Capítulo dez
Tudo o que se passava em minha mente neste momento, era o "escândalo" que aconteceu na aula de Educação física.
Agora eu estava no vestiário me trocando e pensando em como Victor me defendeu.
Eu vi em seus olhos que ele estava furioso e que se eu não tivesse o interrompido, ele teria partido para a agressão com Luk.
Mas a pergunta que não quer calar, e que minha mente insisti em saber, é porque Victor conversava com um dos amigos de Luk depois da briga que ele e Luk tiveram...
Talvez estajam se perguntando quando foi que eu dei um fora no Luk? Então responderei.
Ano passado, Luk chegou até mim, com um bando de amigos, e falou que queria ficar comigo.
Eu simplesmente disse não. Então ele perguntou o porquê e disse que ninguém resisti a ele.
E eu respondi:
-Eu não ficaria com um grosso, esnobe, arrogante e imbecil que nem você. Eu sou uma garota séria e não uma qualquer que você usa por aí e que quando se cansa, joga fora que nem um lixo. Mereço uma pessoa melhor que você.
E assim ele tomou raiva de mim.
Ele nunca tinha sido rejeitado por nenhuma garota até aquele momento e como eu feri seu orgulho, ele tenta me atingir com gracinhas.
Mas eu não fico por baixo.
Ele mexeu com a pessoa errada.
Termino de colocar minha roupa e pego meus pertences no armário, quando Milena me chama para irmos embora.
-Vamos. Digo, entrelaçando enlaçando nossos braços.
Fomos em direção ao estacionamento da escola.
Hoje eu iria dormir na casa da Milena, então eu vou junto com ela.
Quando estávamos saindo do elevador do estacionamento, abro a minha bolsa para pegar meu celular e ligar para casa.
-Milena, espera. Digo, revirando a bolsa.
-Que foi? Pergunta ela parando a três passos à minha frente.
-Acho que deixei o celular no armário. Devo ter esquecido de colocar na bolsa depois de pegar o uniforme para trocar de roupa. Digo, já voltando para o elevador.
-espera-me aqui. Não vou demorar. Digo quando a porta do elevador quase se fecha.
Assim que saiu do elevador, corro em direção à quadra.
Penso que talvez não dê tempo para chegar e pegar o celular antes que o zelador chegue e tranque a porta.
Mas deu tempo. Entro na quadra e corro para o vestiário feminino. Pego o celular e quando eu chego na porta da saída do vestiário, escuto vozes e sons estranhos.
Me aproximo mais da porta.
E olho para a quadra.
Está vazia.
"Deve ser coisa da minha cabeça"
"Duvido em... Pareceu tão real..."
Ignoro meus pensamentos e decido ir embora.
E foi no momento que coloquei minha perna para fora do vestiário que escutei os barrulhos novamente. Mas dessa vez, mais nítidos.
Eram sons de socos e rosnados.
-Desgraçado! Escuto alguém dizer.
-Aprenda a nunca mais encostar um dedo imundo seu nela novamente!
Essas vozes...
-Meu Deus! Falo assim que percebo de quem são os donos dessas vozes.
É Luk e Victor.
Escuto mais rosnados e socos e eu não sabia o que fazer.
Se eu corria e chamava alguém para ajudar ou se eu ia até lá e tentasse separar os dois.
Escolhi a última opção.
Mas não tive tempo para colocá-la em ação, pois no minuto seguinte, tudo ficou em um mais puro silêncio.
Então escuto passos apressados.
Corro para trás da porta e fecho a porta do vestiário até sobrar uma frestinha para vê o que se passava do lado de fora.
Vejo Luk passar correndo todo machucado e com a mão direta no maxilar.
Ele estava todo ferrado.
Meu coração começou a bater à mil ao ver o estado dele nem que fosse de longe.
Minha consciência só soprava o nome de Victor em minha mente.
"Se Luk está daquele jeito, como Victor deve está?"
Não esperei para ver.
Corri em direção ao vestiário masculino, que se encontrava do lado oposto do feminino e abri mais a porta de vagar, que antes estava encostada.
-Victor... Sussurro.
Não houve resposta.
Andei mais para frente.
-Victor... Me responda. Digo um pouco mais alto.
-Katherine... Escuto um sussurro quase inaudível. Se estivéssemos tendo aula na quadra, seria impossível ouvir.
Corro em direção da voz, que vinha do fundo do vestiário.
-Victor!Digo assim que o vejo.
Me agacho à sua frente.
-Meu Deus! Digo estendendo a mão para tocá-lo. E assim que eu o toco, ele se retrai.
Ele rosna de dor em resposta.
Victor estava com vários machucados em seus braços, pernas e no rosto.
Tinha uma marca em torno de seu olho esquerdo.
Olhei para seu rosto e coloquei uma mexa de seu cabelo, que estava cobrindo seu olho, para trás.
