Capther 89
𝙴𝚕𝚒𝚣𝚊𝚋𝚎𝚝𝚑 𝙲𝚘𝚘𝚙𝚎𝚛 𝚙𝚘𝚒𝚗𝚝 𝚘𝚏 𝚝𝚑𝚎 𝚟𝚒𝚎𝚠.
Eu já estava atrasada para encontrar Jughead. Isso tudo era culpa de Rick que nunca dormia e ficava tagarelando. Enrolada na minha cama, olho o meu celular vendo as horas e percebo alguns segundos depois que o meu irmão já estava roncando.
Me levanto, sorrateiramente. Deixando alguns travesseiros debaixo do cobertor para assimilar que eu já estava no meu décimo sono. Percebendo a baixa carga do meu smartphone, suspiro tendo que pular Rick para pegar o meu carregador que estava no criado-mudo.
Assusto quando o mesmo se remexe falando coisas indecifráveis. Engulo em seco, com medo que ele acordasse, mas o mesmo apenas troca de posição e volta a dormir. Soltando o ar que havia prendido em meus pulmões, desci as escadas indo até a porta e saindo com uma das chaves reservas.
A janela de Jughead estava aberta e a escada estava lá para facilitar a minha subida. Suspirei novamente, de um jeito alto e dramático demais até para meus ouvidos. Morria de medo em subir em escadas, parecia que a qualquer momento iria cair.
Prendi meus lábios entre os dentes, repetindo mentalmente que se eu havia começado aquilo eu tinha que terminar. Subi a escada de ferro, com o medo estampado em meu rosto, pulei para dentro do quarto do meu namorado, observando muitos cacos de vidro espalhados pelo seu quarto. Mas que merda tinha acontecido aqui?
Quando iria sussurrar o seu nome para perguntar o que havia acontecido, vi a cena que partiu o meu coração. Pisquei, surpresa, torcendo um dos lados da minha boca e sem saber o que fazer. Não sabia se chorava ou gritava. Meu olhos estavam presos na cena das duas pessoas à minha frente.
Jughead dormia tranquilamente. Sua respiração era tranquila e serena, e havia uma rata nojenta deitada sobre seu peito. Os dois. Nus. Roupas estavam espalhadas pelo quarto, entregando o que eles tinham feito. Uma lágrima desceu sobre a minha bochecha e a falta de ar se fez presente, junto com a euforia.
O que era aquilo? Jughead não havia dito que ela era apenas a sua amiguinha? Realmente eu não conseguia entender. Jughead dizia que me amava e que não era para me preocupar, mas mesmo dizendo isso, ele estava pelado, deitado ao lado da pessoa que ele tanto afirmou ser só apenas uma amiga.
Fechei os olhos em negação, tentando pensar que aquilo era apenas uma miragem. Mas não adiantou, as lágrimas vieram como uma enxurrada e eu já soluçava pela dor em meu peito. Tropeçando pelos meus pés, desci destrambelhada pela escada novamente, ignorando o fato que poderia cair e me machucar.
Parecia que o oxigênio, para mim, havia acabado. Tentei respirar várias vezes, entretanto a dor dentro de mim se intensificava. Pegando a chave do bolso percebi que as minhas mãos tremiam. Sentia todas as minhas veias vibrarem. Abrindo a porta, a tranquei novamente com certa dificuldade depois que entrei. Ainda estava desacreditada do que havia visto.
— Betty? — Rick aparece na sala de estar com uma faca de serra e um pão integral. — Pensei que estava dormindo, por isso vim fazer o lanchinho da madrugada.
Ele riu, não percebendo o meu estado. Limpei as lágrimas, escondendo as minhas mãos nos bolsos traseiros da minha calça. Conhecia bem o que estava acontecendo, a dor horripilante no peito e a falta de ar já entregavam. Pensava que nunca mais sentiria isso, era a pior sensação, parecia que a qualquer momento o ar sairia todo de mim e eu iria morrer.
Rick me olhou novamente, me analisando com os olhos estreitos, já que eu estava na parte escura da casa.
— Por que você tá no escuro, maluca? — perguntou, tombando a cabeça levemente para o lado. Tentei abrir a boca, mas não saiu nada, então ele apenas deu de ombros. — Quer um pedaço do meu lanche? É um X-Rick! Você tem que misturar tudo o que ver na geladeira e colocar no sanduíche — deu de ombros novamente. — Tá uma delícia. Acho melhor você aceitar, porque é raro eu oferecer comida a alguém. Até pra Jellybean, que é minha namorada.
— E-eu… — tentei falar novamente, mas acabou não dando certo. Então apenas neguei com a cabeça.
Não aguentando mais segurar o choro, uma das lágrimas deslizaram sobre a minha bochecha, mas não fui rápida o bastante para enxugá-la já que Rick viu.
