01. Insane
BEM VINDES À INSANE DESIRE!
➼ Fanfic está concluída. Por que aparece em andamento? Para ver se o wattpad não derruba por considerar ter sexo e pouco enredo (é, meus doces, eles baniram as pwp). Espero que essa tática funcione se não terei que retirar a fic daqui;
➼ Fanfic dedicada à minha soulmate;
➼ Mantenho a idade brasileira nos personagens;
➼ Falando em idade, o conteúdo é +18, não me responsabilizo por menores estarem consumindo;
➼ Reforço que esta é uma estória fictícia, nada condiz com a realidade dos membros do BTS, qualquer semelhança é mera coincidência e é uma obra sem o intuito de ofender;
➼ Nunca esqueça que um autor se dedica muito para fazer os capítulos, então se você gosta das obras dele, não deixe de demonstrar apoio votando e comentando pois traz uma alegria sensacional, além de incentivá-lo a continuar.
➼ Esta fanfic está disponível apenas no meu perfil no wattpad, para sua segurança leia apenas no próprio site ou pelo app!
➼ Boa leitura!
Obs.: wattpad comeu os travessões.
Atenciosamente, SweetNaminnie.
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Capítulo 1 - Insane
O sinal da troca de horários soou e eu rolei os olhos pois a próxima matéria era história.
Não é que eu não gostasse de saber mais sobre nossa evolução e sobre os acontecimentos que marcaram os séculos, o problema era a professora. Uma velha chata que conversava parecendo uma tartaruga e dava um tédio desgraçado. Na maioria das vezes ela só ficava lendo o livro, o que era um saco. Ela não entende que se fosse pra ler eu fazia sozinho? E sem precisar ouvir sua voz lenta e desanimada de quem claramente queria estar passando tempo em qualquer lugar, menos ali.
Alheio aos meus pensamentos mal notei que tinha outro alguém ali. Só percebi ao ouvir uma voz masculina.
- Bom dia, turma. Eu sou Kim Namjoon e ficarei com vocês até o final do ano.
- O que aconteceu com a senhora Lee? - questionou um dos meus colegas, curioso.
- Ela se aposentou. - houveram burburinhos animados por conta da velha ter saído e uma das garotas ao fundo disse o que todos estavam pensando naquele momento: até que enfim!
Essa é uma baita notícia boa tanto para ela quanto para nós.
- Estava passando da hora daquele fóssil deixar esse museu. - disse meu melhor amigo que se encontrava do meu lado. Ri, assim como metade da sala.
- Senhores. - o novo professor repreendeu. - Tenham mais respeito. - e começou a falar sobre sua distribuição de pontos.
- Impossível ter respeito com um monumento desses na minha frente, tão belo e gostoso de apreciar... - murmurou Seokjin a mim, encarando o professor de cima a baixo e mordendo o lábio.
- Para de ser tarado, hyung. - bati em seu braço.
Meu amigo era um grande safado, mas desde que tivera sua maturação e se revelou um alfa está sendo impossível de aturar.
Jinnie agora, na maioria das vezes, pensa com a cabeça de baixo, não com a de cima. Eu brigava muito com ele por isso, porém entendia que seu lobo estava eufórico.
Quer dizer, entendia em partes. Ainda não ativei esse meu lado instintivo e tão carnal. Eu era só um garoto normal, com desejos normais, um totalmente humano já que meu genes lobo não me dominou ainda.
Antes eu ficava preocupado ao ver todos meus primos, amigos e colegas passando por suas transformações e comigo nada, mas depois me conformei. Sou um dos casos raros que ativa os genes aos dezoito anos. Nessa idade era considerado tardio - o comum é dezesseis -, mas como diz o ditado: antes tarde do que nunca. Meu amigo também está aí para mostrar isso.
Diferente dele que foi completando a maioridade e já se transformando, eu completei e estou aguardando. Acho que está perto de acontecer pois sinto uma presença diferente em meu interior, crescendo cada vez mais, com certeza, é meu lobo se despertando aos poucos.
Eu fico feliz em saber que estou próximo de me revelar, afinal, todos à minha volta já possuíam suas classes, eu sou o único que está sobrando. E para piorar, tenho uma curiosidade imensa porque nem sinais de qual classe eu posso pertencer meu corpo não dá. Será se sou beta? Ou ômega? Quem sabe alfa? Faça suas apostas.
- Ei, de cabelo rosa! - pisquei, saindo do meu transe momentâneo.
Estavam me chamando?
Considerando que sou o único dentro da sala que possui cabelo rosa - na verdade era vermelho desbotado - encarei de onde a voz vinha.
O professor estava atento a mim, mantendo um sorrisinho debochado, porém, discreto nos lábios bonitos. Oh. Observando melhor todo o conjunto, ele realmente é um homem belo.
- Me desculpe. Pode repetir a pergunta? - alguns colegas - os que não gostavam de mim - riram mas pararam assim que cerrei os olhos, os fitando intensamente de cara fechada.
Eu adorava quando fazia as pessoas recuarem, aprendi com o meu melhor amigo. Ele era assustador quando queria e bastava um olhar para fazer qualquer um tremer na base.
