22|| Um ato Idiota
Boa leitura!
Tessa
Era uma tarde de sol quando decidi que deveria ir visitar Aubrey, por mais que não queira. Os raios de sol penetravam nas cortinas pretas de seda dando ao ambiente uma luz aconchegante e escurecida. O sofá preto e as almofadas me cativavam mas denunciavam uma tarde de choro, a cama bagunçada era outra evidência do ato.
Me remoía por dentro imaginando meu destino em uma sala levando uma injeção que me levaria rumo à uma morte pouco agradável. Diante de todos os problemas e encrencas da minha vida me meti no prior, esse problema se eleva à uma posição maior a do dia em que babei na almofada indiana de minha mãe -ou quem eu pensava ser minha mãe- e acabei de castigo, castigo que não durou, na verdade nem chegou a acontecer por causa do ocorrido no mesmo dia.
-Tessa.- ouço uma voz familiar me chamar do lado de fora. Me levanto tentando diminuir ao máximo minhas olheiras e as manchas vermelhas do choro. Abro a porta até o ponto em que percebo que o garoto de olhos verdes e cabelo marrom do lado de fora não vá perceber a bagunça de meu quarto.
-Boa tarde Aiden!- digo tentando sorrir.
Mas ele não sorri de volta, pelo contrário continua sério, de cara fechada.
Imagine quando ele descobrir o que você fez. Tudo por puro ciúmes. - minha mente grita dentro de mim.
-O que quer?- pergunto tentando não fazer minha voz vacilar, mas fracasso.- Digo... Alguma coisa errada?
-Aubrey quer falar com você.- ele diz.
-Mas Aubrey não estava desacordada?
-Digamos que ainda está.- ele diz me deixando um pouco confusa.
-Então... Se ela ainda está desacordada como quer falar comigo?- pergunto me sentindo confusa.
E ele deve estar achando você uma idiota.
-Apenas me siga.- ele diz e sai andando. Pego um casaco azul turquesa em cima da minha capa e saio pelos corredores atrás de Aiden, que parece estar pensando em algo de muita importancia.
Começo a andar encarando meus pés e tentando entrar na mente do garoto de olhos verdes que eu tanto amo.
Tento ao máximo obter algum resultado positivo mas a única coisa que consigo é uma terrível do de cabeça. Precisava olhar no olhos dele.
Penso em outra coisa que esse maldito vírus 168 me proporciona -se é que posso dizer proporciona. Quebrar espelho. "Ler" mentes. Agilidade. Força. Equilíbrio. Visões de outros lugares. A maioria era Aubrey e Aiden que conseguiam dominar. Em alguns treinamentos coletivos percebi isso. Logo depois os dois passaram a estar sempre juntos, até mesmo agora, quando Aubrey está em uma maca respirando com dificuldade, com batimentos cardíacos baixos e com uma cicatriz no meio da barriga. Os A's. Aiden e Aubrey. Os inteligentes, os especias, os perfeitos.
Levanto a cabeça e encaro o corredor mais claro neste lugar que tenho que chamar de casa. O corredor da enfermaria, de um lado, têm paredes de vidro, como o nosso, a diferença era que o teto também é de vidro e o outro lado da parede de espelhos que refletem mais ainda a luz do sol. Para indicar as portas maçanetas de espelhos, maçanetas em forma de um triângulo.
Para indicar o número dos quartos no chão de mármore branco os números eram riscados -desenhados- na frente de cada porta. Passamos por vários números. 50, 76, 89, até chegarmos no 168 o último quarto.
Até quando estamos à beira da morte nos lembram que temos um vírus alterado dentro de nós.
Aiden abre a porta como se estivesse entrando em casa.
E está agora que a sua melhor amiga está aqui também.
O quarto continha uma parede de vidro -a parede em frente à porta- que no momento estava coberta por uma fina camada de uma cortina branca também de seda. A cama na parede da porta tinha lençóis brancos e um cobertor fino branco. Ao lado da cama, ao invés do esperado -aparelhos- tinha uma poltrona na qual Aiden se acomodou. Onde ela está ele esta junto, sempre por perto. Nos pés da cama uma mesa com remédios, seringas etc. E mais próximo à parede de vidro um sofá branco onde se encontrava Christopher nos maiores roncos, penso em rir mas me detive no exato momento que ouço a voz de Aubrey na minha cabeça.
-Por que fez isso?- pergunta.
Encaro Aubrey deitada de olhos fechados na cama. Seus cabelos loiros platinados estavam mais brancos ainda. Sua pele pálida agora poderia ser confundida com neve. Mas uma coisa mudou. Seu colar. Seus colar antes igual ao de todos nós agora era prata. Ao invés de um M, um E.
Ela estava desacordada. Como sabe o que eu fiz?
-O que exatamente eu fiz?- pergunto.
-Não minta para si mesma, se que andou falando com estranhos, não um estranho qualquer. Uma pessoa daqui de dentro de casa que me odeia, e odeia meu irmão também!
Irmão. Era estranho ver Aubrey se referindo a Andrew como irmão, mas essa não era a questão.
-Sei que disse para essa pessoa todos os horários em que Andrew ia até meu quarto ou que eu e ele estávamos juntos, tudo para que essa pessoa pudesse se vingar. Sei que você também tinha seus motivos, idiotas, mas eram seus motivos. Tessa, você por acaso sabe quem é essa pessoa? Você sabe o perigo que ela pode causar se Andrew morrer?
-Não, não sei nada dessa pessoa, apenas sei que ela queria se vingar de Andrew, o porquê eu não sei. Não sei nem o nome dela.
-Se Andrew morrer, o controle disso tudo passa para mim. Então Tess, essa pessoa vai tentar me matar e depois que ela conseguir assumir o controle, ela vai roubar o experimento que fizeram com a gente, que está em uma sala mantida por guardas e sistemas de segurança e vai infectar todos os seres humanos, o que pode causar o Fim!
Fico pasma com o que Aubrey diz. Não sabia de nada disso.
-Aubrey...... Quem é essa pessoa?
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Espero que tenham gostado!
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