XI; Flatlined

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SÓ PARA SER CLARA,- Julie se afastou da mesa, olhando para a planta. Ela lançou um olhar para Stiles, em parte para confirmar o plano, mas ele estava olhando carrancudo para o balcão.
— Isso não era absolutamente meu plano. Quer dizer, não estou reclamando, o novo plano é melhor, mas eu só quero tirar isso do caminho, caso você saiba, ele morre. De verdade.

— Vai funcionar.- Scott confirmou o momento em que Stiles abriu a boca para protestar. Julie teve a nítida impressão de que ele estava evitando discussões com seu melhor amigo sobre o plano inseguro.
— São três o suficiente?- Ele espalhou os laptops pela mesa.

A preocupação momentânea de Stiles parecia ter passado, mudando para um senso de certeza imitado.
— Depende de quantas câmeras eles têm, mas acho que sim.

— Estamos realmente fazendo isso?- Liam ergueu a mão, angustiado.
— Isso não é meio perigoso?

— Sim,- Stiles assentiu.
— É incrivelmente perigoso e quase idiota.

— Apenas o nosso tipo.- Julie murmurou brincando, suas mãos pairando sobre o teclado do laptop.
— Você não tem que fazer isso se não quiser, Liam.

— Eu não estou assustado!

Stiles colocou a mão no ombro do calouro, sorrindo.

— Então você é quase idiota, o que o faz se encaixar perfeitamente.- Ele se voltou para os três.
— Se fizermos isso, não saberemos o que está por vir e você sabe disso.

— Como podemos saber que algo está definitivamente vindo?

— Por causa das fitas, dizia que a confirmação visual era necessária. Simon,- ela tentou ficar quieta ao mencionar o nome do químico.
— Disse a mesma coisa. Ele estava perguntando a Stiles onde vocês estavam e disse algo sobre a necessidade de uma prova de que vocês estavam mortos.

— Então a ideia é: e se você matar alguém na lista, mas não puder enviar a prova?

Julie pressionou a palma das mãos contra a mesa e se inclinou.

— Para emburrecer, queremos ver se o Benfeitor ou um de seus minions aparece. O assassino pode não ser pago, mas o Benfeitor ainda precisa ter certeza se eles estão realmente mortos, especialmente se for alguém no topo da lista. Portanto, se ele precisar de confirmação visual.

— Ele mesmo vai ter que vir buscar.- Stiles finalizou.

— Bem,- Julie olhou boquiaberta para Scott.
— Vejo você na vida após a morte!

Não demorou mais de uma hora para a mãe de Kira chegar à casa dos McCall. E com as constantes idas e vindas que Julie e Liam tinham pelas costas do resto do bando, os dois finalmente chegaram a um acordo de que Liam não protestaria mais contra o plano. Ela usou o clichê comum de que vai ficar tudo bem ao confortá-lo sobre os altos riscos em jogo. No final, ela conseguiu diminuir seu cansaço até certo ponto.

— Então, você já fez isso antes, certo?- Liam falhou em não revelar descaradamente sua ansiedade em relação ao plano, quando sua voz quebrou no meio da pergunta.

— Eu já vi isso ser feito.- Sra. Yukimura voltou.

— E é uma boa ideia?

— Não.- Ela respondeu sem rodeios, acelerando o ritmo de Liam.

— Mãe!- Kira persuadiu.
— Você não está inspirando confiança.

— Ótimo. Esta é uma ideia horrível.

— Isso é parcialmente minha culpa.- Julie confirmou.
— Eu tinha um plano e apenas recostei-me e deixei que eles mudassem completamente para o plano mais idiota, legal, mas idiota. Então, quando vamos começar?

— Agora.- A Sra. Yukimura falou, olhando boquiaberta para o corpo imóvel de Scott na cama, sentindo seu próprio cansaço.
— Juliette, você vai ter que segurar as duas mãos. O amplificador desempenha um papel fundamental neste plano, uma espécie de... link que permite que os poderes de Kira aumentem o suficiente para ser capaz de fazer isso, e a conecta poderes com o corpo de Scott. Mas como eu avisei...