Conheci Jimin na internet a quatro anos atrás usando o recurso de treinar inglês com pessoas locais que minha escola disponibiliza aos alunos. Aos poucos nós percebemos que tínhamos muitos gostos em comum e que queríamos fortalecer o laço que estávamos construindo através de um ótimo diálogo. Então marcamos dele me ajudar a treinar o idioma pessoalmente. E claro que era com supervisão do meu irmão pois eu era um neném de catorze anos e o outro era um desconhecido maior de idade que vai lá saber qual intenção tinha... No final, ele se tornou amigo de Hoseok e o meu melhor.
Nesses quatro anos de amizade, eu aprendi mais coisas com ele sobre a vida do que com meu irmão e meus pais. Ele praticamente ajudou a me criar na fase mais difícil que é a fodida adolescência. Sou grato por ele ser um ótimo alguém e ter influenciando para que eu me tornasse um também.
Pois bem, hoje Jimin está com vinte dois anos, trabalhando na clínica de nutrição na minha mãe enquanto faz faculdade disso. E eu comentei que ele é alfa? Porque ele é o clássico alfa lúpus. Talvez nem tão clássico, afinal, não era de seguir os padrões. Mas quando queria mostrar seu lado poderoso, sim, ele era de fato um lúpus original com todas as características rústicas.
Não que signifique tanto, vai. O Park só é mais forte e consequentemente mais perigoso que os alfas comuns.
Em compensação, sofre o dobro no cio, podendo se saciar apenas com um ou uma ômega que também seja lúpus. O que não faz sentido estar no relacionamento atual. Neste é quase certeza que ele toma supressores para ficar dopado, a não ser que queira partir a ômega no meio na hora H. Bem que podia, eu a odeio.
Ok. Odiar é uma palavra forte e eu fui ensinado a não ter esse sentimento negativo por ninguém, muito menos por uma fêmea. Vamos dizer que eu não vou com sua cara.
Não me levem a mal, eu não me sinto atraído por mulheres mas as amo, admiro cada uma delas, principalmente minha mãe que cuida do meu irmão e eu sozinha desde pequenos, mas acontece que existem pessoas e pessoas e essa em específico tem uma personalidade questionável e passa longe de combinar com o jeitinho do meu Jimin. Além de me implicar "inocentemente" sempre que tem oportunidade. Por isso, eu a detesto.
Eita, pensei demais de novo e fugi do professor. Foco, Jungkook!
Eu não sei o que exatamente era o assunto, se não me engano ele disse algo sobre estarmos nas apresentações.
- Eu sou Jeon Jungkook.
- Muito bem. Preste mais atenção da próxima, pink boy. - disse divertido, passando para o próximo aluno.
Me parece que Namjoon é um beta bem humorado, fora que me deu um apelido legal. Sei lá, me simpatizei com ele. Pelo pouco que pude ver, tê-lo como professor não vai ser ruim.
🐺
Em Meninas Malvadas quarta-feira é o dia de usar rosa, entre meus amigos e eu é o dia do vídeo game.
O beta Yoongi e a ômega Ahri logo se juntaram a mim e Seokjin na saída e, depois de muitas desculpas fajutas da minha parte que foram em vão, fomos para minha casa.
Honestamente, eu não gostava que eles fossem para lá. Não por vergonha do meu lar ou seja lá qual for o motivo que você estiver pensando, era porque eles encontrariam Jimin e, bem, ninguém resistia, todo mundo babava por ele e isso me incomodava pra caralho.
Por que diabos fui arrumar um alfa lúpus - ao qual geral pagava pau só pela classe - que ainda fosse tão atencioso, gentil, lindo e gostoso como melhor amigo?
Para falar a verdade, nem eu conseguia me controlar. Já me peguei pensando e o desejando incontáveis vezes. Mas a culpa não é minha, ele quem é sensual, delicioso e inteiramente demais!
Meus amigos sabiam Jimin estaria de férias da faculdade e de folga do trabalho então seria o dia que ficaria comigo, por isso, insistiram para que a sessão de games fosse na minha casa. Espertinhos.
Eu só esperava que ele estivesse comportado e não todo a vontade andando só com um calção curto e fino mostrando, além de seu corpo bem esculpido, o fato de estar sem cueca, como gostava de fazer. Sim, ele fazia isso sempre que vinha. E, sim, eu enlouquecia com isso. Mas eram só meus hormônios, certo? Eu gostava de machos e ele era um perfeito, impossível de não admirar, então não tenho nada a me preocupar. Era o que eu pensava porque cogitar estar afim do meu melhor amigo era assustador.
- Jimin-ssi? - chamei assim que passei pela porta da sala - Cheguei! - ele surgiu do chão próximo ao sofá, literalmente brotou ali. Estava corado, ofegante e suado. Na TV passava uma série de exercícios para o abdômen e assim que ele levantou pude ver melhor aquela área tão incrível. Atraente. Deliciosa. Meu Deus...
Para ser sincero, ele era assim por inteiro e deixava muito claro ao usar aquela merda de calção!
O alfa exibiu um belo sorriso e veio até nós, secando os fios loiros e úmidos com uma toalha. Malditamente sexy. Porra! Assim fica difícil de controlar meus pensamentos sujos!
