Capítulo oito
Olhamos em direção à porta e vemos Linda com uma sacola de compras nas mãos e logo atrás Victor, segurando várias sacolas e nos encarando.
Nos separamos meio que sem graça por terem nos pego nessa situação e Daniel foi ajudar Victor com as sacolas.
-Oi cara. Fala Daniel tentando ser simpático.
-Oi. Victor apenas diz isso e se retira.
Olho para Daniel que coloca as sacolas no balcão.
-depois eu agradeço Victor por ter me ajudado a carregar as sacolas. E muito obrigada você também, Daniel! Diz tia linda, pegando um copo com água para beber.
-não precisa agradecer. E como a senhora está tia Linda? Daniel pergunta, colocando as mãos no bolso de sua calça jeans.
-eu vou bem querido e você? E como estão seus pais? Tia Linda olha para Daniel após beber sua água.
-estamos bem, obrigado por perguntar. Resolvemos os problemas na empresa e... Daniel começa a falar sobre a viagem com seus pais e ficamos um bom tempo conversando com tia Linda.
Durante esse tempo, mamãe chega das compras e se junta a nós na cozinha, para saber sobre as novidades que Daniel tem para contar.
***
-Daniel, tem certeza que não quer ficar para o jantar? Pergunto, o acompanhando até a porta da sala. Ele vai embora.
-Não quero atrapalhar e você precisa descansar, amanhã teremos aula. E depois eu converso com seu pai sobre o estágio. Diz, acariciando o meu rosto com as pontas dos dedos.
-você não atrapalha... Fica mais um pouco, por favor. Falo fazendo cara de criança pidona que não dá para resisti.
Ele me encara.
-sabe que eu amo essa sua cara fofa, se continuar assim, não vou conseguir resistir. Fala ele rindo de meus modos.
Faço cara de criança que vai chorar.
-Tudo bem! Eu fico! Diz me puxando e fazendo cócegas em mim.
Começo a gargalha. Não resisto a cócegas, é o meu ponto fraco. E Daniel adora isso.
-Vamos entrar, a comida já está sendo servida. Falo puxando ele em direção a sala de jantar.
Nos sentamos a mesa e logo uma empregada coloca dois pratos à nossa frente.
Todos comemos em silêncio.
Durante o jantar eu olhava na direção de Victor e ele estava olhando na direção de Daniel como se fosse fuzilá-lo com os olhos.
como Victor estava sentado de frente para Daniel e eu estava sentada de frente para Linda, eu tinha uma ótima visão do que Victor estava fazendo.
-E como vão as coisas na empresa de seus pais, Daniel? Se pronuncia papai.
Daniel o coloca à par das novidades.
-... Agora estou querendo fazer um estágio. Como estou preste a terminar a faculdade, nada melhor que começar a trabalhar logo. Fala Daniel conversando com papai.
Daniel é dois anos mais velho que eu, ele tem 19 anos e já terminou o ensino médio. E daqui a pouco tempo estará formado em administração empresarial. Ele vai seguir com os negócios da família.
-Victor também quer fazer um estágio em minha empresa. Como ele quer se formar em advogacia, nada melhor que já ter uma experiência vivenciada. Fala papai, tentando incluir Victor na conversa, ao qual estava calado até aquele momento.
-Sim, senhor Jobes. Estou estudando como intercâmbio aqui em Angeles então, eu quero fazer um estágio como atividade extracurricular. Diz Victor, se sentindo à vontade na conversa.
O velho Victor está de volta. Quando ele está perto de papai, ele não é tão rude... Tão evasivo.
-Isso mesmo meu rapaz. Nada melhor do que se manter ocupado, não é mesmo filha? Pergunta papai, fazendo com que a atenção dos meninos fiquem voltados para mim.
"Pai!"
-huhum. Falando nisso, não vejo a hora de terminar o terceiro ano. Quero fazer logo a minha faculdade. E logo após que eu digo isso, percebo que deve ter dado à entender para Victor que eu quero me livrar dele.
-logo, logo passa meu amor. Você vai ver, o tempo corre. Diz mamãe, entrando na conversa.
Dou um sorriso para ela.
Continuamos a conversar e quando percebemos, já estava ficando tarde. E sendo assim, Daniel se despediu de todos e foi embora, não antes de me dizer que me ligaria amanhã, pois ele tem uma surpresa.
"Daniel... Daniel... Quando ele cisma em fazer uma surpresa... Não sei o que me aguarda"
Subo as escadas após me despedi de meus pais e de Victor, que estavam na sala.
Sigo em direção do meu quarto e quando eu ia fechar a porta, sou impedida por um pé gigante que estava entre a porta e a parede, me impedindo de fechá-la.
-Você pode me dar licença, eu preciso fechar a p... Victor em um movimento rápido, me empurra para dentro do quarto e fecha a porta.
