8. Finalmente um gol

É GOL...

Quando a bola passa pelo goleiro e entra na rede, ou pelo menos atravessa a linda de marcação do gol.

17.
04.
2019.

O grito da torcida fez com que Rules sorrisse sozinha ali naquela beirada do campo. Nolan procurou pela mãe enquanto comemorava o gol recém marcado com os companheiros. Bayern já vencia de 3 a 1 em cima do Leverkusen. E o gol de Nolan Maniza acabara de sair, aumentando a vantagem dos reds.

Era quarta-feira. Dali para o fim de semana estava tudo uma correria só. Dia após dia Rules enlouquecia um pouquinho com a proximidade do evento que estava a poucos dias de chegar. Mal tinha tempo de ver os treinos do filho. Com a chegada de Dannah na noite anterior, foi que conseguiu escapar do ateliê para acompanhar essa partida de perto. Nolan não se aguentava de felicidade.

— Ver o filhão marcar tem outro gosto, não é? — Intrertida no campo, nem notou a presença do homem que se aproximou.

Rules sorriu assentindo, e observou o já acostumado uniforme dos reds original. Esse era um pouco mais baixo, se comparado ao modelo que estava acostumado a ver usando, e que por algum motivo dos reinos morava um andar a baixo do seu. Mas não o via a alguns dias.

— Oi, Robert.

— Foi um gol bonito. — Ele elogiou. — Quem sabe um dia ele não venha nos fazer companhia no time principal.

— Eu não duvido, mas meu menino é Schalke de coração. Te desafio a convencer ele do contrário. — O comentário fez Lewandowski rir. Ele era bom em guardar informações, e se lembrava de já ter ouvido Reus contar sobre isso antes.

— Me pergunto como uma criança criada nas asas de Marco Reus, pode ser um jogador do Schalke.

— Nem é tão surpreendente assim. Nolan gosta de desafios.

— E por que não o Dortmund? — Curioso, ele observou o menino correndo no campo.

— No início ele queria que fosse o Dortmund. Mas o Dortmund não quis que fosse ele. — Se virando para o homem, ela jogou o cabelo atrás da orelha. — Nolan participou de peneiras em ambos os clubes. O Dortmund não o aprovou. Marco mecheu uns pauzinhos, e ele foi chamado novamente ao Dortmund. Dessa vez ele passou, mas sabia que a influência de Reus tinha um dedo nisso. Daí ele rejeitou e foi ao Schalke.

— Orgulho. — Concluiu.

— Nunca achei que fosse orgulho. Nolan gosta de conquistar as coisas por seu próprio mérito. Se o Borussia não o quis antes, não vai tê-lo agora. Simples assim.

— Ele é incrível então. Que sorte ser o seu filho. — Sim, Rules se orgulhava do garoto. O sorriso bobo em seus lábios, deixou Robert ciente disso. — Thomas ia gostar de ouvir essa história.

Thomas. Rules ignorou o comentário. O alemão, de alguma forma e por algum motivo do qual não fazia idéia, estava evitando ela. Nos últimos dias não teve um vestígio de deboche da parte dele, nem sequer esbarrou com ele no saguão do condomínio. Ele nem tinha vindo para o treino de Nolan, nem mesmo aparecido em sua casa para jogar.

Rules se perguntava o porquê.

— Quando vão ao Allianz novamente? Os caras adoraram o Nolan.

— Ando ocupada nos últimos tempos, vai ser difícil achar uma data agora.

— Podia deixar Thomas levar Nolan. Tenho certeza que ele ia adorar.

— Pra isso seu amigo teria que parar de me evitar. — Informou, zombando da situação, porém sabia como soaria.

— Acha que ele está evitando você? Talvez, eu tenha ouvido uma versão diferente.

— E o que essa versão alternativa disse pra você?

— Que Thomas não quer invadir o espaço do seu namorado. — A risada ouvida, deixou Robert curioso. — Ele só está respeitando isso.

— Que gentileza da parte dele. Vou agradecer quando tiver a oportunidade, Robert. Obrigada.

O dia foi agitado, enquanto Rules tentava não se deixar engolir pelos trabalhos do dia a dia. Mauro encheu seu ouvido de Desculpas, enquanto ao mesmo tempo dava as boas novas. Munich Luminositá ainda nem havia sido inaugurada, e o pleno sucesso que a Dortmund Luminositá estava fazendo com a chegada do lançamento, havia simplesmente dobrado as vendas em meio mês.

