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Uma marca definitiva.
Durante todos os seus anos de vida, Jeongin e Hyunjin nunca sentiram a necessidade de criar um vínculo tão forte com alguém. A ligação formada jamais os interessou como naquele momento, mesmo afastados a quilómetros de distância os sorrisos não abandonaram as suas faces em momento algum, ou sequer deixaram-se de vangloriar pela alegria que os dois sentiam pela marca.
Os sorrisos bobos foram notados pelos amigos, cada grupo numa distância significativa, todavia não se deixavam de comunicar pelos aparelhos eletrónicos e vez ou outra fotografar cuidadosamente os momentos.
O mafioso, ainda no porto verificando toda a carga ali disposta, semicerrou os olhos ao ver uma pequena luz rápida na sua direção instantes antes de adentrar um dos contentores, mas limitou-se ao silêncio dos seus pensamentos e emoções. Todavia, essa calmaria e silêncio encerrou assim que foi notório a falta de um dispositivo de segurança, saiu do contentor com um semblante pleno e aprazível, não demonstrando a raiva pela falta de cuidado dos seus capangas.
— Alfas e betas!! — gritou audível, saltou a pequena escada de ferro e o único som audível após o seu chamado foi apenas o das suas botas pretas baterem calmamente contra o chão e as ondas do mar contra o muro médio que as segurava. — Seungmin, sobrou algum dispositivo?
— Hm... Não tenho nenhum no saco! — relatou após uma rápida verificação.
— Quem estava no cuidado do contentor 9? — minuciosamente aguçou a sua visão com as suas íris completamente vermelhas, logo três mãos foram erguidas serenamente. — Alfas, porque este contentor não tem nenhum dispositivo?!
— Oh...
Os semblantes desesperados captaram os olhos do alfa lúpus e estremeceram levemente com o contacto visual arrogante e assertivo. Hyunjin suspirou levemente passando as mãos nas suas têmporas, desejou no momento estar do lado do seu ómega, acariciando-o e aproveitando o seu tempo com o pequeno lúpus.
Consequentemente, foi seguido por Seungmin carregando a mala com os últimos dispositivos e analisou a situação após fechar o último contentor. Subiu as escadas de ferro e ajeitou as suas vestes não precisando de chamar a atenção para começar a dar os avisos.
— Está tudo pronto!! — afirmou calmamente ouvindo celebrações das partes dos homens. — Como antes dito, haverá um contentor contendo exclusivamente materiais médicos, como gazes, medicamentos, instrumentos cirúrgicos, estes últimos sendo necessários por motivos entre mim e a própria chefe Manoban! E muitas outras coisas que não listarei no momento. As equipas estão nos seus devidos postos? Todos sabem o que fazer, certo?
— Sim. — todos, sem exceções, gritaram em uníssono, alegrando os músculos tensos do mafioso.
— Ninguém tem permissão para abrir contentor que for, independentemente da situação imposta no momento! — afirmou sem rodeios, sentindo os olhares ferventes em si. Foi quando observou Bang Chan dirigir o olhar a si, segredando por olhares Hyunjin velozmente saltou do contentor assustando os capangas. Um salto de quatro metros, uma caminhada frenética até ao seu braço direito, trocando algumas informações rapidamente.
— Vamos colocar a carga no mar agora!! — ordenou ouvindo os assentires que todos lançaram velozmente. — Jisung, avisa a alfa que a carga irá começar o seu trajeto em poucos minutos! Haruto, verifica mais uma vez o barco, se as suas condições são boas, assim como o deixámos. E o resto que irá até há Tailândia, tomem a devida atenção, não quero ninguém alcoolizado, sem festas, ou qualquer droga envolvida! Entenderam?!
— Chefe, tenho uma pergunta, aqueles que não estão envolvidos nesta missão, serão castigados? — indagou curioso, o alfa por sua vez não reluziu algum nervosismo, ou medo, a pergunta feita induziu os outros parceiros há curiosidade também.
— Como deixei claro da última vez, quando não querem participar de alguma missão, não serão castigados por isso, jamais! Pelo contrário, não auferirão do mesmo pagamento que os outros que aceitaram o risco!
Ninguém ousou interpelar Hyunjin mais vezes, colocaram-se nos seus postos e assim que Jisung assentiu em confirmação de que Lalisa já tinha o conhecimento do avanço, hwang olhou os homens uma última vez, repetindo as suas palavras anteriores, uma última vez.