Assim que a mexa se uniu ao resto do cabelo, ele olha para mim.
Eu olho em seus olhos e começo a acariciar seu rosto de leve para não causar muita dor.
-Porquê você fez isso? Sussuro.
Ele acaricia o meu rosto e seca uma lágrima que havia caído. Eu não tinha percebido que estava chorando até aquele momento.
-Eu não ía deixar baroto para aquele imundo, se você achou isso. Diz Victor com um pouco de dificuldade, pois seus lábios estavam cortados.
Eu abaixo a cabeça.
Ficamos em silêncio por alguns minutos.
-Eu espero que isso não faça você perder o seu amor e admiração por mim. Diz Victor quebrando o silêncio.
Levanto o meu rosto e olho em seus olhos.
Tentei dizer alguma coisa, mas eu não consegui. Porém acho que não foi necessário, porque Victor abriu um pequeno sorriso.
"Até machucado e com os lábios todo cortado, ele consegue abrir o sorriso que faz meu coração sair pela boca"
Tento me recompor.
-temos que sair daqui. Consegue se levantar? Digo me pondo de pé.
Ele acena com a cabeça afirmando.
Tento apoiá-lo em meu ombro e assim que ele se levanta, ele solta um rosnado de dor.
-Mas que merda! Diz.
Colocando a mão esquerda perto do quadril.
Olho para ele.
-Victor, deixe-me ver isso. Falo tentando levantar a camisa. Porém, ele não deixou.
Ele balança a cabeça em negativa.
Tento de novo.
-não. Fala.
"Affz, teimoso. argh"
Reviro os olhos e não perco a oportunidade que ele me dá quando fecha os olhos de dor.
Puxo sua camisa para cima, revelando um rombo roxo um pouco acima de seu quadril.
-Céus! Você precisa de cuidados logo.
Começamos a andar devagar e saímos da quadra.
Pegamos o elevador.
Victor se deixa arrastar na parede e senta com dificuldades no chão do elevador.
Pego meu celular e chamo um táxi.
Logo em seguida ligo para Milena.
-Cadê você? Pergunta Milena do outro lado da linha.
-Me escuta, não tenho tempo para te dar explicações agora. Só deixa a minha bolsa na porta do elevador que eu estou chegando.
-Katherine o que está acontecendo? Milena fala e logo em seguida escuto um baque no chão ao fundo da ligação, através do celular.
-Eu juro que te explico mais tarde. Só faz o que estou te mandando. Digo e olho para Victor que estava com os olhos fechados.
-tudo bem, eu já fiz. E não esquece de me ligar. Eu estou preocupada. Diz Milena e logo em seguida escuto o barulho da porta do carro sendo fechada ao fundo.
-não fique preocupada. Até logo.
E assim encerro a ligação.
A porta do elevador se abre e escuto um barulho de carro entrando no estacionamento.
-Victor, venha. Digo, colocando seu braço esquerdo no meu ombro para ele se apoiar.
Logo o táxi para a poucos metros de distância.
Coloco Victor no carro e volto correndo para pegar a bolsa.
Entro no carro.
-boa noite. Levem-nos para o hospital mais próximo. Digo e sinto Victor colocar sua cabeça em meu colo.
-Não. Vá para o condomínio Portland. Fala Victor para o taxista, olhando para mim.
-Victor, o que você está fazendo? Você tem que ir para o hospital. Digo o olhando sem conseguir entender o que ele está fazendo.
O taxista se vira no banco e olha para nós.
Decido contrariar Victor e abro a boca para falar com o motorista.
-Katherine, eu não quero pisar em um hospital novamente. Depois de tanto tempo... Diz ele e vejo que ainda sofre com o que aconteceu no passado.
Olho para Victor e ele desvia o seu olhar.
-para o condomínio. Falo, agora olhando para o motorista.
***
Como o condomínio Portland não ficava muito longe da escola, não demoramos muito para chegar.
Assim que chegamos, o porteiro pediu a documentão de Victor e depois liberou a nossa passagem.
O taxista continuou dirigindo até ele nos deixar no estacionamento do condomínio.
Victor se apoio em mim,assim que saímos do carro.
-Obrigada. Digo e pago o taxista.
O taxista vai embora.
Olho para Victor e vejo que ele está fazendo uma cara estranha.
-Eii, tudo bem? Pergunto.
Ele abre um sorriso amarelo.
"Ele não está bem né, dãã"
Pegamos o elevador.
Fico de costas para ele.
-Que andar? Pergunto olhando para o painel de comando.
-Você não precisa ir...
Não deixo ele terminar.
-Que andar? Pergunto, ficando já sem paciência.
Sinto seus olhos em mim.
-o Último andar.
Suspiro.
O percurso vai ser longo.
Até o próximo capítulo!
Não se esqueçam de votar e comentar! Quero saber o que vocês estão achando deste capítulo!
Bjs.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top