Os funcionários de Dortmund haviam saído para beber juntos, como sempre faziam quando o mês era bom para a loja. Rules nunca ia. Sempre tinha uma desculpa para evitar esses eventinhos em grupo.

Era fechada demais.

E quando o dia terminou, ela sabia que tinha feito um bom trabalho, mesmo estando aqui em Munich. Havia trabalhado bem tanto aqui, quanto em Dortmund. Sua alma estava onde suas conquistas estavam. E foi com esse pensamento e sorridente que entrou em casa aquela noite.

— Você não vai acreditar, mãe. — Nolan saltou em cima dela, assim que a viu. — Tia Iana é péssima em qualquer jogo já inventado pelo ser humano.

— Nem em pega vareta essa criatura é boa. Chega ser uma vergonha. — Dannah concordou, jogada no sofá.

— Eu não sou tão ruim, vocês que são bons demais. — Iana se defendeu: — Não me culpem!

— Boa noite pra vocês também. — Rules desejou, ignorando as informações que recebeu. No aparador ao lado da porta, notou as cartas. — Correspondência?

— Sim. — Iana respondeu. — Algumas contas e um convite do evento.

— Convite? — Ela pegou o amontoado de papel e começou a vascular. Achou o envelope endereçado. — Thomas Müller.

— Ele mandou devolver, Ru. — Dannah explicou. — Entendi nada.

— Agora ele já foi longe demais! — Irritada, a Maniza deixou a bolsa e saiu com o envelope, batendo a porta em resposta.

Dannah, Iana e Nolan se olharam e em seguida para a porta, deram risadas e se prepararam.

— Eu aposto 10 que ela vai triturar ele. — Dannah lançou.

— Tá louca, você não conhece o Thomas. — Nolan se meteu. — Eu aposto 20 que ele vai triturar ela.

— E eu aposto 30 que ela vai chegar aqui estressada e vai triturar a gente. — Iana constatou.

Não conformada com a situação, Rules chegou ao andar de Thomas com a fúria estampada no olhar. Pressionou o dedo no botão da campainha. O firmou ali e podia ouvir lá de dentro o soar sem parar. Podia imaginar Thomas colapsando irritadamente por causa da ação. E logo abriu a porta, seu semblante nada feliz.

— Tira o dedinho, por favor. — Ele falou, segurando o pulso da garota. — Obrigado. O que está fazendo aqui?

— Você devolveu isso. — Com ignorância, estendeu o envelope para ele. Thomas observou o já conhecido papel e ignorou.

— Eu não pretendia ir no seu eventinho de moda, Rules. — Fez descaso. — Agradeço o convite, mas devolvi para que possa por outra pessoa em meu lugar.

Ela se preparou para respondê-lo, mas sinceramente não sabia o que deveria ser dito. Nem o porquê de fazer tanta questão da presença dele. Só sentia uma vontade imensa de contrariá-lo em relação a isso. Em relação a todas as coisas.

— Já que esclarecemos, tenha uma boa noite. — O silêncio dela, deixou claro que Rules não tinha mais o que falar. Então Thomas se despediu e fechou a porta.

Rules ficou parada ali.

Thomas não esperava que a mulher fosse bater na sua porta. Menos ainda depois que ele passou as últimas semanas tentando ignorá-la. Tinha feito até um bom trabalho, indo nos treinos de Nolan apenas quando ela não estava. Ou então, indo embora quando a via lá. Tinha feito Maurício lhe dar um etinerario da rotina de Rules para que tivesse sucesso em ignorá-la. E estava dando certo.

Tinha sim, mesmo que negasse a si mesmo, ficado descontente quando viu George sorrindo feito um bobo para a mulher que ele tinha visto primeiro. Na escala mental de Thomas: Rules seria dele. Mas então outro homem surge e ela o leva para casa. Galante e encantador, era óbvio que Rules tinha gostado do homem. Thomas não tinha gostado nada desse fato, e odiava a parte dele que deixava aparente essa ignorância toda.

Tinha acabado de sentar no sofá quando a campainha soou novamente sem parar, causando ondas de raiva por todo o homem que se levantou rumo a porta pronto para derrubar o soldado.

No caso, a soldado.

— Me lembre de mandar desinstalar essa porcaria de campainha. — Ditou para a mulher.

— Não é um eventinho de moda, tá legal? É o meu evento. E não importa se você não acha tão importante quanto o seu trabalho ridículo, mas é pra mim. O Luminositá foi um sonho que eu realizei com muito trabalho duro, assim como você ganhou a copa do mundo. Tenho certeza que não caiu de paraquedas naquela final. Foi esforço, foi trabalho, foi dedicação. E eu também fiz tudo isso. Então, não importa o quanto você desvaloriza o meu trabalho, eu não vou permitir que chame de eventinho de moda. Porque não é um eventinho de moda, é a expansão do meu sonho!

