13| 𝖨𝗇 𝗍𝗁𝖾 𝖿𝗅𝖾𝗌𝗁

A SENSAÇÃO OCA em seu estômago conquistou seus sentidos. Se pesadelos existiam fora dos sonhos, Julie estava morando em um. Seus braços estendidos livremente sobre a cama, substituídos pela memória da voz de Brunski e a contemplação sombria fluindo em sua mente. Ela não fez nada além de olhar fixamente para o teto, a voz repetindo em sua cabeça. Você é o que eu chamo de esquecida.

Forçando-se a sair da cama, ela deliberou sobre deixar seu quarto. Mas uma vez que a ansiedade aumentou, ela sentiu que não tinha escolha. Cautelosamente, ela abriu a porta rangente do quarto de Stiles.

— Ei.- Sua voz era baixa como uma tentativa de esconder o pânico nela.

De sua cama, Stiles olhou para a garota, abrindo a boca para falar antes que ela interrompesse.

— Você já conversou com Lydia ou com seu pai? Meu telefone morreu e...- Ela parou de repente, dando um único passo para dentro do quarto dele, mexendo os dedos ansiosamente.

Stiles não respondeu por um momento, tentando desmontar sua linguagem corporal para compreendê-la, deixando-o distraído. Ele balançou a cabeça assim que voltou à realidade.

— Sim, eles ainda estão na estação, tentando fazer Meredith falar.- O relógio na mesa de cabeceira marcava quatro e trinta e duas da manhã, e as luzes apagadas em seu quarto a levaram a acreditar que o encontrou logo depois que ele pretendia adormecer.

— Ela se colocou em uma lista de alvos que ela criou, Jules. Não faz sentido.

— Sim, e ela deixou Peter de fora.- Julie murmurou, absorta demais em seus próprios pensamentos para se preocupar com a lista e sua criação.

Stiles a olhou boquiaberto, perplexo.
— Mas Peter não a conhece, certo?

Com um encolher de ombros, ela deu a volta em sua cama, pegando a fita na mesa de cabeceira. Perplexa, ela pegou a fita, lendo seu rótulo; Lorraine Martin. Colocando-o de lado, seus dedos palpitaram quando ela pegou a próxima fita com o nome de sua mãe escrito de maneira confusa na etiqueta.

— Eu pensei que não tínhamos permissão para ter isso?

— Eu meio que... roubei. Era muito importante para não fazer isso.- Stiles explicou com um suspiro.
— Não vai funcionar. Não da sua mãe, pelo menos.

Em um sentido peculiar, Julie ficou aliviada.
— E o de Lorraine?

Stiles colocou a fita cassete de volta na mesa de cabeceira, seu corpo raspando no dela.

— Vamos ouvir amanhã.- Ele engoliu em seco, suas mãos roçando as dela quando ele se afastou.
— Jules, suas mãos estão tremendo.- Ele colocou as mãos sobre as dela com preocupação.

— Bem, acabei de descobrir que tudo o que sabia sobre a morte da minha mãe era uma mentira.- Ele olhou para ela com empatia. Desconfortável com qualquer sentimento de simpatia, ela encolheu os ombros.
— Apenas certifique-se de que eu nunca morra em Eichen, certo?

— Negócio fechado.

Rindo levemente, ela deu um passo para trás.

— Você deveria dormir,- lembrando-se de que as luzes dele foram apagadas quando ela entrou no quarto dele.
— Quero dizer, Brunski deu uma concussão em você, então você deveria descansar.- Agarrando-se na maçaneta, ela olhou para ele mais uma vez.
— Boa n-

— Na verdade,- Stiles puxou a porta contra ela, notando a tensão em sua postura quando ela estava se afastando.
— Você deveria ficar.

Perplexa, seu queixo caiu.
— Ficar?- Ela repetiu.

— Sim.- Ele acenou com a cabeça timidamente, coçando a nuca.
— Quer dizer, o quê? Você vai voltar para o seu quarto e ficar olhando para o teto até o nascer do sol. Sua melhor aposta é dormir na cama.- Ele gesticulou para sua cama.
— Como dormir em uma nuvem.

— Dormir na...- Julie reiterou, cruzando os braços sobre o estômago exposto por causa da blusa curta.
— sua cama. Você está brincando.

Stiles estreitou os olhos para ela.
— Por que eu estaria brincando-?

— Você nunca deixa ninguém dormir na sua cama. Nem mesmo quando você estava namorando Malia, -Ela congelou, meio que expressando arrependimento por ter mencionado a ex-namorada dele, a outra metade dela muito exasperada para se importar.
— Okay.

— Okay?

— Okay.- Julie foi para a cama dele, passando os braços sobre os cobertores. Ela olhou para ele com os braços cruzados.
— Então, onde você vai dormir?

