12- Como há sete anos atrás

Shawn

  Assim que acordei e vi que ao meu lado a cama estava vazia dei um salto, o relógio marca  nove e meia da manhã, ou seja, estou atrasado e Camila vai querer me matar por isso.

   Apressado escovei os dentes e tomei um banho rápido, passei correndo pela sala ao mesmo tempo em que fechava os botões da minha camisa social, parei ao ouvir o som de uma risada. Desnorteado voltei para a sala e vi Camila sentada enquanto tomava o café da manhã vestindo apenas um robe de seda, ao ver minha expressão confusa ela riu ainda mais.

    — Do que está rindo?- pergunto.- E o que está fazendo sentada aí? Estamos atrasados.

    — Estou rindo de você- ela responde com um sorriso malicioso.- E não estamos atrasados coisa nenhuma, acho que você bebeu demais na noite passada e se confundiu.

  Eu não bebi quase nada ontem a noite, é Camila que me deixa desnorteado.

    — Certo. Então temos a manhã livre?- pergunto me juntando a ela para tomar café da manhã.

    — Sim, mas temos que ir a uma palestra depois do almoço- responde se levantando, eu seguro seu pulso a impedindo de se retirar, em resposta Camila me devolve um olhar confuso.

    — Não vai me deixar logo pela manhã, ou vai?- pergunto a puxando e fazendo se sentar em meu colo.

    — Eu ainda não me decidi- responde brincando com minha gravata.

    — Então acho que precisa de mais um incentivo- sussurro mordiscando o lóbulo de sua orelha.

  Camila suspira enquanto desço distribuindo beijos por seu pescoço, lentamente abro seu robe, constato que ela não está usando absolutamente nada por baixo e isso é ótimo para mim. Abocanho seu mamilo e isso a faz arfar, eu adoro os seios dela, pequenos e perfeitos, Camila Cabello é minha perdição.

  Continuei com a sucção em seus seios fazendo-a gemer meu nome, como eu amo ouvi-la gemer, mas para o meu azar fomos interrompidos por batidas insistentes na porta.

    — Eu espero que seja algo muito importante, do tipo o prédio está pegando fogo- digo liberando Camila dos meus braços.

  Ela ri ao se colocar de pé e fecha o robe, como se nada tivesse acontecido ela caminha calmamente até a porta.

    — Senhorita Camila Cabello?- ouço uma voz masculina perguntar.

    — Sim- Camila responde.

    — Tenho uma entrega para a senhorita, basta assinar aqui- o homem informa.- Tenha um bom dia.

    — Obrigada- ela agradece então fecha a porta.

  Logo Camila surge com um enorme buquê de rosas vermelhas.

    — De quem são?- pergunto desconfiado.

    — Eu até diria que são suas mas você acordou atrasado então não é possível- ela diz tirando o cartão do buquê. Em seguida olha para mim, depois para as flores e de novo para mim.- Esquece, você realmente não é esse tipo de cara.

    — Espera. Está dizendo que eu não pareço ser o tipo de cara que manda flores?

    — É exatamente isso que estou dizendo.

  A verdade é que eu nunca fui mesmo esse tipo de cara, mas por algum motivo me senti incomodado com o que Camila disse.

    — O que diz ai?- pergunto ao vê-la abrir o cartão.- São dos organizadores do congresso?

    — Sim, são deles- ela responde franzindo o cenho enquanto lê as palavras.- Eu vou me trocar, quero dar uma volta antes de começar a trabalhar.

  Aquilo deixou bem claro que por essa manhã tinha acabado entre nós dois.

–––––––––––––––

  A tarde foi completamente corrida, logo depois que almoçamos assistimos à uma palestra com quase três horas de duração, logo depois engajamos um compromisso atrás do outro e isso me deixou exausto.

  Depois de tomar um longo e relaxante banho fui procurar Camila para que fossemos jantar, mas fiquei surpreso em não encontrá-la em lugar nenhum da suite. Ao entrar no quarto dela encontrei sob o criado mudo o cartão que veio junto as flores, ao abri-lo fiquei imediatamente irritado.

