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Oi meninas. Estou tão cansada. Hoje tive que escrever um capítulo bem difícil de Desprezível que acabou com todas as minhas forças, mas porque vocês são muito queridas e amorosas comigo, não podia deixar de postar.
Não consegui responder aos comentários de ontem porque estava a bugar, eu escrevia e depois dava errado. Afff, mas depois respondo. Amei ver tanta gente no Facebook, a fazer pedidos e a deixar mensagens. Em breve vai ter brincadeira nova, mas hoje estou acabada.
Beijos de amor.
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Os sapatos molharam com a água cheia de sabão, mas eles não se soltaram logo, completamente imersos na nova descoberta, Diego deixou escapar um gemido involuntário enquanto mordia devagar aquela boca carnuda e esquecia de tudo aquilo que tinha acreditado com veemência. Um formigueiro desceu por sua barriga, talvez pela possibilidade de serem apanhados a qualquer altura e só por isso finalmente a soltou, devagar, ainda a dar pequenos últimos beijos estalados nos lábios quentes.
Dior procurou todo ar do mundo quando sentiu o corpo quente se afastar do dela e seu peito subia e descia acelerado. Tinha perdido a noção do tempo e do lugar quando recebeu aquele beijo poderoso, nunca pensou que podia sentir uma explosão dentro de si igual àquela e por isso encarou os olhos que estavam cinzentos límpidos e brilhantes, por um tempo, antes de organizar as palavras em sua cabeça. As mãos tremiam e não conseguia decifrar o que podia ir na cabeça dele.
─ Por que fizeste isso? ─ Quis saber por fim a tentar não parecer mais abalada do que estava.
─ Para calar o barulho que fazes em mim. ─ Respondeu, estava um pouco indignado com a própria atitude. ─ Por que aceitaste?
─ Tu tens uma namorada. Não devias fazer uma coisa dessas! ─ Dior exclamou e puxou ar para seus pulmões, ainda conseguia sentir a textura dos lábios macios e da barba por fazer naquele rosto perfeito.
─ Não sabes nada sobre a minha vida para afirmar isso. ─ Pela primeira vez se sentiu mal ao pensar em Charmila.
─ Deixaste bem claro da vez que tivemos uma conversa sobre isso!
─ Não vim aqui para te beijar e nem para ter esse assunto. ─ Os olhos ficaram mais escuros, ainda com uma mão no bolso se sentiu ridículo pelo que tinha feito há minutos. Aquele não era um beijo que se dava a alguém só para calar a boca e muito menos isso era justificativa. ─ Preciso que pares de me atormentar.
─ Como?
─ Quero que aceites a proposta que tenho. Vou patrocinar a tua exposição de quadros. ─ Estava nervoso agora, principalmente porque os olhos teimavam em olhar para os lábios dela que eram bastante convidativos.
─ Como assim?
─ Fiquei a saber por alto que o teu quadro esteve na Vanessa Hodges. ─ Viu os olhos marrons o enfrentarem com astúcia. ─ As notícias correm.
─ Não podemos ficar pelo obrigado e fingir que nada aconteceu? ─ Era teimosa como nunca, apenas sentia o perigo dos seus tormentos vir como uma onda gigante pronta para destruir o que tinha pela frente. Sabia muito bem a resposta de ter cedido àquele beijo com tanta facilidade, o problema estava na forma como Diego parecia lidar com aquilo.
Ela fingiu que não tinha sido nada, o desafiou com o olhar numa clara afronta de quem não estava abalada.
─ Não. ─ Negou com um ar sério. Ainda custava a acreditar que tinha beijado aquela mulher. Parecia tão impossível quanto a alguma vez visitar o sol, queimava e seria desfeito em cinzas. Mas o pior era vê-la agir com tanta indiferença.
─ Posso pensar? ─ Sugeriu então e conseguiu disfarçar a vergonha do que tinha acontecido. Precisava de continuar a ser racional.
─ Pedirei a Carlo que entre em contacto. ─ Diego concluiu. Então era aquilo? Iria manter distância depois do vacilo que deu.
A porta se abriu de repente e Trina colocou a cabeça pela fresta. Primeiro arregalou os olhos ao ver o homem bonito a conversar com a colega, deixou os olhos varrerem o corpo dele e só então se dignou a falar.
─ Dior, está a escorrer água aqui para fora. ─ Alertou embora os olhos grandes estivessem curiosos. Se afastou quando viu ele dar as costas para a colega e caminhar na sua direcção, então abriu a porta e o deixou passar com um ar completamente fechado.
Quando ficaram sozinhas, Dior correu para pegar a vassoura e tentar conter a água antes que arranjasse algum problema, mesmo sabendo que nada seria mais grave que a multidão de sentimentos que corria por seu peito.
─ Quem diria que tu com essa cara de quem não sabe nada irias estar de conversa com um homem daqueles. ─ Trina ainda virou a cabeça para trás a tempo de vê-lo sair, depois voltou o olhar para a outra.
─ Ele só queria uma informação. ─ Mentiu descaradamente e começou a limpar com força como se pudesse extravasar suas inquietações com aquele acto.
