14|| Um recado

Boa leitura!


Frederick

Medo. Era o que eu senti no instante em que entrei novamente naquele inferno que chamavam de lugar para dormir. Com certeza terei bons sonhos nele!

Aubrey foi uma decepção para mim! Acreditei nela, achei que ela seria a pessoa certa a quem me apaixonar mas me enganei profundamente.

-Pensando na Loira?- pergunta Tessa se atirando em sua cama.

-Pensar nela me da náuseas!- digo indo ao banheiro e atirando a água gelada da torneira em meu rosto para tentar acordar desse terrível pesadelo. Por um instante, consigo ver o teto de meu quarto, de minha casa. Como isso? Devo estar tendo alucinações!

Me sento em minha cama e olho Forest ao meu lado, parecia atordoada.

- O que aconteceu?- perguntei, não para ela, mas para todos que estavam ali.- Digo, o que aconteceu no teste de vocês?

-Eu vi minha mãe.- diz Tessa.

-Sim, mas o que mais? Vocês não usaram as armas nas pessoas não é? Usaram vocês mesmos?! Eu quero saber! Preciso!- digo.

-Eu meio que atirei na coisa, ela aumentou de tamanho, virou vários bichos e meu irmão desapareceu, foi como se eu controlasse a coisa!- diz Forest.- Mas...como?- ela olha para a porta que acabou de emitir um barulho e por lá entra Aubrey, com sua nova expressão desde que chegou aqui, fria e superior. Foi ao banheiro, sem dizer uma única palavra. Depois de uns dez minutos de pleno silêncio ela volta com os cabelos molhados e com outras roupas, agora com uma calça de moletom cinza e uma regata branca.

Todos a olhavam e não faziam questão de esconde isso, todos queriam saber o que Andrew queria com ela e Aiden, que ainda estava lá. Aubrey se sentou em sua cama, suspirou e começou a falar:

-Vocês conseguiram controlar a coisa, porque vocês eram elas!- diz Aubrey.

-Como?- pergunta Christopher.

Ela o olha com uma expressão incrédula começa a fitar o teto, como era a única coisa que tínhamos a fazer.

-Onde arranjou essas roupas Aubrey?- pergunta Forest.

-No armário do banheiro que estava com meu nome.- ela diz e continua a fitar o teto.

Onde estava Aiden? O que aquele louco maníaco queria com ele? E sem querer pergunto o que me atormentava a Aubrey:

-O que Andrew queria com vocês?- me arrependo eternamente disso.

-Não te interessa.- ela diz.

-Aubrey e o lance de acho que dois dias ou um dia atrás quando eu, você e Aiden descolamos aquelas coisas ainda ta de pé?- pergunta Christopher nos deixando intrigados com o que falava.

-Aguarde a hora certa Chris, não se precipite.- ela diz.

Aiden entra muito tenso e abalado, fecha a porta atrás de si e se escora na mesma.

-Ele.....pe-ed-d-diu p-a-r-r-ra d-d-dar -u-um-r-re-re-cado-pr-pra-v-vo-ces....- ele diz gaguejando muito mais do que um normal.

-Que foi Aiden? Vem, senta aqui, quer uma água alguma coisa?- debocha Aubrey e olhamos para ela incrédulos, tive a quase certeza de ver pura raiva nos olhas de Tessa e Christopher.

-Aiden, vá tomar um banho, descanse, depois você fala, não precisa ser agora.-diz Tessa. Aiden anui e cambaleando vai até o banheiro. Quando o mesmo fecha a porta a porta de entrada se abre e a silhueta fria de Andrew aparece.

-O que você fez com ele seu desgraçado, maniaco, covarde!- grita Tessa se atirando para cima de Andrew que a barra apenas com uma mão.

- Nada. Tudo que aconteceu com ele foi culpa dele mesmo. Eu não vim aqui para ficar jogando conversa fora e nem prestar satisfação para vocês, tudo o que vocês precisam saber vocês saberão aos poucos. Aubrey, venha por favor!- ele anuncia e Aubrey se retira da sala seguida de Andrew.

-Que?- Christopher.

-Só eu não entendi o que aconteceu aqui?- pergunta Forest.

-Não.... Não foi só você ruiva!- diz Tessa que agora olhava a porta de entrada apavorada.

Decido esquecer o que acabou de acontecer e começo a olhar a sala, talvez ajudasse, ou não. Digamos que paredes brancas só nos fazem pensar que somos insanos.

É estranho depois de tudo o que aconteceu comigo em menos de uma semana eu ainda não ter pirado, ou será que já pirei e isso é só uma alucinação? E se eu estiver dormindo na aula de biologia, ou de história? E se eu tiver em coma no hospital? Gostaria de que todos as alternativas fossem verdadeiras, mas não a que estou vivendo. Não me preocupava em fugir, sabia que na melhor das hipóteses acabaria morto ou gravemente ferido.

Aiden volta e se senta em sua cama ainda apavorado mas logo é rodeado pelo turbilhão de perguntas.

-O que aconteceu?- Christopher.

-Você está bem?- Tessa.

-Te machucaram?- Forest.

-Diz que ele deu uma surra na Aubrey!?- Tessa.

-O que o louco queria com você?- Christopher.

-CALEM A BOCA!-grito.

Um silêncio mortal reina pela sala e todos me olham, aparentemente apavorados com o que eu acabei de fazer.

-Deixem ele falar!- digo com mais calma.

Eles anuem e Aiden também.

-Er....então... O que aconteceu lá?- pergunta Forest.

-Não.... Não posso falar, só posso falar que....que....a-as p-pe-s-soas q-que nn-nos m-ma-ma-tamos, n-ao e-e-eram de m-men-t-tira, e-e-ram r-reais.- se não estivéssemos na situação que estamos seria uma cena engraçada, mas não foi.

-Que? Como assim? Matamos as pessoas que amamamos?-perguntou Tessa

-Elas estão aqui, mas não a matamos, foi só um modo de falar, elas estão aqui, e elas são o que vão nos manter aqui.- diz Aiden

-Mas eu matei a meu irmão um ano atrás! Eu vi!- diz Forest quase berrando.

- Você viu o corpo dela por acaso?- pergunta Aiden.

Então tudo faz sentido na cabeça de todos, Andrew sabia que conseguiríamos fugir, então, tem reféns para nos manter aqui!

A cada dia, esse cara fica mais loco.

Mas...uma coisa não estava encaixando: os sonhos, como que antes, eu tinha pesadelo e escutava vozes todos os dias e quando chego aqui tudo para? Como um lugar macabro desse que tira meus pesadelos?

Ouço o ranger da porta e Aubrey entra com uma caixa de ferro nas mãos, logo percebe o olhar de todos na caixa e se adianta.

-Se alguém ousar tocar nessa caixa, vai pagar caro por essa decisão.- coloca a caixa em baixo da cama e se deita.

-Boa noite!- ela diz.

-Não vamos jantar, nem tomamos café!?- diz Forest.

-Não precisamos disso.- diz Aubrey.

Um a um, todos vão no banheiro e se trocam. Em vinte minutos todos estavam deitados com as luzes apagadas e de olhos abertos.

Ouço uma movimentação em uma das camas e uma agulha entrando um meu pescoço, uma injeção. Tudo vai ficando borrado, até que não vejo mais nada.

*
Espero que tenham gostado!

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