Capítulo 34 - Lembranças: Parte 17
Vermelho como uma pimenta. Era assim que estava o rosto, geralmente pálido, de Davi diante da minha pergunta. Eu o encarava fixamente, esperando que ele falasse alguma coisa, mas visivelmente incomodado, ele desviou o olhar de mim. Eu não queria me sentir tão abalado com essa situação, mas era algo mais forte que eu.
- Ah, deixem de ser chatos! - Interveio Nanda. - O coitado tá vermelho por conta de vocês.
- É que faz tempo que eu peguei uma assim. - Falou Igor. - Aí queria o contatinho. Me passa o Whatsapp dela, vai Davi. - Brincou.
- Eu não vi aqui pra ficar escutando esse tipo de grosseria. - Disse Maria Cecília, se levantando.
A namorada de Gabriel era um porre. A gente até tentava entrosar ela, por conta do nosso amigo, mas ela sempre dava um chilique ou outro. Ela saiu andando, se distanciando de nós. Gab olhou pra seu irmão gêmeo que meneou a cabeça negativamente diante do comportamento da cunhada.
- Não sei como tu aguenta. - Falou Guilherme ao irmão. Enquanto isso o garçom enchia meu copo.
- Me deixa! - Disse Gab, se levantando e indo atrás da namorada.
- Tá vendo aí? - Falou Nanda. - Vocês sabem como ela é e ficam provocando.
- Ela é muito é chata! - Disse Toninho. Em seguida arregalou os olhos e olhou pra Gui. - Desculpa Gui! Sei que é tua cunhada, mas...
- Relaxa! - Guilherme interrompeu. - Compartilhamos exatamente a mesma opinião. - Nós rimos.
- Eu vou lá, falar com ela. - Disse Nanda, indo na direção do casal.
- Boa sorte! - Falei ironicamente.
- Não pensa que eu desisti não Davi. - Disse Igor.
- Ah... Vai se fuder Igor! - Davi falou, levemente alterado. - Só não mandei antes porque sabia que Maria Cecília ia dar um desses ataques.
- Besta tu. - Disse Gui. - Ficar medindo as palavras por conta dela.
Guilherme não ia muito com a cara da cunhada, por conta desse jeito dela. E a partir daí o assunto passou a ser o relacionamento de Gab e Maria Cecília. O caso de Davi ficou de lado, pelo menos para eles, pois em minha cabeça isso ainda era Trending Topics disparado. Por fim conseguiram convencer a cunhada de Gui a ficar na festa, mas já sabíamos que ela passaria a noite de bico. Quando o jantar foi servido, eu já havia bebido mais duas doses de uísque, tentando afastar os pensamentos de Davi com outro cara.
• • • • •
Depois do jantar a festa animou um pouco. Todos os convidados vieram para a área da piscina. Primeiro ouvimos algumas palavras ditas por Fred e Luna de um para o outro e, em seguida, um DJ começou a tocar, animando todo mundo. Enquanto isso eu, que mal havia comido, procurava o garçom para colocar a quinta dose.
- Tu não acha que tá bebendo demais? - Perguntou Nanda, percebendo que eu já estava meio alto.
- Ah... Tô comemorando, amor! - Justifiquei. - Meu irmão noivou. Eu tô muito feliz.
- É que eu pensei que hoje, depois quando estiver todo mundo distraído, a gente ia podia dar um pulinho no teu quarto. Mas se tu beber muito...
- Não seja por isso então. - Soltei o copo numa mesa e puxei sua mão, para levá-la. Eu estava realmente precisando de sexo. Talvez me ajudasse a esquecer a marca no pescoço de Davi. Ela me segurou.
- Eu disse depois! - Falou. Percebi que ela tava usando isso apenas como desculpa para que eu parasse de beber.
- Então, depois - Enfatizei a última palavra, para que ela percebesse que fiquei irritado. - eu paro de beber.
Peguei meu copo de volta na mesa e pedi pra o garçom encher. Depois, saí andando em meio às pessoas na direção de onde estavam meus amigos. Nanda logo atrás. As trombadas que eu dei nos convidados até terminar meu percurso me mostraram que eu já estava ficando bêbado, mas aquilo não me pareceu motivo para parar de beber.
• • • • •
Estávamos divididos em subgrupos. Nanda conversava com Maria Cecília, um pouco mais afastadas. Gui, Igor e Toninho davam risadas de alguma coisa mais próximos. E Gab, Davi e eu conversávamos no limite onde acabava o piso e começava o jardim. A namorada do gêmeo o chamou e ele foi até ela, me deixando a sós com Davi. Nos encaramos por uns instantes em silêncio, até que ele resolveu falar.
- Tu não acha que tá bebendo demais? - Perguntou.
- Porra! - Exclamei. - Tu também? - Perguntei irritado.
- Relaxa. - Ele disse. - Quis só avisar. Se pra tu tá tudo bem...
- Tudo bem não tá, né?! - Falei. Desabafando nas entrelinhas. Ele franziu parcialmente o cenho. - Com vocês enchendo meu saco.
- Vocês quem? - Ele perguntou, com o rosto voltando ao normal.
- Tu e Nanda. - O encarei. Ele ficou vermelho e mais uma vez visivelmente constrangido. Seguramente por se ver ali, na mesma posição da minha namorada, tentando me controlar.
- Só quis ajudar. - Ele disse. - Esquece... - Seguiram-se alguns segundos de silêncio, até que resolvi quebrá-lo.
