Invisível — diz pra mim estendendo a mão.

—Muito obrigado pela sua ajuda, muito mesmo— seguro firme sua mão apertando.

—Não tem do quê, sempre que precisarem me chamem— assim soltando minha mão foi em direção ao seu carro vermelho e saindo em seguida pelas ruas mal iluminadas, escuto alguns gritinhos histéricos e volto atenção a Hyna que está abraçada em um triplo  abraço.

Alba, Kathy e Marceline a abraça forte chego até pensar que vão  quebra-la sussuros são ouvidos e as meninas choram umas com as outras, a amizade delas vão além do Lá Rosa e isso me deixa feliz, elas se soltam e conversam baixinho.

Vem até onde estou e me abraçam, dizem coisas como obrigada, que sempre vai nos ajudar, que essa causa é muito bonita e que tudo estava lindo.

Elas jamais ajudaram alguém dessa forma e acho que essa atitude as deixaram emocionada, afinal ouvir a história de cada um deles não é fácil, e é ainda pior quando não podemos fazer nada mas uma coisa é certa, seja lá o que elas ouviriam as tornarão mulheres melhores de hoje em diante e isso me da uma euforia gritante.

Elas vão embora com Crys, Levy depois de se despedirem e a senhora dos cobertores Hyna se aproxima de mim e fica ao meu lado vendo o carro partir.

—Bom que tal agora um bom café? — pergunta enlaçando seu braço ao meu.

—Acho uma boa ideia, mas antes temos que guardar tudo isso.

—Ahh— se solta do meu braço e se senta em um banco ao lado de Lara que dorme com uma manta dela.

—Deixa que eu guardo tudo ta, descansa você hoje teve um dia cansativo.

—Você também, mas agradeço e meus pés também — solta um riso gostoso.

Vou ajeitando as coisas no fundo do carro as panelas os potes, conchas, talheres indo e vindo até que um frio se passa por mim um pressentimento ruim, então acelero ainda mais o que estou fazendo sem querer parar, olho para a rua deserta a todo momento mas não vejo nada nem ninguém, trago o ar com força meu coração começa a acelerar uma adrenalina enorme passa pelo meu corpo tento me acalmar.

Terminando tudo só falta as mesas para guardar e as cadeiras, passando o pano em uma das mesas em movimentos circulares vejo três pares de sapatos parados a minha frente.

—Sinto muito senhores, infelizmente a refeição acabou ainda tenho alguns pães com frios aceitam?— Hyna fala docemente.

—Que isso docinho não se preoucupe nosso gosto é um pouco diferente.—Ao ouvir essa voz paro meus movimentos com o pano na mão e ergo meu olhar os malditos irmãos Fischer.

—O que vocês querem— falo entre dentes fechando a mão em punho.

—Ora,ora o que temos aqui o senhor INVISÍVEL o PROTEGIDO— traíra cospe as palavras com raiva.

—Quem são eles?— Ela se assusta com o tom de voz usado por ele se levanta ficando ao meu lado.

Olho discretamente o local a procura de algo que eu possa usar para me defender, se ao menos Hyna e Lara estivessem no carro seria tão mais fácil, mas não posso por as duas em perigo sem saber se consigo defender nos três.

—Ninguém com que deva se preoucupar — ponho meu braço na frente do seu corpo e a empurro levemente para trás deixando-a mais próxima de Lara que continua dormindo.

—Que ingratidão fingir que não conhece mais os amigos— banguela diz mostrando seus dentes podres em um sorriso maquiavélico.

—Não deixaram nada pra gente— cicatriz diz fingindo uma tristeza que nunca vai existir.

Tudo começou quando sai do hospital e fiquei nas ruas, esses três não deixaram eu dormir em baixo de uma ponte me batendo até que eu começasse a chegar a beira da inconsciência.

Mas a raiva deles por mim não é nada por isso e sim, porque eles seguiram meia-noite por muitos anos e nunca aceitaram o fato dele ser tão querido, reconhecido e respeitado onde quer que fosse o fato dele naquela noite ter me ajudado e ter feito de mim um filho quase intocável pelos que se diziam comandar fez com que esses três criassem um ódio por mim inimaginável, eu nunca quis o respeito deles e também nunca os desmereci porém ficar literalmente invisível ainda os deixava furioso.

—O morto de fome das ruas virou gente, olha só mano— banguela bate a mão no peito de traíra o que presumo ser o mais velho.

