*Bônus - 2151
Ethan. 2145
- Cadê você tio Anton? Você já deveria estar aqui.
Meu pé chacoalhava freneticamente causando um barulho irritante no atrito com o chão.
Isso não pode estar acontecendo ele não pode ter ido em uma missão suicida. "Mas porque se despediu daquela forma?" Ele me conhece, sabe que não vou deixar que fique para trás.
"Chega de esperar. Tenho que agir!"
Levantei da pedra que estava sentado e comecei a correm na direção que titio deveria ter voltado. Sem nem olhar para nada apenas corria o mais rápido que meu corpo aguentava.
Alguns destroços brilhavam com a pouca luz refletindo nele, me aproximei analisando a área, são partes do foguete. Partes que realmente deveriam cair apartir de uma determinada altura. "Tio Anton conseguiu! Mas cadê ele?"
A imagem do SORG vibrou em minha mente. "Será possível que ele foi pego? Então aquele soldado não era um desertor." Ele estava procurando por resistentes ao poder. O barulho deve ter atraído ele até ali.
"Não pode ser. Preciso resgatar titio."
"Ele vai ficar uma fera comigo." Deveria fazer o que ele me mandou, mas prefiro ele bravo, mas vivo do que feliz e morto, só de pensar nisso meu corpo protestou em aversão.
"Não posso permitir que isso aconteça!" Girei 180° e voltei a correr em direção ao castelo, quanto antes eu chegar menos ele vai sofrer.
Minhas pernas queriam descanso, descanso que eu não podia e não iria ter. Assim que os paredões começaram a aparecer diminui o ritmo e me mantive nas sombras. Uma abertura isolada chamou minha atenção, passando por ali pude ver que era um caminho direto para dentro.
"Porquê aquilo estava aberto? Será que tinham saído em patrulha e logo voltariam?"
Poderia ser! Voltei a correr sempre que tinha a oportunidade. "Estou em território inimigo preciso ficar alerta."
Alguns guardas bloquearam a passagem de uma porta. "Onde há guardas há pessoas importantes."
Atirei pedras do vaso próximo em suas cabeças, eles caíram sem nem me ver. "Vamos lá!" Coloquei as duas mãos na porta e empurrei com força.
- Mas o que está acontecendo aqui? - O homem que aparentava ser o rei perguntou.
- Eu quero meu tio de volta! - Não contive minha raiva, não tinha o porquê fazer isso.
- Não sei do que está falando. - "Claro que não, assim como não sou um rebelde."
- Não venha com essa! Conheci muitas pessoas como você. Conheço bem esse jogo. - se ele não falasse por bem, o faria falar.
O homem colocou a mão sobre a cabeça como se sentisse dor. "Isso pode ser um truque. Não caia nele."
- Papai você está bem? Do que ele está falando? - a garota próxima a ele entrou em desespero. - Morgana me ajude! - ela praticamente gritava pela outra.
"Isso não pode ser encenação."
- Maravilha! Já estão morrendo! - olhei para a porta atrás da outra garota que estava imóvel. "Isso é um ataque!"
- O que? Do que ele está falando Morgana? - A garota de vestido rosa claro parecia não saber de nada.
- Se você fosse ao menos coordenada e tivesse tomado aquele vinho nada disso estaria acontecendo, você estaria morrendo assim como Mychel nosso querido pai e eu seria dona disso tudo. Mas não se preocupe que isso ainda vai acontecer e vocês vão se juntar com a mamãe, o vovô e a vovó. - ela planejou matar o pai e a irmã." Que tipo de pessoa faz isso com a própria família?"
- Porque está fazendo isso? Nunca fizemos nada pra você, sempre cuidamos e paparicamos você. - talvez o erro foi esse.
- Cala a boca! Deixa de ser patética ao menos uma vez. - A tal Morgana praticamente cuspiu as palavras na outra - Otto pegue esse imprestável que estragou tudo. - levantei a sobrancelha. "Duvido muito!"
O homem se aproximou desferido varios golpes ágeis, mas não o suficiente. Bati o pé em seu peito para que se afastasse e então em um golpe preciso soquei seu rosto. O homem caiu inerte, levantei a cabeça a ponto de ver a de rosa desferindo um tapa na de azul.
A garota ainda segurando o rosto jogou uma taça de suco na outra e saiu correndo.
- Eu quero meu tio de volta! - repeti dessa vez mais calmo.
- Eu juro que não sei do que você está falando. - ela me olhou chorosa - Minha família acaba de ser destruída pela minha própria irmã, vou ajudar você a recuperar a sua, só me dá um tempo.
- Não posso te dar tempo nenhum, enquanto estamos aqui meu tio deve estar sendo torturado. Somos rebeldes contra a coroa e todo esse governo opressor. Não somos ouvidos, somos punidos.
Seus olhos arregalavam cada vez mais.