Todavia, assim que o barco foi se distanciando, suspirou cansado, porém lépido por finalmente conseguir voltar para a sua casa, para junto do ómega lúpus. O que notou assim que se iniciou o cio do ómega fora a sua carência em demasia ao se afastar por longos ou pequenos períodos. E antes que pudesse nem sequer cogitar a hipótese de abandonar o terreno, Jung Wooyoung, com o seu aparelho em mãos, chegou até si.
— Chefe! — fez uma pequena reverência, fazendo Hyunjin e o seu lobo choramingarem internamente. — Desculpe, sei a situação do seu ómega no momento, mas Choi San reportou-me algo do seu interesse!
— Oh, céus... Ia comunicar contigo há um tempo, porém com estes acontecimentos todos nem sequer consegui ir até vocês os dois. — Wooyoung assentiu com um sorriso reprimido. — Qual a notícia?
— Um corpo, há muitos anos, talvez um tempo antes de Yang Jeongin nascer, foi encontrado num barril num contentor que continham encomendas para civis. A autópsia foi realizada, por um médico legista altamente conhecido, ele declarou que a criança foi dissolvida em ácido, sobrando apenas alguns ossos. Não conseguiram identificar o corpo como óbvio, portanto nunca conseguiram dar a notícia aos pais.
— E? — levantou o cenho, sentindo a euforia do seu lobo aumentar a cada palavra proferida pelo homem. — O que isso tem a ver? Foi há anos, Wooyoung.
— O Sa... Choi disse que a criança era filho de Yang Duri e Yang Sohui. Ela quem assassinou a criança, declarou que não é boato, a mulher teve depressão pós-parto, levando assim a que assassinasse o próprio filho! A última parte parece um pouco estranha? Sim, diria que estranho...
— Não estava nos registos de que Sohui teve outro filho?! — bradou desconfiado da informação. — Wooyoung, foste enganado pelo Choi!
— Não!! — falou alterado, fazendo Hyunjin levantar o cenho e cruzar os braços em frente ao corpo, inclinou o seu tronco levemente na direção de Jung e semicerrou os olhos.
— Por acaso...?
— Não, não!! — negou arregalando os olhos. Wooyoung riu nervoso e gesticulou várias vezes, sem saber como reagir àquela frase. Chan, ouvindo as palavras desesperadas, resolveu se aproximar rindo internamente. Já observava as atitudes de Wooyoung há tempos, mentiria se não dissesse que os dois pareciam atraídos um pelo outro, Jung não demonstrava, San não se atentava em esconder as suas ações e cada palavra da sua boca, era um elogio direcionado ao ómega.
— Oras, Hyunjin, até parece que não te apaixonaste também!! — advertiu o mafioso com um sorriso petulante nos lábios. — Jung, acredito que o Hyunjin para além de não confiar no Choi, ele precisa de provas. Tenta localizar o médico legista, retira-lhe informações, e se for necessário dinheiro, que seja!
— Certo! — consentiu mantendo um semblante sério no rosto. Odiava aquele sentimento. O ódio percorria as suas veias somente em ouvir aquela palavra, jamais acreditou no amor, e talvez nunca acreditaria. Porém, Choi parecia um íman que o atraia de todas as formas, queria refutar as suas piadas sexuais, ou os elogios doces direcionados a si, todavia não poderia. Não conseguia. — E o carregamento, necessitam de algo mais?
— Não. Já está tudo pronto! — respondeu Hyunjin descansando os seus braços. — Mas quero ver o Choi, traz ele há mansão, não como prisioneiro, e sim como convidado, digamos assim. Não esta semana, falta mais quatro dias para que o cio do Jeongin acabe! Marcaremos um dia após isso. Até lá concentra-te em trazer-me as provas necessárias, e se esse for o caso, Sohui será julgada perante a máfia!
— Hyunjin... O Jeongin precisa de saber sobre, se esse for o caso. Matar a mãe dele sem o seu consentimento poderá gerar problemas no futuro! — comentou Chris, observando a expressão cansativa tencionar. — Pensa nisso. Wooyoung, preciso de ter umas palavrinhas contigo, vamos!
Chris lançou um sorriso puro e desconfiado na direção de Jung, este que internamente gritou e xingou o mundo de todos os nomes possíveis. Conhecia muito bem o amigo que tinha, e as "palavrinhas" seriam em volta de um nome. Choi San.
Hwang Hyunjin, por sua vez, não se importou em saber o motivo ou o sujeito daquela conversa, queria ir para casa, e os seus olhos brilharam ao trocar poucas palavras com Seungmin e o mesmo o dispensar dali, alegando que tudo ficaria em perfeito estado, pois o beta coordenaria todas as ações até o carregamento chegar em segurança.