- Olá, garotos! Como foi a escola hoje? - reparei que meus amigos traidores estavam o secando, quase que hipnotizados. Rolei os olhos, indo até o sofá enquanto respondia:
- A mesma coisa de sempre. Apenas trocaram a professora tartaruga por alguém mais eficiente. - peguei sua camiseta em cima do sofá e joguei nele, mostrando com o meu olhar que ele entendia perfeitamente por sinal - tínhamos uma ótima conexão - que era melhor vestir. Porém, não adiantou muito, A turminha continuou perdida na beleza dele. - Nem vou falar pra ficar a vontade, se não você decide andar pelado pela casa, mas fica de boa aí. Vamos jogar vídeo game no meu quarto. Nos vemos mais tarde. Tchau! - anunciei apressado, empurrando Ahri nos outros dois machos escadas acima.
- Ei! - virei para olhá-lo. - E o meu beijo? - perguntou, sorrindo ladino.
Merda! Pergunta sobre isso não. Eu queria tanto te beijar todinho... Inferno, Jungkook! Você sabe que não pode pensar essas coisas com ele, se você apaixonar onde ficará a amizade?
Mesmo assim, deixo meus amigos na escada e vou até ele, segurando seu maxilar e selando sua bochecha demoradamente. Sorri no final, preparando para me afastar, porém ele puxou minha cintura, me segurando ali, enquanto devolvia o selar. Isso é algo tão simples mas ultimamente mexe tanto comigo... Constrangido por meu coração estar batendo mais rápido do que deveria, saí correndo dali sem olhar para trás.
- Caralho! A cada dia que passa seu amigo fica mais gostoso! Como isso é possível? - Yoongi foi o primeiro a dizer assim que entramos no meu quarto.
- Olha que me pergunto o mesmo. - disse a ômega, se jogando na minha cama e se abanando. - Tão quente!
- Vocês vão deixar o Jungkook com ciúmes. - Jin riu.
Apenas revirei os olhos pensando que eu concordava com Yoon.
Pelo o que em todas as fotos dele, Jimin sempre foi bonito na infância, na puberdade, na juventude e agora em sua vida adulta está batendo o recorde. Ele está se cuidando mais. No entanto, o motivo real do alfa estar se empenhando atualmente em ser tão bom me incomoda mais que meus amigos ou qualquer um babando nele.
- Jimin-ssi está nessa de ficar impecável para o casamento. Tanto ele quanto sua noiva querem aparecer maravilhosos nas fotos. - bufei, também me jogando na cama.
Vi os olhos deles se esbugalhar e os dois que faltavam correram até ela, me rodeando, perguntando "Mas que casamento?".
Suspirei, me sentando para observá-los melhor. Eu não estava querendo comentar sobre isso com ninguém, mas já guardei por dias e estava sendo uma decepção muito grande.
- Jimin decidiu que precisa construir uma família nova então vai se casar daqui duas semanas.
- E isso é ruim? - perguntou Yoongi, franzindo a testa.
- Para mim, não precisava disso.
- Por que, Kook? - foi a vez do outro questionar.
- Porque não!
Ele passa por perrengues em sua casa mas sabe que minha mãe o ama e o acolheria numa boa. Já ofereci para ele ficar aqui, para continuar sendo só ele e eu contra o mundo. Não sei porque a relutância.
Pode parecer egoísmo meu mas Jimin não precisa de mais ninguém cuidando dele. Eu sou o suficiente. Eu o tenho e ele me tem. Isso deveria bastar. Mas para ele parece não ser bem assim, o que faz doer em mim.
- Ei, amorzinho. Não se deixe levar pelo seu lado mimado. - disse Yoon.
- É só que... Vocês não vão entender. - abracei um dos meus travesseiros, me sentindo triste, na bad total.
- Não vai saber se não explicar. - disse Ahri.
- Eu o quero só pra mim. Não quero dividir com ninguém. Muito menos com uma estranha.
- Você está com ciúmes. - concluiu ela. - É normal, passei por isso quando minha melhor amiga arrumou um namorado. Mas se ele saber conciliar as coisas, terá tempo para vocês dois e vai dar tudo certo.
Soou positiva mas eu não tenho esse lado com grande quantidade dentro de mim.
- Eu não sou você, noona. Eu nunca vou me acostumar. - murmurei, apertando o travesseiro. Eu não conseguia admitir, porém sentia muito mais que um ciúmes bobo. Só que eu não podia sentir isso, afinal, era nossa amizade tão linda e satisfatória que seria colocada em um jogo onde estava mais provável perdê-la do que acrescentar algo a ela.
- Já tentou falar com o Jimin? - perguntou Jin.
- Sim, mas ele não quer ouvir.
O mesmo sempre teve essa mania de, quando coloca algo na cabeça, teimar em continuar sem ligar se vai dar errado ou não. Então na mente dele agora é: eu preciso me casar, para sair de casa e ter alguém para me apoiar nessa nova vida. Sendo que ele não precisa de nada disso. Detesto o fato dele ter parado de enxergar que eu existo e posso muito bem fazer esse papel.
Eu não queria aqueles olhares de dó. Portanto, encontrei bom humor do fundo da alma dizendo:
- Chega de climão, vamos nos divertir!
Ficamos jogando até tarde. Era para pararmos às três da tarde para eu aproveitar a presença de Jimin mas ele foi ajudar minha mãe em algo da clínica então aproveitei para continuar a desfrutar do momento com minhas outras amizades.
E quando os dois apareceram, tive a feliz notícia que meu irmão - que faz faculdade da cidade vizinha - ia passar o fim de semana com a gente, mas a infeliz notícia que a noivinha do meu melhor amigo também viria para conhecer a "segunda mãe" dele.