- Mas papai acabou com isso, estamos erguendo a paz.
- Não é o que tenho visto! - presenciei muitos ataques enquanto me escondia nas sombras, tantos quantos consegui evitar.
- Morgana! Isso deve ter sido tudo obra dela. - A garota passou um pano em seu rosto se livrando do líquido pegajoso. - Venha comigo! - jogou o pano na mesa e saiu andando.
- Espera! - levantei o homem do chão e coloquei sentado amarrando suas pernas e braços na cadeira. - Agora podemos ir.
Ela andava depressa pelos corredores, o salto de seus sapatos estalando a cada passada. Estávamos seguindo o lado isolado do Castelo, meu coração acelerou sai correndo passando por ela. "Não pode ser. Isso não pode acontecer!"
Homens barravam a passagem, levantei uma pilastra me atirando para o alto, várias outras do outro lado para que eu pudesse descer. Meus olhos cravados na imagem a frente.
Acertei os dois que estavam ali e coloquei minhas mãos no rosto ensanguentado dele.
- Não titio, porque você fez isso comigo? Você não pode me deixar. - ele tentou abrir minimamente seus olhos. Quase não enxerguei, as lágrimas embaçava meus olhos. - Você deveria ter ficado do outro lado.
- Se...se cui...da. - Ele amoleceu em meus braços.
- Não! NÃO! Você precisa lutar! Tem que acordar. Voce não pode fazer isso comigo. Titio! - puxei seu corpo ferido e sem vida para mim. - Por favor, tio Anton.
Deixei tudo de lado e chorei, chorei por tudo que fui privado, por não ter chego a tempo, por ter trazido ele comigo. Sabia que isso podia acontecer, mas me recusava a acreditar que aconteceria.
- Sinto muito! - A voz igualmente chorosa da garota preencheu o ambiente. - Não tinha ideia que isso estava acontecendo.
Delicadamente segurei titio em meus braços, virei as costas e comecei a andar. "Aquele homem vai pagar." Os passos da garota ecoavam atrás de mim.
Quando entrei no cômodo ele estava vazio. "Aquela garota deve ter soltado ele."
Escutei o arfar da que me seguia.
- Isso não pode ser real. - ela se aproximou do rei morto. - Onde nos erramos papai?
Estava prestei a sair quando sua voz me fez parar.
- Qual o seu nome?
- Ethan!
- Ethan! Sou Loren. Sinto muito mesmo por tudo. Deixe-me fazer um funeral descente a seu tio.
- Não! - falei antes que ela continuasse. - Ele vai ficar ao lado de quem mais o amou nessa vida além de mim. Minha mãe!
- Você poderia me ajudar? - ela estava de cabeça baixa.
- Com o que exatamente?
- Com o reino e... com...isso! - uma pequena bola de água se formou na mão dela. - Eu vi o que você pode fazer e eu preciso muito de ajuda.
Olhei titio em meus braços, ele gostaria que eu ajudasse essa garota. Ele sempre faz o certo independente de qualquer outra coisa.
- Tudo bem, mas tenho coisas a fazer primeiro. - virei as costas para ela, quando estava passando pela porta completei. - Em uma semana eu volto.
🍁
Voltar pra lá ou cuidar das crianças? Não posso fazer os dois, e não posso deixá-las ali. Olhei os paredões, tudo mudou tanto e ao mesmo tempo parece tudo tão igual.
Cobri a cova aberta no pé da árvore. "Vocês finalmente estão juntos de novo. Esperem por mim!" Coloquei as flores que havia colhido ali. Dois buquês idênticos.
"Ainda preciso de vocês!"
Respirei fundo, preciso tirar totalmente a parede de cedros. Um a um, todos acabaram explodindo. Odiava ter que fazer isso, mas é necessário.
As crianças me olhavam de longe sem entender o que estava acontecendo, não os culpo ficamos duas estações longe deles e de tudo aquilo ali.
- Tenho uma pergunta a vocês. - acenei para que se aproximassem. - Muita coisa mudou nesse tempo que passei fora. Estou deixando isso aqui pra vocês. Estou deixando o meu lar na confiança que vocês vão fazer o certo e continuar o que comecei.
Seus olhos atentos acompanhavam tudo o que eu dizia.
- Não posso obrigar que fiquem e nem que me sigam, deixo essa escolha com vocês. Parto assim que o sol de amanhã se por. Quem quiser me acompanhar sabe onde me encontrar.
Segui para casa. Continua do mesmo jeito que deixamos, parecia que a qualquer momento titio passaria pela porta e me chamaria pra plantar algo ou testar algo novo.
"Preciso fazer algo bom. Manter sua essência pura. Vou conseguir fazer isso!"
"Preciso descansar. Amanhã é um novo dia."
Duas crianças me aguardavam quando sai de casa.
- Vamos junto!
