Five
Thursday
O Baile Anual das Maiores Indústrias de Londres estava chegando e é claro que Tom não perdeu a oportunidade e convidou Claire para ser sua acompanhante.
Por isso ela se encontrava agora em uma loja da qual nunca imaginou entrar, muito menos comprar alguma coisa. Mas, Tom fez questão de pagar pelo vestido da amada e, mesmo depois dele afirmar que ela seria tratada da melhor maneira possível, Claire sentiu um frio na barriga ao colocar os pés na loja de grife.
Ela foi recebida por uma mulher mais velha, que se apresentou como sua vendedora, afirmando que seu trabalho era fazer o que Claire desejasse. Em seguida, a professora foi acompanhada pela mesma mulher até um provador, que mais parecia uma sala de estar, com sofás de veludo cor-de-rosa e cortinas que escondiam quem estivesse provando as roupas.
Uma arara com inúmeras opções de vestido foi posta em frente á Claire, que já havia recebido uma taça de champanhe para "aproveitar enquanto escolhesse seu vestido", palavras da própria vendedora.
As opções eram infinitas e, depois de experimentar alguns de seus modelos preferidos e enviar fotos para Tom, não que ele tivesse pedido, ela só queria ter certeza de que ele gostasse de sua escolha, Claire acabou escolhendo um vestido preto, com decote V e um corte frontal, que deixava á mostra boa parte da sua perna.
A resposta de Tom para o vestido foram emojis de coração, seguidos por alguns salivando, o que fez a morena sorrir, antes de confirmar para a vendedora que ela levaria aquele modelo e sair da loja com uma sacola que provavelmente custavam mais do que o que ela estava usando.
Saturday
Quando a noite do Baile chegou, Claire esperou por Tom em seu apartamento, o que levou apenas alguns minutos depois de enviada a menagem, o avisando de que ela estava pronta.
Assim que saiu do carro e a viu, Tom não se conteve e correu até os braços de Claire, a deixando sem fôlego com um beijo. —Você está simplesmente deslumbrante! — afirmou o moreno, que de algum jeito, estava ainda mais lindo com um de seus ternos que custavam o valor de uma casa.
—Obrigada! Mas sem beijos pelo resto da noite, vai acabar estragando minha maquiagem. — exclamou Claire, fazendo o sorriso de Tom desaparecer, pondo uma expressão decepcionada no lugar.
O motorista parou o carro em frente ao hotel onde o evento estava sendo realizado, um tapete vermelho cobrindo o caminho até as portas de entrada. Claire levou um susto ao ver o chauffeur abrir a porta do carro, estendendo uma das mãos para ajudá-la a sair do veículo. É, ela não estava mesmo acostumada com isso.
Assim que eles entraram, de braços dados, no salão principal do hotel, um garçom prontamente lhes ofereceu taças de champanhe, que foram aceitas com agradecimentos e sorrisos.
Não demorou para que Tom estivesse sendo puxado para conversas com conhecidos e/ou associados de sua empresa. Ele apresentava Claire como namorada e a morena não podia negar que sentia borboletas no estômago toda vez que isso acontecia.
A maior parte da noite continuou do mesmo jeito, Tom cumprimentando e trocando algumas palavras com os amigos, enquanto Claire o acompanhava, taças cheias de champanhe sempre em mãos.
Foi quando um certo grupo de pessoas se aproximou de Tom, que a professora sentiu o namorado ficar tenso, expressão que ele não havia demonstrado momento algum durante a noite.
Tom apertou forte a mão de Claire, como se deixasse ela saber de seu estado de nervos. A professora, em um ato de solidariedade com o amado, devolveu o gesto, segurando forte a mão do moreno, afirmando, mesmo sem palavras, de que ela estava ao seu lado.
Como esperado, depois de passados os primeiros cumprimentos, a atenção do grupo foi direcionada à Claire, que sentiu as maçãs do rosto corarem com o olhar intenso dos homens.
—E quem seria essa adorável mulher ao seu lado, Thomas? Não lembro de vê-lo acompanhado em nenhum de nossos bailes. — indagou um homem mais velho, que tinha o rosto praticamente coberto por uma camada grossa de barba.
Olhando para a amada, Tom à apresentou. —Essa é Claire, minha namorada! — disse o moreno, sorriso largo nos lábios. —Prazer em conhecê-los! — disse a professora, tentando não soar constrangida. —O prazer é todo nosso, Claire! — o homem sorriu, mostrando seus dentes extremamente brancos.
Pegando uma das mãos da professora, o mais velho depositou um beijo no topo da mesma. Depois de alguns segundos trocando estranhos olhares, ele coçou a garganta. —E qual a sua profissão, Claire? É uma mulher de negócios, como o seu namorado aqui? — perguntou o homem, dando alguns tapas nas costas de Tom, que pareceu desconfortável.
—Oh, não! Eu... — entretanto, antes que ela pudesse continuar, o moreno praticamente pulou na sua frente, respondendo em seu lugar. —Claire é advogada, trabalha na minha empresa. — exclamou o moreno, arrancando expressões surpresas, tanto dos "amigos", como da amada. O que?
Claire olhou para Tom como se perguntasse, o que foi isso? Mas tudo o que o moreno fez foi apertar a mão da morena, continuando a conversa com o grupo á sua frente, que parecia entusiasmado com o assunto.
Quando o grupo de homens engravatados finalmente se dispersou, Claire fez um final com a cabeça para Tom, deixando o moreno saber o que estava por vir. Se afastando do lobby principal, o casal fez o curto caminho até um dos corredores do hotel.
—O que foi aquilo? — Claire o questiona assim que eles pararam, logo em frente a uma fonte d'água, que em um momento diferente, a professora adoraria parar para observá-la.
—Amor, olha... eu sinto muito, mas só menti pra te proteger, você sabe muito bem como esse tipo de gente é, imagina o que iriam pensar se soubessem que você é professora? — exclamou Tom, tentando se aproximar dela. —Então, quer dizer que você tem vergonha de mim? — questionou Claire, sentindo um aperto no peito, assim como as primeiras lágrimas começarem a se formar.
—O que? Não, é claro que não, Claire! Eu não tenho vergonha de você, são eles que... — dizia o moreno, antes de ser brutalmente interrompido. —Mas você é um deles, Tom! Você é exatamente como eles! Eu que fui idiota por achar que era diferente. — ela afirmou, dando as costas para o mais velho, indo em direção as escadas.
—Claire, por favor, me escuta... — exclamou o moreno, tentando segui-la. —Não, Tom! Você me escuta... acabou! O que quer que tínhamos entre nós, acabou! — afirmou a professora, sentindo as lágrimas começarem a rolar. —Claire, não... — Tom sussurrou, sentindo seu coração partir ao ouvir as duras palavras saírem dos lábios da amada.
Com alguns passos, Claire saiu do hotel, entrando no primeiro táxi que avistou, ignorando completamente os chamados do amado pelo seu nome. Quando Tom percebeu que suas tentativas estavam sendo em vão, e que o táxi já havia arrancado, ele blasfemou, tentando não perder o controle, já que estava em um local público, rodeado de pessoas prontas para julga-lo.
No táxi, o motorista fez questão de saber se sua passageira, que chorava quase descontroladamente estava bem, continuando ao receber uma resposta positiva, mesmo que, naquele momento, Claire estava tudo, menos bem.
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