Sori é bonita, encantadora, parece inocente mas não é. Ela é falsa e esconde algo ardiloso dentro de si. Eu sei disso desde a primeira vez que a vi. E falando no diabo, ele não demora a aparecer.
- Boa noite, Kookie! - exclamou a tal, sorrindo e me beijando a bochecha, ou melhor, babando na minha bochecha.
Não fui nada educado, pois nunca fiz essa questão. Não com ela. Limpei com a manga do meu moletom imediatamente, exibindo minha cara de nojo. Jimin me mandou um olhar de canto de olho, me repreendendo, mas eu estava foda-se pra isso. Já disse pra ele várias vezes que não sou obrigado a engolir essa ômega.
- Boa noite, meu amor! - se jogou nos braços fortes dele, o beijando. Corei não por estar constrangido mas de raiva.
Pode ser só mais uma implicância minha, só que Sori parece fazer questão de sempre tocá-lo ou beijá-lo na minha frente para mostrar que Jimin é todo seu, o que é muito ridículo pois o alfa já me pertece mesmo que não soubesse ou eu não tivesse coragem de admitir esse fato.
- Boa noite! - exclamou Hoseok, passando pela porta aberta.
- Hyung! - comemorei sua chegada o abraçando apertado. O deixei cumprimentar nossa mãe, o casal - eww - para então sair o roubando pra mim. - Eu aprendi novos golpes com o Scorpion, vem, vou te mostrar!
Pude ouvir Sori dizer toda manhosa, soando triste:
- Jungkookie prefere todo mundo menos eu.
- Ele só gosta de estar com quem tem mais coisas em comum. - tentou justificar.
- Como eu e você? - insinuou. Fiz careta, andando rápido para não ouvir o resto. Tenho nojo dessas melosidades de casais. Talvez porque eu detesto este em específico.
Meu irmão alfa e eu jogamos Mortal Kombat, fiquei sabendo das novidades da faculdade dele de administração, e fofocamos de pessoas de lá até sermos chamados para o jantar.
Foi uma merda.
Muito difícil engolir a comida já que Sori ficou tagarelando o tempo todo sobre o casamento e acariciando Jimin enquanto Hobi e eu tentávamos nos alimentar em paz. Sim, ele também não gosta dela e não é a favor desse casamento por saber que não vai trazer o bem que meu/nosso melhor amigo procura.
Depois da refeição, Ji nos chamou para irmos ao jardim tomar um ar, mas preferi ficar ali dentro sem maiores estresses.
Meu irmão logo voltou.
- Sinceramente, não aguento tanto cinismo e o Jimin sendo tão cego. - eu ri sem humor, deixando ele pensar o quanto eu tinha que aguentar. - Vocês voltaram a se falar?
Eu realmente fiquei furioso quando descobri que Jimin ia se casar e que ainda seria tão rápido, me levantei bruscamente da mesa do restaurante em que estávamos, sem dar atenção para seus chamados, fui para casa e me tranquei no quarto sentindo o coração apertado e uma vontade estranha de chorar até secar toda água do meu corpo.
Fiquei ali, encolhido na cama, deprimido, por quase vinte e quatro horas. Depois os dias se passaram e nem olhar na cara dele eu queria. Eu fiquei muito mal mesmo, por isso o ignorei com todas minhas forças. Mas se tratando dele, não possuía muita. Eu fraquejei em uma semana pois Jimin sabia o que fazer para atrair minha atenção, para me deixar feliz... Ele sempre foi um poço de amor comigo e meu coração agradecia por se sentir quentinho, apesar de machucado.
- Não consigo ficar brigado com ele por muito tempo. - dei de ombros.
- E agora? Está mais a favor desse casório?
- Nenhum pouco. Eu nunca pensei que íamos passar por isso. Nós sempre fomos felizes juntos. Nunca precisou de outro alguém...
Ou eu poderia estar confundindo as coisas? Estaria atrapalhado nos meus próprios sentimentos?
É difícil admitir, mas eu estou. E essa dor de estar o perdendo a cada dia... está me deixando maluco.
- Você o ama. - ele murmurou, meus olhos saltaram das órbitas.
- O que? Não! - apressei em dizer. - Não desse jeito, eu-
- Fica tranquilo. - segurou minhas mãos - Eu não vou contar.
Suspirei, aliviado.
- Como você sabe?
- Eu conheço os olhares, a forma que seu corpo reage quando ele te toca, as expressões bobas quando está o observando e seu ciúmes quando ela está perto dele. Sua admiração é além do comum. Eu sei disso porque... Eu também amo alguém em segredo. Sei muito bem como funciona. Eu sei que é complicado amar quem não se deve mas no seu caso você é tudo para o Jimin, aposto que se exigir com todas as palavras que acabe com esse casamento, ele vai fazer.
- Eu sei, hyung, mas eu não posso fazer isso. - abaixei a cabeça, me sentindo impotente.
- Por que?
- Porque... - levantei o olhar, apontando através da janela para o jardim onde o casal de noivos estavam rindo com minha mãe, pareciam estar se divertindo bastante juntos. - Ele está feliz. Eu não posso pensar tanto em mim e ignorar a felicidade dele. Isso seria egoísta. Meu amor não é assim.