Julie acenou com a cabeça.
— Vou sentir seu batimento cardíaco parar? Mórbido, mas estou bem com isso.

— Coloque sua mão sobre o peito dele.

— Espera!- Scott puxou seu pulso.
— O que acontece? O que acontece quando eu sair? Vou sentir alguma coisa?

— Pode parecer que você está sonhando.

— Sonhos bons ou ruins?

— Suponho que isso depende de você.

Julie agarrou o braço da kitsune em uma mão e o braço do alfa na outra. Ao colocar a mão dela acima do peito de Scott, uma onda de raposa disparou das duas fazendo as luzes em todo o bairro piscarem. O verdadeiro alfa engasgou antes de seu batimento cardíaco se estabilizar.

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O GRITO DE TERROR DE MELISSA MCCALL atravessou as paredes do hospital, morrendo momentos depois. Disseram-lhe para tornar realista sua reação à morte do filho, e assim ela superou as expectativas deles. Ela então entrou no necrotério, enxugando as lágrimas do rosto. Julie ficou boquiaberta com o telefone, configurando o cronômetro para disparar em quarenta e cinco minutos.

— Eu ainda não gosto desse plano.- Ela afirmou, observando o corpo do filho.
— Isso é ridiculamente assustador, ele parece morto.

— É apenas por quarenta e cinco minutos.- Julie a tranquilizou.
— Então Kira e eu o trazemos de volta da mesma maneira.

Melissa balançou a cabeça.
— Não, quero dizer, o que acontece se ele ficar assim por mais de quarenta e cinco minutos?- O silêncio invadiu a sala com sua pergunta.

— Ninguém disse a ela?- A Sra. Yukimura deu um suspiro agudo.
— Ele morre.

— Essa é a nossa deixa para sair.- Stiles sussurrou no cabelo de Julie, movendo-a para os ombros até a saída do necrotério.
— Ela provavelmente vai levar isso pior do que eu.- Ele apontou para a porta do necrotério, referindo-se a Melissa.

— Tenho certeza de que você é o único que elaborou o plano e chorou quando Scott estava falando sério sobre levá-lo adiante.

— Foi alergia!- Stiles exclamou, revirando os olhos para a risada suave de Julie. Assim que chegaram à porta do armazenamento, Julie puxou a mão da maçaneta.
— O que você está fazendo? Argent nos disse para encontrá-lo aqui, ele provavelmente já está lá-

— Eu sei, eu sei.- Julie o assegurou.
— É só... você sabe qual é a única falha desse plano?

Stiles não hesitou antes de responder.
— Que exigimos que você traga Scott de volta em quarenta minutos e que você tenha o hábito de vagar quando é mais necessário-

— Não!- Ela balançou a cabeça, mas suspirou um milésimo de segundo depois.
— Tudo bem, isso também, mas quero dizer que o Benfeitor é esperto. Quem quer que seja, ele conseguiu se comunicar com Meredith. E você sabe quem é estranhamente apaixonado por banshees...?

Ao perceber para onde ela estava indo, ele balançou a cabeça.
— Não há como os Calavera serem inteligentes o suficiente para fazer isso e, se o fizessem, fariam no México.

— Sim, bem, estou ficando sem opções aqui.- Julie espiou pela porta, tendo um vislumbre de Chris Argent configurando o equipamento.
— Você não acha que é Argent, acha? Para se vingar de Allison-?

— Tudo bem, é isso.- Stiles bateu palmas, movendo-a para o depósito e fechando a porta atrás dele.
— Ei!- Ele acenou com a mão para Argent e passou pelas pilhas de arquivos deixados desordenadamente no chão.
— Você já enviou uma mensagem ao Benfeitor sobre Scott?

Argent apontou para seu laptop.
— Acabei de fazer.

Julie leu a mensagem em voz alta.
Scott McCall morto. Pagamento solicitado. Só isso?

— Eu disse que ele está morto, o que mais você quer?

