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Bom dia meninas. Como estão? Antes do capítulo bora conversar! Lá no grupo do Facebook estamos com brincadeira nova "Conheça uma Amiete", assim as leitoras podem interagir, se conhecer, falar sobre várias coisas e se aproximar de alguém. Que legal né? Corre lá!

Eu também sei que adoram a história, agradeço muito pelos comentários e fico muito feliz por ver que querem que eu continue sempre. Mas seria pedir demais que vocês interagissem mais e dissessem o que estão pensando para além de pedir mais capítulos? Eu gostava de saber sobre o que andam pensando. Uauahuahuahua. Respeito quem não gosta muito de fazer comentários longos, amo quando pedem mais capítulos, só estou curiosa para ver mais "conspirações".

Vou vos deixar ler agora e já nos vemos lá abaixo para mais dois dedos de prosa. :)  

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Diego não estava a prestar atenção no que Melina dizia, pelo contrário, os olhos sempre voltavam para a mesa onde Carlo e Dior estavam. Não conseguia entender direito aquele encontro entre os dois. O amigo devia ter ido apenas tratar de negócios e nada mais, aquilo estava a parecer outra coisa.

─ Isso tudo é por Carlo estar com uma negra, Diego? Se tu não gostas é um problema teu, não precisas ficar assim com essa cara porque o teu amigo não segue os teus preceitos. ─ A prima acabou por dizer. Bebia um Martini Bianco e comia um prato com queijo e azeitonas verdes.

─ Não tem nada a ver com isso! ─ Exclamou e voltou a atenção para a prima que não parecia acreditar de todo.

─ O passado ficou lá atrás. Tua mãe assumiu os actos dela, teu pai e todos envolvidos no problema na vossa empresa. Tens que parar com essa raiva toda.

─ Meu problema com Verona é outro. ─ Assumiu e o semblante fechou. Podia lembrar de cada humilhação que passou quando descobriu o passado sujo da mãe. Soltou um esgar de irritação.

─ Não te quero aborrecer com isso. Já temos pouco tempo para estar juntos até eu voltar para viver contigo. ─ Esboçou um sorriso no rosto quase infantil. ─ Vais a festa no Court de Ténis, comigo?

─ Não sei. ─ Segurou os olhos para não ver quando Carlo pagou a conta e se levantou da mesa com Dior. Os dois pareciam muito próximos.

─ É sobre o anúncio para a abertura do torneio. Tu é que me sugeriste para participar. ─ Melina se inquietou. ─ Não quero estar sozinha. Por favor.

Diego tinha uma fraqueza pela prima que não conseguia dizer não para nenhum dos seus pedidos. A prova era as compras que Melina fazia todo santo dia com os seus cartões. Ela adorava gastar.

─ Tudo bem. ─ Acabou por concordar um quanto impaciente e fingiu não se importar quando o amigo se aproximou para se despedir. Dior estava parada na porta, sem o encarar e jurou para si mesma que não queria ser a palhaça da festa. Não iria dar esse gostinho para Diego.

─ Fiquem bem. ─ Carlo disse passeando a mão nos cabelos de Melina que parecia adorar o contacto carinhoso e inocente.

─ Tu também ou devo dizer vocês? ─ Saltzman nem sabia o que se estava a passar com ele, mas alguma coisa dentro de si se revirava como um terramoto.

─ Obrigado, Diego. E adeus Melina. ─ Carlo concluiu e rumou em passos largos até a porta, por um momento quis ser o verdadeiro cavalheiro que era, oferecendo o braço para Dior segurar, mas sentia o olhar fulminante do amigo cravado na sua nuca e preferiu não criar conflitos.

Os dois subiram em silêncio até ao estacionamento e o segurança abriu a porta para ela entrar, depois fechou e fez o mesmo até estar em frente ao volante. Sentia um clima pesado e por isso ligou uma música para aligeirar o ambiente.

─ Sei que não me conhece direito, mas sou crescido o bastante para lhe dar um conselho, se me permite. ─ Acabou por dizer enquanto dirigia de olhos a espreitarem de esguelha para ela.

Dior se remexeu no lugar, como se estivesse a acordar de um sonho distante. Voltou o olhar marrom para ele e os semicerrou.

─ Sim?

─ A vida às vezes nos prega artimanhas. ─ Tossicou para aclarar a garganta. ─ Têm pessoas que conhecemos e que sabemos que não são dignas de certos sentimentos e mesmo assim não conseguimos evitar. Atracção é algo muito complicado e paixão ainda mais.

─ Onde queres chegar com isso? ─ Perguntou.

─ Diego é uma pessoa diferente, penso já ter lhe dito isso uma vez. ─ Reduziu a velocidade ao ver o sinal amarelo que rápido ficou vermelho. ─ Ele possui uma espécie de lacuna. Não é como todos os outros, isso já deve ter reparado. Não é mau, também, mesmo que não pareça. A diferença é que fala e diz o que pensa sem medo de ofender porque só sabe ser verdadeiro de um jeito que nem sempre é bom. Nós humanos fomos educados a ser polidos, a escolher palavras e a ser razoáveis, mas ele não consegue ser assim.

