Capther 97

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FLASHBACK ON.

— Jug, sei que você não gosta dessa pessoa que vai entrar no seu quarto agora, porém vamos necessitar da ajuda dela já que você quer conquistar a Betty — a garota de cabelos loiros escuros entrou no quarto do irmão de supetão, o fazendo tomar um susto.

— Que merda é essa Jellybean? E que merda você está falando?

— Esculta, idiota! — os olhos da mais nova brilhavam e o moreno ainda tinha a confusão explícita em sua face. — Pode entrar.

Rick entra pela porta com um pacote de salgados na mão e a boca toda suja pelos restos de farelos do shipps que comia.

— Hum... okay. Me perdoe, mas como esse cacheado ridículo vai me ajudar a conquistar a Betty?

— Não, não é ele — JB revira os olhos fortemente. — Cadê a Evenever, amor?

— Sei lá! Ela simplesmente disse que ia fazer uma entrada triunfal e sumiu.

— Cala boca, Rodrick! Você estragou minha entrada estilo salvadora da pátria — Eve bateu sua mão sobre a testa, após entrar pela porta do quarto e empurrar Rick que estava encostado na patente da porta.

— Para de show que você não é Xuxa, tá querida? — Rick falou com deboche com a ruiva, indo para perto da sua namorada.

— Evelyn Evenever? Que rolê aleatório é esse? Acham mesmo que essa psicopata vai me ajudar em alguma coisa?

— Jughead, para de drama. Você fala demais e age de menos — a ruiva balançou suas mãos, enquanto fazia uma careta. — Como agora eu sou uma nova mulher, vim ajudar os mais necessitados, como sempre. Olha, eu quero que Bughead volte, e não é só porque esses pestinhas vieram até mim com a ideia de tentar descobrir que você não traiu a Bê, e sim porque vocês formam um casal lindo. Eu acredito em você, Jughead. Porém, espero que saiba que estou fazendo isso pela minha amiga.

— Okay, ainda estou tentando captar o que está acontecendo aqui.

— Para de ser burro, moleque. Só escuta a ideia da sua irmã — Rick se intrometeu ganhando uma travesseirada de Jonesy.

— Jug, sei que você e a Cooper não estão bem e queremos ajudar você. Apenas isso.

— Isso eu entendi. Contudo, o que a Evelyn tá fazendo aqui?

— Hello?! Ainda não se tocou? Eu sou a resposta para suas orações, amiguinho — todos os três ergueram as sobrancelhas, sem entender a fala da garota, fazendo Evelyn bufar de tédio. — Você não queria um modo de conquistar a Betty, Jughead? Encontrou. Enquanto tentamos desvendar o mistério de que não rolou a traição, vou arrumar um jeito de deixar vocês juntinhos.

Bom, Jughead não imaginava que um trio maluco invadiria seu quarto numa noite qualquer, com a ideia de descobrir se rolou ou não rolou a tal traição. Um sentimento crescia dentro do coração do garoto e se chamava esperança.

FLASHBACK OFF.

Já havia se passado quinze dias que o "quarteto fantástico" ter se juntado para desamarrar aquele nó muito bem amarrado. E vou logo lhes dizer, meus queridos leitores, eles não acharam nada! Donna não abria a boca para mais nada, só falava a inventada história de amor que viveu na noite com Jug. Procuravam pistas, alguma coisa que lhe dessem um motivo para continuar, mas nada aparecia. Estavam cansados, frustrados. Parecia mais uma quase missão impossível.

— Desisto — Rick se joga no pequeno sofá do porão, deitando e colocando o braço para tampar seus olhos, onde bolam mais um plano que logo falharia.

— Não podemos desistir. Mesmo que essa seja a única alternativa que apareça para nós agora — Jelly senta-se nas coxas do namorado com os braços cruzados.

Jug como já estava sentado no puff, lá mesmo ficou. Passeava suas mãos sobre o rosto, com o nervosismo estampado na cara.

— Nossa gente, que vibe baixo astral é essa. Quem morreu? — Evelyn entrou no porão, com a bolsa de grife ao redor do braço.

— Ninguém. Mas eu pago para me matarem — Rick sussurrou ganhando um tapa da namorada após sua fala.

— Aonde você estava, Evelyn? Está 30 minutos atrasada.

— Desculpa, mamãe Jelly — ironizou a ruiva tingida. — Estava num pub com a Bê, queria tentar distraí-la com uns conhecidos meus que são uma delícia!

