INFINITY - SEGUNDA TEMPORADA

Uma semana já havia passado, desde que eu comecei a trabalhar na NY Times. Tem sido uma experiência fantástica. Eu dei entrada no meu primeiro carro, reformei meu escritório e fiz uma amizade. Uma não, duas. Com Dylan e a senhora Mercedes. Eles receberam-me de braços abertos.

O que foi bom, já que eu de chegada já criei uma inimizade. Lembram da ruiva da primeira recepção? Então, o nome dela é Vanessa Rodriguez, ela é venezuelana. Segundo Dylan, ela fica de pirraça sempre que alguém novo chega no prédio, para trabalhar na redação. Que o mesmo aconteceu com ele e com Mercedes. O problema é que Vanessa não consegue ser promovida e fica com raiva de quem já chega no topo.

Zayn teve de viajar para uma convenção em Londres, o que deixou-me com a casa toda para mim. Bem, de início era ótimo : poder andar só de calcinha e sutiã sem ser engolida pelo olhar dele, poder ouvir Justin Bieber e Beyoncé no máximo sem que Malik brigue comigo e ver o que eu quiser na TV. O lado negativo é que, eu fico sem os olhares provocantes dele, sem as risadas dele ao me ver cantando JB ou Queen B e sem o ombro dele para que eu descanse quando, estiver sentindo sono no meio de uma série ou filme. Ou seja, eu sinto sua falta.

E o infeliz deixou o celular em casa, o que acabou que eu só falo com ele, quando ele volta para o hotel onde ele está.

Hoje é quinta a noite e meu último trabalho já está pronto e eu já o enviei para a correção. Decidi então convidar Dylan e Mercedes, para vir jantar aqui. A senhora Mercedes não poderá vir, pois a filha dela está gripada. Então, será apenas Dylan e eu.

Depois de ter "preparado" o jantar, troquei de roupa correndo e fiquei sentada no sofá da sala, esperando o quatro olhos chegar.

A campainha tocou e corri para abrir a porta. Dylan estava parado, segurando uma garrafa de champanhe e ele não era mais o quatro olhos. O rapaz agora estava sem óculos e o cabelo meio despenteado.

Ele sorriu e entregou-me a garrafa. Fiz menção para que entrasse.

- Uaaau! Belo apê, Kate! - Dylan disse tirando a jaqueta e me entregando. Ele sentou na mesa e fiquei observando-o. Dylan encarou-me e perguntou - Que que foi, mulher?

- O que você tá fazendo ai? - perguntei colocando as mãos na cintura

Ele olhou-me pra mim, como se eu fosse louca.

- Não vamos jantar?

- Sim - falei e ele respondeu "então" - Mas, vamos sentar no sofá e assistir TV enquanto comemos.

- Maravilha. Não sei usar os talheres direito.

Comecei a rir, enquanto entregava uma latinha de coca pra ele.

- Porque está rindo? - ele disse abrindo-a e tomando um gole

- Como você não sabe usar os talheres, Dylan?

Ele pegou uma pizza na caixa e levou a boca, mordendo-a. Um pedaço de peperoni caiu em sua calça e ele o comeu. Soltei um risinho.

- Eu estou acostumado a comer isso aqui. E sanduíche, batatas fritas, essas bobeiras. - ele terminou o pedaço e ia pegar outro quando olhou-me - Vou espera-la, comer o seu.

- Não - falei engolindo o que estava em minha boca - fique a vontade, O'Brien.

Ele abriu um grande sorriso e voltou a comer. Acabou que ele comeu umas quatro fatias e eu apenas duas. Quando terminamos, Dylan ajudou-me a arrumar a bagunça e voltamos a sentar no sofá.

- O que quer fazer? - perguntei

- Hm, não sei. Que tal nos conhecermos melhor? - ele disse espreguiçando.

- Claro. Comece por você então. - Eu disse virando-me para ficar de frente a ele.

- Meu nome é Dylan O'Brien, apenas isso. Tenho 24 anos, sou virginiano. Me formei tem apenas um ano, já que fiquei dos 17 aos 19 anos, mais ou menos, jogando e viajando. Nunca namorei e até hoje beijei apenas uma garota.

- Uma? - perguntei sorrindo, ele concordou - Nao acredito!

- Porque?

- Bem, você é um rapaz bonito, é inteligente, educado, atencioso, engraçado e gentil. Como não encontrou alguém?

- Eu sou muito seletivo, Kate. Não me apaixono por qualquer uma. Essa ai eu beijei, porque eu fui em uma convenção e bebi muito, daí você já entendeu. - ele disse e eu sorri - E você?

- Bem, você so precisa saber que meu nome é Kate, também sou virginiana. Me formei a pouco tempo, mas como nos meus sonhos consegui um emprego no melhor jornal dos Estados Unidos. Meu plano era fazer Literatura, mas desisti por conta de uma professora gorda e horrorosa que eu tive no Colegial. - Dylan riu - Eu já beijei muitos garotos, o que não é bom, pois você os encontra na rua e fica aquele clima, meio tenso. Eu moro aqui com meu namorado e ele deve estar em Londres agora.

- Ele não acharia ruim por eu estar aqui?

- Não sei. Mas eu tenho meus direitos.

- Okay, mulher de direitos...

- E princípios, amor.

- Hahahaha até parece.

Dylan e eu passamos a noite conversando. Descobri mais sobre ele e o quão, fantástico ele é. Por volta de uma da manhã, comecei a bocejar. Dylan percebeu e disse que seria melhor ir embora e já foi levantando indo em direção a porta. Decidi que o acompanharia até la fora e assim o fiz.

Entramos no elevador e como sempre sentia-me desconfortável por estar ali. Porque, ficava aquela musiquinha irritante e as pessoas não tinham assunto. Olhei para o lado e Dylan desviou o olhar do meu rosto. Agradeci a todos os santos quando o elevador chegou ao Hall de entrada.

Quando passamos pela porta giratória, percebemos o quanto estava chovendo. Uma tempestade. Dylan olhou-me preocupado.

- Merda! - ele disse - Vou chamar um táxi.

- Eu poderia te levar. - falei sorrindo para ele - Ou você poderia dormir aqui, e amanhã íamos juntos para o trabalho. O que deseja?

Eu ri com a frase final. Porque se eu fosse solteira e me perguntassem isso, eu provavelmente responderia "seu corpo nu na minha cama." Mas sei que Dylan não responderia isso.

- Não quero incomodar!

- Essa é a desculpa mais esfarrapada que existe, O'Brien. Porque você quer ficar, só fala isso por draminha.

- Você - ele riu - nao é nem um pouco boba.