CAP: 24

Jonh Wilker

Deixei a Mary no meu quarto e estou indo para meu escritório. Abro a porta e dou de cara com a Kate. O que essa quer aqui?

— Oi Jonh. Estava te esperando.

— O que você quer Kate? — Cruzo meus braços e fico esperando sua resposta.

— Eu quero você Jonh. — Ela se levanta e caminha na minha direção. Continuo parado só vendo até onde ela vai com esse jogo.

— Não estou disponível. E mesmo se estivesse não seria comigo que você teria alguma chance. — Ela parece decepcionada, mais é cara de pau.

— Poxa Jonh... Nós formarmos um par tão perfeito. Somos da alta sociedade. Eu sou uma mulher fina, elegante, linda, sei conversar, tenho tudo que uma mulher de verdade precisa ter para estar ao seu lado. Porque me rejeitas assim? — É isso mesmo que acabei de ouvir.

— É... Você é tudo isso, então, procura outro homem pra ficar com você...porque eu não me encaixo em nada disso que você acabou de falar. Uma mulher de verdade não precisa de tudo isso. Ser verdadeira vale muito mais. — Ela se afasta um pouco e me encara com raiva.

— O que você vê nela? Ela não é mulher para você. — Ela se aproxima de novo. — Eu sou a mulher ideal para você. Eu posso te fazer feliz Jonh. Ao meu lado os fantasmas do passado estarão seguros. — Eu tô perdendo a paciência com ela. Lá vem tentando me convencer com essa ameaça subtendida.

— Claro... O que me garante que vai cumprir com sua palavra? Se você mesma usa o que sabe contra mim...

— Eu te garanto. Tem minha palavra.

— Isso não é o bastante. Sabe o que eu vejo na Mary? — Ela  fica pensativa. — Uma mulher que mesmo não tendo muito na vida,  nunca precisou passar por cima de ninguém para conseguir ser feliz. E a vida não foi muito generosa com ela como foi com você. A Mary é doce, gentil e muito batalhadora... Coisas que você nunca será. Kate você teve tudo na vida e mesmo assim não soube aproveitar. Agora você vem com essa de boa moça. Faça me um favor...— Seu olhar é triste e raivoso. Ela é uma mulher vazia que só liga para dinheiro.

— Você ainda vai se decepcionar muito com ela. Escreve o que estou dizendo.

— Eu sei que posso me decepcionar, ela não é perfeita. — Mais saberemos superar e viver com as nossas diferenças eu também não sou perfeito.

— E quando ela descobrir quem você é, o que você fez... Acha que ela vai ficar contigo? — Merda, ela não pode saber nada disso. Se ela souber vai me achar um monstro. — Ela pega minhas mãos e olha para ela. — Eu sei de tudo e te aceito Jonh. Não te julgo. Pensa bem. É melhor ter a certeza aqui na sua frente do que a incerteza com ela. — Será se ela vai me aceitar despois que souber? Volto dos meus pensamentos e afasto a Kate de mim.

— Se falar alguma coisa a ela... Eu acabo com você. Você sabe que costumo cumprir minhas promessas. — Ela me solta e se afasta. Ela me conhece... Não sou de brincadeiras. Mesmo com o medo dela descobrir tudo não vou me sentir acuado de novo diante da Kate e não vou ceder aos seus caprichos.

— Tudo bem. Só pensa no que acabei de falar. E mais uma coisa... Fiquei aqui sozinha sem ninguém para fazer as coisas para mim. Preciso de uma empregada que não me deixe amargar de fome e que limpe as minhas coisas.

— Você está aqui porque quer. Arrume isso você mesma. Eu não tenho obrigação contigo.

— Mais Jonh... — Já chega. Estou dando ouvidos demais a ela. Olho sério para ela que se encolhe.

— Chega Kate... Sai daqui agora. — Falo zangado. — Me deixa em paz.

— Tá certo. Só que paz é  a única coisa que você nunca vai ter. — Ela se retira e fecha a porta com força me deixando sozinho. As palavras da Kate são como facas afiadas que estão me furando aos poucos. Preciso de uma bebida... Pego um copo e coloco uma dose de Whisky generosa e bebo de uma vez só. A Mary é boa vai me entender ou será que não? Que merda... merda... Ela não pode saber, não pode. Tenho que tirar a Kate daqui o mais rápido possível. Guardo a garrafa de volta na adega e sento na minha mesa.

Paz... O que é isso senão uma palavra vazia para mim. A Kate tem razão eu nunca terei paz. A Mary é minha paz. Mais até quando? — Passo a mão pelo meu rosto e me encosto na cadeira. Se minha mãe estivesse aqui poderia me aconselhar.

— Sinto tanta falta da senhora mãe... Sua imagem está fugindo da minha mente. Por favor não me abandone de novo. A senhora foi a única coisa que não me deixou enlouquecer. Sempre me protegeu mesmo que isso tenha custado sua felicidade. Eu sei que tudo isso foi minha culpa. — Eu não consigo chorar. Meus olhos ardem mais não caem nada. Dizem que as lágrimas ajudam a lavar a alma,  por isso a minha continua suja...a escuridão foi tudo que me restou até agora. As vezes quando penso no passado, vejo que se minha mãe não tivesse conhecido meu pai...ela teria sido feliz. Eu sou uma desgraça na vida de todos...Absorto em meus pensamentos não vejo a hora passar e quando dou por mim já está escuro. A Mary... deixei ela sozinha. Pego meu celular, abro minha pasta e pego o número da conta dele... Faço a transferência  e levanto rápido, procuro pelo Francisco e o encontro na cozinha com a Ana. Então ela já chegou.

— Senhor Wilker. Desejas algo? — Ana perguntou.

— Como foi a viagem? — Perguntei sem pensar. Ela me olhou sem jeito.

— Foi bem. Cheguei mais cedo do que pensava. — Ela responde um pouco assustada. Deve ser pelo meu interesse repentino.

— Descanse. Não precisa fazer nada para jantar. Eu mesmo me encarrego disso. — Ela parece não acreditar. E o Francisco apenas nos observa.

— Mais senhor... A senhorita Kate... — Corto ela antes de terminar.

— Eu não quero saber o que a Kate disse. Eu mandei descansar então faça isso. Quando voltar para cá não quero vê-la aqui. Entendeu?

— Sim senhor.

— A Mary machucou o tornozelo, então amanhã preciso que contrate mais duas pessoas para te ajudar por aqui. — Ela assente.

— Francisco...

— Sim patrão. — Ele fica logo de prontidão.

— Venha aqui um momento. — Ele se aproxima e lhe passo minhas recomendações. — Você ficará de olho na Mary para mim quando eu não estiver em casa e qualquer coisa,  não deixe de me falar. E não permita que a Kate faça nada a ela. É só isso.

— Sim senhor. Patrão...

— Sim...

— Melhoras a Mary. — Mais um que ela conquistou. Assento e subo para meu quarto. Mary, Mary...enquanto você ainda me quer te farei a pessoa mais importante desse mundo... Assim como está sendo para mim.

****

Olá amorecos.!

Mais um capítulo. Espero que tenham gostado...

Aiii chorei escrevendo a lembrança da mãe do Jonh... 😭😭😭

E vocês o que acharam?
Deixem seu comentário e seu voto.

Até o próximo.

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