─ Nem precisas de desenhar.

─ Quando era bebé ele nunca chorou. Nem uma lágrima. ─ Voltou a acelerar sem pressa e a encarou ao ver a confusão nos olhos. ─ Apenas ficava vermelho se tinha algo o que o incomodava. Os pais procuraram muitos especialistas e nunca chegaram a nenhum diagnóstico porque estava tudo bem com ele. Foi crescendo assim. Na escola começou a apanhar dos colegas, e Diego nunca chorava. Uma vez partiram o maxilar dele, e foi parar no hospital sem uma lágrima no rosto.

─ Que horror!

─ É. A partir daí os rapazes ficaram com medo dele. O chamavam de Insensível. ─ Carlo sabia que não deveria estar a contar aquilo, mas tinha simpatizado com aquela mulher e gostaria que ela se mantivesse alerta. ─ Aos treze anos brigou com o pai e saiu de casa, começou a investir em empresas falidas, estudar e viver a sua vida. Ele nunca foi de amores, porque é como se ele não sentisse.

─ Como é que isso pode ser possível?

─ Me escute, Dior. ─ Carlo subiu pela mesma rua estreita, mas desta vez encontrou mais carros que antes. ─ Diego não tem a mesma capacidade de sentir que a maioria de nós. Ele gosta da prima, gosta de mim e da Mila, mas do jeito dele. Sem intensidade alguma, nunca me deu abraços ou quis mostrar mais pela amizade. A avó que praticamente o criou é a única que lhe faz sentir um pouco acima, nada mais.

Ela abanou a cabeça negativamente.

─ Ele é frio demais, tanto em afectos como em demonstrações. Nada dele explode com o calor do amor ou da paixão. Melina é aquela que ele sente necessidade de cuidar, Charmila é aquela que zela por ele e eu sou aquele com quem conversa e desabafa, mas é tudo muito raso. Se a gente está por perto é bom, mas se não estivéssemos, Diego não ia sofrer por isso.

─ Por que me contas essas coisas?

─ Ele teve uma briga com o pai e ficou anos sem vê-lo, da mesma forma que faz com a mãe. Chega a ser neutro, não porque ele faz assim, é algo estranho e anormal que nem ele saberia definir. ─ Continuou. ─ Por isso tem esse jeito tão definido que o torna arrogante, mas não é falso e nem esconde como é.

─ Não respondeste a minha pergunta. ─ A voz dela saiu mais alta do que gostaria.

─ Estou a chegar lá. ─ Carlo estava sério. ─ Não é como se ele não sentisse de todo, compreendes?

Ela fez que sim com a cabeça.

─ Mas sente muito pouco. Muito pouco, Dior. ─ Parou o carro em frente a casa dela e imediatamente a luz da sala da casa de Pops se acendeu. ─ Eu estou a ver o meu amigo ter contradições nos últimos tempos em relação a tua pessoa. Ele não vai sossegar e então tudo pode acontecer.

─ Que tudo?

─ Tu me pareces uma pessoa muito boa e que deves ter sonhos para o teu futuro. Se por alguma razão te envolveres demais com o Diego, vais sair de coração quebrado, porque depois ele não saberá sentir como tu mereces. Eu gostei de ti, do teu génio forte e de como não baixas a cabeça, mas os sentimentos nos dominam, Dior, e por isso te deixo o aviso. Não quero que te decepciones.

─ Não vou. ─ Soltou um suspiro ao ver a cabeça de Pops entre as cortinas. ─ Sei bem que não devo ter sonhos a mais quanto a isso. Não te preocupes.

─ Ótimo! ─ Carlo engoliu em seco e esticou a mão para apertar, mas foi surpreendido por um beijo estalado no rosto. Não estava acostumado a tanta proximidade. ─ Aguardo a tua resposta.

─ Obrigada pelo jantar. Entrarei em contacto. ─ Recebeu o cartão dele e depois sentiu que estava a ser dura consigo mesma e quem sabe a hipotecar um futuro. ─ Eu aceito a proposta. ─ Decidiu. ─ Tu és uma pessoa boa. Confio em ti.

Carlo se sentiu mal quando a viu descer, pois tinha-lhe omitido a verdade sobre ser a Saltzman por trás de tudo aquilo.

Dior tinha pensado toda semana nas palavras de Carlo, sobre Diego ser insensível e mal conseguira se concentrar noutras coisas. Era ridículo sentir aquele frio na barriga quando pensava naquele homem, ainda mais por ser uma pessoa tão ingrata e rude. Podia entender que tinha problemas em se expressar com filtros, mesmo assim não concordava que devesse sair por aí a atropelar pessoas verbalmente. Então por que razão tinha criado algum sentimento por ele? Podia jurar que não era nada em voz alta, mas por dentro não tinha como se enganar.

Pensava naquele beijo e se sentia mal por isso porque achava que alguém como ele deveria ser motivo apenas de desprezo, mas seu coração traidor lhe gritava completamente o contrário. Lhe deixando um mau-estar por não saber como gerir aquela situação.