- Você realmente o ama. - assenti. Mesmo que doa, se ele estiver feliz, é o suficiente, afinal, seu sorriso é meu combustível e através dele eu posso ficar bem. - Sori não o ama. - o encarei no mesmo instante. - Ela não merece o Jimin, Jungkook.
- Como?
- Minha professora da facul é prima dela, sempre sofreu em suas mãos e ela me alertou desde que soube que eu conhecia Jimin, por isso fiquei sabendo do casamento antes dele me contar. Sori está com ele pensando na herança do pai babaca dele que está pra morrer. Ela é interesseira. E como você apresenta ameaça não vai pensar duas vezes em querer se livrar de você em algum momento.
- É o que?! Eu não vou deixar! Nem que pra isso precise gritar no meio daquele casamento o amor que tenho!
Falei na hora da raiva. No fundo sei que nunca teria coragem de mostrar que cai nessa de se apaixonar pelo melhor amigo.
Aos romances que julguei na adolescência peço perdão pois só consegui ver o grau de dificuldade da situação estando nela e é realmente muito difícil assumir os sentimentos sabendo do risco de perder aquela pessoa e a amizade tão verdadeira e rara que vocês tem devido a probabilidade de ser correspondido estar em 0%. Porque, convenhamos, o que um mero estudante recém adulto como eu tem a oferecer a um lupino feito já cheio de responsabilidade que está conquistando o mundo sozinho?
- Se acalme. - pediu, me fazendo voltar a sentar no sofá ao qual nem percebi ter levantado.
- O que vou fazer? Eu não posso dizer o que você falou, Jimin vai pensar que é mais uma implicância boba de amigo ciumento, e Sori é perfeita na visão dele, ele nunca vai acreditar. Também não posso contar sobre meus sentimentos e condenar nossa amizade. Mas não quero que ele se case. Argh! - sooei agoniado.
- Eu queria ter um plano... Oh! Já sei! - exclamou, animado. - Desmascarando ela, eu posso chamar atenção da...
- Não! - exclamei, incrédulo. - Eu não acredito que está apaixonado pela sua professora. Que clichê! - ri, tão feliz de ter descoberto a paixão dele que nem notei a minha fala.
- Disse quem é louco pelo bff, não é mesmo? - o empurrei, o fazendo cair do sofá, ele me encarou sério mas logo riu, me fazendo acompanhá-lo. Não era motivo para humor, só estávamos nos divertindo com nossa desgraça.
🐺
O plano de Hoseok não era difícil, ainda mais do jeito que eu me encontrava. Eu teria que me mostrar triste e abandonado para tocar o coração do Ji e ele acabar repensando a ideia de se casar enquanto o outro recolhia informações para desmarcar Sori.
Eu pensei que estava dando certo, até porque o lúpus passou a me dar ainda mais atenção que o costume e me mimar bastante - estava amando isso pois, de fato, me sentia carente - mas chegou a noite anterior do casamento e nada de cancelamento.
Então é oficial.
Admito que não aguentei, chorei a noite toda porque perdê-lo estava doendo como o inferno.
Eu tentei dizer a mim que não era grande coisa pois vamos continuar nos vendo, mas isso era só uma enganação pois tudo vai mudar. Eu sei que vai. Eu não queria que mudasse...
Eu não suportava a ideia de vê-lo se juntando a outro alguém por mais que desejasse sua felicidade. Talvez porque meu instinto diz que ele não vai ser feliz nessas condições.
Se ao menos eu tivesse a coragem de me confessar... Talvez as coisas seriam diferentes... Talvez não... Tudo o que sei é que estava o perdendo, mas não podia fazer nada porque também acreditava que não podia por nossa amizade em jogo. Eu estava condenado a sofrer em segredo por esse amor. Para sempre.
🐺
Contrariado, terminava de por meu terno. Eu me sentia mais emotivo que o costume, porém, me mantinha firme, determinado a não mais chorar. No entanto, por estar me reprimindo, minha raiva aumentou e eu juro que estava quase tremendo.
- Merda! - bufei, arrancando a gravata, onde não conseguia dar um nó, com brutalidade.
Fui jogá-la longe, mas senti pequenos dedos, porém firmes, segurarem meu pulso e deslizarem para a palma da minha mão que apertava o pano com força. Jimin me fez soltá-la. E, pode parecer exagero, só que apenas sentir seu toque, mesmo esse mínimo, meu corpo tinha uma dose de paz. Entretanto, o coração não. Este trabalhava o dobro.
- Você está bem? - pronunciou atrás de mim com sua voz rouca e o conhecendo como eu conheço ou ele tinha cochilando ou chorado.
Curioso, me virei, dando de cara com sua expressão preocupada e olhos levemente vermelhos, assim como o nariz. Todavia, resolvi não questionar, podia ser só emoção pré-casório e eu não quero falar sobre essa porra.
- Sim. Eu só não consegui colocar isso então me estressei. - não era de fato mentira. Ele não precisava saber que não havia conseguido por estar com a mente longe, mais uma vez pensando nele.
- Eu coloco pra você. - disse, dando passos à frente e ficando bem pertinho de mim. Ok. Não dê um ataque, coração. É só o Ji... Que desejo insanamente, mas não posso ter.
É sempre assim, o que é proibido sempre nos atrai com maior facilidade.