─ Sei. ─ Trina deixou suas dúvidas pelo ar.
∞
Carlo estava sem falas quando acabou de escutar o que o amigo lhe contava. Os dois estavam a caminho de um restaurante que ficava dentro de um navio de luxo por cima do mar.
─ Eu não sei o que me deu na cabeça naquele momento, Carlo. ─ Estava exasperado, ainda incomodado pela atitude que tivera com Dior. Parecia agora algo tão distante que nem fazia sentido de ter acontecido.
─ Ou o que não deu. ─ O segurança estava taciturno e de olhos atentos no movimento da estrada, não olhou para o amigo para evitar ter de o censurar. Não gostava daquele tipo de situações e não ia disfarçar.
─ Num momento estávamos a ter uma de nossas conversas acirradas e no outro eu a tomei para os meus braços. Ela não é o tipo de mulher que beijaria e por isso nem consigo compreender a razão de ter feito aquilo. ─ Diego trajava um terno preto e uma camisa quase marrom. Tinha se lembrado bem daqueles olhos que o assombravam.
─ Ficaste inquieto pelo que eu te disse sobre gratidão, só não pensei que isso iria confundir a tua cabeça. É verdade que tem a parte boa em que deixaste o preconceito de lado, mas...
─ Continuo a não confiar em negros, Carlo. Sabes bem o por quê! ─ Passou a mão pela barba aparada e viu quando o carro foi parado na cancela de entrada do porto. Do lado esquerdo perto de uma rotunda tinha uma incrível e antiga estação de comboios, mas nem a estrutura que muito apreciava serviu para acalmar seu âmago. ─ Só queria que aceitasse o maldito dinheiro e pronto.
O segurança mostrou a identificação aos guardas do posto de entrada e então dirigiu devagar pelo limite de velocidade exigido ali dentro, seguindo o asfalto em direcção ao restaurante.
─ Não era preciso um beijo para isso. ─ Acabou por dizer.
─ Eu sei que não! ─ Saltzman ficou irritado. ─ Eu nunca teria nada com alguém como ela.
─ Então não precisas ficar assim, foi só um beijo. ─ Não era algo que diria, porém não queria que o amigo chegasse atordoado ao jantar com Charmila. Mesmo que não tivesse lhe dito o propósito imaginava que seria algo importante. ─ Eu não sou a pessoa certa para te aconselhar.
─ E por que não? És meu único amigo.
─ Sabes o quanto abomino certas coisas e tenho um carinho especial por Charmila. Penso que deverias contar isso que aconteceu.
─ E a magoar? Não seria justo.
─ Sei que podes ser uma pessoa fria, mas falso nunca. O que fizeste foi uma traição. ─ Acusou sem rodeios e desta vez o olhou de esguelha.
─ Não a traí. Eu e Charmila não temos nenhuma relação definida.
Carlo parou o carro em frente a rampa que levava às escadas do grande navio cheio de luzes e iluminado pela lua. Arregaçou as mangas da blusa preta.
─ Se ela beijasse outro, como ficarias? ─ Indagou num tom sério. ─ E já pensaste que podes ter dado alguma esperança para a Dior? Por mais pequena que seja? As mulheres conquistam-se num beijo.
─ É por isso que a Vanessa te fugiu a sete pés. ─ Foi rude e abriu a porta. ─ A Dior não é burra, sabe bem que sou algo que nunca alcançaria.
─ Não digas nunca. ─ Fechou o semblante, não gostava quando ouvia aquelas coisas vindas do amigo. ─ Se bem me lembro há bem pouco tempo não te importavas em estar agradecido.
Diego bufou e saiu do carro, impaciente.
─ Se ela não aceitar o que lhe propus então deixarei assim. Não a pretendo ver mais. Já foi longe demais.
─ E se aceitar?
─ Então é aí que entras tu. ─ Fechou a porta e saiu a andar, sentiu a brisa que parecia soprar mais ali do que em qualquer outro lugar. Arranjou os botões de punho dourados e passou o dedo polegar por cima do anelar, sentindo falta do anel de sua família. Desde o acidente e com a possibilidade de o perder, o tinha guardado em seu cofre, pois era muito pessoal para correr riscos daquele tipo.
Subiu a rampa e depois as escadas, avistou o mar bravio e escuro lá em baixo e não deixou de sentir um arrepio na espinha. A imagem do seu corpo a cair ainda era nítida, então coçou o peito onde a bala o tinha queimado e, por sorte não o perfurou. Ao chegar no convés principal foi logo encaminhado pelo chefe de sala que o levou para o grande salão cheio de mesas e de pessoas que comiam, bebiam enquanto conversavam e escutavam o som do violino.
Se arrependeu de não ter trazido flores ao ver Charmila tão bela sentada na mesa redonda coberta por tecido acetinado e com loiça de porcelana. Uma garrafa de vinho de reserva estava apoiada num tripé ao lado e ela usava um vestido cor de salmão que muito bem casava com a pele rosada. Os cabelos loiros estavam num penteado novo que lhe valorizava o rosto e ela sorriu assim que o viu.