— Qual a porra do seu problema, garota? Você está tentando me ajudar ou me matar de infarto?! — Jughead ralhou já estressado com toda aquela situação.

— Fã ou Hater? — Rick comentou um meme brasileiro que apenas ele e Jelly entenderam.

— Acalmem seus corações, bebês. Foi apenas uma brincadeira. — colocou o dedo na boca piscando inocentemente.

— De mal gosto — completou o moreno e a ruiva resmungou, como se Jughead fosse a pessoa mais chata e ranzinza que ela havia conhecido.

— Afe... Nem sei como a Betts ainda te quer, viu. Além do mais, eu nem vi ela hoje.

— O quê!? a Betty falou de mim? — Jughead levantou e tinha certeza que seu coração iria sair pela boca com a adrenalina começando a correr por suas veias. Como Evelyn cruzou os braços e fez um bico fazendo birra, como se dissesse "eu não vou te contar nada, seu merdinha", ele ralhou: — Desembucha, garota!

— Talvez ela tenha comentado alguma coisa sobre você e afins...

— Talvez? Me conta tudo agora!

Jelly cansada de toda aquela situação e sem paciência, pegou o celular do irmão no momento de distração mandou a seguinte mensagem para Donna:

[13h43 PM] Eu: Donna, será que dá para você vir aqui em casa hoje? Temos assuntos pendentes a resolver.

Na mesma hora a garota que precisa de uma terapia urgentemente respondeu.

[13h43 PM] Donna: Juggiezinho? Que surpresa você querer falar comigo! Claro que podemos nos falar, mas a sós, por favor. Não quero a Jellybean me enchendo o saco.

[13h44 PM] Eu: Ok. A Jelly não vai nos atrapalhar. Fique tranquila. Podemos nos ver agora?

— Amor? O que você está fazendo?

— Fique quieto, Rick. Preciso da sua ajuda — os dois namorados se olharam no fundo dos olhos. — Tire esses dois daqui agora, arrume uma desculpa... sei lá! Preciso resolver as contas com a Donna. De mulher para mulher.

O que mais Jellybean almejava agora é tempo para gravar a Donna confessando tudo e tempo para esfregar a cara da garota no asfalto.

* * *

— Pronto, Jelly. Você consegue. Além de salvar o namoro do seu irmão, ganhará o combo de arrebentar a cara da Donna — a Jones mais nova sussurra para si mesma escondendo o celular do seu irmão começando a gravação. — Vai dar tudo certo.

A garota acaba se assustando com a companhia tocando e suspira fundo. É agora e ela não podia falhar.

Rapidamente ela caminha em passos rápidos até a porta e olha para o olho mágico para confirmar que era a morena. Quando ela abre a porta certeiramente acerta um soco no nariz perfeito de Donna que não entendia o motivo.

— Qual é a porra do seu pro... — Donna não consegue terminar sua fala, pois Jellybean agarrou seus cabelos pretos e a jogou no chão quando já estava dentro da casa, logo trancando a porta e escondendo enquanto a morena se matinha zonza com o soco. — Eu vou te matar, Jellybean!

— Ah, para. Nem doeu tanto assim — sentiu satisfação após repetir as mesmas palavras que Donna disse após ser estuprada por aquele cara desconhecido da balada.

— Tá sangrando, sua puta! — Donna ralha e Jellybean gargalha, sentindo a sensação de prazer com a dor da inimiga.

— Que pena — fingiu estar tocada com aquela situação. — Quando você sair daqui espero que não tenha quebrado apenas seu nariz.

Donna sentindo a onda de irritação tomar seu corpo se levantou e ambas começaram a se atracar no meio da sala de estar dos Jones. A morena acabou arranhando o rosto de JB e a mais nova não soltava os cabelos da morena, tendo certeza que havia arrancado um tufo de cabelo da mesma.

— Qual é a sua cisma comigo, Jellybean? Aposto que é inveja! — indagou Donna quando caiu no chão assim como JB.

— Cisma, sua vadia? Você me entregou para um estrupador! — Jelly aproveita a situação de estar no chão e engatinha até a garota para começar a socar sua cara novamente.

— Agora eu entendi — Donna tem sua voz entrecortada, pois consegue subir em cima de JB e lhe dar vários tapas. — Você não é nenhuma santa e estava doida para sentar nele!

