Capítulo Vinte e um
Continuamos a dançar, porém meu coração estava descompassado saindo totalmente do seu ritmo.
Victor me puxa mais para si, praticamente colando nossos corpos.
Claro, tenho consciência que estamos no meio da pista com uma multidão de pessoas a nossa volta, mas esse momento está sendo especial para nós dois.
Por mais que tenha um buraco enorme no meu coração por Daniel ter se afastado, e eu o entendo, juro, ainda à aquela confusão de sentimentos dentro de mim.
Eu sei que eu não devo brincar com os sentimentos do Dan, de Víctor e inclusive, os meus.
No entanto, eu não consigo me afastar do Daniel. Ele é meu melhor amigo e temos uma história juntos. Ele me amparou e me ajudou nos momentos que eu mais precisei, nos momentos nos quais Víctor não estava.
É engraçado pensar nesta situação. Victor me deixou sem dizer nada, me deixando aqui, sem entender nada. Daniel ao contrário, esteve sempre ao meu lado. Cuidou de mim, me fez ver que a vida segue e mesmo assim, meu coração insiste em amar Víctor.
"Isso eu concordo... nem eu entendo!"
"Como já dizia um sábio:
O coração são caminhos que ninguém entende."
E eu não vou tentar entender o meu, pois sei que não vou conseguir e vou me frustrar.
Balanço a cabeça para voltar a realidade.
De repente me vem uma sensação de que alguma coisa ia acontecer.
Algo estranho me aperta o peito. Parece a grande Intuição que tantos dizem.
-Víctor...Você acredita em intuição? - Pergunto após pensar muito sobre esse sentimento repentino.
-Depende, amor... - Diz apoiando seu queixo em minha cabeça.
A música que estava tocando agora era um pouco mais animada, mas acho que Víctor não percebeu.
Me afasto um pouco dele e pego sua mão, levando-o para um mesa que estava reservada para a minha família.
"Eu realmente preciso sentar!"
Nos aproximamos da mesa e não tinha ninguém.
"devem estar dançando." Penso.
Víctor vem até mim e puxa a cadeira para que eu sente.
-Obrigada. -agradeço quando ele puxa uma cadeira e se senta de frente para mim.
Ele franze o cenho.
-Você está bem? - Pergunta colocando uma mão na minha coxa.
Abro um sorriso tímido e aceno a cabeça, negando.
- me diz o que você tem. - Fala, se levantando e colocando sua cadeira ao meu lado.
Ele se senta e passa seu braço ao redor da minha cintura.
Deito minha cabeça em seu ombro.
Respiro fundo antes de começar.
-eu não sei...só estou com uma sensação ruim. Como se algo de ruim estivesse pra acontecer. -Digo olhando para os convidados que estão na pista de dança.
Espero Víctor dizer alguma coisa, mas ele fica em silêncio.
Estranho sua atitude, porém eu entendo a mesma.
É como nas novelas, toda vez que um ator ou atriz tem um pressentimento, algo acontece. E sempre é com alguém muito querido.
Me afasto um pouco de Víctor, o suficiente para olhar em seus olhos.
Eu o encontro com o olhar perdido, olhando para algo além das pessoas da pista, parecia estar com os pensamentos em outro lugar.
Toco em seu rosto com minha mão direita, para que olhe pra mim.
Ele parece acordar de seu transe e olha para mim, revelando olhos incrivelmente verdes e intensos.
Me perco em seu olhar inexplicável, onde eu sempre me encontro.
Ele apoia o rosto em minha mão e coloca sua mão direita em cima da minha, em um gesto carinhoso.
Penso em dizer algo, mas as palavras me faltam.
Então apenas me permito gravar cada canto de seu rosto em minha memória.
-Eu te amo, Kathy. -Víctor diz de repente, ainda olhando em meus olhos, fazendo com que meu coração acelere.
Abro um sorriso tímido.
-Eu sempre te amei. -Digo quando entrelaço minha mão esquerda com a sua.
Víctor abre um sorriso e se aproxima mais de mim, colando nossas testas.
Ficamos sentindo a respiração um do outro por alguns segundos, antes de Víctor me beijar.
Tudo em mim se acalmou. As incertezas que eu tinha de nós dois mais cedo, foram sumindo.
Sinto que por mais que tudo que aconteceu antes entre nós, tenha deixado marcas, nosso amor gritará de uma forma inexplicável, sempre nos levando um ao outro. Como em uma sintonia perfeita.