— Betty, tá tudo bem? O que que foi? Você tá estranha. E também parece meio eufórica — ele franziu as sobrancelhas, o semblante começando a ficar confuso. Logo saiu da cozinha, que se dividia entre a sala de estar, para vir até mim.
Afastei alguns passos tropeçando na pequena mesinha da sala, me fazendo cair sentada sobre o chão. Ele arregalou os olhos, vindo em minha direção.
— Betty, me diz o que tá acontecendo? Por que você tá chorando? — ele pergunta, preocupado. E a única coisa que sai de mim é o choro alto. — Loira azeda, você tá me assustando. Por favor, diz alguma coisa.
O mesmo sem saber o que fazer, se ajoelha no chão na minha frente. Seus olhos param nas minhas mãos que tremiam, ele as toca de maneira tímida tentando assimilar alguma coisa. Tento respirar novamente mas não consigo. Dor. Uma forte dor rasgava meu peito.
— Eu… eu vou chamar a mamãe! — gagueja saindo correndo pela casa.
Abraço os meus joelhos, abaixando a cabeça. Logo, escuto passos vindo em minha direção. Mamãe me chama repetidas vezes, mas é em vão. Olho ao meu redor, Livy me olhava assustada e Rick tinha leve lágrimas nos olhos.
Depois de tudo, a única coisa que me lembro é de elas me colocando dentro de um carro, e partindo a algum lugar.
* * *
Eu sinto um cheiro estranho, mas é comum. É cheiro de hospital. Balanço a cabeça algumas vezes e não consigo abrir meus olhos, sinto meu corpo pesado e minha respiração ainda falha. Abro os olhos vendo o teto branco, ao meu lado havia um sofá, nele mamãe olhava para cima e Rick cochilava em seu ombro.
— Querida, você acordou — a voz de Alice pairou sobre meus ouvidos. A mesma de desvia de Rick o fazendo, sem querer, acordar. Rick coçou os olhos e vem em minha direção sentando no final da cama.
— Quero ir pra casa — sussurrei, quase sem voz.
— Você ainda não recebeu alta, meu bem — suspirei, cansada. — Livy foi conversar com o médico.
— O médico disse que você teve um ataque de pânico — Rick foi direto ao ponto. — A quanto tempo você tem isso?
— Querido, deixe ela descansar, perguntas apenas depois — deixou um selar na bochecha do cacheado e ele murchou, entrelaçando nossas mãos como se dissesse que estava ali.
Depois de um tempo, Livy entrou com o médico chamado Luke. Eu me lembrava bem dele, foi ele quem cuidou de Jughead quando ele perdeu a memória.
— Você nos deu um susto, mocinha — Livy falou depois de se posicionar ao lado de mamãe.
— A Betty já pode ir para casa, doutor? — minha mãe questionou ao homem de branco.
— Bom, antes de responder essa pergunta, quero perguntar se os ataques de pânico são frequentes.
— Não. Não são — mamãe me olhou depois de respondê-lo. — Quando mais nova ela tinha vários ataques quando via o seu pai me agredir, mas depois que ele foi preso, as crises pararam.
— Ok. Vou arrumar algumas coisas pra ela e depois venho falar se ela está de alta.
O médico saiu, com um sorriso ladino e confortante.
— Jughead me traiu — digo, apenas. Mais cedo ou mais tarde eu teria que dizer.
— O quê?! — o magrelo gritou chocado. Mamãe rapidamente cobre a sua boca para que ele fizesse silêncio.
— Eu vi ele deitado na cama com a Donna.
— Mas tipo isso não é traição, apenas estavam deitados. A não ser que eles estavam nus — Rick indaga. Mando aquele olhar para o mesmo que entende na hora. — Puta merda, eles estavam pelados?!
— Sinto muito, Betty — Livy, diz. — Você está bem?
— Oh, claro! Apenas levei um chifre e estou no hospital por ter tido uma crise de pânico — murmuro, com um tom ácido na voz.
— Não precisa ser grossa — mamãe fala.
— Desculpa.
— Mas o Jughead te ama… Por que ele te trairia com a Donna? — Rick questionou-me.
— Quem ama a pessoa de verdade, não trai.
— Não sei, isso tá muito estranho — escutei o murmúrio do meu irmão, acompanhado de um suspiro pesado em seguida.
— Não quero mais falar disso, tá? Agora eu só quero ir pra casa — maneio a cabeça, não conseguindo evitar o choro.
𝙹𝚞𝚐𝚑𝚎𝚊𝚍 𝙹𝚘𝚗𝚎𝚜 𝚙𝚘𝚒𝚗𝚝 𝚘𝚏 𝚝𝚑𝚎 𝚟𝚒𝚎𝚠.
