🌸 02 🌸

Londres-.
2014 23:08Pm
04 anos antes.

—Você vai arrumar um emprego agora eu não quero mais desculpas sua inútil — minha mãe grita a pleno pulmões.

—Eu já sai mais até agora não consegui nada me da só mais um tempo, por favor—minhas palavras saem entre choro e soluço.

Eu nunca entendi porque minha mãe sempre implicou comigo por mais que eu faça as suas vontades nada é suficiente, já não basta eu servir de empregada pra ela e pra minha "querida" irmã mais nova?

Depois que completei 15 anos meu inferno começou meu pai se separou da minha mãe e tudo que nos tínhamos foi indo pelo ralo.

Ela teve que vender parte de suas roupas caras e sua coleção de jóias raras, Lyne minha irmã tinha 14 anos na época eu nunca entendi o modo em que ela me tratava até ter que ir morar no fundo dos jardins em um quarto onde guardava as ferramentas da casa, nunca me importei com essas coisas da alta sociedade então não era sacrifício trabalhar e me sustentar até ter que trabalhar e sustentar Lyne e Mary.

As brigas começaram assim que eu perdi meu emprego na lanchonete em que eu trabalhava a 3 anos o movimento caiu drasticamente e com isso veio os cortes de funcionários, para minha tristeza lá estava o meu nome e quando cheguei em casa a terceira guerra mundial aconteceu e só pude ouvir e ficar quieta.

Eu nunca fui o tipo de pessoa que estoura por nada então sempre prefiro ouvir e ficar quieta, apenas ouvir sempre foi motivo de evitar brigas, mas isso não acontece quando o assunto é Mary e Lyne elas conseguem ser mais irritantes que buzina de carro nos engarrafamentos.

Nunca precisei de nada que viesse das pessoas que diziam ser minha família e isso foi o pontapé inicial no meu amadurecimento precoce meu pai sempre me deu todo o amor do mundo até um pouco mais do que mamãe e Lyne, afinal elas nunca precisaram disso.

O amor pra elas sempre foram jóias caríssimas, carro do ano vestidos novos, viagens ou seja tudo que envolvessem dinheiro e glamour.

As brigas começaram verbalmente mas depois de um tempo as agressões físicas vieram e tudo o que pensei foi por água abaixo todo o amor e todo respeito também, eu nunca entendi o motivo de tanto ódio por mim e não sei se quero entender.

Mas todo mundo tem a conta de paciência e a minha em um fatídico dia acabou.

Passei o dia inteiro procurando serviço e não havia comido nada no percurso inteiro ao andar pelas ruas minha visão ficou embaçada e pontos negros caíam embaçando ainda mais a minha visão, me senti fraca e ao fechar e abrir os olhos o mundo inteiro rodou fechei novamente os olhos e a escuridão me tomou, o resto da noite passei no hospital.

Resultado uma anemia profunda tomei os medicamentos e pedi pra que ligassem pra minha casa pra alguém vir me buscar, esse foi meu maior erro.

—Senhorita Milano—a enfermeira disse ao entrar no quarto.

—Conseguiu falar com alguém—perguntei ansiosa pra voltar para casa.

—Infelizmente sim— seus olhos me mostraram receio e pena ao mesmo tempo.

—Como assim infelizmente? —me fiz de desentendida já sabia o que viria pela frente.

—Liguei e uma senhora atendeu porém me disse que você poderia voltar a pé pois sua residência fica aqui do lado— respirou fundo— e que tinha um compromisso muito importante para ir e não poderia ficar se preocupando com assuntos de uma menina mimada—fechando seus olhos completou.—E que se a senhorita quisesse poderia ir para o inferno que elas não viriam te buscar, eu sinto muito.

Seus olhos encararam os meus e eu só balancei a cabeça e agradeci o favor peguei minhas coisas e sai do hospital já era duas da manhã e no caminho um homem me perseguiu e me abordando de uma forma violenta me fez entrar em pânico, suas intenções não era das melhores.

Duas pessoas passava na rua voltando de uma festa e perceberam que o que o homem tentava fazer não era consentido então pararam para perguntar se estava tudo bem e viram o pavor em meu rosto.