Envolvo meus braços ao redor de seu pescoço, puxando-o mais para perto.
Parávamos algumas vezes para recuperar o fôlego, mas era evidente a expressão de desejo que estava em seus olhos e que, com toda certeza, estava refletida também nos meus.
-Não quero me separar de você nunca mais. Agora você é minha. - Ele diz após alguns segundos, próximo ao meus lábios.
Abro um sorriso tímido e estico a mão e pego uma mecha de seu cabelo, a enrolando no meu dedo indicador.
"tão macios..."
Fico me distraindo com seus cabelos enquanto ele fica me fitando, talvez esteja esperando uma resposta minha, mas ele já a teve muito antes de estarmos namorando.
-Não vem me dizer que você está sentada aí, sem fazer nada? - Diz alguém atrás de mim.
Abro um sorriso ao ver quem é.
-estou cansada, Sophia. - Digo, fazendo bico.
Ela cruza os braços e me encara com os olhos semicerrados.
-Sem desculpas, vai. Esqueceu quais eram nossos planos quando você fizesse dezoito anos? - Diz pegando minha mão e me puxando.
Me levanto bufando.
-sophi... Estou cansada. - Digo fazendo bico e implorando com os olhos.
-Shiiuu. Não quero saber de seus bicos e olhos suplicantes. - Diz rindo.
Reviro os olhos, mas abro um sorriso em seguida.
Suplicar com os olhos e fazer bicos nunca adiantou com Sophia.
Sophia me arrastou para a pista que se encontrava lotada. Muitas pessoas estavam dançando e gritando como loucos. Outros estavam com os braços para cima e balançando os cabelos de acordo com o ritmo.
É animador de se ver.
Meu corpo começa a ganhar vida conforme as batidas da música Summer- Calvin Harris, começa a tocar.
Sinto alguém segurar minha mão esquerda.
Olho para a mão e levanto a cabeça.
Dou um empurrãozinho em Milena ao ver que era ela segurando minha mão e ela abre um sorriso para mim.
Começamos a dançar e rir feito loucas.
Eu estava me divertindo tanto que não estava mais me sentindo tão cansada.
Milena e Sophia me dão as mãos e começamos a dançar juntas. Pulamos, rebolamos e rimos sem parar.
Começo a dançar mais devagar para olhar as pessoas ao meu redor.
Mamãe está dançando com tia Lu, mas a frente vejo alguém vindo em nossa direção.
Tento enxergar melhor comprimindo os olhos, mas só consigo ver os reflexos das luzes, dificultando minha visão.
Quando faltava poucos metros, consigo enxergar que era.
Arregalo os olhos em surpresa.
"O que ele está fazendo?"
João Pedro passa diretamente por mim, indo em direção à Milena, com os olhos fixos nela.
Ele chega perto dela e coloca uma mão em sua cintura, e diz algo em seu ouvido.
Vejo Milena rapidamente olhar para ele sem entender.
E logo em seguida, ela olha para mim como se quisesse dizer:
"Você está vendo isso?"
Arquei a sobrancelha e balanço a cabeça sem entender.
Milena desvia seus olhos de mim e olha para a mão de João Pedro, que está estendida em sua direção.
Ela hesita um pouco antes de pegar em sua mão.
Dava para perceber que ela estava nervosa.
"Será que depois de tanto tempo, eles irão se acertar? Eu amo minha amiga e quero a sua felicidade, mas se ele a magoar, terá que se ver comigo!"
Fico olhando os dois saírem da pista até não poder vê-los mais.
-Nossa!... Eu não entendi nada e você? - Pergunta Sophia, entrelaçando seu braço no meu.
Olho para ela e dou de ombros.
-Não se esqueça... Não dá para entender esses dois. - Digo.
Sophia revira os olhos e logo em seguida rir com meu comentário.
-Você também não pode dizer nada...-Fala Sophia olhando para os lados, como se não fosse comigo.
Coloco as mãos na cintura e arqueio uma sobrancelha, na defensiva.
-Aaahhh, está falando de mim? Não se esqueça do Gustavo, hein. -Digo e começo a rir após ela fazer uma careta.
-Não me lembre disso...-Diz ela cruzando os braços e fazendo bico.
Dou uma gargalhada por saber que ele ainda mexe com ela.
-Sabe amiga, acho que Milena, você e eu nos damos tão bem por causa das nossas vidas amorosas. É tudo um desastre! -Falo apoiando meu braço em seu ombro.
Ela encosta sua cabeça na minha.