Fico o olhando, prestando atenção em cada detalhe de seu rosto concentrado, ele é tão lindo. Cada mínimo detalhe é perfeito e esse terno preto caiu tão bem nele... Como podia ser possível alguém possuir tanta beleza?
- Prontinho. - logo anunciou. - Viu como é fácil? - eu não vi nada além de você e sua lindeza.
- É difícil. - suspirei. Tudo é difícil.
- É só até você pegar a prática. - sorriu. E que sorriso, hein? Meu Deus. Creio que se eu fosse um desenho animado, com certeza meus olhos saltariam dois corações e meu sorriso estaria todo bobo. Entretanto, eu sou um humano-quase-lupino que tem medo das consequências dos atos então estou sem esboçar nada. Talvez apenas um olhar admirado.
Seu sorriso aumentou de tamanho, agora ele sorria com os olhos também. Ah, que encantador!
- Por que está me olhando assim? - perguntei.
- Você é fofo. - não deu para me controlar, eu sorri largamente e um tantinho corado. Ele se aproximou, praticamente colando o rosto ao meu. Ok. Agora é a hora do meu coração sair do peito?
- Muito fofo. - deu um beijinho na ponta do meu nariz. Não podia ter descido mais um pouco? Ah, porra, se controle, Jungkook! - Não demore, sim? Temos que estar na igreja daqui a pouco. - disse ao que se afastava. E foi só ele sair que, outra vez, senti algo ruim na boca do estômago.
Respirei fundo, me olhando no espelho. Eu não estou nada mal nesse terno azul e a gravata rosa bebê está se dando bem com meu cabelo pink. Eu estou lindo. Pena que esse não é o meu casamento. Esse eu nem quero ver.
Passei uma maquiagem leve, principalmente nos olhos que estavam levemente inchados pela noite passada e respirei fundo mais uma vez, tentando ignorar a dor em meu peito.
Nós fomos no carro com Taehyung, um amigo de Jimin da faculdade e padrinho como eu. Ele é alguém bem alegre e energético então a ida à igreja foi tranquila, até julgava dizer divertida. Ao menos consegui focar em outra coisa que não fosse o incômodo no meu coração por eu estar sendo substituído - mesmo que Ji não percebesse e eu não tivesse o direito de me sentir assim.
No momento em que carro parou Taehyung se virou sério para meu amigo, ali percebi que havia algo errado já que o alfa raramente assumia tal pose.
- Você tem certeza disso, Jimin?
- Já conversamos sobre. - foi só o que ele falou, ficando mais sério que o outro e descendo do carro.
Taehyung suspirou e no seu olhar vi que ele também não aprovava esse matrimônio.
- Ele vai mesmo se casar? - minha voz saiu quase trêmula e não me importei dos olhos terem enchido de lágrimas. O rosto de Kim se suavizou no mesmo instante em que me encontrou.
- Oh, meu bem. - virou no banco do motorista de forma que me alcançasse no banco de trás, acariciando meu cabelo de leve. - Eu sinto muito. Nós sabemos que isso não vai dar certo, está na cara, mas o Jimin é muito teimoso.
- Eu sei. - suspirei.
Tanto é que esse foi um dos motivos para eu não ter insistido ainda mais em bater de frente com ele.
- Fique tranquilo, sim? Eu garanto que ele vai perceber o erro. Seja daqui a cinco minutos, amanhã, daqui dois meses ou dois anos. E, quando acontecer, estaremos aqui pra ele. - do jeito que o alfa falava, as coisas pareciam tão mais fáceis. Resolvi agarrar aquilo, ao menos assim controlava mais do meu sofrimento. - Agora vamos antes que ele venha nos puxar pela orelha. - brincou.
Sorri de leve, o acompanhando até nossos respectivos lugares - ao lado do meu irmão - que inicialmente eram no altar ao lado do noivo que já estava lá exibindo seus melhores sorrisos aos convidados.
Quando avisaram que a noiva iria entrar, o encarei. Jimin estava sério novamente. Puxei sua mão de forma discreta e seu olhar imediatamente veio a mim.
- Nervoso? - ele mordeu o lábio, me fitando intensamente, assentindo. - Ainda dá tempo de desistir. - disse com um leve humor, mas no fundo aquilo não era brincadeira. Eu queria que ele desistisse. Porém, Ji apenas sorriu ladino e tornou a virar.
Eu realmente vou perdê-lo.
Me encolhi no lugar, olhando para um ponto além da porta. Eu não queria estar ali, eu não queria que essa droga acontecesse. Entretanto, o que eu poderia fazer? Nada parecia bom o suficiente. Tudo está fora do meu alcance. Bem que o destino podia me dar uma ajudinha, né?
Sori adentrou à igreja sozinha, no clássico vestido branco que a fez parecer a Barbie. Seu sorriso estava gigantesco e ao se aproximar do meu amigo, teve que secar algumas lágrimas. Aposto que são lágrimas de felicidade por estar prestes a se unir ao lúpus mais bonito, forte, gentil, talentoso e em breve rico dessa cidade.
Quando o pastor pediu para que sentássemos nos nossos lugares, Hobi passou ao meu lado, murmurando um "deixa comigo". Tomara que o plano dê certo para nós.
Sentei no primeiro banco - agora mais esperançoso -, ao lado de Taehyung, observando a típica cerimônia matrimonial.