- Por isso tu não quis ir hoje à academia, né? - Perguntei ao meu primo, apontando com o queixo a marca em seu pescoço. - Sugaram toda tua energia. E da pra ver por onde...
- Ainda isso? - Ele perguntou impaciente.
- O que é? - Perguntei. Dei um gole no uísque. - Tô só puxando assunto. - Ele respirou fundo.
- Acho que tu foi bem claro aquela noite. - Ele tentou não demonstrar nenhuma expressão, mas a tristeza em seus olhos era evidente.
- Davi! - Exclamei e parei, pensando no que falar. - Primo... Me desculpa. - Eu tentava procurar em minha cabeça embriagada algum resquício de sobriedade. - As coisas fugiram do controle aquela noite. E ainda mais que minha cabeça tava uma bagunça, porque meu...
- Não é possível que tu ainda esteja azucrinando Davi com essa besteira Theo. - Disse Nanda, ao chegar me interrompendo. - Eu já disse que tu tá bebendo...
- Que azucrinando o quê? - Falei cortando a fala dela, um tanto quanto alterado com a marcação cerrada de Nanda em cima de mim. - Sabe nem o que tá falando! A gente tá conversando de outro assunto aqui. Não é Davi? - Perguntei e vi o rosto dele mais perdido do que, certamente, o meu estava. Ele tinha um certo constrangimento no olhar, acho que por minha namorada ter chegado assim, durante esse assunto. O Álcool não me deixa inibido.
- É! - Davi concordou. - Ele tá falando sobre a academia hoje. Eu não fui e ele...
- Sei! - Nanda mais uma vez interrompeu. Então me olhou e disse. - Vem comigo? Vamos dançar.
- Já vou. - Eu disse. Ela saiu, me passando um rabo de olho.
- Acho que tu devia dar uma maneirada aí mesmo. - Falou meu primo, quando Nanda se distanciou o bastante de nós. - Ela quase pega a gente falando sobre... - Ele desviou o olhar e não concluiu a frase.
- Se for pra levar sermão, eu prefiro que seja dela. - Falei de saco cheio de Davi também. Discutir com bêbado é sempre a pior ideia.
• • • • •
https://youtu.be/OhfQ4c4bkR0
O DJ tocava uma música que deixou todo mundo animado. Cheguei dançando por trás de Nanda e quando encostei me esfregando nela ao ritmo da música ela se virou assustada, fez uma careta de leve e logo começou a rir com minha dancinha. Ela começou, então, a dançar junto comigo, sensualizando. Colocou as mãos em meus ombros e me encarava, depois começou a rebolar descendo e deslizando as mãos em meu corpo, sem tirar os olhos dos meus. Aquilo me deixou louco.
Nossos amigos estavam ali do lado e Davi chegou, se posicionando atrás de Nanda, bem na minha frente. Nossos olhos se cruzaram e ele começou a dançar. Não sei se foi a música, o álcool, ou se era ele que realmente estava tão sensual. Brincando com os meninos ele abriu os braços e balançava o quadril para os lados, acompanhando a música. O tronco dele se movia de uma forma que me deixava louco.
Minha namorada virou de costas pra mim, ainda requebrando ela roçava a bunda no meu pau, que a essa altura já latejava, duro como uma rocha. Eu preferia pensar que a culpa era exclusivamente dela. Desse jeito eu podia encarar Davi, sem o risco dela perceber. Os olhos do meu primo estavam distraídos, com as brincadeiras que os nosso amigos faziam.
Os movimentos do seu corpo ainda me desconcertavam. Eu já começava a perder o controle dos meus pensamentos. De repente ele me olhou e percebi sua expressão ficar suavemente séria. Ele meneou a cabeça, discretamente, num sinal negativo. Só então percebi que eu mordia o lábio inferior. Parei e sorri pra ele, que virou de lado, cancelando nosso contato visual. Em um gole sorvi o resto do líquido do copo que segurava.
- Vou no banheiro. - Falei pra Nanda.
- Certo. - Ela respondeu. - Te espero aqui com o pessoal.
Cambaleei em meio aos convidados e peguei mais uma dose com um garçom que cruzou meu caminho. Eu sabia que o banheiro da piscina certamente estaria ocupado, então entrei em casa procurando o lavabo. Entrei no banheiro e tranquei a porta com a chave. Dei um gole na bebida e pousei o copo sobre a pia.
- Tu tá louco? - Perguntei para meu reflexo no espelho. - Sem dúvidas. - Me respondi. - Falando sozinho...
Envergonhado eu parei de me encarar. Abaixei a tampa da bacia sanitária e sentei em cima dela. Peguei o copo e bebi tudo de uma vez. Fiz uma careta ao fim do último gole. O que tá acontecendo comigo? Eu me perguntava. Preciso me controlar! Pensei. Mas como? Olha o estado em que eu fico por conta daquele puto. Eu encarava o volume em minha calça. Já sei!
Abri o botão da minha calça e em seguida deslizei o zíper. Puxei o elástico da cueca, liberando meu pau que antes sufocava ali dentro. Ele apontava para o teto, dando leves pulsadas. Em sua cabeça um líquido transparente já escorria de tanto tesão. Não pensei mais, apenas o segurei e deslizei minha mão naquele mastro, subindo e descendo. Demorou um pouco com conta da minha embriaguez, mas logo eu estava despejando o gozo em minha mão.
Me levantei para me lavar na pia. Depois, me sentei novamente, onde antes eu estava. Fechei os olhos. Até quando isso vai funcionar? Pensei.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top