-Aí credo. Mas pensando bem... É mesmo. -Diz dando uma risada.
Balanço a cabeça, rindo.
Ficamos em pé observando as pessoas dançarem na pista, quando eu decido olhar para trás.
Percebo uma movimentação perto da entrada do salão.
Abro um sorriso ao ver quem era.
O primo de Victor tinha acabado de chegar, e por incrível que pareça, era o Gustavo, o ex namorado de Sophia.
-Sophia, eu vou atrás de Victor. Daqui a pouco eu volto. - Digo já saindo de perto dela, sem dar oportunidade dela opinar e sem nenhuma intenção de voltar.
Dou uma volta pelo salão para despistar seu olhar gavião sobre mim.
Depois de uns cinco minutos, decido ir até Victor.
Eu já estava próxima o suficiente para ouvir as conversas dos dois.
-Então quer dizer que ainda gosta dela? - Pergunta Victor dando um empurrãozinho de brincadeira em Gustavo.
Gustavo sorri e abre a boca para dizer algo, mas ele se cala quando me ver entrelaçando meu braço no de Victor.
Victor abre um sorriso ao me ver.
Olho para ele e retribuo seu sorriso.
-É bom ver vocês dois juntos. Eu não aguentava mais ter que falar de você pro Victor toda vez que ele perguntava sobre você, Katherine. E olha que foram muitas vez...- Gustavo não consegue terminar porque Victor dá um tapa em sua cabeça.
Gustavo abre um sorriso debochado.
-Cala boca, porra. Não é pra falar demais. - Diz Victor, olhando para ele com raiva.
Dou uma gargalhada.
Vejo Victor olhar para os lados sem graça.
-Sabe Gustavo, adoraria saber mais sobre isso qualquer dia desses, mas acho que você tem que conversar com Sophia já que percebi que você ainda gosta dela. - digo e dou uma piscadinha para ele.
Ele passa as mãos pelo cabelo.
Parece estar nervoso.
-será que ela ainda gosta de mim? Eu sei que ano passado eu não passava de um garoto mimado que não queria se preocupar com nada, além de farrear, mas eu mudei e eu realmente gosto dela. - Diz ele com o olhar longe e pensativo.
Me aproximo dele e coloco uma mão em seu ombro.
-Vai lá, procura por ela. Diga o que sente. Quem sabe ela te ouve? - Digo e dou um abraço nele.
Gustavo retribui o abraço e fala, ainda abraçado a mim:
-vou fazê-la feliz dessa vez. - E se vai.
"Espero que ele realmente a faça feliz."
Sophia e Gustavo começaram a namorar ano passado. O namoro deles eram cheio de conflitos, pois Gustavo só queria...digamos...Curtir a vida com mais liberdade. Então ele bebia todas e não se preocupava com o futuro dele. Já Sophia, que é uma garota muito disciplinada, terminou o namoro quando percebeu que Gustavo não mudaria.
Mas agora Gustavo parece tão mudado...ele me garantiu que mudou...
-pensando em que, amor? - Pergunta Victor me abraçando pela cintura.
Saio de meus pensamentos e me viro para ele.
-Em como seu primo parece ter mudado...- Digo, envolvendo meus braços ao redor de seu pescoço.
Victor olha em meus olhos e abre um sorriso de lado, fazendo com que seus olhos verdes brilhem de alguma forma.
-Se ele não tiver mudado, pode ter certeza, eu darei uma lição nele pessoalmente. -Diz divertido.
Arqueio uma sobrancelha, rindo.
-Estou falando sério. - Ele diz, fingindo estar sério.
Pego em sua mão, rindo.
-Okay, Senhor Cupido. Agora, vamos dar uma volta. - Digo, o puxando para fora do salão.
Passamos por algumas pessoas e pedimos licença, até chegarmos à porta.
Descemos alguns degraus até chegarmos no jardim, que era logo atrás da casa.
Assim que piso na grama com minha sapatilha, decido tirá-las.
-Agora sim! -Digo, sentindo a grama áspera contra meus pés.
Victor rir.
-Velhos tempos? - Pergunta ele, tirando os sapatos também.
Dou uma risada quando percebo o que ele quis dizer.
-Vamos ver se você ainda está em forma. -Digo e começo a correr.
O vento me recebe como uma brisa fresca de verão. Meus cabelos estão ao ar, livres, soltos, fazendo com que eu me sinta livre, conforme corro.
Olho para trás algumas vezes e vejo Victor correr atrás de mim.