— Vai tomar no seu cu, você é doente! — a menor se vira de lado e começa a bater a cabeça de Donna no chão ao mesmo tempo gritando.

Elas passaram algum tempo assim com socos e tapas. Após se cansarem, levantam rapidamente do chão enquanto seus peitos subiam e desciam rapidamente.

— O que você fez com o meu irmão naquela noite? O que você fez com ele? — se jogou contra a garota, lhe dando uma cotovelada e alguns chutes.

— Não consegue aceitar que ele se deitou comigo porque quis? Desiste, garota.

— Nunca. Sei que Jughead nunca se deitaria com você por livre espontânea vontade. Ele ama a Betty e não ama você Donna. Você pode ter feito eles se separarem, mas eles nunca vão parar de se amar, me ouviu bem? Nunca! — a garota conseguiu atacar uma das feridas de Donna e isso só fez aumentar a ira da garota de olhos azuis.

Donna conseguiu se livrar dos chutes de JB, mas não de seus tapas. Era um tapa ardente atrás do outro.

— Jughead um dia vai me amar, você vai ver. Todos que desacreditam vão ficar de boca aberta quando acontecer.

— Nem em sonhos, sua doida — mais um tapa dado foi dado na cara de Donna, após mais um dos socos de Jelly acertar a boca da garota fazendo cortar e começar a sangrar assim como seu nariz. — Você é uma pessoa vil e nojenta. Acha que eles vão ficar separados por muito tempo? Está enganada.

— Cala boca — Donna reage começando a puxar os cabelos da Jones caçula. — Eles nunca mais vão voltar.

— Não ficou sabendo da nova, amor? Eles estão juntos de volta! Jug e Betty estão destinados. Se quiser te mando até o convite do casamento deles. Porém, você só entra se permitir amordaçar sua boca e que te coloquemos numa camisa de força! — Jelly mentiu para provocar a garota, e nisso a fez soltar a verdade.

— O quê? Não pode ser! Eu drogar o Jughead, tirar suas roupas e fazer a Betty ver tudo não valeu de nada?! Que ódio, como eu odeio aquela puta loira!

— Você drogou o Jughead, sua cachorra? Eu vou te fazer ficar careca! — Jellybean começou a puxar os cabelos de Donna novamente a fazendo gritar para que parasse.

— Solta o meu cabelo, Jellybean! — ralhou, aos prantos. A mesma já não sabia se chorava de ódio ou dor. — Por isso que você mereceu ser comida à força!

A porta é destrancada brutalmente e lá temos um Jughead possesso e os dois que estavam atrás dele, totalmente chocados.

— Juggiezinho? — Donna empurra JB e tenta arrumar seus cabelos numa tentativa falha. Entretanto, Jelly a pegou por trás e colocou seu braço ao redor do pescoço da mesma lhe dando vários socos.

— Meu Deus, ninguém vai separar? — Rick gritou ao entrar na casa, não sabendo como fazer sua namorada parar socar a cara de Donna.

— Separar? Eu vou ajudar! — nem deu tempo de Evelyn chutar a barriga de Donna, pois Jughead a tirou de perto e pediu a ajuda de Rodrick para separar as duas garotas que estavam grudadas.

— Juggie, ainda bem que você chegou. Essa louca me atacou sem razão.

— Sem razão? Eu vou te mostrar quem é a sem razão, sua piranha — Rick grudou na namorada para que ela não avançasse.

— Tá vendo como ela é? Tem que internar, é caso grave.

— A única pessoa que temos que internar aqui é você, Donna — disse Jughead.

— O quê? Não entendo, querido, eu...

— Eu ouvi tudo, Donna. Do momento em que você falou que deixou um cara estuprar minha irmã, até o momento que você me dopou para que minha namorada terminasse comigo. Você tem noção do quanto de grau de loucura a pessoa tem que ter pra fazer isso com alguém? Tem noção que acabou com a vida da minha irmã? Que acabou com a minha vida?

— Não fala assim comigo, Jug. Eu amo você — Donna tentou colocar suas mãos sobre o rosto de Jughead, mas o mesmo a afastou, fazendo-a sentir a dor da rejeição.

— Não faz assim é o caralho! Betty sempre esteve certa. Eu deveria ter terminado essa amizade há muito tempo. Desde quando você começou a deixar minha namorada desconfortável dentro da casa dos meus pais. Eu não quero ver você nunca mais.