Ruborizado, ele ficou boquiaberto ao redor do quarto.
— Essa, -Ele apontou para ela.
— É uma boa pergunta-

Julie puxou seus pulsos puxando-o para a cama.
— Eu estava brincando. Não há absolutamente nenhuma maneira de você dormir sem este travesseiro ou suas cobertas.- Ela deslizou as pernas por baixo das cobertas, boquiaberta com a expressão em seu rosto enquanto ele a olhava sem palavras.
— O que está errado?- Ela perguntou, o tom carregado de preocupação.

Ele engoliu em seco.
— Nada.- Ele se jogou na cama ao lado dela.
— Nada mesmo.

Os dois deitaram na cama, costas com costas, maravilhados com a consciência da presença um do outro. Julie olhou fixamente para a mesa de cabeceira, estremecendo quando suas costas tocaram as dele, e imediatamente se afastou dele, o que, já que eles estavam dormindo em uma cama bastante pequena, não poderia ter sido muito se ela planejasse não cair no chão.

Suspirando, ela se virou para encará-lo de costas.
— Isso não é estranho, certo?

A tensão deixou seus músculos ao som de sua voz, uma sensação de relaxamento aquecendo seu corpo. Ele se virou para o lado, de frente para ela. Os dois com as mãos entre os travesseiros e a lateral do rosto, com cuidado para não arrastá-lo para outro lugar.

— Dormir na mesma cama quando não estamos namorando? De jeito nenhum.- Stiles fez uma leve combinação de revirar os olhos e sorrir.
— Quer dizer, costumávamos fazer isso o tempo todo quando crianças.

— Isso não conta.- Julie deu uma risadinha.
— Eu nem mesmo dormi na sua cama quando estávamos namorando.

Stiles estreitou os olhos sobre ela.
— Quer dizer, não quando estávamos namorando, mas houve aquele tempo...- Ele percebeu o olhar perdido no rosto dela. — Você esqueceu?

Rolando a cabeça sobre o travesseiro para encará-lo, ela franziu as sobrancelhas.
— Esqueceu o quê?

— Bem, foi depois que terminamos.- Stiles lembrou, movendo-se para colocar o cotovelo no travesseiro e descansando a cabeça na palma das mãos, olhando para ela enquanto falava.
— Você só ficou bêbada- o quê? Duas vezes?

Ele pediu confirmação.
— Bem, na segunda vez, logo após o funeral do seu pai, você estava muito... bêbada. Para começar, você quase beijou Greenberg.

Julie cobriu o rosto com as mãos, grunhindo.
— Deus, não!- Ela não pôde deixar de rir.

— E você continuou falando sem sentido, então Scott e eu te levamos de volta para casa, mas você nem mesmo entrou no seu quarto, então nós o levamos para o meu.- Ele falou.
— E você apenas sentou na minha cama e adormeceu instantaneamente.

Julie estreitou os olhos para ele, em seguida, riu.
— E você dormiu no chão? Oh, como a situação mudou.- Ela revirou os olhos brincando.
— Não acredito que quase beijei Greenberg.

— Você quase beijou um monte de gente.

Ela estalou os olhos para ele.
— Ah não.

— Ah, sim. Eu acho que em algum momento você até tentou beijar M- Stiles fez uma pausa quando lembrou que não adiantaria lembrá-la disso.
— Max

— Eu não conheço um Max.- Ela testou.

Stiles pigarreou.
— Fanático por história, sempre usa aquela camiseta do Metallica? Não se lembra?

— Não,- Julie sorriu o mais simples dos sorrisos.
— Mas eu me lembro de quase beijar você.

Seus lábios se separaram e ela percebeu que o surpreendeu. Seu peito, com o coração batendo forte contra as costelas, ficava de frente para o teto, mas seu rosto estava voltado para o lado dele, os olhos totalmente perdidos nos dele. Os olhos de Stiles piscaram de seus olhos para seus lábios por um momento que Julie estava bem ciente. Não assim, ela pensou consigo mesma.

— Boa noite.- Ela disse suavemente, sem tirar os olhos dos dele.

Stiles olhou para ela quase com tristeza.
— Boa noite.- Ele deu um sorriso triste, observando-a se torcer em seu lugar para uma posição confortável.

Há uma calma silenciosa onde o único som que ela podia ouvir era o batimento cardíaco de Stiles batendo forte em seu peito ao vê-la, tão pacificamente que Julie não havia considerado antes como seria fácil cair no sono enquanto sentia o calor de sua aura até que ela a sentiu pálpebras pesadas.

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UM RAIO DE LUZ do dia brilhou em seus olhos e ela apertou os olhos, desorientada.

— Por favor, não a machuque.- Veio um som com estática do toca-fitas. Julie se sentou, olhando boquiaberta para a sala; Quarto de Stiles. E ela mesma na cama de Stiles. E então não tinha sido um sonho.
— Não machuque Ariel.