Os minutos foram passando e minha ansiedade aumentando. Minha perna não parava de balançar em nervosismo e eu encarava meu irmão no banco de trás quase o tempo todo para tentar captar alguma coisa. Será que na hora do "fale agora ou cale-se para sempre" ele vai se levantar? Se não for ele, do jeito que me encontro fodidamente incomodado, será eu.
Jimin estava me dando um olhar ou outro de canto de olho, eu odiava quando ele fazia isso pois era sexy. E nesse momento eu tentava negar o quão sexy ele estava.
Mas, querem saber? Eu não sou cego, nem mesmo o sinônimo de pureza e me não interessa se estou numa igreja. O seco de cima a baixo constatando o que já pensava: aquele terno deixava seu corpo bem desenhado.
Suas costas largas estavam aparentes, assim como sua bunda, ambas me enchendo de vontade de apertar. E, na frente, seu peitoral estava mais inflado que o normal. Admiraria se não estivesse já que ele malhou muito pra ficar tão gostoso assim, especialmente, pra esse maldito dia. Suas coxas grossas estavam apertadas naquela calça e... Eu não acredito que ele veio pro casamento sem cueca fazendo o favor de marcar seu pau. Aposto que o safado fez de propósito. Seus braços, dependendo de como se move, também se destacam.
Diante do conjunto dessa obra, mordi o lábio. Eu desejo tanto me perder nesse corpo tão esculpido e completamente delicioso... É um sonho poder acariciá-lo... Apertá-lo... Mordê-lo...
De repente, creio que pelos meus pensamentos estarem tomando outros rumos, um calor peculiar começou a subir pelo meu corpo. Quem nunca passou por isso, não é? Mas ficar excitado numa igreja é demais. Entretanto, o que eu posso fazer? Não dava pra mandar nos meus hormônios estúpidos.
Cruzei as pernas ao sentir um desconforto se instalar nas partes baixas, porém não adiantou muita coisa. Respirei fundo tentando me acalmar e isso me trouxe uma tontura estranha... Por que os perfumes das pessoas pareciam fortes demais? Urgh. Que cheiro enjoativo... Balancei a cabeça. Oh... Esse é bom. Muito bom! De quem é? Talvez no final da palhaçada que é esse casamento eu possa descobrir e pegar o nome do perfume para comprar um frasco pra mim.
- Jungkook? - Taehyung me chamou baixinho.
- Uhm? - murmurei, sentindo o calor desgraçado aumentar. Eles não podiam ligar o ventilador?
- Está tudo bem? - mordi o lábio, assentindo. - Não parece. Você está soando e o clima está frio. - franzi o cenho, o encarando.
- Está?
Então sou só eu quem me sinto assim? Será que estou passando mal? Era só o que faltava, passar mal, com uma ereção no meio das pernas, na igreja, em meio a um casamento que eu não quero que aconteça, me sentindo deixado pelo melhor amigo que tanto amo.
- Sim, está.
- Não precisa de preocupar. Vai passar. - era o que eu esperava. Ele deu de ombros, voltando a atenção para o altar.
Respirei fundo outra vez, o perfume do Tae era de se apreciar mas tinha um, não sabia de quem vinha, que se sobressaia em termo de gostosura. Por que eu estou reparando nisso, afinal? Parece que meu olfato está sensível hoje...
E, para completar, minha cabeça começou a doer também. Os olhos passaram a arder, focando e desfocando à medida que eu piscava, até minha visão clarear. Ok. Estranho. Ela parece aguçada agora. Muito aguçada.
Um zumbido atacou meus ouvidos, a careta dominou meu rosto e aqueles foram os segundos mais horríveis da minha vida, parecia que meus tímpanos iriam explodir... Então... Tudo ficou mais alto. Eu estava ouvindo os mínimos sons. Não estou exagerando, eu conseguia escutar as pessoas passando pela rua lá fora!
Outra careta tomou conta de mim quando senti meus caninos praticamente rasgarem minhas gengivas... Mas que porra...? E segundos depois, mais uma vez, seja o que for, passou.
Eu teria encontrado a resposta fácil para o que estava acontecendo se eu conseguisse me focar, o que não era o caso. Não dava para pensar, principalmente com a porra desse calor em meu corpo que parecia afim de me enlouquecer.
Os calafrios dominaram meu ser, o suor começou a escorrer pelo cantinho da minha testa, meu corpo estremeceu e uma dor incômoda se instalou em meu baixo ventre. Não sabia de fato o que estava acontecendo, só que me sentia estranho.
Me remexi desconfortável onde estava sentado, apertando as coxas e as esfregando, tentando controlar a respiração que estava acelerando. É definitivamente estranho estar tão excitado assim.
As pessoas estão começando a me encarar e a cochichar. Que constrangedor! E a merda dor se torna cada vez mais chata e... Por que está descendo algo da minha parte traseira? É quente... E melado... Vai sujar a minha linda calça se continuar saindo!
- Jungkook... - chamou o alfa.
- O que foi? - sem querer acabei soando rude, era por estar diante do incômodo que ia alastrando em meu interior.
- Você está entrando no cio. É melhor ir para casa antes que as coisas se compliquem.
- Eu, o que?! - meus olhos saltaram no mesmo instante.