Sentou-se no banco confortável do seu carro de tons pretos, retirou o casaco que vestia e ajeitou os seus fios, abrindo um sorriso discreto ao imaginar como estaria o seu pequeno ser lupino naquele momento.
O carro de uma marca extravagante nunca dirigira tão rápido como naquela noite fria, passou incontáveis semáforos vermelhos sem se preocupar com as consequências, pois estas nunca chegariam há sua pessoa. A paisagem mudou de umas ruas descoloridas e sem vida, para uma esverdeada, repleta de árvores e plantas bem cuidadas, postes luxuosos de luz e por fim a sua mansão completamente iluminada.
Não precisou de abrir os portões por si mesmo, um dos seus capangas que cuidava da segurança da mansão fez o favor de os abrir, dando entrada a Hyunjin. Guardou o carro na garagem espaçosa e direcionou-se há entrada, podendo sentir os feromônios de Jeongin altamente presentes.
— Felix? Changbin? — indagou logo após entrar na mansão e fechar a porta atrás de si. Com a sua audição e faro aguçados, Hyunjin identificou rapidamente onde os dois estavam, e constatou que Jeongin estava no mesmo cómodo que os amigos, levantou o cenho e caminhou a passos rápidos até há cozinha.
Na entrada da vasta cozinha, Hyunjin observou Jeongin e Felix sentados nos bancos da bancada de mármore, enquanto Changbin parecia dividir uma espécie de bolo entre os três. O trio ria de algo bobo falarem, porém, Hwang nem sequer se importava, estava petrificado, olhava o ómega e deixava aparente a sua calmaria perante vê-lo naquela noite cansativa.
— Oh, Jinnie!
Como esperado, o ómega lúpus foi o primeiro a detetar a sua presença e instantaneamente sorriu contra o rosto brilhante e calmo de Yang. Aproximou-se do ómega e beijou os seus fios de cabelo cheirosos, pouco se importando para a reação dos dois amigos.
A pele de Jeongin arrepiou-se repentinamente, e sentiu uma leve pontada no seu baixo-ventre ao que os seus pulmões ingeriram uma abundância do cheiro amadeirado que provinha do alfa lúpus. Yang arfou baixinho contendo a sua expressão dolorosa, semblante este que foi apenas notado por Changbin, que espremeu os lábios gesticulando para Felix.
— Bom, uma vez que o idiota chegou, é a minha vez de ir ajudar o Minmin! Vou levar o Lixie, tudo bem? — o alfa lúpus respondeu acenando e agradecendo com o olhar aos dois, levou-os até há porta da mansão e despediu-se dos amigos voltando para o cómodo que estava anteriormente.
Jeongin, agora, tinha a cabeça encostada na mesa, suspirava dolorosamente com um dos seus braços no ventre, tentando inutilmente acabar com a dor. O cheiro de baunilha espalhava-se pela casa em abundância, não deixando um espaço sequer sem os seus feromônios.
Hyunjin sentiu o seu lobo alvoroçado, clamava para que Hwang o deixasse tomar controle do seu corpo, porém o alfa não permitiu tal coisa no momento. Aproximou-se a passos calmas e rodeou a cintura do ómega, deixando um beijo casto no seu pescoço, exatamente onde estava a marca, esta que fazia os dois compartilharem da mesma dor.
— Innie.... Vamos para cima, sim? — firmou o toque na cintura. Jeongin, diante do toque nada brando, arfou mais uma vez sentindo uma onda de fervura subir pelo seu corpo inteiro. Yang levantou a cabeça girando o seu corpo para a frente, onde captou os lumes castanhos-escuros de Hyunjin vibrarem num misto de cores. O escarlate queria se fazer presente, queria tomar conta do corpo do alfa e dominar totalmente Jeongin.
Yang sorriu de lado, as íris roxas vibraram em desejo na vertente do lúpus. Consequentemente, Hyunjin beijou os lábios do loiro violentamente, ao que deixava as suas mãos apertarem possessivamente a tez cálida do ómega.
Hyunjin chupava com voracidade os lábios de yang cada vez que retirava a sua língua, esta na qual Jeongin fazia questão de sugar da forma mais erótica possível sempre que Hwang invadia a sua boca. As calças de Yang ganhava humidade gradativamente, provocando um pequeno volume nas calças de Hyunjin, que sorriu maliciosamente ao dirigir a sua destra até ao baixo-ventre do ómega.
O ómega sentiu uma pontada dolorosa na pélvis e rosnou, uma vez que Hyunjin passou a beijar provocativamente o pescoço, uma região sensível, trilhou com a ponta da língua um caminho imaginário pela região, sentindo Jeongin levar as suas mãos ao seu membro completamente rijo.