-Mas que merda é essa! Digo não entendo o porque dele ter nos trancado em meu quarto.
-se você não percebeu, este é meu quarto e não o seu... Então cai fora! Digo já começando a ficar nervosa.
Ando na direção da janela e a abro.
-pode pular a janela. Falo apontando para a janela.
Olho em sua direção e ele está de costas para mim.
Então percebi que ele não disse uma palavra desde que nos trancou dentro do quarto.
Parece que ele não está bem.
-Victor... Sussurro o seu nome.
Ele abaixa a cabeça e fecha as mãos em punhos.
-Eu... -Engole em seco- eu deveria ter te contado... Diz e eu juro que escutei uma fungada.
"Victor está chorando!?"
-Victor... O chamo pra que ele olhe para mim.
E assim ele o faz.
Seu rosto estava vermelho e lágrimas corriam pelo seu rosto como se fosse rios transbordantes. Seus olhos é de um alguém que não dorme a dias. Ele está mal. Eu podia ver a tristeza refletida em seus olhos verdes. Os olhos ao qual eu tanto amo.
Seus cabelos compridos que vinha até o ombro, estão bagunçados de uma forma desengonçada, que me dá vontade de passar meus dedos por entre seus cabelos lisos.
-eu não queria ter ido... Mas era preciso. Ele começa a dizer e seca o rosto com as palmas das mãos.
Ouço o que ele tem à dizer em silêncio.
-Quando eu fui diagnosticado por um médico, eu descobri que estava com uma doença e que ela é curável. Porém, se for feito o tratamento logo no início dessa praga.
Olho para ele chocada e sinto que algo dentro de mim se quebrou.
-Meus Deus, Victor! Digo e tampo a boca com a mão, em choque.
Ele abaixa a cabeça e encara o chão.
-depois disso, meus pais decidiram me levar para Londres, pois o nosso médico nos recomendou um especialista no meu caso e que só em Londres tem esse tratamento.
Minha mãe não pensou duas vezes e comprou as passagens de avião para viajarmos no dia seguinte... E eu fiquei sem saber o que fazer.
Ele dá uma pausa e abre um sorriso frio, como se estivesse se lembrando de algo.
-Eu ia te dizer... Eu iria te dizer que eu ia viajar... Só que você me disse aquelas coisas e eu perdi meu chão. Não sabia como agir. Não sabia se eu ia voltar...
-Victor... Eu... Percebo que estou chorando e que não estava conseguindo falar direito.
Tento falar mais uma vez.
-Eu... Eu não sei o que dizer... Espera! Você foi embora sem me dizer que estava doente!? Falo assim que percebo o que ele fez.
-Não queria que soubesse que eu poderia morrer...Se eu morresse em Londres, pelo menos eu poderia morrer tranquilo, sabendo que você não ficaria preocupada comigo e que seguiria com sua vida... Diz olhando finalmente para mim e vejo angústia em seus olhos.
Começo a soluçar e tento controlar o meu choro. Mas é praticamente impossível.
Victor se aproxima e passa seus dedos em meu rosto, secando algumas lágrimas.
-Não chora. Não gosto de te ver assim... E por favor, não me culpe pelo o que fiz... Eu não vou suportar. Diz Victor falando baixo.
Tudo o que se passava em minha mente, era que eu fui uma egoísta, egocêntrica e infantil.
Meu coração diz que Victor, por me amar, não quis contar o que se passou com ele naquela época, pelo simples fato dele querer que eu tivesse uma chance de ser feliz com outra pessoa, se caso ele morresse.
Porém, minha mente diz que talvez ele não me ame.
Como fui fria.
Eu não quis imaginar ou supor do que poderia ter ocorrido naquela época com ele... Eu simplesmente o julguei por estar magoada com ele. Por ter me deixado sem resposta.
Como eu fui egoísta.
Como eu fui burra.
Eu estava me sentindo um lixo por ter o tratado de forma rude desde o momento que o vi na escola.
Eu estava envergonhada e além de tudo,estava mau por nós dois. Eu precisava refletir...é muita informação em muito pouco tempo.
Então fiz aquilo que era necessário agora. Eu precisava ficar sozinha.
-por favor, saia de meu quarto. Digo, respirando fundo.
-Katherine... Victor tenta me fazer olhar para ele, porém lhe dou às costas e vou em direção à janela, me afastando dele.
-saia.
E assim ele o faz.
Ele fecha a porta com força e logo em seguida, ouço uma pancada na parede do corredor.
Fecho a janela e me jogo na cama e começo à chorar até não poder mais.
Capítulo longo para recompensar!
obrigada pelos votos e comentários!
chegamos aos 200 views! vocês são d ++++++++
até o próximo capítulo!
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