🌸 11 🌸

As vezes as tristezas que sentimos não pode ser compartilhada, tudo depende unicamente de nós.
O dia fica triste, cinza e o coração pede pra parar.

Talvez a única forma de nos sentirmos vivos seja a dor, a dor de lutar todos os dias, e ver que mesmo dando o seu máximo que mesmo chegando ao seu limite seus esforços sempre são em vão.

É por isso que as vezes eu desisto, desisto de mim desisto de qualquer forma que me faça sofrer novamente.
E nesse momento meu coração chora, chora por aqueles que não posso ajudar, chora por todas as batalhas que travo diariamente e são perdidas.

Chora porque eu não sei que caminho seguir, por não ter uma mão estendida, por não ter quem me acalente.

Chora por estar rodeado de mil pessoas e mesmo assim a sensação de estar sozinha e o vazio está ali.

Eu quero, eu desejo eu imploro por dias melhores.

E que o vazio que minha alma sente seja preenchido, não por ninguém mas por mim mesma.
E que amanhã nasça um novo dia, ensolarado sem sofrimento, sem vazio, sem dor.

Apenas a Esperança, a Fé de que todos os dias há algo novo a se aprender, que possamos nos levantar a cada queda, e que mesmo o mundo nos virando as costas dia pós dia uma hora ou outra vamos encontrar o que realmente importa.
(Perdoem o desabafo).

N.Whipe.

♥Não esqueçam de comentar e deixar a sua estrelinha.♥★

Meus fantasmas voltam a me rondar, sentada no sofá de casa encaro a TV desligada, me faz pensar no quão inútil sou não tenho pai mãe irmã, me sinto cada vez mais sozinha o silêncio dessa casa me faz sufocar sem nem mesmo eu perceber.

Eu queria saber como é ser feliz uma única vez na vida, sorrir de coração aberto e deitar a cabeça no travesseiro e dormir em paz.

—Deixa de besteira Hyna, ninguém precisa ser amado pra ser feliz, o seu amor próprio basta— digo isso pra mim e encaro o teto branco.

Tentando sair desses pensamentos melancólicos tento pensar em algo que me faça feliz de verdade, ao fechar os olhos minha imaginação voa para uma pessoinha que pra mim é maior que o mundo inteiro.

Ryan, eu quero muito que ele venha  morar comigo seu problema(o que pra mim não é nada), só me da vontade de cada vez  mais ter ele perto de mim, não suporto ver ele triste porque os amiguinhos chamam ele de monstro, de mutante de anormal.

Ele é só uma criança, muitos casais quando ficam sabendo que ele tem heterocromia( uma anomalia que pode ser tanto genética quanto por uma pancanda extremamente forte na cabeça) se assustam e o deixam de lado.

Mas foi por ser especial que meu coração o escolheu, eu o amo tanto que chega a doer.

Tenho fé que algum dia eu vou conseguir, farei de tudo pra que um dia ele seja meu, seja meu Filho.
Já que não posso ter nenhum, e são com esses pensamentos que ouço batidas na porta.

Como não estou esperando ninguém apenas fecho os olhos e deixo seja lá quem for ir embora, se for muito importante tenho certeza que vai bater novamente ou voltar outra hora, novamente as batidas se repetem então me levanto do sofá lentamente descalço com minha calça de flanela amarela e minha blusa com alguns furos e relaxada.

Sem ânimo algum eu abro a porta e no caminho de ir embora meus olhos encontram ele, uma sensação boa se apossa de mim, como se a minha felicidade dependesse apenas de ajudar ele, de ajudar alguém.

Eu nunca acreditei em destino eu nunca acreditei que coisas boas aconteciam, eu sempre me vi entre o pesadelo e a dor, olhando nos olhos de qualquer pessoa eu sempre tive o dom de reconhecer o tamanho da dor que carregava, e a dor dele e incrivelmente grande até maior que a minha.

Mas por algum motivo ajudar alguém novamente me faz bem.

—Invisivel— grito pra ele, que para de andar e se vira pra me olhar sorrio com o gesto.

Faço sinal com a mão o chamando e com passos lentos e envergonhados ele põe a mão no bolso e vem ao meu encontro, seus olhos encaram os meus e um tímido sorriso surge em seus labios.

—Você teria um minuto — diz parando em frente a entrada.

—Claro, vem— chamo ele entrando dentro de casa, mas ao contrário do que pensei a figura do homem a minha frente continua parada de cabeça baixa no mesmo lugar. —O que foi, entre.

—Acho melhor conversamos aqui mesmo— passando o pé lentamente nas pedras.

—Tudo bem— eu acho, fiquei desapontada não sei.

Entro em casa e pego dois banquinhos daqueles que você estende roupa no varal, dois em madeira e brancos de modelo quadrado coloco o primeiro e o segundo e me sento em um e ele continua em pé.

—Você vai ficar em pé? — pergunto estranhando, ele não quer entrar em casa, não quer sentar ao meu lado será que estou fedendo?Discretamente levanto o braço como se estivesse limpando o nariz descendo a cabeça em um movimento rápido cheiro meu sovaco.
E como imaginei não estou fedida ou coisa do tipo, nem suando estou então que diabos é, esse homem é estranho.

—Sim vai ser rápido, e além do mais Lara está dormindo no carrinho.

—Ai meu Deus, traga ela aqui ela está bem?— me levanto rápido.

—Sim, só está cansada.

—Uffa— sento novamente.

—Vou ser breve e direto tudo bem?

—Sou toda ouvidos— cruzo os braços na frente do peito e espero ele começar a falar, o que parece uma eternidade já que fica me olhando e nada diz.