— Não faça isso comigo, por favor. Eu não consigo viver sem você — arrastou Jughead para se sentar no sofá com ela. — Eu juro, eu precisava tirar Betty do meu caminho, Jug.

— Por que isso, Donna? Você era a minha melhor amiga.

— Porque eu não quero ser só sua amiga! Dói. Todas as vezes que eu via suas conversas com a Betty meu coração corrói ainda mais.

— Como assim você sabia das minhas conversas com a Betty? Você clonou o meu WhatsApp? — o silêncio se fez por ali. — Me responde!

— Eu precisava fazer isso pra te fazer entender que somos um para o outro. Somos alma-gêmeas, Jug! Eu te amo, eu te amo.

— Não, não somos e você precisa de ajuda. Olha, se você me ama mesmo, peço que me entenda e fale tudo isso que fez para a minha Betts.

— Não, isso não! Tudo menos isso — Donna se levantou de supetão, deixando todos atentos. — Você pode me pedir tudo. Tudo mesmo. Menos isso.

A mesma corre até a porta empurrando Evelyn que estava ali, a fazendo desequilibrar e cair do seu salto alto.

— Ah, você não vai fugir não! — Jellybean sai correndo atrás de Donna e Rick atrás de JB, fazendo FP e Gladys que acabaram de chegar alarmados.

— Que porra é essa?! — FP tinha seus olhos arregalados.

— Posso saber o por quê da Donna e a Jelly estarem meladas de sangue? — Gladys grita nervosa.

— Depois explico. Vem, Evelyn! — o moreno saiu correndo atrás e Evelyn resmungou alguma coisa que não podia correr por causa dos saltos, mas ele apenas ignorou. — Então você explica para eles!

Jughead acabou dando várias voltas em várias ruas pois perdeu todos de vista, mas quando viu um tumulto em um ponto de ônibus, foi logo ver. Pedindo licença para algumas pessoas ao redor, avistou sua irmã novamente aos socos com sua ex amiga. Rick parecia cego no meio de um tiroteio, não sabia se tirava a namorada do meio da briga ou se torcia para a namorada. Jughead revirou os olhos e afastou as duas quando Donna tentou fugir de novo.

— Você não vai fugir, Donna. Você vai vir comigo.

— Eu não quero, Jughead. Se quiser um meio para fazer a Betty acreditar em você, esse meio não será eu, ok?

A garota cravou seus dentes – sim seus dentes! – em Jughead, para fugir. Mas quando foi atravessar a rua acabou sendo atropelada – repito, a-tro-pe-la-da! – por um ônibus fazendo todos ficarem chocados ainda mais com a situação. Podia-se ouvir os queixos caindo ao mesmo tempo.

— Puta que pariu caralho, tô todo me tremendo — Rick gritou alto, mostrando seus pelos arrepiados para senhora que estava ao seu lado, ainda mais chocada que o mesmo.

— Jug, vai atrás da Elizabeth e lhe conte tudo. Eu vou ligar pro papai e mamãe, vamos levá-la até o hospital. Não se preocupe, essa doida não vai fugir de mim tão cedo — Jelly acariciou os cabelos negros do irmão o vendo sem reação olhar para a garota desmaida e o motorista do ônibus pedindo desculpa e que arcaria com todas as despesas do hospital. — Anda logo. Eu vou cuidar de tudo.

— Temos que conversar sobre o que aconteceu naquela balada, Jelly.

— Eu sei. Mas não agora. Você tem problemas importantes esperando para serem resolvidos, huh? Ande logo antes que te dê um soco.

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Podia sentir todos os ossos do meu corpo se estralarem enquanto corria até a casa de Betty. Não sabia o que sentia exatamente. Minha mente estava a milhão. Acabei de descobrir que a minha melhor amiga é uma doida varrida que é obcecada por mim foi atropelada na minha frente e que essa mesma doida varrida deixou a minha irmã ser estuprada por um cara aleatório na balada por livre espontânea vontade. Que porra era aquela?

Quando cheguei a casa de Betty, bati na porta e toquei a campainha sem parar. Meu coração estava acelerado, sentia meus pés vibrarem e a minha respiração acompanhar meus batimentos cardíacos.

— Jughead, o que está acontecendo? Ouvi toda gritaria da sua casa e…

— Alice, eu te explico tudo depois, agora cadê a Betty?

— Bom, ela está ajudando a organizar a biblioteca junto com uma professora.

— Que biblioteca? A da cidade ou a que tem na escola?