A mulher que se chama Crystal na hora fez um teatro e fingiu ser minha irmã o homem que a acompanha também, o indivíduo que tentou me atacar saiu correndo quando viu que Levy não estava blefando ao dizer que se ele não me soltasse que iria bater nele até desmaiar e chamar a polícia.

Graças a esses dois anjos eu fui salva mas a noite não podia piorar ao pararem o carro na frente da minha casa, trocamos telefones me despedi e entrei estava tendo uma festa era esse o motivo da enfermeira me olhar com tanta dó.

Entrei com minhas roupas rasgadas e meu sapato na mão, Mary não fez questão de perguntar absolutamente nada eu surtei perdi o controle como nunca havia perdido na minha vida.

Desliguei o som e indo em direção a mesa de comes e bebes joguei tudo com força no chão, a raiva me cegando peguei uma garrafa de bebida e quebrei o lustre o som dos cascos de cristais caindo e se espalhando pelo ambiente fez com que todos na festa me olhassem de olhos arregalados.

—Sua louca o que pensa que está fazendo?—Mary gritava a plenos pulmões —Quem você pensa que é pra acabar com a minha festa sua bastarda inútil?

—Eu estava em um hospital sofri uma tentativa de estupro e você me pergunta o que é que tenho?—os punhos fechados querendo voar no pescoço da minha mãe— enquanto eu estava em apuros você disse que não podia me buscar porque tinha um compromisso importante, e olha só—dou um giro de 360° com os braços abertos mostrando toda a festa que estava acontecendo — esse é o compromisso mais importante que sua filha?

As lágrimas caíam em cascatas por meu rosto eu me sentia um nada uma pessoa sem valor e sem importância.

—Hyna você está acabando com a minha festa porque está carente é isso? — todos a nossa volta assistiam o show alguns me olhavam com pena, outros comi se fossem superiores a mim alguns apenas me ignoram— eu vou dar dois minutos pra você pegar seus documentos e sumir da minha casa.— Um sorriso estampa em sua face e se aproximando lentamente desferiu um tapa no meu rosto, local onde os cinco dedos ficaram marcados.

o tempo parece parar, tudo dentro de mim queima meus olhos ardem e minhas mãos se fecham em punhos cerrados a vontade que tenho e de matar e esquartejar Mary aqui mesmo, mas isso não resolveria meu problema  ela não nasceu pra ser mãe na verdade, ou não nasceu pra ser a minha mãe ou eu pra ser sua filha

— Isso é pra você aprender que quem manda aqui sou eu, que nenhuma bastarda vai chegar aqui acabar com a minha festa e vai sair ilesa agora some da minha frente— esbraveja.

Então eu não tinha mais o que fazer era isso game over pra mim, eu não podia sair sem fazer nada ou o grande show foi uma total perda de tempo.

Fui até a cozinha e joguei a caixa de champanhe francesa no chão com maior gosto, tudo o que tinha na geladeira joguei no chão retirei todas as panelas dos armários quebrei os vasos chineses do corredor, a coleção de bonecas russas joguei na piscina e sai correndo rumo aos quartos.

Como nenhuma delas vieram atrás de mim não me contentei só com isso fui no guarda roupas de Lyne peguei suas roupas e joguei no chão fiz um amontoado delas, levei as roupas para o banheiro coloquei todas dentro da jacuzzi pegando álcool e um isqueiro em seguida colocando fogo.

Fui direção ao quarto ou melhor a fortaleza de Mary já no quarto de mamãe não poderia ser melhor já que o som estava alto não tive problemas em quebrar a cama com o taco de baseball autografado por George Herman mais conhecido como bambino, meu pai era um super fã dele coloco fogo no guarda-roupa inteiro, agora eu quero ver da onde elas vão arranjar dinheiro para cobrir esse mini prejuízo.

Voltei para meu quarto e peguei uma muda de roupa, coloquei na mochila e sai de lá fui até a piscina onde as duas estavam.

—Mamãe —disse com a voz cínica — suas roupas são tão bonitas não é mesmo? E as jóias?— dou um sorriso falso.