Hyunjin fechou os olhos e arfou quando Yang apertou o seu membro ainda coberto pelos tecidos. Logo, retirou a blusa fina que protegia o menor naquela noite fria, clima este que naquele momento era fervente.
O mafioso abriu os olhos, agora, vermelhos e lambeu o canto dos lábios sorrindo grande na direção de Jeongin. Semicerrou os olhos e partiu o seu caminho para os mamilos rosados do ómega.
—J-jnnie... — arfou prendendo os fios ruivos por entre os seus dedos.
— Eu não me vou controlar mais, Jeongin! — rosnou assustando o ómega pelo toque repentino nas suas coxas.
— Ótimo. — respondeu com um único fio de voz gemendo ao que as suas calças foram arrancadas do seu corpo suspenso nos braços de Hyunjin. — H-hyunjin... Por favor, não de controles!
— De costas, Jeongin!
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Após um banho quente, Jeongin sentiu-se mais calmo quanto aos sintomas do cio, levando a que os dois se deitassem quietamente na cama espaçosa. Yang parecia perdido em pensamentos enquanto olhava a marca das garras do lobo na parede, já Hyunjin olhava atentamente a expressão serena, pensando seriamente se diria as informações recebidas, ou esperaria o cio do loiro acabar por completo. Prontamente, reprimiu as suas ações e resolveu perguntar algo que estava na sua mente há semanas.
— Innie, nós estamos marcados, convivemos, mas nunca chegámos a nos conhecer por completo.
— Oh... Verdade... — riu contido, confirmando aquele pensamento certo do lúpus. — Já sabes o meu doce favorito, qual o teu?
— Hm... Tu! — riu altivo vendo o rubor crescer nas bochechas rechonchudas de yang, logo recebeu um breve soco nada dolorido. — Tirando isso, não tenho, não gosto muito de doces. Qual a tua comida favorita?
— Dakgangjeong, ele fazia para mim...? — ao sentir a confusão nas últimas palavras do ómega, Hyunjin acariciou os fios loiros. — E a tua seria jokbal?
— Sim. Deixa-me adivinhar, Felix? — a risada confirmou a pergunta de Hyunjin. — Qual a coisa mais interessante que já fizeste?
— A minha vida só é interessante porque vocês estão nela... — confessou o pequeno ser contra o peitoral desnudo do alfa. — Quando ponderei desistir, vocês chegaram, deram um novo sentido há minha vida, e assim eu quis viver. Provavelmente se nada tivesse acontecido, e não tivessem cogitado em prender Kwang, talvez eu não estivesse aqui...
— Por Deus, não digas isso pequeno. — suspirou tristonho, fechando os olhos e permitindo-se compartilhar a mesma dor que o ómega. — Não consigo pensar na minha vida sem ti agora... — riu baixo. — E quem diria que eu estaria apaixonado agora? Meu amor, posso não ser a melhor pessoa no mundo, posso não te dar todo o conforto que precises na vida, ou não conseguir apagar todas as tuas mágoas. Mas consigo fazer com que o teu futuro seja melhor, quero fazer isso!
— Jinnie...
— Então, Innie, e-eu... argh!! O Chris disse que seria fácil, aquele idiota!! Mentiroso! — afirmou entre dentes. Jeongin levantou o cenho confuso, não compreendendo onde o amigo teria finalidade naquela frase.
— O que aconteceu? — questionou olhando os lumes apaixonantes de Hyunjin. O alfa uniu as mãos num toque singelo e significativo, beijou a tez macia e suspirou com um pequeno sorriso nervoso.
— Innie, c-como e-esta... Merda!! — rosnou baixo choramingando. — O q-que quero perguntar é se queres namorar comigo?!
— A-alfinha...
— Hm? S-se não qui...
— Sim!! — respondeu interpelando o alfa com um sorriso grandioso. — Afinal, eu só entendi o que era o amor quando entraste na minha vida e deste um sentido a ela!
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O homem de cabelos castanhos-claros mantinha um olhar assustado na direção de Minjun, a feição feroz parecia queimar em frente há lareira ali disposta. O livro que tinha em mãos repentinamente escorregou pelos seus dedos ao que Minjun agarrou o colarinho da sua blusa.
— S-senhor... — gaguejou confuso.
— Iseul, traz a máquina de choques!!! Preciso de descontar a minha raiva em algo, e é no nosso precioso brinquedo! — riu em escárnio ao visualizar o semblante de medo. Era um prazer sempre que sentia o medo exalar das suas presas, porém mal sabia o que o destino cruel o reservava. Minjun morreria da pior forma possível, e, talvez, nas mãos de quem menos espera...
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