— Bem, está um pouco seco.- Stiles comentou.
— Você deveria ter dito que algo como o alvo foi neutralizado. Você sabe?

Xeque-mate no rei.- Julie encorajou.

O corvo voa à meia-noite.- Stiles adicionou.
— Isso é sempre legal.

O laptop apitou, notificando-os sobre a resposta do Benfeitor. É necessária uma confirmação visual. Julie observou enquanto Stiles corria para o teclado, depois recuou timidamente quando os dois perceberam seu entusiasmo. Argent deu-lhe um aceno de permissão.

— Digite isto, a confirmação visual não é possível porque a polícia virá reivindicar o corpo em quarenta minutos.

Ela olhou para a tela do computador, na qual o Benfeitor respondeu com a mesma afirmação.

— Diga a eles que o número um da lista está morto, eu o matei,- Argent bufou, agitado.
— E se a transferência eletrônica não for concluída em trinta minutos-

— Eu assumo a partir daqui. Julie pressionou o teclado, digitando; Então eu vou atrás de você.

— Veja, agora isso é legal.

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JULIE SEMPRE FICOU SURPREENDIDA com a facilidade com que as pessoas adormeciam. Como se eles não estivessem sobrecarregados com a voz constante de sofrimento e indignação, tendo que bloquear constantemente o som de sua própria culpa e culpa. Fascinada por poderem descansar tão facilmente a cabeça em um travesseiro e ficar em paz. O que a levou a contemplar como a morte parecia um sono constante e contínuo, ou seria uma série de paralisações entorpecidas.

Talvez o sono esteja longe da morte. Ou talvez, não houvesse muita diferença. O que mais a incomodou foi que em trinta minutos, quando Scott acordar, ela poderia descobrir.

— Câmeras de segurança, verifique.- Kira balançou a cabeça.
— Então agora vamos esperar.

Olhando para os três laptops abertos com as câmeras de segurança na tela, ela cutucou Stiles quando uma das câmeras ficou preta.

— É para ser assim?- Liam perguntou.

— Não...- Stiles franziu os lábios.
— Está no telhado, um de nós terá que dar uma olhada.

— Eu irei.- Kira se ofereceu.

— Woah, woah, woah.- A amplificadora puxou a manga de Kira antes que ela pudesse sair.
— Isso pode não ser apenas um defeito, pode haver algo lá.

Kira tirou o estojo de sua espada.
— É por isso que estou trazendo isso.

— Eu vou contigo!- Liam correu atrás dela enquanto ela corria pela sala.

— E então você vai voltar!- Stiles gritou atrás deles.
— Imediatamente!- Ele exclamou, zombando enquanto olhava para Julie.
— Crianças.- O telefone de Stiles tocou depois, e ele atendeu imediatamente, com a impressão de que seria Chris Argent com atualizações ou pedidos.
— Alô?- Ele falou ao telefone.
— Oh, bem- ok, ok! Jesus, Lydia!

Julie franziu as sobrancelhas.
— O que é?

— Lydia quer falar com você!

Ele entregou a ela o telefone, e ela hesitou um pouco antes de falar. Lydia quase nunca liga no meio de uma missão e, quando o faz, traz más notícias.

— Hey.

Você sabe como eu tenho passado um tempo na casa do lago e não encontrei nada? Bem, eu encontrei algo desta vez.

Julie congelou por um breve momento antes de responder.
— Isso não pode ser bom.

Eu encontrei outra lista de alvos, uma velha com o nome da minha avó nela. E o nome da sua mãe está nela também, Jules. Da mesma forma que a sua está na lista atual, nenhum número anexado, no final da página, como se fosse um...

— Cancelar assinar.- Julie completou para ela.
—Como se fosse um sinal de desligamento.

Você pode vir para a casa do lago? Podemos tentar descobrir isso, porque estou doente e cansada.

A voz de Lydia afogou-se na cabeça de Julie quando algo chamou sua atenção. Sem aviso, ela encerrou o telefonema para Lydia.

