17|| Mais lembranças

Boa leitura!

Aubrey.

Andrew me levava além das paredes de vidro, além, de onde minha pessoa era permitida a ir, mas eu estava com ele. Não queria fazer isso, mas precisava, precisava arrumar tudo o que eu fiz de errado. Depois que consegui recuperar várias de minhas lembranças perdidas, estou com um fardo nas costas, uma fardo que preciso retirar, para salvar outras pessoas, os meus amigos, se é que eles ainda me consideram uma amiga.

-Como já deve saber, vocês seis, terão treinamentos individuais e logo após em duplas. Seu treinamento será nas segundas das quatro da tarde as sete da noite. - ele disse.

-Tudo bem.

-Entre.- ele disse abrindo a porta de uma sala onde se encontrava uma escrivaninha, um tapete de veludo preto, uma cadeira giratória com aparência co fortavel e mais duas cadeiras simples a frente da escrivaninha.- Sente-se.

Me sentei em uma das duas cadeiras e ele em minha frente.

- Sabe o que deve fazer, tente acessar as memorias que você ainda não se lembrou. Vá fundo.- ele disse.

Suspirei fundo, e tentei.

" Estava sentada no chão de meu quarto brincando com duas bonecas, uma que minha avó me dera e outra que minha mãe me dera. Meus cabelos estavam em minha cintura, loiros e lisos, tinha mais ou menos uns quatro anos.

Me levantei para pegar minha almofada mas me surpreendido quando a mesma veio parar em minha mãos."

-Não esta indo direito, está nas lembranças insignificantes! Procure por mais.-Andrew disse.

"Estava saindo de minha aula de ballet quando as garotas que me incomodavam chegaram e me cercaram.

-Olha quem é! É a folha de papel. O que será que se passa na cabeça dela?- disse Hayle, a ruiva dois anos mais velha que eu.- Ela é tão anã que da até pra confundir com uma mesa.

Ouço risadas, e então, sem pensar, vejo todas as seis no chão, fiquei olhando pasma para tudo aquilo então vi que meus punhos estavam cerrados..."

-Não foi o suficiente, ande logo.- ordena Andrew.

-Espera....fui eu....eu que fiz aquilo?- pergunto.

-Sim. Mas por favor, ache algo mais interessante.

" Estava andando por um monte de neve, era inverno, estava em uma ilha, logo ao horizonte se podia ver outra ilha, também coberta de neve, aos meus fundos havia um galpão, e em cima, como um nome para o mesmo um triangulo...

Me sentei na neve e comecei a encarar o horizonte, coisa, que uma criança de nove anos não fazia.

-Ótima não? A vista.- disse alguém as minhas costas e me viro e vejo Andrew.

-Sim.- digo e ele se senta à meu lado, Andrew era um ótimo amigo, mesmo sendo dois anos mais velho que eu. Não sei bem como nos conhecemos, sei que ficamos amigos, e isso me basta.

Nem percebo, mas quando o faço, Andrew entrelaçou sua mão à minha.

-Sabe não é?- pergunto, até me assustando com a minha "maturidade"

-Que é errado?- ele pergunta e eu anuo com a cabeca.- Um experimento de laboratório e um humano normal. Você está aqui porque foi a primeira dos seis a dar algum resultado, provavelmente vão lhe dar algo para esquecer esses dias e você não vai mais se lembrar de mim, provavelmente vão lhe ensinar a ser forte e não ter sentimentos, e é nessa parte, que eu morro.

-Não pense assim...

-Não estou.

-Aubrey!- ouço minha mãe me chamando, me levanto e vou andando mas na metade do caminha me viro para Andrew e vou correndo até o mesmo, e o abraço.

-Isso não será uma despedida.- digo em seu ouvido."

Abro os olhos e dou de cara com um Andrew perplexo.

-Não era para se lembrar disso.- ele disse.

-Você estava apaixonado?- pergunto.

-Não.... Esse é exatamente o problema, eu estou apaixonado, mas é errado.

-Então...

-Não. Não. Não.- disse.

-Mas você não me deixou terminar.- precisava fazer isso, precisava tentar. Era minha única chance.- Não seria errado se ninguém soubesse....

-Aubrey.... não provoque.

Agora eu podia ver as juntas de seus dedos ficarem brancas com a força que ele fazia sobre a cadeira.

-Então.... Se é assim, até seu próximo aviso .- disse indo em direção à porta e antes de abri-la só um pouco me virei para Andrew.- Não se preocupe, sei o caminho de volta, não vou fugir.

-Espero.- ele disse.- Aubrey!- me chama

Me viro e ele está mais perto do que eu esperava, tão perto, tão perto que nossas respirações se cruzavam então ele quebra o espaço entre nós me puxando pela cintura e selando nossos lábios em um beijo.

"Estava no mesmo lugar de oito anos atrás, sentada na neve. Crises que se tornavam mais frequentes e memórias que voltavam, era comum afora me darem remédios para esquecimento e nenhum fazer efeito. Por mais que eles tentem, nada em mim funciona nem...

-Aubrey!- era Andrew, seus dois anos mais velho eram evidentes, com minhas vindas frequentes acabei criando uma certa amizade com ele.

-Olá!- digo me virando para encará-lo.- ele se senta ao meu lado e diz.

-Hoje....é como se eu voltasse oito anos no passado.- ele disse.

-Por que?- pergunto.

-Porque sinto a mesma coisa que sentia naquela época, mas mesmo assim sei que é errado.- diz.

-Não tenho palavras de consolo, infelizmente.

-Estão pensando em trazer reféns, para fazer vocês seis ficarem aqui o tempo necessário. Claro, seriam as pessoas que criaram vocês, mas não sei o que fariamos quando vocês descobrissem que na verdade não são filhos deles, acho que fariam de tudo para sair daqui apenas e deixariam tudo para trás. que foram enganados.- ele disse.

-Não, nós primeiro destruiriamos tudo que estivesse ao nosso caminho e sim sairiamos, claro, deixando a nossa marca, a destruição."

-Não conte pra ninguém.- ele disse depois que nos separamos.

-Até!- digo saindo da sala.

-Até!

Ganho os corredores, mas não caminhando discretamente, corro, como se a minha vida dependesse daquilo. Minha cabeça doía e relances de lembranças vinham a minha mente me levando à lugares que eu não sabia que existiam.

Paro abruptamente quando sinto uma brisa de inicio de outono, ou seria primavera?

Eu poderia simplesmente me jogar no mar agora que ninguém sentiria minha falta, assim, eu não me sentiria suja.

Começo a chorar e os relances de memórias vem à minha mente.

"-Não deveria estar aqui!-Diz Andrew com seus quase vinte anos aparecendo na porta do laboratório."

Mais lágrimas escorrem de meus olhos.

"-Não grite comigo!

-Por que não gritaria?- Andrew revida.

-Você não é assim! Você é melhor que isso!

-Você vai entrar nessa máquina, precisamos te testar Aubrey!- ele grita de novo.

-Eu vou morrer!

-Aubrey! Faça o que eu estou mandando agora!- ele grita de novo.

-Aubrey Johnson!- ele de novo.

-É a primeira vez que você...- começo.

-Te chamo de seu verdadeiro nome? Com seu verdadeiro sobrenome?- ele pergunta"

Minha visão começa a ficar borrada, como um quadro de arte abstrata.

"-Aubrey...você sabe o que fazer. Para você viver....você tem que matar."

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Oi leitores!! O que acharam?
Não pude postar ontem mas está aqui!
Acho que vai ter capítulo novo na terça!
Beijos!

Espero que tenham gostado!

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