3.Agindo por Instinto


Instintos não passam de desejos reprimidos, a questão é o que fazer quando não se sabe lidar com eles?

Davina acordou um pouco cansada, ainda estava tonta e com os reflexos meio turvos quando observou ao redor o quarto em tons escuros com a única lâmpada proveniente de um abajour, o tapete contrastando com a tonalidade dos lençóis no canto direito uma cômoda junto a uma escrivanha e uma pilha de livros ao redor e bastou que ela respirasse fundo para sentir o cheiro de seu alfa.

—Deus... — A tontura rápida a acometeu assim como as pernas tremendo pelo cheiro intenso que fazia com que quisesse se afundar na cama e permanecer ali.

A porta foi aberta lentamente e ela piscou diversas vezes, observando desde os sapatos até a ponta dos dedos tatuados e de imediato se levantou, sentindo o corpo doer.

—Não precisa desse esforço. – Law afirmou deixando-a um pouco constrangida por sempre ser tão bruto.

—Eu não sei como vim parar aqui, perdão eu vou sair. – Tentou dar um passo sentindo os tornozelos ainda doloridos e ele tratou de pegá-la e colocou de volta na cama.

—Você torceu um deles, uma das costelas quebradas e alguns hematomas pelo corpo, tudo já foi tratado então fique de repouso se não quiser causar problemas.

Ela desviou o olhar e ele fez o mesmo coçando a nuca. No coração magoado da garota aquelas palavras martelariam por um bom tempo.

—Eu vou agradecer ao doutor que me ajudou. Kid disse que...

— Não importa o que ele falou! Ninguém tocou um dedo sequer em você e nunca tocará entendeu? – Ela o encarou por um minuto antes de desviar o olhar sem responder o que fez com que um pequeno rosnado escapasse da garganta dele.

A mente confusa de Davina continuou a compreender a situação: o alfa que tanto a repudiava, que afirmava em todos os níveis que ela era um problema havia cuidado de seus ferimentos? Por que ele se daria o trabalho se nem haviam firmado a ligação? Como se precisasse não é mesmo? O Imprinting por si só trabalha sozinho.

"Ele cuidou de mim... É claro que cuidou, ainda é um alfa com instinto superior, mesmo que me odeie." Ela pensou ainda retraída.

—Obrigada. Assim que eu melhorar limparei qualquer vestígio de que estive aqui. – Afirmou um pouco confiante o que levou Trafalgar a erguer a sobrancelha se sentindo menosprezado. Como ela ousava agir assim diante dele? E por que estava tão irritado pelo mero desprezo.

A resposta é simples ele não gostou de ser recusado por aquele que deveria proteger, havia falhado e a sensação de frustração, mesmo que contra vontade o deixava extremamente irritado.

—Deite e vá dormir ou precisa de alguma coisa? – Tentou driblar as palavras dela de sua forma brusca. No fundo Law não queria se apegar a ninguém, sentia no fundo da sua alma que assim como sua família e Corazón, Davina também partiria.

—Na verdade estou com um pouco de fome, desculpe, eu preciso ir ao banheiro. – Ela se curvou em respeito ficando de pé e se equilibrando, chegando a dar no máximo dois passos, pois, no instante seguinte arfou sentindo o toque no braço direito e a mão firme na cintura coberta.

— Vou levá-la até lá, use o do meu quarto.

—Não precisa. – A vergonha praticamente a afogando conforme tentava não o encarar.

—Será mais fácil. – Law colocou-a sentada no vaso e deu privacidade fechando a porta, Davina respirou pesado estava tão chateada e se sentindo diminuída, como um filhote e para completar a cabeça e o coração não estavam conversando da forma que deveriam. Sentia tanta raiva e ao mesmo tempo tanta tristeza, mas não poderia se dar por vencida.

Já havia decidido o que faria então é só questão de tempo até melhorar e poder finalmente ir embora do submarino. Não incomodaria mais ninguém e não seria um problema.

Após as higienes, tomou um banho e se secou com a toalha dobrada sobre a bancada. Davina bateu na porta e pediu para que ele não entrasse.

—Poderia pegar alguma roupa para mim? Não tem nada meu aqui. – Ela sussurrou envergonhada e a porta foi aberta de leve, uma camisa lhe foi entregue junto a uma cueca ambas peças limpas e bem dobradas.

—Vista. – Law aguardou e quando ela acabou, ele respirou pesado sabendo que teria de ajudá-la. O verdadeiro problema se deu quando a porta abriu. Ver Davina puxando a camisa para esconder as coxas roliças, Trafalgar jamais negaria que a ômega é bonita, uma mulher com traços doces e delicados como característica da espécie, seus cabelos são ondulados e loiros indo até a cintura, o topo de seus fios é de um castanho tão intenso que chega a criar dúvidas com o ébano, o tom de sua pele negra é bem mais escura do que a Doflamingo mais não chega a ser tantos tons a frente, muitos a chamariam de parda e obviamente que ela puxou a mãe. Davina chamava atenção pelo humor, pela boa aparência e agora que Law pode ver melhor pelo corpo, coxas firmes e grandes assim como o belo conjunto de seios firmes e pequenos, cintura curva o suficiente para que deslizasse as mãos e as apertasse com gosto e a bunda... A essa ele preferia não pensar, não queria despertar interesses por ela.