Os olhos de Julie encontraram a garota no monitor, segundo andar, terceiro quarto. Era Morgan, a caçadora galesa que tentou assassiná-la uma vez, sorrindo para a câmera antes de chutá-la com os calcanhares, transformando a tela em estática.

— Puta merda.

— Não.- Stiles apontou seu dedo para ela em advertência.
— Eu sei o que você está pensando, e de forma alguma, no inferno, você vai lá.

— Vou!

As lâmpadas acima deles piscaram por um momento antes de desligar completamente. Olhando para as telas do computador, ela ficou preta, deixando-as sem nada para monitorar. As luzes de emergência dos hospitais acenderam, o suficiente para iluminar o prédio.

— Ok, agora definitivamente de nenhuma maneira no inferno você vai atrás dela.

Julie tirou o par de facas de dentro da caixa do laptop, e Stiles não se preocupou em questionar há quanto tempo ela estava escondendo as armas lá.

— É ou eu vou atrás dela, ou ela vem atrás de mim, e francamente, estou cansada das pessoas indo atrás de mim.

— Tudo bem, então eu vou com você.

— Péssima ideia.

— Eu acabei com ela da última vez-

— Não quero subestimar suas habilidades, mas foi por sorte.- Julie rebateu.
— Eu não vou ser morta, Stiles. A menina é tão fluida como uma dançarina, mas acho que tenho uma boa chance de vencê-la. Além disso, se eu morrer, Scott morre, e se isso acontecer, então você morre. E eu prefiro que isso não aconteça.

Stiles franziu as sobrancelhas.
— Ei, a única maneira de você e Scott morrerem é se eu matar vocês dois por me fazerem executar esse plano estúpido!- Ele a observou se mover para a porta.
— Você nunca vai me ouvir?

— Claro que eu vou.

Ele cruzou os braços.
— Quando?

— Quando você estiver certo.

Julie saiu da sala, colocando o capuz da jaqueta. Ela agarrou as facas nos bolsos e subiu as escadas para o segundo andar. Ela se lembrou mais uma vez que ela era a parte chave para trazer Scott de volta, junto com Kira, e ela não se permitiria morrer esta noite. Não se isso significar a fatalidade da matilha.

Ela estudou o corredor principal do segundo andar, antes de passar por ele, fazendo seu caminho para o terceiro quarto. Tirando as facas dos bolsos quando ela se certificou de que o chão estava deserto, ela suavemente avançou com cuidado para não fazer barulho. Duas voltas rápidas levaram-na para o outro necrotério do hospital, e ela silenciosamente entrou no necrotério, sem ninguém à vista.

A porta se fechou atrás dela.

Girando nos calcanhares, Julie enfrentou a caçadora. Ela tinha uma adaga nas mãos e olhou para as facas na mão de Julie como se ela fosse uma criança com brinquedos. Ela não parecia diferente da última vez que a viu, ainda em sua jaqueta de couro ou uma massa de cabelo loiro amarrado em um rabo de cavalo.

— Eu sabia que você viria.- Ela sorriu para a garota, seus olhos percorrendo a amplificadora para cima e para baixo.
— Agora não vamos tornar isso mais difícil do que da última vez.

Sem aviso, Morgan atacou. Julie se agachou, a adaga da caçadora pairando sobre sua cabeça. Ela investiu novamente e Julie deu um puxão para trás, fazendo com que a lâmina atravessasse a tela do computador no balcão do necrotério. O som de sangue batendo entre seus ouvidos bloqueando o ruído de estática do computador quebrado.

— Eu não tenho certeza de quanto o benfeitor esta pagando a você,- Julie exclamou enquanto se levantava, caminhando em direção à caçadora.
— Mas não vale a pena.

O rosto de Morgan ficou sem expressão por um momento, então inclinou a cabeça para o lado e disse;

— O que diabos é um Benfeitor?