— Na escola, querido.

— Obrigada, você salvou meu dia — estalo um beijo em seu rosto e a deixo ainda mais confusa. enquanto isso, roubo a bicicleta de um garoto qualquer que estava observando a movimentação.

— Ei, me devolve minha bike!

— Depois irei devolver, agora preciso dela! — grito de volta.

Alguns minutos se passaram e finalmente chego à escola. Apressado coloco a bike de qualquer jeito e entro na escola procurando pela minha Betty. Minha. Ela iria voltar a ser minha Betty novamente. Eu e ela pra sempre.

Quando passo pela porta da biblioteca a procuro e rapidamente meus olhos a capitam… com outro. Beijando outro. [n/n: escutem aqui seus merdinhas, se xingarem a Betty de puta ou alguma coisa do tipo, vão levar um socão e um bloq da autora, tão me ouvindo? podem xingar do que for, tipo, "cocozenta", porém lembre-se que a Betty está solteira, bjo].

Foi difícil não derramar nenhuma lágrima assim que me distanciei da porta, inegavelmente abalado com tudo o que eu tinha visto. Era como se estivesse sob o uso de alguma toxina, onde meu corpo se sentia tonto.

Meus olhos se encheram de lágrimas a ponto de se tornar difícil de enxergar, e com uma careta chorosa, limpei as bochechas com as costas da mão.

Dor. Era só o que eu sentia. Meu rosto estava completamente molhado, meus olhos e garganta ardiam. Meu coração quebrado, e meu estômago revirava-se dentro de mim em um sinal de desconforto.

Pedalava atordoado. A raiva, o ódio, a dor, haviam me consumido por completo. Quando chego em casa o garoto da bike estava sentado na calçada, acabo lhe jogando a bicicleta com ódio no chão, o fazendo murmurar:

— Não há de quê, colega.

— Não fode caralho! — grito possesso, fazendo-o recuar de medo. Saio correndo para dentro de casa e na sala de estar avisto Rick limpando os ferimentos de Jelly, e Evelyn começando a reclamar sobre quando caiu quebrou um de seus saltos.

— Cadê a mamãe e o papai?

— Foram acompanhar Donna. O que aconteceu? Você está chorando.

— Vi a Betty beijando outro.

— O quê?! — exclamaram juntos e eu comecei a soluçar de tanto chorar quando lembrei da cena.

Corri para o meu quarto. Como ela podia ter me esquecido tão rápido? Ela já estava se apaixonando por aquele garoto ou já estava apaixonada? Será que ela realmente me amou para me esquecer tão rápido assim? Aqueles perguntas se passavam pela minha mente, várias e várias vezes… e doía demais. Doía muito.

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1 HORA ANTES DO ACONTECIMENTO.

Havia me pronunciado sobre ajudar a professora que cuidava da biblioteca com a organização, começaria hoje. Queria alguma coisa que ocupasse meu tempo para tirar Jughead da minha cabeça. Pensava que estava conseguindo esquecê-lo, contudo qualquer coisa que lembrava dele. Até as mínimas coisas.

Caminhava tranquilamente pelo novo caminho que traçava. Bom, para esquecer alguém temos que cortar laços, não é mesmo? Porém, Jughead é o meu vizinho e sempre íamos pelos mesmos caminhos, então eu mudei. Confesso que estava sendo difícil esquecer tudo que vivemos, mas ele me traiu, por que eu ainda sentia a necessidade de ter seus abraços quentes? ou de beijá-lo quando quiser?

Mas mesmo assim estava decidida. Nenhum dos meus desejos carnais iria me fazer mudar de ideia de que Jughead Jones estava expulso da minha vida para sempre. Iria esquecê-lo, por bem ou por mal.

Chegando à escola, suspiro pesadamente. Finalmente iria ocupar minha mente.

— Betty, o que você tá fazendo aqui? — me assusto quando vejo Alec do meu lado, surpreso tanto quanto a mim.

— Vim ajudar a Sra. Wayne com a biblioteca. E você, Alec, o que está fazendo aqui? — estava começando a pensar que esse garoto é um psicopata e estava me seguindo para me raptar.

— Que coincidência, eu também! — exclama animado.

Entramos juntos e fomos em direção até a ala da escola que queríamos. Me mantive longe de Alec a todo o momento que organizava os livros por ordem. Ao invés de sentir paz, me sentia ameaçada. Alec é um homem bastante atraente e qualquer mulher se jogaria aos seus pés, até eu. Porém não estava para relacionamentos. Isso irá durar um longo tempo para acontecer novamente.

