17. Eu te amo, Rules
20.
05.
2019.
Mark abriu a porta de casa sendo seguido por uma Rules cansada, acabada e a cara simples da derrota e um Thomas que apesar de não dizer, estava só o pó de cansaço também. Iana havia acordado. Um prazer que fez com que todos os envolvidos pulassem de alegria e êxtase. Porém, ela não quis vê-los. Nenhum deles.
Com excessão de James, que ela pediu que ficasse com ela, Iana mandou todos os outros irem embora. Até mesmo Marco, após ele armar outro circo no estacionamento por querer ver Iana acordada. Ela recusou a visita de todos. E Marco saiu de lá magoado pela rejeição, mas Scarlett prometeu fazê-lo entender que era o momento dela.
— Será que é pedi demais poder tomar um banho e dormir? — Thomas coçou a cabeça e bocejou no processo.
— Tenho um quarto de hóspedes vago pra você ficar. — Mark falou.
— Eu posso ficar com a Rules. — Müller respondeu. Mark encarou o rapaz, torcendo o nariz. — Ou não. Quarto de hóspedes tá ótimo pra mim.
— Terceira porta seguindo o corredor após subir as escadas. — Rules explicou, ignorando totalmente o pai. — E por favor, não deixe roupas espalhadas no meu quarto.
— Sim, senhorita.
Mark deu um aceno, e Thomas partiu, deixando os dois a sós. Rules sentou no sofá cruzando as pernas, e puxou uma almofada para cima do colo. Mark pescou todas as mudanças de feições da filha desde o momento em que entraram no carro até agora, chegando em casa. Ele sabia que a cabeça de suas duas filhas estavam uma pilha. Que elas estavam em uma guerra silenciosa que não fazia bem para nenhuma das duas, mas que ele não queria se pôr no meio.
Era direito de Iana querer paz e privacidade, e era direito de Rules se sentir magoada com a traição de Iana e Marco. E era direito dele como pai, se preocupar.
— Quando você disse que estava pronta para voltar para casa sem arrependimentos, eu não imaginei que Thomas Müller viria no pacote.
— Ele não veio, só... é só pelo momento mesmo. — Jogou a cabeça nas costas do sofá, sentindo seu corpo implorar um descanso. — Por que isso está acontecendo, Pai?
— E por quê não aconteceria?
— Eu vim até aqui tão preocupada e ela sequer quis me ver.
— Ela também não quis ver Marco. — A explicação de Mark só deixava claro como o pai sabia das coisas.
Ele falava de Marco e Iana como se fosse uma coisa comum, normal e aceitável de se ver. Não para Rules. Ela nunca ia aceitar que a traição dos dois fosse uma coisa que ela permitisse sem intercessão. Iana era jovem, Marco era um homem grandioso demais para ser ignorado. Ele tinha um ar de homão da porra, atraía as garotinhas sem fazer esforço. Só porque tinha o dom, não significava de deveria usá-lo com sua irmã caçula. Rules não admitia isso.
— Ela não quis ver Marco porque Marco é um babaca.
— Você não sabe.
Argh.
— Estou cansada de ouvir vocês dizendo que eu não sei das coisas. Se eu não sei, conta pra mim! — Mark suspirou. — Pai, você sabia que Iana era amante do Marco e deixou sua filha de 18 anos se sujeitar a esse rótulo ridículo. Ela é só uma garota e tá jogando sua primeira experiência amorosa de amor em um buraco de mentiras e horror. Eu não quero juntar os cacos do coração dela quando Marco o partir.
— Ele já fez isso.
De olhos fechados, Rules riu. Não porque achava a situação engraçada, mas porque achava triste demais para não reagir.
— Ele partiu o coração da sua irmã antes. Ela é sim jovem, apaixonada com certeza. É a primeira experiência amorosa dela? Provavelmente. Mas sabe de uma coisa, ela já teve o coração partido por ele. E ela também partiu o dele antes. E você não sabe disso porque estava ocupada demais tratando sua irmã feito uma criança ao invés de vê-la crescer de verdade.
— Sinceramente, pai, eu discordo. — A filha debateu, se erguendo a fim de encerrar o assunto.
— Mas eu não, então senta aí. — Apontou de volta para o sofá. — Você já bateu em Marco, gritou com Scarlett, deu seu show e demonstrou o que pensa a respeito disso tudo. Agora é a minha vez e você vai me ouvir. — Contrariada, sentiu repúdio da situação. — Senta, Rules. Agora. — Mark repetiu, vendo a filha logo sentar. — Obrigada.