Antes que Julie pudesse mostrar sua surpresa, Morgan enfiou a adaga em seu peito. Ela tentou se desvencilhar, mas a lâmina cortou sua cintura quando ela não foi rápida o suficiente. Grunhindo de dor, Julie agarrou suas facas, a lâmina cortando a jaqueta de couro de Morgan apenas o suficiente para cortar sua clavícula. Quando a caçadora se lançou mais uma vez, a lâmina de Julie atirou a dela pela sala. Morgan olhou para cima com surpresa, então Julie chutou seu estômago, fazendo-a cair para trás até que suas costas estivessem no chão.

No momento em que ela estava no chão com a lâmina apontada para a garganta da caçadora, o cansaço havia extinguido sua ansiedade.

— Quem é?- Julie exigiu, grunhindo com os dentes cerrados.
— Se não é o Benfeitor, quem diabos te mandou?!- Tudo o que Morgan fez foi bufar.
— Tudo bem, faça da maneira mais difícil.- Ela se lembrou da linha viciosa do Nogitsune, imitando sua inteligência.

Sua faca cortou o braço de Morgan, examinando a maneira como ela segurava sua dor.

— Okay, okay!- Morgan exclamou, respirando pesadamente, cansada do ferimento.
— Eu não sei o nome dele.

— Você está mentindo.

— Eu juro que não!- Morgan gritou.
— Eu só falei com ele por telefone, e ele usa um modificador de voz. Você não vai encontrá-lo. Eu tentei.

As sobrancelhas de Julie se encontraram no meio.
— Elaborado.

— Ele está me chantageando, é assim.- A caçadora revirou os olhos, inclinando a cabeça para cima com medo de que Julie pudesse cortar a lâmina em seu pescoço.
— Eu tentei de tudo para rastrear os telefonemas, para matá-lo eu mesma, mas não encontrei nada. Você sabe o quão falido você tem que estar para chantagear uma caçadora para assassinar alguém em vez de pagar?- Morgan zombou, uma risada exasperada escapando dela.

O aperto de Julie na faca afrouxou.
— Você não vai me matar.

— Sim, eu sei disso.- Morgan revirou os olhos.
— Se você vai me matar, apenas faça isso, certo?

— Eu não vou te matar.- Ela balançou a cabeça, recusando-se a se tornar uma assassina. Não depois de Meredith. Não depois do químico.
— Eu não vou.

— Se você não me matar, ele o fará.

Uma dor surda atingiu os ossos de Julie.

— Então saia. Diga a ele que você fez isso, então saia da cidade antes que ele perceba que você mentiu. Mude seu nome, mude de país, faça o que você quiser para fugir até que tudo desapareça.- Ela se levantou, os braços caindo pelos lados, o ferimento em sua cintura pesando sobre ela.
— Eu não vou te matar porque não sou assim. Não é quem eles me ensinaram a ser. Mas se eu te ver de novo, vamos apenas dizer que vou abrir uma exceção à minha moral.

Morgan se levantou, os cotovelos contra o chão, olhando boquiaberta para o amplificador.
— Ele vai mandar outra pessoa.

— Não se eu o encontrar primeiro.- Julie falou em um tom entediado e deixou as facas deslizarem de sua mão, saindo da sala com as pálpebras pesadas e a jaqueta encharcada de sangue.

════ • ♫︎ • ════

ESTOU AQUI!- Julie empurrou as portas duplas, a sensação nauseante acelerando quanto mais ela sangrou pela camisa. Enquanto caminhava pelos corredores, ela tentou amarrar a jaqueta ao redor do ferimento para aplicar mais pressão, mas mal conseguiu puxá-la para prendê-la. Se o bando não estivesse dependendo de suas habilidades, ela teria se permitido desmaiar em um quarto de hospital silencioso, mas em vez disso, ela se arrastou pelos corredores até o necrotério onde Scott estava.

Ela não percebeu como as coisas ficaram de cabeça para baixo quando ela se foi, até que ela entrou em uma sala com Chris Argent, Stiles e a própria Kate Argent.

— Que porra é essa.- Julie respirou.

Chris estava com uma arma apontada para o pescoço da irmã e Kate não conseguiu ver o amplificador atrás dela, caso seu irmão puxasse o gatilho.