— Ué, cadê a Sra. Wayne? — me assusto com a fala de Alec. — Tinha a visto aqui agora.

— Deve ter saído para organizar alguma coisa na secretária.

— Deve ser — ele concorda, colocando a caixa pesada e cheia de livros em cima da mesa e se sentando ao meu lado. — Como você está organizando?

— Por tópicos. Romance, mistério, etc — suspirei. — Não sabia que você gostava de livros.

— Todo mundo me fala isso. Acham que um cara grande como eu não cultua bons livros. Mas também vim para ajudar a Sra. Wayne, além de quê isso vai me ajudar a esquecer que meu coração foi chutado pela garota que gosto.

— Amor não correspondido?

— Um dos piores — rimos. — Você está aqui por quê…?

— Também estou aqui para esquecer alguém.

— O que aconteceu?

— Ele me traiu com a melhor amiga — sorri, não olhando em seus olhos castanhos. — Pensei que ele nunca faria isso comigo, sabe? Ele sempre me tratou com amor e carinho, para no fim quebrar meu coração.

— A minha sempre amou outro, mas também não era correspondida por ele. Por isso vinha procurar se aconchegar nos meus braços, usurpar do meu corpinho — rimos novamente. — Eu a amo, sabe Betty? Dói saber que não é recíproco.

— Eu sei como é. Nossas dores são bem diferentes, Alec, mas eu sinto o mesmo que você — coloco o livro que estava na minha mão sobre a mesa e passso-as sobre meu cabelo. — Quero tirar esse garoto idiota da minha cabeça. Quando eu pensei que ele já não era nada para mim, eu comecei a sonhar com a gente voltando. Por que essa merda tem que ser tão difícil? Parece que eu nunca vou conseguir sentir prazer em beijar outras bocas, parece que meu corpo e minha alma são dele, apenas dele.

— Me sinto da mesma forma que você. Estávamos juntos quando ele mandou mensagem para ela pedindo para se encontrarem para conversar. Eu surtei e tivemos uma briga intensa e ela não teve medo de pisar em mim, como sempre — vi ele ri como se lembrasse de algo e uma lágrima descer de seu olho direito. — Tentei beijar outras bocas, mas não senti nada, acho que deu errado porque eu só fazia aquilo para fazer ciúmes. Me sinto patético.

— E se vocês se beijarem? — tomamos um susto com a voz de Sra. Wayne atrás de nós. — Me perdoem, queridos. Se vocês se beijarem e sentirem algo é sinal que estão começando a esquecer a pessoa amada. Bom, vou pegar essa caixa pesada e levar para a secretária, é para doação. Mais uma vez agradeço a ajuda de vocês.

— Por nada — falamos juntos, constrangidos. Wayne tirou a caixa pesada dali e caminhou para longe de nós até sair da biblioteca.

— Acho que ela tem razão.

— Não alimente as ideias malucas que essa professora propõe, Alec.

— Não, Betty. É sério. Se nos beijarmos poderemos saber se ainda amamos outras pessoas ou se podemos logo seguir em frente.

— Alec…

— Só me responde. Sim ou não?

Olhei para seus olhos, indecisa, e depois para sua boca. Ok, não era tão difícil assim. Uma hora ou outra eu teria que beijar outras bocas. Me aproximo de Alec o deixando alarmado e colo meus lábios aos seus. Nada. Não sentia absolutamente nada.

Aquilo parecia tão errado. Por que eu sentia isso? Por que eu não podia sentir novamente? Jughead fodeu a minha mente e o meu coração, porque a única pessoa que eu queria agora era ele aqui comigo.

— O que você acho… Por Deus, Betty! Por que está chorando? — ele pergunta alarmado quando eu começo a chorar após nosso beijo.

— Eu não senti nada, Alec. Nada! Eu só queria sentir alguma coisa e expulsá-lo do meu coração

— Tá tudo bem — soltou uma lufada de ar, me aninhando em seus braços. — Uma hora passa, ok? Essa dor que sentimos vai passar.

* * *

Voltando para casa a pé eu me sentia ainda mais suja do que antes. Parecia que eu que tinha traído Jughead e não ele. Aproveito para ligar meu celular que estava desligado e vejo que tenho várias chamadas perdidas de Evelyn, Rick e JB.