A veia saltando na testa, deixou o alemão tentado a rir da forma como ela ditava as palavras pausadamente, como se explicasse a um burro. E talvez ele fosse, tudo bem concluiu: Não tinha levado em consideração como as palavras dele podiam soar prepotentes e ignorantes. Então ele apenas suspirou, recuou e negou.

— Mais alguma coisa? — Questionou.

— Não, era só isso mesmo. — Ele a viu relaxar, e observou como suas mãos seguravam firme o envelope. — Não precisa desinstalar, certamente eu não volto.

Mágoa. Ah que merda! Com lentidão, Rules deu as costas pronta para partir. Na curva onde seus olhos se cruzaram, Müller soube como havia um limite da idiotice humana que ele havia acabado de cruzar.

George? Que se dane você!

— Rules!

Thomas deixou sua porta ali mesmo aberta, e alcançou a menina já de frente para o elevador. Ela o viu chegar, e ignorou o fato. O convite suando nas mãos e o olhar de descaso foram totalmente ignorados por Thomas, quando ele segurou seu rosto entre as mãos e beijou seus lábios.

Tá, talvez... Há uma possibilidade de Thomas não ter pensado muito a respeito. Mas ele não se importava com muita coisa não vida, e esse momento era um deles. E foi a esse pensamento que ele se agarrou quando sentiu a mão de Rules em contato com seu peito, buscando apoio enquanto retribuía o dançar dos lábios com os dele.

Era o momento de correr, ignorar o homem que havia desmerecido total o projeto de sua vida. Mas não conseguiu, ainda mais quando ele rompeu o contato das mãos que seguravam seu rosto, e a puxou pela cintura, deixando seus corpos juntos, e parando de beijá-la.

— Eu não sou um cara que beija mulheres comprometidas em frente a elevadores. — Falou certo, enquanto se afastava para olhar em seu olhos.

— E eu não sou uma mulher comprometida.

Ele riu, talvez demais. Deixando exposto o quanto a sorte estava sorrindo para ele agora. Rules coçou a garganta, sentindo-se alvo do olhar picante do alemão que a sugava com pressa.

— Você quer entrar na minha casa? — Questionou, fazendo-a rir.

— Não, eu tenho que voltar.

— Vou cobrar a chance de levá-la para casa comigo, Rules. Pode ter certeza.

— Fique a vontade. — Observou o sorriso de Thomas se expandir, e o elevador apitou, notificando que tinha chego. — Até amanhã.

— Eu... — Ele segurou sua mão, impedindo-a de sair. Rules observou a ação enquanto ele acariciava seus dedos, até tomar o envelope de sua mão. — Eu fico com isso.

— Então nos vemos amanhã.

— Até. — Ele sorriu dando um selinho rápido, antes dela entrar no elevador.

— E Thomas? — Rules apertou o botão, Thomas a observou. — Eu não costumo convidar jogadorzinhos que ganham a vida chutando uma bola para o meu eventinho de moda. Então curta bastante.

E a porta se fechou. A última coisa que ele viu, foi o sorriso sarcástico da mulher.

❇❇❇

Rules saiu daquele elevador saltitante, e tocou a maçaneta da sua porta, mas não a abriu. Parou ali, arrumou o cabelo e tentou disfarçar a cara de felicidade que estava estampada. Só então abriu a porta, e não havia ninguém na sala. E novamente toda a euforia retornou, e ela subiu aquelas escadas saltitantes. Abriu a porta do seu quarto, e se jogou para dentro, respirando fundo ao acender a luz.

— Eu não acredito que a gente se beijou.

— Quem você beijou? — Iana estava sentada em sua cama.

— O que você está fazendo aqui? — A irmã perguntou, se odiando por ter falado alto. — Deu problema com seu colega de quarto?

— Seu filho é o melhor colega de quarto que existe, não há problema algum. — Iana sorriu, dobrando as pernas e alongando a coluna. — Mas eu queria ficar aqui com você um tempo. Como nos velhos tempos, quando eu dormia com você.

— Naquela época você tinha esse tamanhozinho aqui. — Zombou medindo com as mãos, e se aproximou da caçula, colocando os pés para cima e passando o braço ao redor do ombro da irmã. — Seu cabelo era um pouco mais escuro, e você só sabia falar do Justin Timberlake.