— Disponha. — Cruzou os braços.
— Eu sei que você ama a sua irmã demais, que toda sua auto proteção é porque você quer que ela fique bem. Quer proteger ela do mal do mundo, do mal do homem. Eu entendo tudo isso. Mas ela não é criança mais. E não falo isso porque já atingiu a maior idade. Iana cresceu antes. Ela teve que crescer quando Evan morreu, ela teve que crescer quando sua mãe morreu, ela teve que crescer um pouco mais quando você foi para Munich, teve que crescer quando se envolveu com Marco e com certeza teve que crescer para esconder essa gravidez da família. Ela pode estar errada nessa história e eu sei que está, não vou defender ela em relação a Marco. Mas com você é outra história porque sim, eu vou defender ela em relação a você.
— Em relação a mim? — Desgostosa, ela riu.
— Você a tratou como criança a vida toda e agora espera que ela se abra com você quando tem um problema de adulto? Por favor, minha filha, você é digna de ser mais esperta. Não julgue ela. Você perdoou Evan e não cortou laços com Scarlett no passado.
O deboche aos poucos se esvaiu, quando Rules foi obrigada a engolir em seco com o comentário do pai, remoendo o passado doloroso que ela escondia a milhares de chaves. Que sim, ela amava Evan. Que sim, não achava que conseguiria viver sem ele e por isso se rendeu ao medo e perdoou a traição dele. Perdoou a traição de Scarlett. Ocultou de Reus para poupá-lo do sofrimento que ela sofreu sozinha, e até foi consolada por ele ao contar sobre o assunto. Deixando o nome de Scarlett longe de toda a história.
— Eu já vou indo. — Mark suspirou em derrota. Sabia que não precisava ter mencionado isso. — Thomas deve estar perdido lá sem mim.
— Rules, espera. — Ele segurou seu pulso, impedindo que a filha saísse. — Desculpe.
— Não, tudo bem. Você defende Iana de por um chifre em alguém, mas aponta um dedo pra chifruda aqui. Ok. Eu entendo. Ela quase morreu, não vamos fazê-la passar por isso.
— Eu não deveria ter dito.
— Mas disse. — Grunhiu, recolhendo seu pulso da mão dele. — E disse em alto e bom tom para que eu ouvisse. Eu preferia quando vocês ficavam sussurrando nas minhas costas. Pelo menos assim, eu podia fingir que o amor da minha vida não me traiu com a minha melhor amiga.
Mark não queria cutucar a ferida. Lembrava de cada madrugada em que a viu parada de frente para a janela, chorando silenciosamente e sozinha para não magoar ninguém. Se lembrava de como foi difícil olhar Scarlett após tudo, olhar Evan após tudo. Ela tinha dor estampada na íris e Mark recordava cada segundo de sofrimento da filha. Mas ele sabia como Evan era um cara apaixonado, que fez escolhas erradas. Não uma. Várias.
Ele pode ter traído Rules apenas uma vez. Mas a traição em si, já começa sendo uma escolha errada quando surge o pensamento. E Evan a traiu uma noite ao ver Scarlett lá, sozinha e brigada com Marco. Tudo bem, Rules confiava nele. Nunca imaginou sua vida sem ele, pois ele era a única pessoa que deixava ela no topo do mundo. Ele lhe prometeu família, amor, felicidade. Ele lhe deu tudo isso e não podia tirar esse mérito.
Mas ninguém é perfeito. Nem mesmo Evan. Nem mesmo o amor de sua vida. A segunda chance veio por imaturidade, medo de ficar só. Medo de não encontrar alguém como ele, alguém que a fizesse tão bem, a deixasse tão apaixonada. Evan provou depois que suas lamentações eram reais, que ele a amava mesmo e que tinha escolhido errar, mas que tinha disposição para uma vida diferente. Ele foi fiel e digno quando aprendeu a ser homem, mas antes teve que se rebaixar a moleque e fazê-la sofrer. Nem todos suportavam. Rules não se achava digna de escolha. O medo era corrosivo.
Rules entrou no quarto e Thomas estava jogado em sua cama, aparentemente apagado. Ela o viu adormecido, seu coração palpitava dolorosamente dentro do peito. Ela fechou a mão em punho, levando até o coração. Por que isso está acontecendo agora? Thomas a deixava em êxtase, a fazia pensar de menos, agir demais. Tomar as atitudes mais incoerentes, nos momentos mais inapropriados. Por que não correr dele agora, enquanto é tempo, se perguntava.