  As flores não foram enviadas pelos organizadores do congresso mas sim por Austin e ele a convidou para jantar, considerando que Camila não está em lugar nenhum fica claro que ela aceitou ao convite. Neste momento só se passa uma coisa por minha cabeça: Eu vou atrás dela.

  Irritado saio da suíte sem nem pensar em mais nada, Camila só pode estar brincando comigo, é a única explicação para ter saído com Austin depois de termos passado a noite juntos.

  Assim que cheguei ao restaurante do hotel os vi sentados em uma mesa mais reservada, ele é tão idiota que nem a levou para jantar em outro lugar, sigo até o bar e peço um uísque.

  Depois de passar um tempo observando aos dois resolvi dar um basta naquilo, mas não vou simplesmente chegar lá, prefiro fazer algo ainda melhor.

    — Você tem uma caneta?- pergunto ao barman. Em poucos segundos ele me consegue uma.

  Pego um guardanapo e escrevo uma mensagem breve e direta. Um garçom passa por mim e vejo que é a oportunidade perfeita, peço para que ele entregue o guardanapo a Camila mas sem dizer que fui eu que enviei, logo depois me dirijo ao banheiro do local.

  Tive que esperar cinco minutos até que uma confusa Camila surgisse no corredor, ao me ver ela apenas revira os olhos, já imaginava que era eu.

    — Surpresa em me ver?- pergunto.

    — Não, isso já é algo típico do seu comportamento- responde ficando de frente para mim.- O que quer?

    — Quero saber por que está jantando com aquele idiota?

    — Simplesmente porque ele me convidou para jantar.

    — Você mentiu para mim sobre quem tinha enviado as flores.

    — Menti porquê sabia que você teria essa reação, além do mais eu não te devo satisfações.

  Camila está certa mas isso não diminui nem um pouco minha irritação.

    — Cinco minutos- digo entredentes.

    — O que?- Camila pergunta sem entender.

    — Dez minutos no máximo. É o tempo para que você dispense o Austin e vá para a suíte para que possamos conversar- explico.

    — Você está louco?- ela pergunta perplexa.- Não posso fazer isso com Austin. Não vai acontecer de novo.

    — O que não vai acontecer de novo? Eu te tirar dos braços dele assim como há sete anos atrás ou o que aconteceu na noite passada entre eu e você?- pergunto colando nossos corpos.- As duas coisas vão acontecer novamente e nós dois sabemos disso.

    — Você enlouqueceu- Camila sussurra se afastando de mim.

    — Dez minutos- a lembro o que só a faz virar as costas para mim e ir embora.

–––––––––––––––

  Camila só voltou para a suíte vinte minutos depois, ao julgar pelo sorriso que tinha no rosto aposto que fez isso de propósito para me deixar esperando.

    — Surpreso em me ver?- pergunta irônica ao entrar pela porta.

  Observo ela entrar na sala e jogar a bolsa em cima do sofá, logo em seguida para a minha frente com as mãos na cintura esperando uma resposta. Sentado onde estou consigo vê-la perfeitamente, ela está linda, brava e linda.

  Me levanto e puxo Camila para meus braços, antes que ela pudesse ter alguma reação eu a beijo. Camila no primeiro momento não resistiu, mas assim que fui aprofundar o beijo ela se afasta e me dá uma bofetada, levo a mão a bochecha e sem conseguir aguentar dou risada.

    — Me desculpa- Camila pede arrependida, o que só me faz rir ainda mais.

    — Agora vai ser o momento em que você grita comigo para que eu te leve para casa?- pergunto massageando o local do tapa.

    — O que estamos fazendo?- pergunta mordendo o lábio inferior visivelmente nervosa.- Estamos agindo igual ou ainda pior do que há sete anos atrás.

  Camila está certa, nós dois passamos do ponto.

    — Me desculpe, eu fui um idiota- peço.- Não queria agir dessa forma, não suporto Austin mas isso não justifica.

    — Tudo bem- responde massageando a têmpora.- Acho melhor ir dormir, temos muito trabalho amanhã.

  Com isso Camila deixa a sala. Parabéns Shawn Mendes, você acaba de ferrar tudo exatamente como há sete anos atrás.

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