Banguela como o nome já diz não tem nenhum dente na boca, sua barba é grande batendo em seu peito é um dos mais baixos dos irmãos, veste uma bermuda rasgada com vários bolsos um chinelo de dedo que um dia fora branco, ele é tão magro que consigo ver os ossos do seu rosto, vestido com uma jaqueta de pano fino surrada.

Cicatriz é o do meio, não é de se meter em brigas a não ser para livrar os irmãos, ele é branco queimado de sol de estatura média,não tem cabelo nenhum e algumas marcas na cabeça tem uma cicatriz que corta seu rosto na paralela, um dos seus olhos não abre direito deve ter sido feita pelo facão, um dos que ele devia drogas.

E o último e o pior deles traíra, como o nome já diz ele não tem nada a ver com o peixe de água doce e sim, pela falta de comprometimento com seus companheiros, ele sempre rouba dos que pouco tem, mata pelas costas e sem pingo algum de remorso, seus olhos sempre são frios como um felino a espera do ataque perfeito.
É um homem ao qual não se deve menosprezar e virar as costas, o seu rosto claro e limpo com alguns pêlos sua boca grande e bem desenhada, seu corpo robusto e sua altura o deixa assustador.

Mas quando você vive nas ruas nada te intimida, a não ser quando  a vida das pessoas que você ama está na mira de três loucos que não poupam esforços algum pra matar.

—Digam logo o que querem e dêm o fora— sinto Hyna segurar minha camisa e discretamente ponho a mão no bolso e retiro as chaves de Crys e a do carro entrego sem fazer ruído algum para Hyna que parece entender o que quero dizer.

—Diz aí Invisível aquele carango bonitão ali é seu— cicatriz pergunta interessado — ou é da gostosa atrás de você.

—Não é da sua conta, digam logo o que querem— esbravejo tomando fôlego para não perder o controle.

—Com toda certeza é da gostosa ai, é Invisível você deu uma baita sorte em pegar uma boneca como esse em, que tal dividir?— banguela diz passando a língua nos lábios e os dois idiotas riem,  sinto Hyna estremecer fortemente, ela sem pensar duas vezes pega Lara no colo que acorda.

—Papai já vamos pla casa?— Ainda sonolenta se embola nas palavras, mas seus olhos se arregalam ao ver os três na sua frente parados sorrindo para ela— papai eu quero ir embola— algumas lágrimas caem de seu rosto e ela deita seu corpo escondendo a cabeça na curva do pescoço de Hyna.

Lara era pequena mas sempre que vê três homens como esse chora, ela podia ser pequena quando tudo ia acontecer mas sua memória é boa o suficiente para se proteger de homens imundos como esses.

Eu e meia-noite tínhamos saído para comprar algum marmitex a noite, depois que cheguei um pouco tarde por ter andando a cidade inteira, Lara estava com Dayene e ela também estava cansada então achamos melhor or só nos dois, deixamos ela na barraca do meia-noite e saímos mas desde que nos distanciamos ele estava inquieto e isso chamou minha atenção.

—O que foi?— pergunto olhando para ele que caminha ao meu lado sempre olhando para trás.

—Eu não sei filho, algo está me incomodando um aperto aqui— põe a mão no peito na altura dos pulmões.

—Quer voltar?— pergunto parando de andar, as ruas estavam quase vazias mas ainda passava algumas pessoas conversando, rindo.

—Vamos rápido compramos e voltamos correndo, tá? — parado sua pele negra brilhava pelas poucas luzes do poste que deixava brilhar uma luz dourada em seu corpo, eu sempre achei que ele fosse um anjo escondido nesse mundo cruel.

Paramos em frente ao estabelecimento que vendia janta até as dez, fico do lado de fora mesmo andando com ele, e as pessoas me respeitando sempre há aqueles que me olham torto e meu temperamento muitas vezes não ajuda.

Mas ao contrário das outras vezes meia-noite não ficou conversando com as pessoas que estavam ali comprou três marmitex e uma caixinha de leite e saiu correndo pela porta como se sua vida dependesse da corrida que ele fazia, passou por mim correndo sem dizer nada e eu fiz o mesmo.

Conforme eu corria flexionando meus braços para dar mais impulso meu coração acelerava, e foi ai que aprendi a seguir meus instintos toda vez que sinto isso tenho que ficar alerta.

Ao chegar na barraca de meia-noite, vejo um homem parado do lado de fora como se vigiasse o movimento da rua, meia-noite chega correndo dando um soco certeiro que faz o homem estranho cair no chão, os gritos de Dayene era possível se ouvir ao longe e meu coração parou de bater quando cheguei perto e vi Meia-noite tentando tirar o homem sujo de cima dela, sua roupa estava rasgada e sua boca sangrava, ela tentava se debater e não deixar que o outro homem fizesse mal a pequena Lara que estava sem roupa apenas com a fralda descartável intacta.