—O que você fez?—seus olhos se arregalaram e no automático chamou os seguranças—não deixem ela sair antes que eu volte.

Saiu correndo, quando voltou estavam em prantos tendo um surto mandando seus convidados embora, claro que eu não poderia perder a chance de irrita-las ainda mais.

—Me diga Mary enquanto está avaliado o seu prejuízo?—os seguranças continuaram me imobilizando.

—Eu odeio você, você nunca deveria ter nascido sua bastarda inútil eu deveria ter afogado você no vaso sanitário,ou quem sabe na banheira quando nasceu—suas palavras cortaram meu coração mas não vou me abalar,eu sempre soube que não era amada então porque isso dói tanto?—Seguranças,façam seu trabalho direito—despensou com um movimento de mãos,eles começaram a me puxar pra fora da casa,e meu desespero cresceu em meu peito,o medo da morte estava refletido em meus olhos.

—Porque?Só me diga o porque me odiar tanto,o que fiz pra vocês—me virei de costas lutando para que os seguranças parassem.

—Parem!—Mary gritou ao longe fazendo os seguranças pararem e me viraram pra ela—Você quer saber,eu vou te dizer.—Deu uma gargalhada maléfica tipo aquelas de bruxas dos contos da Disney, fazendo meus pelos se arrepiarem involuntariamente—Era uma vez,uma mulher linda mas pobre,teve a grande chance de se casar com um patinho rico,esse patinho me dava tudo o que eu queria,mas ele tinha um grande defeito ele queria filhos.—Suas palavras são tristes—Eu dei o que ele queria,mas ele não queria só um,então tive outro,no caso quando as duas crianças cresceram seu amor pela filha mais velha crescia a cada dia, ele passou a me deixar de lado ele sempre me amou o que havia mudado?E com isso meu ódio pela bastarda só crescia,e adivinha só quem é a bastarda?—Meus olhos lacrimejaram—Isso mesmo, você sempre conseguiu o que eu não conseguia arrancar daquele maldito pato feio,e eu a odeio, Lyne sim merece tudo do melhor você não merece nem a sarjeta.

—Eu eu eu sinto muito —lágrimas molham meu rosto e meu coração doi—eu nunca consegui ser a filha perfeita pra ti eu sinto muito me desculpe,eu sempre tentei busquei o melhor pra te agradar mãe,eu te amo me desculpe por não ser quem você queria.

—Você não ouse me chamar de mãe,você roubou o futuro marido da sua irmã—não entendi, alguém me diz o que está acontecendo—não faça essa cara pra mim,você sabe do que estou falando.

—Não eu não sei do que está falando?

—Christian te lembra alguma coisa?— vem caminhando em minha direção devagar—você sabia que ele iria ser a futuro marido dela mas você fez questão de seduzi-lo.

—Eu nunca fiz isso,nós éramos apenas amigos ele que acabou misturando as coisas,eu disse que não queria e ele respeitou me deixou em paz,eu não sabia mesmo que Lyne era apaixonada por ele,até porque vocês sempre fizeram questão de dizer que não gostavam de pessoas escurinhas não é assim que vocês se referiam a ele?—Peguei você do a Mary.

—Ela não gostava dele,ela amava o dinheiro dele,agora chega suma da minha frente e não apareça nunca mais, seguranças vão logo—bate Palmas em forma de ande logo.

Os seguranças saem me arrastando até o portão da minha casa,a rua está escura e o silêncio predomina,me jogam na calçada com força fazendo com que minhas costas batam no meio fio da calçada,um deles começam a me bater me dando chutes nas costelas,sangue começa a sair da minha boca mas não me permito chorar ou gritar não darei esse gosto a eles.

Um soco dado na minha face me faz ficar zonza e ver tudo rodar,até que o outro que está vigiando a rua resolver interromper a sessão de espacamento.

—Chega Will,vamos ela não vai aguentar mais,chega.

—Ta bom já estou indo, vamos logo.

Me deixam jogada no chão,e entram novamente eu tento me erguer do chão com calma cada músculo do meu corpo dói,saio arrastando o meu corpo como uma lesma pela rua sem iluminação do condomínio.

Continua...

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