Eu sei que se ele quisesse já teria me alcançado, mas assim não teria graça.
Como ele disse:
"-como nos velhos tempos."
-Eu vou te pegar! -Diz ele, correndo mais rápido, enquanto eu já estava chegando perto do nosso ponto de parada.
Que era o canteiro de rosas.
Quando eu estava próxima o suficiente para não correr mais, escuto um barulho estranho.
Paro e olho para os lados procurando pelo som, mas não o acho.
-Peguei! -Diz Victor me pegando no colo.
Dou uma risada, porém escuto o barulho novamente.
Respiro algumas vezes para recuperar o fôlego por causa da corrida.
-Victor...-falo, dando uns tapinhas em seu braço para ele me soltar.
Ele me coloca no chão e olha para mim confuso.
Me afasto um pouco e olho ao redor, procurando pelo som.
-O que foi? - Pergunta, se aproximando de mim.
Olho para ele e suspiro pesado, tentando recuperar um pouco de ar.
-Não sei...Acho que escutei um barulho. - Digo, olhando ao redor.
Ficamos em silêncio por alguns segundos.
-Kathy eu nã...
-Shiuuu...! -digo colocando o dedo indicador nos lábios, pedindo silêncio.
Victor obedece minha ordem e fica em silêncio.
Poucos minutos depois, escutamos um gemido.
Victor olha para mim para confirmar se eu também tinha escutado algo.
Esperamos mais alguns segundo até a voz falar novamente, mas com mais clareza:
-Socorro...
Começo a correr procurando pela voz, sem me importar com Victor.
Olho ao redor desesperada, e com o coração acelerado por causa da adrenalina que corre pelo meu sangue.
Paro para controlar um pouco a respiração.
Coloco as mãos nos joelhos, enquanto inspiro com dificuldade.
-KAYHERINE! - Escuto Victor gritar meu nome.
Viro minha cabeça em direção da sua voz.
Vejo Víctor ao longe passar as mãos pelo cabelo, nervoso e falando com alguém pelo celular.
Franzo o cenho e me viro, correndo em sua direção.
Quando estou perto o suficiente para ver Victor com o rosto todo vermelho, não sei se é de raiva ou de nervoso, com lágrimas nos olhos, acelero meus passos chegando mais perto.
-Ambulância? Sim...É urgente!...-Fala Victor pelo telefone.
Após alguns minutos, me aproximo.
-Victor...O que foi? -Pergunto, assim que estou em sua frente e estendo uma mão para secar suas lágrimas.
Ele olha para mim como se estivesse assustado.
-Victor...? - Pergunto aflita.
Sinto meu coração apertar.
Ele abaixa a cabeça e não diz nada.
Sinto lágrimas rolar pelo meu rosto. O motivo? Não sei.
-Diz, Victor... quem é? - tento gritar, mais minha voz sai como um sussurro.
Começo a sacudi-lo, então ele levanta a cabeça olhando para o céu.
Com esse simples gesto seu, meus pensamentos vão à mil e em todas as possibilidades que me vem à mente, Daniel está presente.
Solto Victor e ando ao redor, procurando alguma coisa que poderia me indicar onde a pessoa poderia estar.
Olho o chão atentamente, procurando por algo que poderia me levar até a pessoa.
Minha respiração falha quando vejo gotas de sangue pela grama.
Sigo seu rastro até chegar perto do muro da casa.
A única coisa que eu conseguia ver era uma poça de sangue e uma perna ensanguentada.
Me aproximei devagar com medo do que e de quem poderia ser.
Sinto meu chão girar ao ver quem era ali, inconsciente e com um tiro perto do coração.
Me ajoelho no chão sem conseguir acreditar.
-NÃO!
É a única coisa que digo antes de tudo escurecer.
Hahaha!Voltei!!!
Gente, que saudades de vocês!
Eu estava em um bloqueio infernal! Não conseguia escrever nada que preste!
Era um apaga e escreve danado!
Mas, ja acabou e eu vou voltar a postar como antes!
Mas... E ai? Como estão? Quem vocês acham que pode estar inconsciente?
Quero respostas e saber a opinião de vocês!
P.s. não sou a melhor escritora do mundo e minha gramática não é a melhor, mas eu tento mesmo deixar o mais claro possivel para vocês conseguirem entender essa história.
Tá louca não? Rapida demais?
Me digam a opinião de vocês, mas com carinho hein!
Até amores!❤❤
Bjs!
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