Logo chegando perto da minha residência sou abordada pelos três, que não paravam de tagarelar ao mesmo tempo.

— O que vocês estão tentando me dizer? Não entendo — indaguei, confusa.

— Donna dopou o Jughead, maninha. Ele nunca te traiu. Ele foi atrás de você na biblioteca e te viu beijando outro.

— Amiga, você não vai acreditar! a Donna foi atropelada por um ônibus!

— O-o quê? — gaguejo.

— Eu vou te explicar tudo.

Depois de alguns minutos me contando sobre o que aconteceu, senti que todo o peso do mundo estava em meus ombros. Se eu já estava me sentindo suja antes, agora me sentia pior.

— Agora não dá tempo de se lamentar. Vai conversar com ele!

balanço a cabeça e confirmo, correndo para a casa dos Jones e sendo seguida pelos três. JB sobe comigo até o quarto e destranca a porta do quarto do mesmo.

— Jughead — chamo pelo seu nome quando sou jogada para dentro do seu quarto e o encontro deitado sobre a cama. Ele me olhava de uma forma que nunca me olhou antes, isso me afetava demais. — Oi. Temos que conversar sobre tudo que aconteceu hoje.

— Conversar sobre tudo que aconteceu hoje? — riu, como se fosse uma piada. — Não tô afim. Agora fora daqui.

— Não dá porque eles me trancaram aqui junto com você e mesmo que você me expulse, não irei sair, pois eu te amo e temos que conversar urgentemente.

— Me ama? Você me ama daquele jeito, Betty? Trocando saliva com outro cara, é esse seu novo jeito de me amar?

— Você não vai entender, Jug. Está com a cabeça quente agora e só iremos discutir. Mas, por favor, quero que me escute.

— Não vou te escultar porra nenhuma, sai!

— Não pode me expulsar desse jeito, eu estava solteira e...

— Eu também estou solteiro. Agora corto todos os laços que tinha com você e vou aproveitar pra pegar o máximo de mulher possível — tentando me machucar com sua fala, Jug se levanta, pega a chave que estava sobre sua escrivaninha e destranca a porta. — Vai embora, Betty. Não quero ver sua cara por um longo tempo.

— Não faz assim, Juggie. Quanto mais você me afastar, mais tempo não nos resolveremos.

— O que eu mais quero é ficar longe de você.

— Eu entendo a sua dor. Sei o que está sentindo agora e... — mais uma vez ele me corta.

— Entende mesmo? Será? — ri consigo mesmo. Tento me aproximar para tocar seu rosto, mas ele me afasta, fazendo-me sentir a dor da rejeição. — Sabe o que é saber se você traiu ou não traiu alguém? Ter sua cabeça a mil? Sabe o que é descobrir que sua melhor amiga é uma doida e obcecada por você?

— Isso todos nós sabíamos, Jughead. Você que fechava seus olhos para isso — falei, mas ele me ignorou.

— Me senti um merda todo esse tempo, para depois que descobri toda a verdade, ver a pessoa que eu amo beijar outro — nesse ponto nós dois já chorávamos.

— Me perdoe. Eu queria sentir alguma coisa, Jug. Te esquecer.

— Essa é a sua desculpa? Me esquecer?

— Sim. Fui uma idiota eu sei, mas eu estou solteira. Estava confusa e na minha cabeça já tinha confirmado que você me traiu. Por favor, vamos conversar como pessoas normais.

— Não quero conversar, quero que você caia fora daqui agora! — aponta para a porta que acabou de destrancar.

— Jug, por favor.

— Sai — me pega pelos ombros e me coloca para fora do seu quarto, batendo a porta na minha cara.

Jellybean sobe as escadas alarmada e me olha com a dor estampada.

— Desce, Betty. Rick vai te levar para casa e te mostrar o vídeo que gravei com Donna confessando tudo.

Concordo, enxugando minhas lágrimas e ela entra dentro do quarto do mesmo, trancando logo em seguida.

— Tá tudo bem, Jojo? — ouço vozes vindo de lá de dentro.

— Relaxa, maninha. Só dói quando eu respiro.

[...]

será que a JB dando uma surra na Donna compensa o surto repentino do meu sumiço? esse capítulo foi uma verdadeira montanha-russa, hein. obrigada pelos 400K, thuthucas.

IG vai acabar com 100 caps! então, vamos logo nos despedindo, hehe :P

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