XVI; Bad omens

16| 𝖡𝖺𝖽 𝗈𝗆𝖾𝗇𝗌

JULIE NÃO PERCEBEU QUE ESTAVA GRITANDO NO SONO ATÉ STILES A ACORDAR. Antes disso, ela tinha sonhado com a atormentadora reimaginação de um resultado alternativo para o destino do Nogitsune. Ela sonhou com um Stiles que não era Stiles, uma pessoa vazia e caótica do espírito milenar que uma vez o dominou. Ela sonhou com o que poderia ter acontecido se o vínculo do senhor entre eles não tivesse quebrado.

Ela sonhou com a idéia dolorosa de que poderia ter se perdido para sempre no Nogitsune. Eram sonhos como esses que a faziam detestar dormir tão constantemente, sem acordar repentinamente com o menor dos ruídos que poderiam ter perturbado seus sonhos. Uma parte dela preferia sofrer com a privação de sono do que relembrar o sorriso malicioso que seria estampado no rosto do Nogitsune durante seu tempo juntos.

Uma mão agarrou seus ombros quando Julie acordou com um sobressalto. Abrindo os olhos, ela ficou surpresa ao ver Stiles ao lado dela. Durante toda a semana, ela acordou surpresa ao perceber que Stiles estava lá ao lado dela, que eles haviam chegado ao fim do jogo.

— Você está bem?

— Não é nada.- Ela limpou a garganta em uma tentativa de fazer sua mentira mais crível. Limpando sua mente, ela contemplou por que ela estava mentindo para Stiles quando ele era o único que poderia entendê-la nisso.
— Na verdade, não- desculpe. Posso te perguntar uma coisa?

Esfregando os olhos cansados, ele balançou a cabeça, sentando-se ereto.
— Vá em frente.

— Você sonha com isso? Com... ele?- Ela limpou, incapaz de ler sua expressão no escuro.
— O Nogitsune.

Stiles arregalou os olhos e começou a mexer os dedos ansiosamente.
— Uh, sim, às vezes. Não o Nogitsune tanto quanto... o que ele fez. Eu vi e me lembro de todas aquelas coisas horríveis que ele fez a todo mundo.- Suas mãos começaram a esfregar contra seu colo desajeitadamente até que ela colocou uma mão na dele para firmá-lo.
— Fez a você.

Um silêncio se abateu sobre eles, e Julie pigarreou antes de dizer;
— Teve aquele dia, antes de eu envenenar o Nogitsune, em que ele fingia ser você. No momento em que ele apareceu, eu soube que não era você, então contornamos suas costas para fazer um plano de como envenená-lo. Então, quando eu estava dizendo a eles que não era você e que tínhamos que usar o veneno, Scott me perguntou. Ele disse; como você tem tanta certeza?

Stiles deslizou para frente em seu lugar para se aproximar dela.
— E eu não contei a ele, mas... quando você olha para mim, você faz essa coisa de prender a respiração por um momento sem perceber. Você faz isso até, bem, até eu olhar para você.- Ela explicou.
— O Nogitsune, mesmo naquele dia em que estava fingindo ser você, sempre me olhou sem expressão. Mesmo que fosse por uma fração de segundo, mesmo se eu pegasse aquele olhar pelo canto do olho, eu saberia que não era você.

— Ele se foi agora.- Ele a tranquilizou, esfregando o polegar na pele entre o indicador e o polegar.
— Se era isso que você estava sonhando, Jules...

— Eu sei que ele se foi.- Ela balançou a cabeça, engolindo o nó na garganta.
— É só que... bem, às vezes os pesadelos nunca param. Normalmente é bom quando estou com você, mas outros dias, parece muito real e...- Julie parou quando a imagem vívida recuou em sua mente.
— É o mesmo sonho repetitivo, o Nogitsune me injetando coisas como aquela vez em Eichen.

Quando ela tropeçou em suas palavras, ele a segurou com mais força.
— Tudo bem!- Ele sussurrou.

Julie bufou, descontente com sua própria agonia.
— Desculpa.

— Não sinta.

— Eu acho que pelo menos te devo desculpas por gritar como uma banshee e te acordar.- Julie encolheu os ombros.
— Mas, ei, você se inscreveu para isso. Você sabe do que está desistindo por estar em um relacionamento comigo?

— Meu tempo sozinho?

— Todo relacionamento precisa de um pequeno sacrifício.- Julie encolheu os ombros.
— Para você, é desistir do seu tempo sozinho e para mim é destruir o demônio de mil anos de idade que assumiu o seu corpo.

Stiles revirou os olhos.
— Ei! Eu deveria pelo menos receber crédito por não deixar você seguir com o segundo plano. Você sabe, aquele em que você teria se matado?