Tirou os sapatos, o casaco caiu no carpete felpudo e subiu na cama. Sua respiração estava lenta, num ritmo adormecido de ser. Apagado feito lamparina, concluiu. Mesmo assim hesitou em tocar em seu rosto, mantendo a mão no ar por tempo demais, enquanto criava coragem, até deslizar os dedos pela linha do queixo todinha. Se perguntando se era real, se ele estava mesmo ali.
Rules se auto expulsou da vida dele. Ela o rejeitou, rejeitou seus sentimentos. Disse"Eu vou embora" quando na verdade queria dizer "Não quero partir". Mas não estava pronta. O medo de viver o que já viveu antes, tornava frio todo e qualquer sentimento que ela queria expressar a ele. Ela amava ele sim, e mentir seria um pecado contra seus sentimentos. Mas sabia que não aguentaria perder ele. Thomas se mexeu e rapidamente ela tirou a mão, virando de costas e ficando em silêncio.
— Não adianta, eu senti você. — Grogue de sono, ele murmurou. Logo ela sentiu seu corpo colar no dela. Ele a abraçou. — Não finge.
— Não estou fingindo. — Sussurrou, fechou os olhos e se aconchegou nos braços dele, ainda de costas. — Estou com medo.
Thomas sabia que sim. Ele via estampado no olhar de Rules o quanto estava apavorada. O quanto estava lutando contra si mesma para não chorar a cada segundo. Ele queria abraçar ela o tempo todo, deixar ela debaixo de suas asas e impedir que qualquer um a fizesse sofrer. Ele queria fazer isso, porque se sentiria em débito com seus sentimentos se não o fizesse.
Por outro lado, Rules via como se tudo tivesse desandado de sua vida quando resolveu voltar a Dortmund. Em Munich ela estava feliz, Nolan estava feliz. Scarlett e Marco eram o casal perfeito. Ela tinha Thomas em sua vida. Mas foi só pensar em voltar para Dortmund, que toda essa felicidade pareceu ruir. Ou então, havia outra teoria. Estava vivendo em uma bolha, onde só enxergava o que queria e ouvia o que lhe interessava. Todo o resto era ignorado. Iana era ignorada. E cá estava ela agora, se segurando para não desmontar inteira.
— Em Munich era tão fácil. — Murmurou, Thomas a escutava com imponência. — Eu estava bem, Nolan estava bem. E aqui, por que nunca é bom o suficiente? Eu só queria ficar realmente bem em qualquer lugar.
— Eu não estou em qualquer lugar. Então é difícil ficar bem sem mim. — Apesar do momento, Rules sorriu mediante a provocação. Thomas se ajeitou e Rules deitou com a cabeça sobre seu braço, roçando o nariz na manga de lã do casaco dele. — Eu não quero que você fique com medo.
— Eu não queria ficar. Mas tudo está tão depressa que não consigo acompanhar. Marco, Iana, Scarlett, Nolan. O que eu faço? Até meu filho eu consegui magoar.
— Nolan só está chateado por ter ido embora de Munich. Ele não está de mal com você, Rules. Isso é coisa de criança, ele é seu filho. E você escondeu dele sua decisão.
— Eu também escondi de você e você está aqui.
— Porque eu sou adulto o suficiente para saber que nesse momento você precisa de mim, mas ainda estou chateado com você.
— Me desculpe. — Pediu, realmente lamentando. O desespero a fez fugir de Thomas. Mas ele ainda esteve do lado dela quando precisou.
— Não vou te desculpar fácil assim, Maniza. Você vai ter que se esforçar.
— Mas você vai perdoar, certo?
— Há uma possibilidade muito grande. — Mais um sorriso. Thomas beijou seu pescoço, fazendo Rules arquear seu corpo mais para junto dele. — Eu sinto muito, mas ouvi sua conversa com seu pai.
Ótimo, pensou ela. Suspirou.
— Então você sabe que eu faço parte do seu grupo de unicórnios. — Ele riu da forma como ela expôs sua traição. — Você ficará surpreso se eu disser que Evan era uma boa pessoa?
— Sinceramente? Vou ficar chateado. Ele traiu você, sua confiança. E você ainda consegue achar que ele era um bom homem.
