ALI ESTAVA A MENININHA

Os bebês acabam por sempre a chorar
Fiquei pensando porque não sabia esboçar
Um sorriso talvez
Pois tinha sua escassez

Era pequenina e cabeluda
Deus! Como era goeluda
A menina vivia doente
Mas precisamente, sempre carente.

Largada até no vizinho
Pobre era aquele bebezinho
A vó não queria cuidar
E a mãe tinha que trabalhar.

O pai aprendeu a amar
Porém, a bebida não podia largar
Ali estava a menininha
Atirada e se sentindo sozinha.

Na vizinha, sua vida era confiada
Mas no quarto escuro foi trancafiada
Estava com ela mesma
Enfrentando seu primeiro avantesma.

Na mãe também havia traumas
Sofrida, pensou em algumas formas
Ficou com o pai e decidiu prometer
Que na vida de sua filha, um pai devia ter.

As brigas escutamos na cozinha
Foi aí que segurei sua mãozinha
Seus olhinhos eram como feijão
Assustados quando me ouviu dizer: "Não."

Eu sabia que aquilo seria constante
E que para a menina já era desgastante
Por isso, eu intervim na minha própria vida
Dando uma chance para ser bem vivida.

Ali estava a menininha
Já não era mais sozinha
Porém envolta parecia um malefício
No escuro como num precipício,

Eu estaria ali, em todo o tempo difícil.

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