— Você não acha que foi heróico da minha parte?

Ele franziu as sobrancelhas enquanto a olhava calculadamente.
— Eu não acho que ser morto, o que provavelmente me levaria a acabar como um alcoólatra, é muito heróico da sua parte!

— Deus, você é um pessimista.- Ela revirou os olhos.
— E isso está vindo de mim!

— Não sou pessimista, estou certo.- Ele para por um segundo, a voz mudando para um tom mais sério.
— Você não vê, não é? Como a vida de todos seria fodida sem você?

— Então eu acho que é uma coisa boa eu não morrer tão cedo.- Julie falou em tom monótono, empurrando-se para fora da cama e dando uma olhada pela janela; assistindo o nascer do sol. Duas horas até o bando se encontrar.
— Nenhum presságio de morte que Deaton me avisou sobre apareceu ainda, então eu acho que estou segura-

— Deaton contou a você sobre seus presságios de morte e você não me contou?

Ela olhou para ele sem entender.
— Você gostaria de saber sobre meus presságios de morte?

Os lábios de Stiles se separaram em exasperação antes de deixar escapar;
— Bem, eu acho que gostaria de um pequeno aviso se meu tempo com minha namorada for limitado por outras razões além de ela ficar entediada comigo, sim!

Julie o examinou e o olhar alarmado em seu rosto, então ergueu o dedo decididamente.
— Quer saber, eu não acho que vou te dizer.

— Não é uma opção!

Ela tirou a blusa e deslizou os braços nas mangas de sua jaqueta vermelha.
— Definitivamente é.- Ela fechou o zíper da jaqueta, sabendo que não havia nenhuma maneira de voltar a dormir depois disso.
— E aqui está o porquê; lembra daquele filme que assistimos que te fez desmaiar? Coraline?

— Isso foi diferente!

Ela abotoou a calça jeans e lançou-lhe um olhar zombeteiro.
— Não há como um homem com medo de uma história de Neil Gaiman estar preparado para conhecer os presságios de morte de seus parceiros-

Stiles a seguiu escada abaixo enquanto ela tentava escapar da conversa indo para a cozinha.
— E o que te faz pensar que eu não vou perguntar a Deaton?

— Ele não diria a você.- Ela encolheu os ombros.
— Ele disse que dá azar saber, ele sendo a exceção porque é um druida.- Ela pegou uma caixa de cereal do armário e se virou para ele.
— Escute... seus melhores amigos estão desaparecidos. A vida dele está nas mãos de uma loba psicótica, então me desculpe se eu acho que contar a você meus presságios de morte agora seria uma má ideia.

— Estaremos a caminho do México em duas horas, acho que temos tempo mais do que suficiente para discutir seus reais presságios de morte.- Ele sussurrou-gritou com cuidado para não acordar o pai. Ela deu uma mordida rápida em seu cereal, parecendo despreocupada.
— Jesus, Jules, você está entendendo isso? Como você está tão bem com isso?

Um vento forte passou por eles, e Julie saiu da tigela de cereal para fechar a janela da cozinha, desesperada por qualquer tentativa de não olhá-lo nos olhos e ceder para contar a ele.
— Todo mundo morre. Acontece que o universo me atormenta com sinais da minha morte iminente.

— Eu conheço você, Jules.- Stiles foi até o balcão para encará-la.
— E eu sei que você não vai me dizer se vir os presságios. Quer seja em vinte ou cinquenta anos, guarde isso para si mesmo.

— Stiles, você está projetando.- Ela ergueu o queixo para olhá-lo nos olhos.
— Você prefere passar essas duas horas se preocupando com a minha morte, sabendo que pode demorar até cinquenta anos a partir de agora, porque você não pode fazer nada sobre Scott e Kira até duas horas a partir de agora.

Os dois ficaram em silêncio e Julie observou o olhar curioso em seu rosto. Se ela não o conhecesse melhor, ele parecia triste.
— Por que é tão difícil para você acreditar que eu realmente me importo com você?

Ela não tinha certeza se foi a pergunta ou a melancolia de sua voz que a assustou. Ela olhou carrancuda para o balcão, sentindo os olhos dele sangrando em seu crânio.
— Eu sei que você quer,- ela limpou a garganta.
— Tudo bem. Eu vou te dizer.

Finalmente.

— Depois de trazermos Scott e Kira de volta.

— Mas-

— Sem mas!- Julie ergueu o dedo incisivamente para ele, abrindo a geladeira.
— Você acha que seu pai se importaria se eu roubasse o suco de uva dele?

— Acabamos de brigar pela primeira vez?

———— • . ☀︎︎ . • 🌙  • . ☯︎ . • ————

Próximo capítulo: Sob a influência

Primeira briga do casal ;-;

1485.12.10.21

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top