Luna Stuart

Aos olhos do meu patrão a minha defesa foi um total disparate com o cliente ainda sentado na mesa, a cada passo ao seu encontro meu medo de ser demitida fica maior, mas eu jamais iria deixa-lo falar comigo naquele tom, uma coisa que aprendi foi sempre me defender de pessoas abusadas, como foi o caso daquele velho asqueroso.

_ O que significou aquela cena Luna? _ Diz entre dentes.

_ Eu não iria deixa-lo me tratar daquela forma, eu trabalho como garçonete e não como prostituta. _ Respondo colocando a bandeja no balcão.

_ Você realmente é uma poltra indomada menina, mas um dia terei o prazer de doma-la. _ Diz malicioso.

_ Nem por cima do meu cadáver. _ Lhe respondo e caminho fervendo de raiva atender outra mesa, enquanto isso ele vai se desculpar com o cliente pelo meu " Temperamento".

Esse velho não tem senso ao ridículo, faz o que quer quando a mulher não está por perto, e sobra para mim que tanto preciso desse emprego, afinal a faculdade não se pagará sozinha. Atendo a próxima mesa e assim se passa duas longas horas do meu dia, já não aguentava mais ficar em pé, mas com o nojento do meu chefe na área, não teria descanso tão cedo.

Aos poucos o local vai ficando vazio e assim chega a bendita hora de finalmente fechar. Tranco tudo com o Toni e caminhamos até o ponto de ônibus, conto a ele o que se passou hoje mais cedo, e o mesmo fica indignado.

_ Não acredito que em pelo século 21 as mulheres ainda são tratadas assim, é uma hora dessas que me envergonho de ser homem. Eu te peço perdão Lu, se eu tivesse lá ele iria ouvir poucas e boas. _ Diz enquanto caminhamos lado a lado.

_ Não tenho o que te desculpar, a culpa foi dele... Mas se você intervisse  seríamos dois desempregados nesse exato momento. _ Comento e ele rir. _ Não se preocupe comigo Toni, sei me defender, mas obrigado mesmo assim. _ Falo lhe agradecendo pelo gesto.

Ele sempre me acompanha até o ponto de ônibus e depois cruza a rua e vai para casa. Normalmente o ônibus não demora a chegar e o local é sempre muito tranquilo.

_ Não quer que eu fique com você? _ Ele se oferece.

_ Não se preocupe eu ficarei bem, daqui a pouco isso aqui enche de gente. _ Comento e ele sorri amigável.

_ Você tem certeza? _ Pergunta preocupado.

_ Tenho sim, pode ir, sei que você tem semestre atrasado no cursinho. _ Falo e ele sorri cruzando os braços.

_ Esta me stalkeando senhorita Stuart? _ Diz apertando os olhos.

_ Nunca meu caro. _ Respondo sorrindo e assim nos despedimos.

Sento no banco a espera do ônibus e essa demora me deixa agitada, balanço os meus pés para ver se as horas passa e nada, mas o meu coração gela ao ver um carro ser parado bem a minha frente.
Vidros totalmente fume que logo é abaixado dando lugar ao mesmo velho de hoje cedo, meu coração gela e ele me chama com os dedos para me aproximar.
Lógico que não iria me aproximar, não sou doida.

_ O que um bombom desse faz fora da caixa? _ Me canta.

Se controla Luna; penso apertando a alça da mochila.

_ Ficou muda meu bem, o gato comeu a sua língua? _ Diz e sinto seu olhar em mim.

Eu por outro lado não lhe dou ousadia sequer, viro a cabeça para o outro lado e o deixo falar sozinho. Até que algo me surpreende escuto um movimento dentro do carro e logo depois o escuto falar um " Peguem ela", assustada por não ter ninguém por perto, não penso duas vezes e saio correndo dali.

Pestes a passar para o outro lado da rua não me importo com o sinal, mas na real quem se importaria? Só cair em mim quando vejo uma luz forte vindo em minha direção e um grito agudo escapa dos meus lábios. O carro para a poucos centímetros de mim e naquele momento percebo que estaria salva ou totalmente perdida.

_ Você está louca garota, quer morrer é? Olha para a droga do sinal porra. _ Grita o homem saindo do carro, não consigo ver o seu rosto, até que o mesmo abaixa o farol do carro.

Uau! Foi a primeira coisa a se passar em minha cabeça. Ele é lindo, possui cabelos pretos, barba media e um corpo na proporção certa, pelo menos é o de se imaginar.

_ Saia da minha frente sua maluca. _ Diz e naquela hora a minha ficha finalmente caiu.

Estava sendo perseguida e aquele homem poderia ser a minha chance ou não de escapar.

_ Moço por favor me ajuda, tem uns caras ali que queriam me sequestrar. _ Lhe peço ajuda com os olhos querendo lacrimejar.

_Onde eles estão? _ Pergunta e lhe aponto aonde o carro estava. _ Não há nada ali. _ Diz grosso.

_ Moço por favor, para que eu iria mentir? _ Falo e sinto as lágrimas molharem a minha bochecha.

Ele me olha por alguns segundos e solta o ar pela boca.

_ Tudo bem, tudo bem, não precisa chorar. Olha para mim, eles já foram. _ Diz. _ Pode voltar e esperar o seu ônibus em paz. _ Diz ele quase entrando no carro.

_ Moço espera, não me deixe aqui sozinha. _ Lhe peço e ele volta a respirar profundamente. _ Sabe quantas mulheres são mortas e estrupada? São muitas, não me deixe aqui para ser a próxima. _ Peço e ele volta a me encarar sem qualquer paciência.

_ Quer que eu ligue para a polícia? _ Pergunta mesmo sem vontade.

_ Não por favor, eu só quero ir para casa e esquecer esse dia. _ Falo chorosa.

_ E o que você quer que eu faça? _ Diz grosso.

_ Você poderia esperar o ônibus comigo. _ Peço para ele que aparentemente parece ser uma boa pessoa.

_ Sem chance, aqui não tem lugar de estacionar e eu estou com pressa. _ Explica e um carro buzina atrás do dele.

_ Mas moço. _ Sou interrompida por ele.

_ Entra vai, eu te levo para casa. _ Diz mesmo sem vontade.

_ Mas o melhor é eu esperar o ônibus mesmo, eu nem te conheço. _ Desconfio.

_ Meu nome é Pietro, muito prazer. Agora você quer entrar nesse carro ou ficar ai e esperar que os bandidos voltem? ... Me parece que o ônibus vai demorar. _ Diz me encarando e o carro atrás do dele volta a buzinar.

_ Tudo bem, eu vou. _ Falo olhando para todos os lados e assim entro no carro daquele desconhecido.

Se eu fiz merda por isso? Não sei. Se posso me arrepender? Muito provavelmente, mas agora é só ir pedindo aos céus que eu chegue em casa bem e que nunca mais pegue carona de um desconhecido, mesmo que esse desconhecido "salvou" a sua vida minutos mais cedo.

CONTINUA...

Oi pessoal! tudo bem com vocês? Espero que sim.

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Agradeço a Deus e a todos vocês, até o próximo capitulo.

Goodbye. 👋👋👋