─ Está tudo bem? ─ Trina perguntou ao ver a colega distraída em pensamentos num momento em que tinham o salão de festas a abarrotar por causa do evento do torneio de ténis.

─ Está sim. ─ Dior lavou o rosto devagar, tinha parado para respirar. Andar a recolher copos e limpar mesas e o chão sem parar estava a ser cansativo. Sempre tinha alguém que deixava cair alguma coisa ou que não se importava em deixar os copos espalhados por todos lados. ─ Já vou.

─ Queres descansar um pouco que eu te cubro? Me pareces pálida. ─ Trina tocou na testa da amiga e percebeu que estava gelada.

─ Estou bem.

─ Tens certeza?

Dior confirmou com a cabeça e viu a colega deixar o banheiro e deixá-la sozinha. Tinha muita vontade de vomitar e de meter a mão dentro do peito e arrancá-lo de lá dentro. Era um absurdo enorme senti-lo daquele jeito como se fosse de muito antes, mas tinha a certeza de nunca o ter visto antes. Por que lhe parecia tão familiar desde que o resgatou das águas?

Sacudiu a cabeça e respirou fundo antes de sair, ainda era cedo e a festa decorria com normalidade. Sentiu o telefone vibrar dentro do bolso e olhou para o número desconhecido.

─ Alô?

Boa noite, desculpe telefonar a esta hora. Estou a falar com a senhorita Brown?

─ Sim. Quem é?

É a senhorita Robinson, da Saltzman Corporate. Eu fiz a sua entrevista há uns meses atrás. Está lembrada?

Dior bufou e sentiu ainda mais vontade de vomitar.

─ Estou. ─ Foi curta e breve.

Eu estava de viagem, mas agora estou de volta e serei a nova vice-presidente da Saltzman Corporate. Sei que fomos injustos da outra vez, eu não tinha poder de transformar algumas coisas e agora tenho. Será que podíamos conversar?

─ Não acho uma boa ideia. ─ Não podia esquecer da dor que sentira ao sair daquele maldito lugar. ─ Ainda não fiz nenhuma cirurgia estética. ─ Ironizou.

Eu gostava de reparar esse erro e a senhorita Brown era a candidata ideal para trabalhar connosco. Peço que releve tudo o que aconteceu e que volte para ser contratada por mim. Não é fácil, mas acredito que na sua especialidade seja algo melhor para um crescimento futuro. Podemos começar de novo?

Dior sentia o orgulho em seu peito, mas quando olhou para o pano de limpeza nas mãos, compreendeu que não valeria de muito. Mordeu o lábio inferior, pensando na sua mãe e nos seus próprios sonhos. A mulher estava a contratá-la directamente.

─ Quando quer que eu vá? ─ Acabou por ceder e não sabia se iria se arrepender daquilo. Odiava a Saltzman, mas também odiava a vida que estava a ter.

Pode ser na segunda-feira logo pela manhã? Deixarei recomendações específicas para que seja encaminhada directamente para mim.

─ Está certo, senhorita Robinson. Tenha uma boa noite. ─ Se sentiu tão ingrata como aquele homem por não ter agradecido.

Uma boa noite. Até segunda-feira. ─ A mulher concluiu e desligou a chamada.

O peito de Dior se encheu e não soube se era de alegria ou outra coisa. Tanto ambicionara a Saltzman Corporate e agora lhe parecia algo tão sem valor. No entanto tinha a plena consciência de finalmente poder trabalhar na sua área e desenvolver uma carreira, para isso, precisava engolir o orgulho e pensar com a cabeça. Não queria passar o resto da vida em trabalhos como aquele em que estava agora.

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Oieeee. Olhem eu aqui de novo. E agora hum? O que será que acontece quando Dior descobrir que ele é um Saltzman? Ou antes disso? Uhauhauahua. Peçam spoiler para a Rosa.

Eu também disse que íamos falar da Dior, porque daqui para frente algumas coisas podem nos surpreender. Já expliquei a algumas leitoras, mas vou vos falar como vejo a relação de Diego e Dior. Ele é um idiota-chefe e ela é lutadora, mas tem algo que os conecta que nem eles sabem o que é. Desde o primeiro capítulo eu deixo pistas pequenas, queria que estivessem atentas a isso também, não só do carácter dele porque esse vai ser o mais difícil de ser trabalhado até então.

Essa história vai ser maior do que normalmente costumo escrever. Porque estamos em fases. Costumo dizer sempre, a relação de Diego e Dior é mais ou menos assim: Como em uma montanha russa, eles estão subindo cheios de nervosismo, emoção, expectativas. Um ódio por ter subido e uma felicidade por estar lá. Entendem? Isso é o que está acontecendo até agora.

Quando chegarmos no capítulo 17, eles estarão no topo. Lá em cima, parados, quietos. A observarem a vista incrível ao redor e empolgados com o que está por vir.

Depois disso virá a descida forte e impactante. E é aí que virá a bendita questão: "Irá o Amor vencer?" Então se preparem para viver fortes emoções, esta não vai ser uma história convencional.

Próximo capítulo vai pegar fogo!

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