- Acho que você se revelou e junto veio seu cio. Precisa chamar alguém de confiança para te levar embora. Que tal sua mãe ou um amigo beta? - não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. Eu podia me relevar e entrar no cio a qualquer momento, sabe? Mas tinha que ser justo agora?
- Por tem que ser ela ou beta? Enfim, não importa. Tenho que aguentar mais.
- Eu sei que o casamento do seu melhor amigo é importante, mas você é um ômega lúpus. Tudo é mais forte pra vocês. É por isso que um beta será uma boa ajuda, ele não vai se descontrolar e por não ser lúpus você também não irá desejá-lo estando no cio.
Eu sou um ômega lúpus?!
- Acredite em mim, esperar, não está no seu dicionário.
Eu aguardei ansiosamente, a anos, por esse momento. Finalmente eu tenho uma classe. Uma classe fodidamente poderosa e desejada.
Havia planejado comemorar tanto... Porém, nessa situação não dá. É o pior dia da minha vida, estou perdendo a pessoa mais importante pra mim e para completar minha revelação veio junto do cio! E eu estou na porra de uma igreja com todos os conhecidos me encarando! O que mais poderia acontecer? Eu dar para o primeiro lúpus que aparecer na minha frente? Porque, de fato, eu estava sentindo essa vontade. Eu quero um alfa, mas também não qualquer. Eu quero um lúpus para satisfazer meu lobo como os outros nunca vão conseguir.
Eu quero o Jimin.
- Só mais um pouquinho. - pedi, manhoso. Buscando forças para me controlar.
- Depois não diz que não te avisei. - vi ele sentar do outro lado do banco, devo estar o tirando dos eixos, mas não é minha culpa, meu cio que está aumentando o cheiro que acabei de ganhar, liberando feromônios, mostrando aos alfas o quanto eu quero me acasalar.
Alguns segundos depois eu sentia como se estivesse com febre, estava quente tanto por dentro quanto por fora. A dor ainda incomodava e eu torcia para que ela não piorasse mais. Tudo seria como o inferno, principalmente se Jimin negasse a me tocar. Isso é só o que eu pensava e desejava no momento: que ele me tocasse, me beijasse e tomasse para si.
Uma onda fervente me dominou, não consegui controlar, gemi sôfrego pois a fisgada que senti foi dolorosa demais e instalou em mim algo insuportável, tanto que senti as lágrimas se acumularem nos meus olhos. Na mesma hora, Jimin se virou, paralisando no instante em que seus mirantes caíram em mim e eu juro que vi eles brilharem dourados. Eu vi o seu lobo. Ou então estou delirando por conta desse porra. Não pude confirmar pois tive que fechar as pálpebras, apertando e choramingando ao sentir mais fisgadas.
- Jungkook! - sua voz, mesmo que soasse aflita, me fez estremecer. Ah, merda! Eu preciso tanto desse alfa... Tanto... Meu corpo está ardendo, mas não só por conta dos sintomas do cio, é pelo desejo insano e incontrolável que sinto por ele. Eu o quero. Meu lobo necessita dele.
Com a minha audição agora apurada - inclusive, mais do que a dos outros lupinos comuns - pude ouvir a mulher cochichar:
- Você não vai lá. - soou rude.
- Sori, é o meu melhor amigo. Eu tenho que cuidar dele!
- Você não pode ajudá-lo. Ele está no cio.
- Veremos se eu não posso. - abri os olhos a tempo de ver o seu sorriso cínico e desafiador.
- Senhores? - o pastor chamou à atenção, de plano a continuar. Nossos olhares se conectaram de novo, Jimin sabia que eu precisava dele, também acho que dava para ver que eu estava quase chorando de dor, e ele queria me ajudar, então deu um passo para vir na minha direção mas a outra segurou seu braço.
- Se você descer desse altar, acabou. - ótimo. Agora ele vai escolhê-la.
Desviei o olhar, abaixando a cabeça, deixando que as lágrimas rolassem aos montes ao passo que lamúrias de agonia deixavam seus lábios. Mas não eram só aqueles sintomas fortes que me fizeram chorar, a pontada no meu peito ajudou bastante.
- Devia ter acabado há muito tempo.
O que?!
Levantei a cabeça vendo Jimin deixar a noiva plantada no altar, com uma expressão indignada, enquanto vinha até mim e agachava em minha frente sem se importar com os gritos histéricos que tomaram conta da igreja, nem com os olhares intrigados dos convidados.
- Você está bem, - perguntou sorrindo ladino, ditando prazeroso - meu ômega? - meu coração acelerou e meu corpo estremeceu mais uma vez.
Eu não sei se ele está feliz com a minha revelação e por isso falou dessa forma ou está querendo dizer de que eu o pertencia...Neguei. Seja o que for, eu não estou bem. Me encontro no cio, quase perdendo minha razão, louco para ter um caralho me fodendo intensamente - vale ressaltar que o dele.
- É quente... D-dói muito... - solucei, apertando minhas coxas, por consequência amassando minha calça.
- Vamos para casa cuidar disso. - eu quase gemi quando senti seu toque na minha pele, apenas me policiei por estarmos no ambiente em que nos encontrávamos e ainda ter um pouco da minha noção intacta.
Ji me pegou no colo e saiu dali, pouco se fodendo para o chamado do pastor, da noiva ou de quem é que seja. Mostrando a qualquer um que fosse e provando a mim que nada importava para si. Nada que não fosse eu.
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