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2148
Treinar Loren é facil, sua determinação e sua visão de que o mundo pode ser melhor deixava tudo em um clima leve. Era fácil gostar dessa garota. Tão fácil que quando me dei conta já estava ali a três anos e nem consigo pensar na possibilidade de me afastar dela.
Mudamos muitas coisas juntos. Cada uma delas contribuiu para nos aproximar.
As portas abriram de supetão me assustando.
- Precisamos conversar. - Loren estava séria.
- Claro! - coloquei os desenhos que analisava de lado para prestar total atenção.
- Estão falando que eu não posso liderar sem ter ao lado uma figura masculina pra que todo o nosso povo seja representado de forma igual.
- Você sabe que eu sou contra isso. Confio no seu comando sei que é capaz de coisas extraordinárias. - seus olhos brilhavam enquanto eu falava.
- Por isso quero que seja você. - sua voz saiu tão baixa que por pouco não ouvi.
- Eu entendi direito? Você está me propondo casamento? Ou está dizendo que gosta de mim? - seu rosto tomou uma forte coloração vermelha.
- Os...dois. - levantei da cadeira e fui a seu encontro selando nossos lábios em um beijo intenso.
- Acho que posso aceitar isso. - levei um tapa no ombro.
- Não me provoca. - ela tentou ficar seria, mas sua vergonha não permitia nada disso.
- Só o suficiente. - sussurrei antes de beija-la novamente.
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2151
Andar de um lado para o outro não estava me tranquilizando, mas é só o que posso fazer no momento. Os gritos de Loren podiam ser ouvidos de onde eu estava. "Chega disso!"
- Me desculpem senhores, mas eu preciso deixar a reunião, minha filha está nascendo e não quero perder esse momento. - deixei a sala sem esperar resposta e fui correndo para nosso quarto.
As mulheres ali andavam de um lado para o outro todas apressadas em suas tarefas.
Segurei a mão de Loren e beijei sua testa.
- Estou aqui querida. - tentei lhe passar algum conforto.
Não demorou muito e um chorinho estridente dominou todo o ambiente.
- Nossa princesinha nasceu! - abri um sorriso enorme. - Eu sou pai!
Pequei o pequeno embrulho que a parteira me oferecia. "Tão perfeita."
Olhei todos seus traços delicados, se parece muito com a mãe.
- Vou cuidar de você assim como minha família cuidou de mim. Você vai ser a criança mais amada desse mundo. - beijei sua testa.
- Deixa eu ver o rostinho dela. - Loren mesmo cansada se mantinha firme e de braços estendidos para segurar a bebê. Carinhosamente a coloquei em seus braços.
- Como ela é linda! - Loren acariciava a bochecha da bebê.
- Perfeita igual a mãe. - beijei sua testa.
- Precisamos de um nome para ela.
- Descansa querida, depois pensamos nisso.
Fiquei ali deitado com elas até que adormecessem. Só então sai do quarto.
Fui para a cozinha preparar algo para Loren, ela estaria faminta quando acordar. Com agilidade peguei tudo o que consegui e voltei para o quarto. "Tenho certeza que fechei a porta."
Com cuidado empurrei a porta para averiguar, não tinha nada de errado ali, mas quando olhei para onde a bebê deveria estar dormindo meu sangue congelou, não tinha nada.
Passei correndo por todo o castelo dando o alerta de desaparecimento, ninguém parecia ter visto alguém sair do Castelo carregando um bebê.
"Eu vou encontra-la!"
As tropas chegaram quando acabei de apertar a sela do cavalo, montei e sai em disparada procurando minha filha.
Cada canto, cada beco, cada casa, olhamos tudo e nada.
- Pra fora dos portões! - gritei.
Não tem muitos lugares para se esconder, continuei procurando. Podia sentir aquela energia ruim se aproximar. "Não permita que ela esteja ali." Contornei todo o vale, desci do cavalo e entrei. Tinha um corpo jogado ali. Peguei seu manto e puxei precisava sair dali.
Fiquei a uma certa distância dali e virei a pessoa para saber quem é.
- Não pode ser! - não pode ser verdade. - Loren vai ficar arrasada.
Larguei a mulher ali mesmo, se minha filha estava naquele lugar ela também ficaria. Sentei no chão e tentei alcançar aquele pedaço de terra. Quanto mais insistia mais meu corpo se esgotava. "Não cheguei a tempo de novo."
"Como vou contar a Loren que fracassei?"
"Precisava ser um preço tão alto? O que foi que eu fiz pra passar por tudo isso?
- Senhor precisamos voltar! - olhei para o guarda.
- Vou continuar até encontra-la, ou vou morrer tentando.
- O sol logo vai nascer o senhor não vai aguentar.
- VÃO! ME DEIXEM AQUI! - rapidamente todos se afastaram.
"Me perdoe Loren!"
Um forte abraço de urso, fiquem bem❤️
ʕっ•ᴥ•ʔっ❤️
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