— Me disseram que você adoraria uma sopa. – Afirmou desviando o olhar das pernas dela ao ajudá-la a se sentar na cadeira do quarto.

— Eu como qualquer coisa, mas realmente gosto de sopas. São nutritivas, muito obrigada pela comida.

Law percebeu que Davina além de se ponderar para falar com ele, não fazia questão de puxar assunto e talvez fosse por conta do tratamento áspero. A refeição ocorreu em silêncio conforme era observada, um pouco constrangedor, mas para ele necessário e quando ela acabou, Trafalgar não disse nada, apenas se retirou do local levando consigo os pratos.

Ao voltar a mulher se encontrava ajeitando as almofadas no pequeno sofá e já deitada e coberta.

— O que pensa que está fazendo?

— Hum? – De imediato não compreendeu e então imaginou que se tratava das roupas de cama e travesseiros pelo local. – Sei que não deveria ter mexido, peço desculpas por isso, amanhã arrumarei tudo.

"Essa ômega é muito... O que eu faço com você Davina?" Law comprimiu os punhos enquanto pensava e seguia para o banheiro, onde tirou as roupas bruscamente e entrou debaixo do chuveiro frio.

"O cheiro dela está mais forte, será que está perto do cio? Merda eu não posso nem perguntar a respeito por que não temos um bom convívio. Independente disso eu preciso saber." Após colocar a cabeça no lugar, Law retornou para o quarto descamisado e vestindo apenas uma calça de tecido escuro que se prendia abaixo da sua linha em V do abdômen. Davina sentiu o coração disparar mas fingiu dormir conforme ele passou por ela.

Trafalgar sentia que a ômega estava acordada e o desejando, mas ignorou, arrumou algumas coisas e quando sentiu o cheiro intenso dela as presas reluziram, a contragosto se aproximou se inclinando e pegando-a nos braços.

—Pare de fingir, dormirá comigo essa noite. — O coração dela disparou ao sentir a maciez da cama e de modo automático seguiu para mais perto possível da parede assim ficaria longe do corpo de Law e não o incomodaria.

"Ela está me rejeitando?" O alfa interior insistia em demonstrar mais, principalmente quando se deitou, era como estar envolta dela se afundando no perfume mais cítrico e doce que logo dominaria seu ser. Com as mãos no quadril de Davina, Law a guiou para que se deitasse bem próxima ficando com o corpo colado no dele, algumas mechas caiam pelo ombro e ele as recolheu afastando e respirando pesado naquele lugar, a pele dela se arrepiou por completo e com cuidado afastou minimamente a gola da camisa para que os dedos rosassem no pescoço, estava atônito pelo próprios movimentos sem saber que o coração dela estava em pane.

— Se vai me mandar embora, por favor não me toque desse jeito. Eu sei que pelo destino eu sou sua, mas eu ainda sou um ser humano com sentimentos. – Tudo foi dito em um sussurro e de olhos fechados para que ele não visse que as lágrimas já caiam de sua face. Quando se é condicionada a mesma situação diariamente, fica difícil de acreditar que coisas boas e simples, como por exemplo, carinho, possam ocorrer e até aquele momento Law não tinha se dado conta do tamanho da dor que a atingiu, sendo sempre rejeitada e maltratada por ele.

Não é como se não soubesse que suas ações eram péssimas e dignas de um grandessíssimo desgraçado, porém, Davina nunca deixou claro o quanto isso a afetou. Por um momento ele quis sair, quis afastar o corpo do dela e ir embora, mas não tinha controle sobre si, não naquele momento— não depois do que ouviu.

Afastando os dedos minimamente da pele macia, Law apertou o corpo com carinho tomando cuidado com as partes que tratou e apoiou o queixo na cabeça dela e encarando a escotilha que somente tinha o fundo do mar como pintura em oscilação, o cirurgião se deixou levar.

—Durma Davina, amanhã teremos muito o que conversar. — Se a ideia dele era tranquilizá-la havia falhado, pois, o corpo de Davina estava tão tenso que seria impossível de relaxar.

[...]

Eram exatas três e meia da manhã, quando nenhum dois dos estava aguentando mais, o ambiente parecia três vezes mais quente, corpos suados e pupilas dilatadas como se uma droga houvesse adentrado o sistema nervoso.

Trafalgar foi o primeiro a abrir os olhos e encarar o rosto dela, o semblante doce, sendo perceptível pela luz do abajur e as bochechas em tom de rubro adorável e quase febril por conta do cio.