Julie olhou para Stiles, que estava sentado ao lado da mesa, analisando a fita cassete.

— Acordar com uma fita de assassinato tocando não é como imaginei que minhas manhãs seriam.- Ela gemeu, afundando a cabeça no travesseiro. Uma massa de cabelo castanho dourado se espalhou ao seu redor.

— Você está acordada,- ele falou, assim que ela teve um vislumbre do despertador, marcando três e vinte da tarde.
— Você sabe, enquanto estávamos na Eichen? Scott, Malia e Liam quase foram queimados vivos por assassinos.- Ele a informou enquanto ela caminhava para o banheiro, escovando os dentes.
— Então, enquanto estávamos dormindo, mais assassinos tentaram matar a matilha de Satomi. Scott está tentando encontrar um lugar seguro para eles agora.

Julie apontou a escova de dente para ele.
— É por isso que eu não durmo. Eles não estão com Meredith?

— Ainda não está falando, mas Lydia está cuidando disso.

Ela levou alguns minutos em seu quarto para escovar os cabelos e colocar algumas roupas. Ela estremeceu quando vestiu o cardigã, batendo acidentalmente com o cotovelo no ferimento na cintura; o da noite no hospital, quando a assassina tentou matá-la. Caminhando de volta para o quarto de Stiles, ela se sentou na cadeira ao lado dele.

— Então o que é?

— O que é o quê?

Julie pegou a fita cassete, segurando-a entre os dois dedos.
— O que há nessa fita que está te incomodando tanto?

— Escute isto.- Stiles colocou a fita no toca-fitas.

— Não, eu não acho que você vai me levar a lugar nenhum.- A voz de Lorraine encheu a sala.
— Eu posso ouvir o gravador no seu bolso. Está ligado agora, não é? Você está gravando uma fita. Assim como você gravou as outras.

Ela apertou o botão de parar.
— Você ouviu isso? Aquela estática no fundo? Parece o toca-discos, aquele no escritório.

— Então, ela escapou de Eichen House para voltar a ouvir um toca-discos?

Julie acenou com a cabeça.
— Quero dizer, ela era uma banshee que previu a morte de Maddy, em seguida, passou anos tentando prever outras. Pelo que sabemos, ela teve sucesso e previu todas as mortes da lista, certo?

— E ela sabia como impedir.- Stiles disse, pasmo.
— É isso, vamos para a casa do lago!

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A CASA DO LAGO era onde você imaginava um filme de terror acontecendo. O que só fez Julie gostar mais do lugar. Ela adivinhou que era verdade o que Isaac costumava dizer a ela - ela era uma fetichista de pesadelos.

— Então é mesmo aquele babaca do caralho, Peter.- Julie bufou.
— E como diabos Meredith se comunicou com ele?

— Da mesma forma que ela fez com você. Quando você estava dormindo.- Stiles explicou depois de desligar o telefone com Lydia, que explicou a história de Meredith.
— Quando vocês dois eram companheiros de quarto e ambos estavam dormindo, ela podia canalizar seus pensamentos como se vocês estivessem na mesma sintonia. Foi assim que ela conseguiu os nomes e preços, e Peter foi quem plantou a ideia em sua cabeça.

Os dois entraram no escritório, ela girou em seu lugar.
— Então é isso? Tudo isso foi porque, alguns anos atrás, Peter pensou que isso iria acontecer?

— Sim, e agora precisamos descobrir como pará-lo.

Ajoelhando-se, Julie estudou a vitrola enquanto Stiles colocava o vinil e começava a tocar. O som da estática encheu o silêncio.
— Só isso? A única maneira de alguém ouvir isso é se for uma banshee.

— Isso é estúpido,- Stiles bufou, levantando-se.
— Podemos fazer muito mais do que ouvir uma vitrola estúpida que nem toca nada.

Ele desligou o toca-discos, mas a estática não parou.

— Vamos lá-

Julie agarrou seu pulso, puxando-o de volta.
— Você não ouve isso?

— Ouvir o que?

— O barulho não parou depois que você desligou.- Julie espiou atrás da vitrola, avistando o único fio preso à parede. Ela então pressionou o ouvido contra a parede, ouvindo a máquina girando.
— Está vindo daqui.

Cansado, Stiles puxou o fio. Isso causou um rasgo na parede, e ele olhou para ela com cautela, pensando em continuar. Ela deu a ele um aceno de encorajamento, e ele continuou puxando o fio. Chegou ao topo, e os dois decidiram derrubar as paredes sozinhos naquele ponto.

— Puta merda.- Julie cambaleou para trás, Stiles agarrando-a pela cintura.
— É isso...

A máquina de três bancos de dados estava girando continuamente, o som da estática girando escapando dela.
— É a lista.

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Próximo cap: Fleetwood Mac

(vai ter cena uhuuuuuu sabe? Aquelas cenas lá?? Então hihi)

2200.09.10.21