— Ele era, Thomas. Ele me traiu, foi um completo babaca em relação a isso. E foi duas vezes pior porque Scarlett era a namorada do melhor amigo dele. E minha melhor amiga. Eu me senti muito sem rumo na época. Estávamos de casamento marcado para daqui alguns meses. Eu estava magoada, achei que a culpa era minha.
— Não era. Não tinha como ser. Quando Lisa me traiu, eu culpei ela até o último segundo. A culpa foi dela, toda dela. Não importa o quanto nosso casamento estava ruindo, ainda estávamos casados. Ela me traiu. Não tem como ser uma boa pessoa. É falta de caráter. Assim como com Evan. — Só tinha ódio, Rules notou.
— Você sempre quis casar, Thomas?
— Acho que sim. Sou um cara a moda antiga. Casamento, filhos, família. Sucesso na carreira profissional. Sempre foi tudo que eu quis. — Claro que sim. Era a cara de Thomas mesmo. — Você não?
— Sempre quis alguém que me fizesse feliz. O resto podia vim como tempo, sinceramente eu não me importava. Evan que sonhava com casamento. Eu amava ele, então concordei com tudo.
— Tudo. Não é nada parecido com a Rules que eu conheço. Você geralmente discorda de quase tudo.
— Naquela época se Evan dissesse que era pedra, então era pedra. Eu amava ele demais para discordar.
— Só porque somos dependente de algo, não significa que não amamos esse algo. Naquela época eu não sabia disso, sempre achei que sem Evan eu não iria para frente. Eu perdoei ele porque eu amava ele. Semanas depois eu estava grávida. Ignorei a traição, escondi de Marco para protegê-lo. Fiz o que eu achei que fosse certo naquela época. Eu perdi Evan e tive que aprender a viver sem ele. Foi uma época bem sombria pra mim.
— E sem Evan, com Nolan nos braços. Você passou maus bocados.
— Mas não deveria. Eu tinha minha mãe naquela época, e Iana ainda era uma criança, mas sempre foi presente. Mas eu me deixei levar. Queria ter sido mais presente.
— E você foi.
— Não o suficiente. — Thomas observava o jeito que ela vagava em seus pensamentos. — Nolan me deixou um pouco perdida. Muito, na verdade. Eu não consegui lidar. Fiquei apavorada.
— Não é culpa sua.
— Não, tudo bem. Eu sei que a culpa é minha. Se era assustador pra mim, imagina para ele. Nolan era só um bebê com uma mãe ausente e um pai morto.
— Você estava passando por momentos difíceis.
— Mas ele ainda era meu filho.
— E vai continuar sendo.
— Eu sei que vai. — Suspirou, tentando encontrar o foco da conversa. — O que estou tentando dizer, é que você sempre sonhou com a família perfeita e achou que Lisa fosse essa perfeição toda. Mas ninguém é. Eu sonhava em ser feliz e Evan me deu essa felicidade. Mas hoje não é a única coisa que eu quero. Minhas concepções mudaram. As suas também. O erro do inexperiente, é achar que o casal feliz a 20, 30 anos não teve que perdoar nada. É enganoso, Thomas. E você sabe tão bem quanto eu.
— Eu não sei onde você quer chegar.
— Lisa traiu você, ela fez a escolha dela e eu lamento. Mas você a conhece o suficiente para saber que ela não é uma má pessoa. Só fez umas escolhas erradas. Você não tem que voltar lá e reatar seu casamento, mas você tem que seguir em frente. E não vai fazer isso enquanto odiar a mulher que viveu grande parte da vida do seu lado.
"Bobagem" era o que Thomas queria dizer em rebatida a ela. Mas ele sabia que não podia dizer isso. Por mais que Lisa tivesse partido o coração dele, ele sequer deu uma chance para ela se explicar. Não ouviu ela, não conversou com ela. Ele viu a traição estampada em uma coluna qualquer, foi para casa e questionou Lisa. Após Lisa confirmar, ele apenas deixou ela lá. Nem sequer voltou. Apenas deixou ela lá. Deu fim no relacionamento já fracassado dos dois e terminou logo com tudo.
Thomas suspirou, disposto a não falar nada.
O telefone de Rules começou a tocar sem parar. A alemã tapou os olhos com a manhã do casaco de Thomas e ignorou o chamado. Müller riu, se afastando e teve que se levantar para recolher o celular do chão, que estava no bolso do casado dela. Quando ele saiu, Rules reclamou da separação e se virou na cama, para ficar de frente a ele quando voltou.
