Chapter 27

Harry havia saído do apartamento e eu estava com aquela "mansão" toda pra mim. O que fazer? Pensei comigo mesma.
Fiquei andando de um lado para o outro.
Caminhei até a pilha de discos de vinil de Zayn, e escolhi um da minha banda favorita Bon Jovi.

Eu me lembro de quando tinha cinco anos. Estávamos, eu, minha mãe, Harry e sua mãe, no carro, a caminho do parquinho de diversões. Minha mãe estava dirigindo e conversando sem parar com Anne. Harry e eu estávamos presos à aquelas cadeirinhas de segurança, brincando de encarar. Não conseguíamos muito, porque quando eu não fazia graça para ele rir, ele fazia para que eu caísse na gargalhada.

Mamãe havia parado em um sinal fechado e ao nosso lado, parou um conversível vermelho, com o som muito alto. Harry assustou-se e começou a chorar. Anne tentava acalma-lo, enquanto eu estava vidrada na música. Assim que o sinal abriu, o carro acelerou e partiu em disparada. Harry aquietou-se e me olhou, com aqueles grandes olhos claros (quando pequeno Harry tinha os olhos azuis). Sorri para ele e comecei a cantar um pedaço da musica, que antes tocava e ensurdecia Styles.  

Mamãe e tia Anne, começaram a canta-la na frente. Muito alto. Quando as duas pararam, chamei minha mãe e lhe pergunto o nome da música, ela disse Livin' on a prayer. E que o nome da banda era Bon Jovi, que o vocalista chamava Jon e era um gato de marca maior.

A partir daí, me apaixonei pela banda. Foi a primeira música que aprendi. Eu tinha vários pôsteres espalhados pelo meu quarto. Um monte de cd's e dvd's da banda.

Quando eu tinha nove anos, eles iam fazer um show em Los Angeles e eu implorei, tanto para que minha mãe levasse-me. Ela cedeu e tia Anne deixou Harry ir conosco, já que por causa de mim ele começou a cantar.

Nossos lugares eram ótimos, bem de frente para o palco. Quando Jon chegou, eu comecei a gritar e a chorar sem parar, tipo uma fã retardada, sabe? Então. No meio do show ele aproximou da plateia e foi passando sua mão nas mãos das pessoas. Sua mão tocou na minha e quando ele se afastou, levei minha mão até o peito e comecei a chorar e a gritar. Falei para minha mãe que eu nunca, jamais, em toda a minha vida lavaria a minha mão.

Mas é claro que Harry havia ouvido aquilo, e fez o favor de pegar uma garrafinha de água mineral e despejar na minha mão. Xinguei ele de um monte de coisa (que crianças de nove anos falam).

E ali estava eu ouvindo Livin' on a prayer e cantando loucamente. Era a primeira vez que cantava aquela música, sem meu melhor amigo. Não era a mesma coisa. Faltava aquela essência e aquele toque masculino.

Tirei o disco da vitrola e voltei a guarda-lo dentro do envelope. Subi as escadas e peguei uma muda de roupa e fui para o banheiro tomar um bom banho. Eu estava enxaguando meu cabelo, quando ouvi um barulho vindo do andar debaixo. Fechei o chuveiro e peguei uma toalha, enrolando-a em meu corpo. Abri a porta do banheiro e caminhei lentamente para fora, pisando de leve no chão para não fazer barulho.

Desci as escadas devagar e quando cheguei na sala, notei que a porta da frente estava aberta. Quando ia olhar na cozinha, senti um estalo em meu rosto. Eu cai no chão e olhei para cima, para ver quem tinha batido-me. Um homem branco, de roupa toda preta estava parado a minha frente sorrindo.

- Ora ora ora - ele disse dando uma volta a meu redor - o que temos aqui? - ele se abaixou a minha frente e passou a mão em minha perna. Cuspi em seu rosto e ele soltou uma alta gargalhada e um outro tapa foi dado em meu rosto. Este começou a arder com força.

O homem segurou meu pulso e fez com que eu deitasse-me no chão. Ele segurou meus braços a cima da cabeça e ficou por cima de mim. Eu podia sentir sua ereção em minha pele nua. Ele segurou meus braços com uma só mão e com a outra abriu a toalha, deixando meus seios a mostra. Eu comecei a gritar, mas ele tapou minha boca com os lábios. Ouvi o zíper da sua calça abaixando e senti meu corpo todo tremer.

- Não devias ter deixado a porta destrancada amorzinho - ele falou em meu ouvido - Agora vais ver o que é bom.

Meus olhos já estavam marejados. Gritei mais alto, na esperança de alguém ouvir-me. Mas nada. Ninguém. Nem uma alma viva apareceu.

- Poderia parar de gritar socorro e começar a gritar meu nome. - ele sorriu maliciosamente

Antes que ele pudesse enfiar-me, alguém disse:

- Deixei minha carteira aqui, em algum lugar.

Olhei para o lado, em direção a porta e vi um Harry, parado de frente para mim, chocado com a cena que via. Seus olhos encontraram os meus, depois olharam rapidamente para meu corpo nu - suas bochechas coraram levemente - depois ele olhou para o homem.

Seu cenho franziu-se e Harry partiu para cima do cara e começou a soca-lo. O homem era muito maior que Styles, mas mesmo assim, meu amigo conseguia cuidar muito bem dele. Levantei do chão correndo e fui em direção a portaria, apenas com a toalha que cobria meu corpo. Falei com o porteiro, que chamou os dois seguranças e ambos foram rapidamente para o apartamento de Zayn. ZAYN. Eu devia falar com ele.

Quando chegamos todos juntos ao apê, o homem que tentou abusar-me, estava todo ensanguentado e desmaiado no chão. Depois de a Polícia ter chegado e eu registrado queixa, todos foram embora - O homem preso - e ficamos apenas Harry e eu.

Eu ainda estava usando a toalha azul de Zayn e Harry estava com a t-shirt suja manchada em alguns pontos de sangue.
Olhei para ele e ele para mim. Corri para seus braços, e o abracei, chorando pesadamente em seu peito.

Eu não sabia como o homem tinha feito para passar pelos porteiros e pelos seguranças parrudos. Não sei, porque raios ele tinha entrado nesse apartamento em questão. A única coisa que eu sabia, era que Harry, sempre estava comigo, quando eu mais precisava. Ele sempre salvava-me. Sempre era meu herói.

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