—Eu gostaria de saber se a ajuda que me ofereceu é realmente válida— coçando a cabeça, noto que sua pele está vermelha muito vermelha como se estivesse ido a praia sem protetor solar, algumas descamações na área do nariz e sua pele brilha por conta do suor excessivo.

—Claro que está, só falta você aceitar.— sorrio.

—E.e.u.é quer dizer, eu eu aceito.

—Serio?— me levanto e me jogo nos seus braços, o abraçando, no começo ele estranha mas depois seus braços se envolvem em meu pequeno corpo.

E mesmo suado e com um cheirinho nada agradável abraçar ele é bom, uma sensação de paz e euforia misturada.
Me soltando de seus braços o encaro, a vergonha toma conta de mim e me sinto desconfortável.

—To tão feliz, você vai poder ajudar ela.— com olhos arregalados ele somente balança a cabeça em concordância, acho que ele ficou mais constrangido que eu.

—É mas como eu ainda não tenho lugar e nem com quem deixar ela, não sei como vai ser.

—Isso é fácil, eu resolvo— meu sorriso se alarga tanto, eu já vivi nas ruas, tudo bem que foram duas semanas mas foram os piores dias da minha vida.

—Tem certeza? Quero dizer não vai ser incômodo?

—Que nada, vem vamos pegar ela— seguro em sua mão e saio arrastando ele até o carrinho.

—Calma moça, calma— diz tropeçando em algumas pedras — antes temos que conversar.

Ao chegar no carrinho vejo Lara dormindo em cima de alguns papelões, com as mãos unidas como se estivesse rezando seu sono é profundo e me dá até uma dó de acordar ela.

—Vamos levar ela pra dentro — está muito quente aqui não sei como eles estão aguentando.

Ele sobe e entra dentro do carrinho e pegando ela com uma delicadeza que nunca vi de um homem, põe ela no colo e pula do carrinho para o chão apoiando a cabeça dela em seu ombro largo e segura com a mão, sorrio pra ele e saio andando na frente olhando para o céu vejo a noite se anunciando.

As nuvens no céu paradas e o esplendor das cores vermelhas e laranjas pintando o céu azul como se fosse uma aquarela, o vento da noite passa por mim me deixando arrepiada contínuo andando até entrar em casa.

—Onde posso por ela— a voz grossa chega em meus ouvidos.

—Pode por ela na minha cama mesmo.

—Tem certeza ela está...

—Sim tenho— interrompo o que ele ia dizer — acho que você se lembra o caminho não?

—Sim me lembro— sorrio e ele saiu em direção ao meu quarto.

Pode ser loucura eu confiar em alguém que eu não conheço principalmente um morador de rua, mas o que acontece é que nós devemos ter  um coração onde a bondade e a solidariedade more.

Eu fui ajudada quando precisei, não posso virar as costas pra ninguém que precise de ajuda, ainda mais com uma criança.

— Podemos conversar agora?— sua imagem aparece e não sei porque ele me pareceu ser mais alto.

—Então sente-se— sem jeito ele se senta no chão encostando as costas na parede, então faço o mesmo que ele e seus olhos sorriem com meu ato— por onde quer começar?

—Regras!

—Regras? — pergunto confusa.

_Sim, mas primeiro me explique sobre o emprego.

—Tudo bem, como eu havia dito eu trabalho no Lá Rosa— sou interrompida.

—Aquele restaurante no centro ?— seus olhos estão esbugalhados.

—Sim porque?

—Eles não vão aceitar alguém como eu, é um lugar chique demais pra um ninguém como eu— suspira e encolhe os joelhos até o peito feito uma criança com medo — eles não vão me aceitar— rindo histericamente me curvo colocando a mão na boca ao olhar pra ele vejo seu semblante sério o que me faz rir ainda mais.
Controlando o riso respiro fundo.

—Você já esta contratado só tem que se apresentar na segunda junto comigo, e voilà o emprego é seu.

—Ah— sua boca se abre e fecha mais não diz nada.

—Então não tem com o que se preocupar, vocês podem ficar aqui o tempo que quiserem e é até bom eu não me sentirei sozinha.

—Vamos as regras— sua voz fica grossa e no automático eu sinto uma leve submissão quando ele fala nesse tom.— Eu ficarei aqui até conseguir um lugar pra ficar, eu não vou me meter na sua vida e você não se mete na minha, desde já deixo claro que detesto mentiras então seja sincera comigo e eu serei com você — da uma pausa e volta a falar— não sei se sabe mas me chamo invisível por um motivo então, não vou atrapalhar.E agradeço o que está fazendo por mim ninguém nunca fez algo desse tipo e eu...— sua voz fica estranha e percebo que faz um esforço enorme pra dizer algo que não sai, será emoção?

—Não se preocupe eu entendo, mas acho que essas regras quem tinha que dizer era eu — dou risada e ele também.—Mas tem uma coisa que é fundamental para nossa convivência, quero saber tudo sobre você, quero saber quem está entrando em minha vida e na minha casa.Serei sincera com você e você saberá tudo ao meu respeito tudo bem?

Duas horas de conversa foram o suficiente pra entender a confusão que é a vida desse homem, meus olhos lacrimejarem várias vezes e ele teve que parar pra respirar.

Acho que nesse momento estou destinada a ajudar, e mais do que nunca vou ajudar ele a se lembrar de sua vida.

Olá meninas(os), peço desculpas por ter dito que iria postar ontem mas não deu.

Mas aqui está mais um capitulo, e fiquem espertos apartir de hoje as coisas vão começar a se encaixar e segredos serão revelados.
Até o próximo, bjoooos

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top