— Lego Dortmund está te ligando. — Thomas disse, Rules revirou os olhos.
— Eu não quero falar com Marco. — Explicou. — Será que é difícil pra ele entender isso?
— Por que você não fala com ele?
— Não, obrigada.
— E aquele lance de seguir em frente, perdoar. Só serve pra mim ou pra você também?
— Serve para ambos. Mas Marco é um caso diferente.
— Rules...
— Será que a gente pode não falar disso agora? Eu tô enjoada, com dor de cabeça, estressada e com sono.
— Tudo bem. Não vamos falar sobre Marco. — Concordou, e colou mais corpo no dela trazendo-a para junto do seu peito. — E sobre você não ter ficado no hospital com Iana?
— Nem sobre isso, por favor. Ela não me queria lá. Ela pediu por James. Não por mim.
— Você sabe que ela só pediu por James porque ele era o único que não faria perguntas. Reus chegaria lá desesperado e desolado. Você por outro lado, ia brigar questionar. Porque você é irmã mais velha, e disfarça preocupação em questionamento. Iana não precisava disso agora.
— Thomas, de verdade...
— Não, Rules. Você devia ter ficado. Ela perdeu o filho dela e a única pessoa que ela com certeza queria que batesse o pé para ficar do lado dela, era você. A irmã, melhor amiga. E você só abaixou a cabeça e veio embora.
— Eu não sei como consolar ela. Iana está sofrendo, e eu nem sei o que dizer pra ela. Eu não posso ir ver ela. Eu não sei o que fazer. Tá entendendo? Eu tô... Sem chão. Imagina ela. Eu não posso ir lá e ficar olhando pra cara dela. É difícil pra mim também. Ela vai chorar e eu não vou conseguir ser forte por ela.
— Eu sei que ela não te pediu pra ser forte. Só queria que você segurasse a chorava.
E sim, Rules também sabia disso. Mas não queria discutir, não queria entrar em detalhes. Doía pensar no quanto Iana estava sofrendo naquele hospital, apenas com James ao seu lado. Chorando ou então reprimindo as lágrimas para não parecer imponente. Tinha que ver sua irmã e sabia disso. Sentiu Thomas se mexer, e os dedos de Thomas se afundando no seu cabelo. Estava tão cansada. Fechou os olhos, aspirando o cheiro de Thomas.
— Está pensando a respeito? — Müller sussurrou.
— Cala a boca, por favor.
— Eu queria tanto ficar com você, mas você sabe que não posso. Eu preciso voltar para Munich. — Rules negou. — Sinto muito.
— Vai vencer o Pokal para a gente?
— Queria que você pudesse ir até lá. Você e Nolan.
— Pra você me barrar da festa de comemoração de novo?
— Não me enche, mulher. — Rules riu. — Sua insuportável.
— Que você adora.
— Talvez não.
Não minta para si mesmo, Rules pensou. Thomas se afastou, quebrando o contato dos corpos enlaçados. Rules reclamou e abriu os olhos, vendo o olhar confortável de Thomas. E alemão sorriu e imendou com um sorriso:
— Eu amo você, Rules.
EITA PLEURA!
GENTE, se alguém ainda estiver lendo, enfim...
Sobre o lance do Evan, eu queria deixar uma coisinha claro. A gente fica de fora, vivendo como platéia para o relacionamento dos alheios e acaba não vendo o que está dentro dos bastidores.
A vida a dois é bem mais complexa do que nos livros ou nos filmes e basta viver a vida pra saber sobre isso. A gente não tem o direito de colocar nossa opinião em uma vida que não vivemos.
Aqui estamos lidando com personagens e tudo bem, deixem suas opiniões, é tudo nosso 😇.
Mas perdão e recomeço é um direito que todos tem. Eu, eu Vanessa, particularmente não me vejo perdoando uma traição, porque escolhas podem ser diferentes. Mas a eu Vanessa nunca foi traída, grazadeos! Então eu não posso me por na pele de alguém que viveu isso e julgar ou procurar motivos para tal perdão.
Ninguém sabe como o outro está se sentindo. Então só pensem nisso. Se você conhece alguém que foi traído e perdoou, não seja a pessoa que vai torcer contra pelas decisões do traidor se o traído perdoou. Não é um direito seu. Só segue sua vida e siga seu caminho.
É isso. Até o próximo.
Saudades do que a gente não viveu.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top