─ Desculpa-me pela demora. ─ Pediu e tomou os lábios dela para os seus, num carinho rápido e aconchegante. Depois se sentou na cadeira em frente e passou a mão pelos cabelos que mesmo dispersos pelo vento continuavam a deixar-lhe atraente.
─ Também acabei de chegar. ─ Sorriu e quando lhes serviram vinho, brindaram e beberam para se refrescar. Ela estava ansiosa e não conseguia deixar as mãos quietas. Ora as colocava no colo e depois em cima da mesa. Tinha feito as unhas especialmente para a ocasião.
Diego observou o menu e pediu algumas entradas em toda sua elegância. Não queria apressar as coisas, precisava de tempo para conversar com ela. Se estenderam em trivialidades apenas para fazer o diálogo correr, até que ele adentrou no ponto que pretendia chegar.
─ Com tantas coisas que tem acontecido, sei que muitas delas são graças a ti que sempre estás ao meu lado. Foste uma das melhores coisas que me aconteceu nestes últimos tempos e posso contar contigo para o que der e vier. ─ Ele esticou a mão grande para segurar a dela, podia sentir o quanto estava gelada. ─ Podes não acreditar, mas és muito importante para mim.
─ Tu também és, Diego. Muito. ─ Os olhos dela tremelicavam sem parar. Os lábios pintados de um batom suave se entreabriram quando viram a outra mão dele vasculhar o interior do casaco preto e tirar de lá uma caixinha pequena de vermelho veludo.
─ É um passo muito grande. Espero que estejas preparada e que isso te faça entender o quanto confio em ti e és de minha maior relevância. ─ Estendeu a caixinha para ela.
─ Oh, meu Deus! Eu aceito, Diego. Aceito. ─ Quase gritou, mas se conteve e sentiu lágrimas beirarem seus olhos. Não queria estragar a maquilhagem discreta.
─ Aceitas? ─ Ele sorriu e se espantou.
Charmila tinha as mãos a tremer quando segurou na caixinha e a abriu. Então o sorriso morreu e deu lugar a uma expressão confusa.
─ Brincos? ─ Olhou para as duas peças em forma de gota brilhante feitas de um diamante muito bem trabalhados ao detalhe.
─ São da SINCLAIR. Edição exclusiva. ─ Garantiu. ─ Não gostaste?
─ Gostei... ─ Ainda não conseguia compreender.
─ Quero que sejas a Vice-Presidente da Saltzman Corporate. Não esperava que fosses aceitar assim, já sabias?
─ Vice-Presidente? ─ A respiração dela estava aflita.
─ Também escolhi um destino paradisíaco para ires passar uma semana. Precisas relaxar e voltar nova para o novo cargo. Um dos mais importantes a seguir ao meu. ─ Diego estava eufórico com aquilo e por isso não compreendia o semblante aturdido dela. Será que pensava que não seria capaz?
─ Viagem? Sozinha? ─ Charmila tinha parado de pensar. Sentia como se uma estaca pesada estivesse presa no peito. Quando segurou a taça a mão tremia sem parar e bebeu o vinho para aliviar a garganta seca.
─ Eu estive distante uns tempos por conta do assalto e preciso compensar. Tu estiveste sempre lá. É mais do que merecido! ─ Chamou o servente e pediu champanhe para brindar.
Quando as comidas chegaram, ela não conseguia tocar em nada. Não que a posição oferecida não fosse importante, mas não era aquilo que estava a espera. Esmoreceu e nem conseguiu disfarçar.
─ Também preciso te contar algo. ─ Diego ficou sério de repente a sentir o peso do que iria falar. ─ Beijei uma pessoa, mas juro que foi impensado e sem sentimentos.
─ Como ousas? ─ Charmila amarrou o cenho e sentiu falta de ar. Já não bastasse a decepção que sentia, ainda tinha de ouvir aquilo? Pestanejou para segurar as lágrimas.
─ Eu sei que estamos juntos, mas nunca nos firmamos como namorados. Ainda assim acho justo que saibas que não voltarei a repetir. Não posso ser falso contigo porque me importo. ─ Ficou preocupado com a reação espelhada naquele rosto feminino. ─ Foi idiotice da minha parte.
─ Eu é que sou a idiota aqui! ─ Uma lágrima escorreu dos olhos dela e Diego não compreendeu.
─ Charmila...
─ Vives comigo para cima e para baixo, dormimos juntos e frequentamos eventos sociais. Faço tudo o que posso pelo teu bem-estar e não achas que mereço mais do que tu te importares? ─ Falou mais alto do que gostaria e se levantou da mesa a carregar a pequena bolsa e o écharpe. ─ Vou querer um tempo até que decidas quais são as tuas reais pretensões para comigo.
Saltzman quis refutar, mas já ela saía apressada para fora dali.
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Espero que gostem, queria conversar um pouquinho sobre a história, mas estou mesmo cansada. Desculpem.
Adoro todas vocês. Até amanhã... Talvez.
S2
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