— Law... -- Davina sussurrou, cada palavra dela rugia em seu peito, implorando para que fizesse a coisa certa e ainda assim ele negava a escutar seus próprios instintos, mas quando ela ameaçou se levantar ele nem deu por si, se pondo sobre ela e apoiando os cotovelos ao redor da cabeça. Os olhos brilhantes da ômega encontraram os dele que deixou parte do peso recair sobre o corpo dela com bastante cuidado.

— Eu preciso que fique calma ou agirei conforme meus instintos mandam. Ainda assim eu vou te aliviar dessa tensão infernal. – Roçou os lábios nos dela sem desviar o olhar.

-- Law eu não consigo mais... -- Ela sussurrou.

-- Eu sei – A mão dele se apressou em erguer a camisa. – Quando vem o seu cio?

-- H-h-oje. C-começa hoje. – Tremeu pelo contato e ele sorriu com malícia. Para Davina esse era o sorriso mais belo que já havia visto.

-- Então é por isso que está desse jeito. – Os dedos foram de encontro a coxa nua apertando a lateral da cintura antes de segurar na peça íntima e ser impedido por ela.

-- Não vou fazer nada que não queira Davina, só preciso aliviar o seu tesão do contrário nós dois teremos problemas. -- Apesar de incerta ela assentiu e aos poucos sentiu quando Law passou a observar o tecido desviando de suas coxas até estar no chão e então se ajeitou na ponta da cama. – Abra. – O timbre de voz estava denso mas não chegava a ser uma ordem e a ômega chegou a tremer mais, só que agora era de expectativa. Aos poucos Davina foi abrindo as pernas e as presas de Law reluziram como se pedissem para cravar no meio das coxas, o cheiro forte dos feromônios estava por todo lugar mas ele não ligou, apenas segurou firme nas coxas e passou a língua na buceta de cima abaixo. Law não seria carinhoso, ou sequer levaria em conta que talvez a garota quisesse ser tratada assim.

Intenso, quente e até mesmo insano, seriam as palavras corretas para definir o que Law fazia, cada passada de língua causava um novo arrepio no corpo feminino, quando abriu os grandes lábios utilizando a língua e sugou as beiradas ela gemeu, estava escorrendo tanto que o alfa não via a hora de mergulha profundamente, queria sentir as coxas se fechando ao redor da cabeça e assim rodeou a entrada com a língua antes de voltar a fazer pressão no ponto mais intenso, a boca de Law estava tão macia conforme a levava ao delírio os gemidos altos ecoando pelo quarto e as pulsações cada vez mais intensas, e quando se derramou afundou os dedos nos cabelos dele gritando.

Se existia uma fonte da qual Trafalgar não se importaria de beber, era essa. Davina é uma delícia da qual ele poderia facilmente se acostumar  e agora estava louco para fazê-la gozar de novo e de novo, a respiração dela estava desregulada quando Law deixou um beijo no topo da vulva e se ergueu lentamente dando a ela a melhor das visões, a barba brilhava indicando que seus fluidos ainda estavam ali o dedão foi passado pelo queixo ele chupou.

-- Você é tão doce quanto imaginei. -- Afirmou se deitando ao lado dela e por alguns segundos a respiração de Davina acalmou dando espaço aos pensamentos:

"Ele pensou em mim dessa forma?" O pensamento ecoou e ela balançou a cabeça envergonhada.

— Se quiser ou precisar de mais, não hesite em me chamar.

Naquele momento Law se levantou da cama e seguiu até a porta, vestindo o sobretudo usual e a boina, desviou o olhar mais uma vez para ela que permaneceu confusa.

— Creio que agora vá conseguir dormir.

O baque mudo da porta não chamou atenção e sim a situação.

Ainda assim eu vou te aliviar dessa tensão infernal — A frase dele ecoou pela mente dela que se cobriu e desviou o olhar para a escotilha observando os peixes se afastarem conforme o submarino avançava.

— É claro que ele só queria resolver essa pendência, Davina sua burra. Por que você não negou? -- As lágrimas já rolavam pelos olhos. — Eu sou só um problema para ele, não devo esperar mais do que isso.

Apesar do coração ermo, Davina prometeu não se iludir e com o tempo veio a adormecer, enquanto Law, na sala do capitão só conseguiu pegar no sono após se aliviar pensando nela.

"Esse Instinto é uma merda." Trafalgar sussurrou e em breve entenderia que o Karma também, pois, no dia seguinte Davina voltou para o próprio quarto, mas não sem antes deixar uma carta.

Muito obrigada por tudo capitão Law,
Eu tomei a liberdade de por os lençóis na
Máquina e trocar por limpos assim você não precisará lidar comigo e sobre ontem,
Saiba que vou manter o meu cio sob controle e não irei lhe incomodar.

Obrigada, com respeito, Davina.


As mãos dele amaçavam o papel e mesmo que não tivesse o direito, assim que possível tiraria satisfações.


💛

Quando isso aqui explodir os problemas começam... O próximo sai na quinta ou na sexta que vem.

E quando essa aqui acabar trago a do Doffy ou a do Katakuri <3 

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