— De vez em quando eu também falava do Backstreet Boys, não tira o mérito dos meus meninos. — Sorriu, calorosamente sentindo o abraço de Rules. — Mas vem cá, você só foi entregar um convite. Como voltou com uma boca beijada?

— É uma história longa.

— Me conta. — Rules hesitou, e riu sem jeito. Não sabia como conversar com a irmã sobre algumas coisas. — Se você me contar, eu te conto uma coisa também. Preciso de um conselho, Ru.

— Você está me subornando com fofoca, Iana. — Iana assentiu. — Ok. Tem um vizinho no andar debaixo. É só um carinha aí, nada demais. Mas ele é bonito. Sei lá. Eu acho que é. Mas ele me tira do sério, isso eu tenho certeza. Ele consegue me levar ao delírio, e depois me tirar da órbita.

— E? — Entusiasmada, Iana questionou. Não via Rules animada em relação a garotos desde muito, muito tempo. — Vou conhecê-lo?

— Não sei, não é sério. — Deu de ombros. — Mas e você? Conte-me tudo.

— Eu fiz uma coisa meia errada no último mês. — Confessou: — Eu não me arrependo, eu só... não queria que uma pessoa tão boa sofresse por minha culpa. Mas ele disse que não estavam juntos, eu acreditei. No fundo eu sabia que não era verdade.

— Ficou com um homem casado, Iana? — Questionou, sentindo o estômago roncar. — Isso é péssimo.

— Eu sei, me desculpe. — Lamentou, baixando a cabeça. Rules observou a cena sabendo que o coração de Iana era grande demais para que ela não sofresse com a dor que causou. — Eu via ele por aí, Ru. Nunca achei que ele olharia para mim e do nada...

— Ei! — Virou o rosto da irmã para ela, vendo como uma lágrima escorria. — Não é totalmente culpa sua.

— Eu sei.

— Mas isso não diminui sua porcentagem, Iana. Você já é de maior e é responsável por suas escolhas. Sabe a diferença do certo e do errado, e se deixou levar pelo provável rostinho bonito dele. Não pode deixar isso acontecer de novo, tá legal? — A caçula concordou, derramando outras lágrimas. — Quem é ele, hein?

— Não é ninguém. Você não o conhece.

— Espero que ele não trombe comigo também, só por garantia mesmo. — Rules disse, arrancando um sorriso de Iana. Batidas na porta. — Entra.

A porta se abriu e ambas viram Dannah colocar a cabeça para dentro, logo entrando agarrada a um travesseiro.

— Isso aqui virou uma reunião? — Iana questionou, achando graça do pijama de listrinhas rosa e branco.

— Sinto falta da minha filha. Brahim é uma babá horrível, Page está sentindo a minha falta. — Dannah choramingou, subindo na cama e Rules estendeu a perna para que a mulher pudesse deitar sobre. — Alguém me leva para Madrid?

— Brahim vai trazer Page em 3 dias. — Rules a consolou: — Não se preocupe. Sinceramente, se mais alguém chorar aqui na minha cama hoje, eu expulso as duas da minha casa. Sério.

— Eu faço a pipoca. — Dannah disse.

— Eu pego o chocolate na dispensa. — Iana imendou.

— Eu procuro Friends na Netflix. — Rules contribuiu.

— How I Met You Mother. — Iana e Dannah disseram juntas.

— Beleza. Então vai ser How I Met Your Mother. — Rendida, Rules aceitou a oferta.

E naquela noite, elas tiveram o que não tinham a muito tempo. Rules a mais tempo que as outras. Dannah tinha Claire e Lessye que tornavam fáceis noites de pipoca e filmes ruins. Iana tinha suas amigas da faculdade, e uma atrás da outra viviam se enfiando a essas situações divertidas. Já Rules não. Ela era uma mulher fechada, que além de Scarlett, ninguém mais teve o privilégio de conhecer 100%.

Momentos como esse a deixavam feliz.

Oi, galegos.
Vocês estão pontos, crianças?
Estamos capitão!

Hahahahah!

Gente, @eu está colapsando de felicidade com esse capítulo e com esse desenrolar. E tá chegando minha festa. Aliás, nossa festa. Que por sinal, promete.

Vocês não perdem por esperar.

Já queria adiantar para a turminha que é menor de 18 anos... Que vocês vão ser compensados, mas pulem quando eu mandar pular pular ouviram? Obrigada. Seus pais agradecem.

Até o próximo.

Sigam a Rules no Instagram para saberem sobre essa zigri de amores.
@rulesmaniza
@storeluminosita
@ianamaniza

Love You!

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