Sentia a minha cabeça latejar de dor, quando abri meus olhos encontrando a luz do sol entrar pelas frestas da janela. Sem entender nada, percebi um peso quente sobre meu ombro, alguns cabelos pretos espalhados pelo travesseiro e o meu pescoço.
Me afastando um pouco pude ver o rosto de Donna. O pior de tudo foi perceber que ela estava nua e eu também. Demorando alguns minutos para a minha mente carregar o que havia acontecido, arregalo os olhos exageradamente, caindo da cama.
Mas o que havia acontecido aqui? Por que eu estava pelado? E por que não me recordava de nada da noite passada?
— Volta pra cama, amor — o sussurro de dona me assustou. Amor? Mas que porra era aquela?
Percebendo que eu ainda estava pelado, me levantei as pressas pegando a minha samba-canção que estava jogada pelo o chão e vesti rapidamente, percebendo o olhar de Donna sobre mim.
— Por que está se escondendo de mim, amor? Ontem a noite as coisas foram tão boas entre nós dois — fez biquinho, fazendo menção em se levantar.
— Pode ficar aí, Donna — gritei, tampando meus olhos. — E o que aconteceu ontem a noite?
— Não precisa tampar os olhos sendo que você já viu tudo — diz, maliciosa. Tampando seu corpo com o lençol da cama. — Como assim você não se lembra de ontem a noite?! Foi uma noite tão especial entre nós dois. Você disse tantas palavras bonitas e finalmente teve coragem de confessar seu amor por mim!
— Quê? — minha voz saiu aguda e aguçada.
— Você realmente não se lembra de ontem? Da nossa primeira vez? Jughead você foi o meu primeiro… — ela sussurrou fungando alto.
Passo minhas mãos pelos meus cabelos, começando a andar de um lado para o outro. Mas que merda eu tinha feito? Não tinha explicação eu não me recordar de exatamente nada.
— Me conta desde o começo, Donna.
— Bom… ontem a noite eu estava com insônia e resolvi vir ao seu quarto. Você estava se arrumando pra alguma coisa, mas não preferiu me contar. Eu te ofereci um whisky que seu pai havia escondido e eu, por pura coincidência, eu descobri o local. Você acabou aceitando a bebida e a gente bebeu muito. Isso acabou rolando um clima e acabamos na cama… depois de tudo você confessou que estava apaixonado por mim e não pela Betty.
— Não. Se eu tivesse feito isso eu teria me lembrado, Donna!
— Está duvidando de mim, Jughead?! — torce o nariz, limpando as lágrimas que caíam sobre a pele pálida. — Você me usa e ainda finge que não se lembra de nada. Como você pode fazer isso com a pessoa que mais te ama? Jughead você é um porco!
— Me desculpa, Donna. Realmente eu não me lembro de nada. Eu não sei por que isso aconteceu. Droga! — bato na minha cabeça tentando assimilar tudo.
— Mas rolou, Jughead. Mesmo você não se lembrando — falou, parecendo bastante magoada.
Foi ai que eu me lembrei. Betty. Ela possivelmente deve ter nos visto. Me senti culpado, assustando Donna quando levantei de uma vez para correr até a casa dos Cooper's.
Descendo as escadas todo destrambelhado, atravessei a sala de estar abrindo a porta. Eu tinha que falar com Betty, tinha que tentar me explicar mesmo não lembrando de nada.
Passando pelo gramado encontro Rick saindo da casa. O mesmo me encara quando tranca a porta e vem em minha direção.
— A Betty. Cadê ela?
— No hospital — observo seus olhos cansados. — Ela teve um ataque de pânico.
Ataque de pânico? Será que foi por minha culpa?
— Olha cara eu não sei o que aconteceu, mas eu não trai a Betty. Eu não lembro de nada… Por favor acredita em mim.
— Não precisa se explicar pra mim, Jughead — ele segura meu ombro, dando um breve sorriso fechado.
— Foi por minha culpa, né? — ele me olha confuso. — O ataque de pânico.
— Eu realmente não sei, cara. Agora eu tenho que voltar pro hospital. Logo, logo a Betty vai voltar pra casa e aí vocês poderão conversar.
Ele fala apenas e sai andando, me deixando sozinho. Percebo que as pessoas que passavam me olhavam feio por estar apenas com uma samba-canção. Volto para dentro de casa e caminho até meu quarto. Quando abro a boca para dizer alguma coisa a Donna ela apenas sai chorando com o lençol enrolado ao corpo. O que me faz sentir ainda mais culpado.
O que eu havia feito?
[...]
sentiram saudades?
peço desculpas pela demora, podres.
estava tentando me recuperar já que a
minha escola fechou novamente por causa
do coronavírus e voltamos com o EAD. os
professores mandaram muitas atividades
na semana passada, nem deu tempo de
entrar no Watty :/
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