— Jules!- Stiles arregalou os olhos ao ver seu ferimento, que foi revelado pelo corte em sua camisa.

— Tem certeza que pode puxar este gatilho rápido o suficiente?

Chris engoliu em seco.
— Eu não quero.

— Você não vai me matar.

— E eu não vou deixar você levar o corpo dele!

Julie arregalou os olhos ao perceber o que estava acontecendo.

— Ok,- Stiles pigarreou, puxando Julie pela cintura. Estupefata, ela olhou nos olhos dele e no reflexo que ele teve de ajudá-la, mesmo que agora significasse arriscar todo o plano.
— Parece que vocês dois têm muito o que conversar, então acho que Jules e eu deveríamos apenas-

— Me escute, Kate!- Chris bajulou sua irmã.
— Nós temos um plano!

Kate zombou de seu irmão.
— Se matar Scott era parte disso, então você é pior do que eu.

— Estamos tentando chegar ao Benfeitor!- Julie soltou um grunhido de dor no corte em seu estômago. Kate atirou a cabeça na garota e semicerrou os olhos por um momento, antes de assentir, como se identificasse quem era Julie.
— E você está nessa lista também, e vale mais do que a maioria. Então, se você não nos deixar porra-

— É por isso que estou aqui!

— Então recue e deixe-nos fazer o que planejamos!- Gritou Chris. Stiles olhou para o relógio e mostrou-o a Julie. Restam três minutos.

Julie não tinha certeza se conseguiria evitar desmaiar nesses três minutos.

— Pegue os Berserkers e vá embora. Por favor, Kate. Temos um plano.

Kate saiu relutantemente e Julie suspirou de alívio.

— Sua irmã é uma vadia, Chris.- Ela murmurou através de respirações curtas.

— Agora o que diabos aconteceu com você!- Stiles exclamou.
— Eu disse para você não ir atrás dela, eu sabia que não deveria ter deixado você.

Julie se deixou cair no chão, esgotada.
— A boa notícia é que não teremos que nos preocupar com ela tentando me assassinar de novo. A má notícia é que não foi o Benfeitor quem a mandou para me matar.

— Mas- quem mais poderia ser?

Kira tropeçou enquanto corria pela porta, escondendo seu choque ao ver Julie sangrando no chão.
— Você precisa de ajuda-

— Temos mais dois minutos.- Julie se levantou do chão.
— Vamos acabar com isso.

Argent empurrou o gabinete, revelando o corpo estacionário de Scott, cor parecida com cinza. Julie agarrou seus bíceps, a outra mão agarrando as de Kira. O fogo da raposa viajou pelas duas, chegando até o corpo de Scott. Assim que a transferência foi descarregada, Scott respirou fundo.

— O que aconteceu?!- Ele se sentou direito.
— Funcionou?

— Não exatamente.- Stiles balançou a cabeça.
— Bem, nem um pouco, na verdade!

Argent abriu seu computador, digitando sua senha.

— Transação incompleta.- Ele leu.
Neutralização falha. Ele me bloqueou de todo o sistema.

As costas de Julie bateram na parede e ela afundou no chão com a epifania.

— Claro.- Ela zombou de si mesma por não perceber antes.
— Bem, acho que esse plano não era inútil, afinal.

— O que você quer dizer?- Argent olhou para a garota, e todos os seus olhares se voltaram para ela.

— Eles não precisavam ver Scott para saber que ele está vivo, souberam disso no momento em que o trouxemos de volta.- Suas pálpebras ficavam mais pesadas quanto mais ela falava.
— Eu aposto que eles nem mesmo precisam de conformação visual, eles apenas dizem que precisam para esconder o fato de que são uma banshee.

— Uma banshee?- Stiles ecoou. O bando trocou olhares de realização, boquiabertos.

— Tem havido um tema recorrente em listas de alvos. Amplificadores e banshees.- Julie falou em um tom quase inaudível, sua cabeça rolando para o ombro de Stiles enquanto os pontos pretos em sua visão aumentavam.

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Próximo cap: Romeu e Julieta

3715.26.09.21

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