Meu sangue subiu, ferveu, fiquei cego enquanto Meia-noite jogava um pra fora eu arrastei o outro pelo pé que tentava se debater e se soltar a cada chute que dava em mim, eu não senti dor eu não senti nada a não ser ódio, ódio eu queria sangue e não era o meu ou de um inocente, eu queria do maldito que estava tentando machucar a minha pequena.

Subi em cima do imundo dando socos e mais socos, e a cada soco dado eu dizia com raiva.

—Esse é por ter mexido com alguém indefeso, ela só tem dois anos— dois socos um de cada lado.—Esse por mexer com a pessoa errada— mais três socos— e esse é para você nunca se esquecer de que ninguém mexe com o que é meu— desferi diversos socos fazendo ele desmaiar.

Mas não era o suficiente não para mim, me levantei e chutei seu rosto dando uma bicuda certeira que fez com que seu corpo rolasse no chão de terra vermelha, chutei suas costelas até não aguentar mais, eu não via nada a não ser o maldito em cima da minha pequena meus ouvidos taparam fazendo um ruído enorme estava fora de mim, pela primeira vez na vida eu fiquei fora de mim até um mão grande me puxar.

Parei e olhei quem quer que fosse pronto para atacar mas apenas vi meu amigo me segurar pelos ombros, e do contrário que pensei me abraçar.

Graças a Deus chegamos antes de um tragédia acontecer, respiro aliviado e agradeço a Deus.


Esses irmãos Fischer são os demônios em forma de gente eu não confio neles, e saber que estou aqui sozinho com elas não me deixa confortável o risco que corro é ainda maior e não sei o que são capazes de fazerem com elas.

—Não me diga que essa garotinha é a filha da vagabunda?— cicatriz pergunta com um olhar de maldade, mas sua expressão fica séria o que me faz pensar que ele também acaba de se lembrar do dia em que bati nele.

—Não encoste nela, nenhum de vocês deveriam estar aqui, o que quer que seja é melhor irem embora.

—Sabe Invisível — um vento gelado da madrugada uiva em nossos ouvidos, Hyna aperta Lara ainda mais no corpo e a cobre com a manta ou coberta não sei diferenciar— acabo de me lembrar que você não tem mais o seu protetor professor de Jiu-Jutsu não é mesmo?— Os três riem de forma assombrosa fazendo Lara chorar um pouco mais alto— temos contas a acertar.

E de dentro do casaco tira uma faca de tamanho médio, das que se usa em cozinha para cortar carne, sorrindo aponta a mesma na minha direção.

—Vamos ver se agora você aguenta três contra um, o que acha?— banguela diz cuspindo no chão.

—Olha só, o que vocês tem é comigo deixe as duas irem e nós nos acertamos — falo firme não querendo demonstrar o medo que estou sentindo, minhas mãos suam e me remexo desconfortável.

—Nada disso hoje vamos ter nossa festinha particular.

Traíra vem até onde estou e aponta a faca— Hyna leva ela daqui corre— grito alto tentando defender elas, olho para o lado e vejo Hyna tentando correr alguns passos depois é derrubada por cicatriz que retira Lara do seu colo a força, toda a cena de tempos atrás volta e o meu desespero aumenta.
Banguela sobe em cima de Hyna tentando beija-la.

Eu tenho que pensar eu tenho que fazer alguma coisa.

Ouço os gritos de Lara e dou passos a frente, mas traíra encosta ainda mais a lâmina da faca em meu pescoço eu não tenho tempo para diversão tento acertar um soco em seu rosto mas ele desvia rapidamente.

—Sabe eu aprendi como derrubar um certo professor, pena que foi tarde demais — acerta um soco em meu rosto e outro em meu estômago me fazendo cair de joelhos.

Fecho meus olhos sentindo a dor latente que me faz perder totalmente o ar, mas do nada não ouço os gritos de Hyna e nem o choro de Lara somente ouço o baque surdo de um corpo caindo no chão e uma voz rouca e forte dizendo.

Larga o meu IRMÃO!


Me perdoem pelos erros e principalmente pela demora, estou tão corrida nesse fim de ano que mal consigo beber um pouco d'agua.
Me desculpem, sei que não estou sendo uma boa Autora por isso perdão.

E se você leu até aqui obrigada de coração, gratidão é o que me define

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