O PASSADO
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Capítulo 6 – O Passado
Park Jimin On
– Ele é tão fofo. Deveríamos dar um nome para ele. – Eu disse vendo o patinho tentando subir em uma pedra.
– O nome dele é Chimchim. – Ela disse com uma carinha emburrada e eu ri.
– Mas eu sou o Chimchim. – Disse com um sorriso fofo e ela negou.
– Ele também é o Chimchim. Ele pode ser seu filhinho. Você ficou triste quando perdeu o seu, não foi? – Eu me assustei com a fala dela, porque ela não sabia o que tinha acontecido. Não havíamos falado sobre isso com ela e ela nunca havia comentado coisas assim antes.
– Como sabe disso, meu anjo? – Questionei com um sorriso frágil e abalado.
– Eu ouvi a mamãe falando e você não quis brincar comigo durante semanas. – Ela disse com um olhar triste. – Eu não queria te chatear.
– Tudo bem, princesa. Não estou chateado. Só... não diga isso para ninguém, tudo bem? Isso é um segredo nosso. Acha que consegue guardar?
– Consigo sim, Chimchim. – Eu respirei aliviado ao ver ela voltar a brincar com o patinho.
Continuamos brincando por um longo tempo, até ela se cansar e decidir que queria entrar para comer. Já estava na hora do jantar e quando entramos encontramos todos reunidos. Kim Namjoon era um alfa robusto e estava animado em nos conhecer. Ele brincou com Min e disse que era uma alegria receber novos moradores.
– Então, senhor Park. – Min Yoongi disse, se inclinando na minha direção. – Está gostando de Freedy? Fiquei sabendo que passou mal nessa manhã, está melhor?
– Sim. Na verdade. Me sinto muito melhor. – Disse com um sorriso simplista.
– Fico feliz. Adoraria ter te mostrado as terras. Podemos fazer um tour amanhã, sabe anda a cavalo? – Eu estava o olhando e algo parecia entranho naquele convite, mas antes que eu pudesse responder, SeokJin já respondia.
– Yoongi, tenha modos. Ele acabou de chegar. – O ômega o repreendeu. – Me desculpe por ele, Senhor Park. Min Yoongi não é do tipo cavalheiro. Ele não é muito bom na arte do cortejo. – Eu o encarei assustado, Deus, ele está tentando me cortejar. Isso é errado, eu não posso engana-lo dessa forma. Além de não ser mais puro, ainda sou marcado. Não posso me dar o direito de coisas assim.
Encarei o Duque, o único que sabia do meu segredo, ele estava com o maxilar travado, parecia incomodado e talvez até enojado. Ele estava me dando uma segunda chance, mas eu não poderia me aproveitar disso assim.
– Sinto muito, Senhor Min, mas não posso aceitar o seu convite. – Disse baixando o olhar, encarando minhas mãos que estavam em meu colo. – Meu trabalho é cuidar da Lady Min e não posso de forma alguma sair do lado dela. Sinto muito. – Não ousei levantar o olhar, mas pelo silencio, sentia que tinha algo de errado.
– Vamos Chimchim. – Min disse com um tom irritado, se levantando da mesa e me puxando. – Boa noite, senhores. – E sem esperar sequer eu me despedir, me arrastou até o andar de cima.
– Min? Tudo bem? – Perguntei confuso e assustado pela repentina raiva dela.
– Ele queria te roubar de mim, não é? – Ela disse emburrada. – Aquele outro homem também queria isso. Não gosto disso. – Ela parecia brava e meu coração se amoleceu ao ver do que se tratava.
– Está tudo bem, Min. Ninguém vai me tirar de você. – Tentei acalma-la. – O Duque Jeon prometeu que eu poderia ficar para sempre do seu lado. Então não vou para lugar nenhum. Não precisa ficar brava com o senhor Min ou com qualquer outro homem. – Ela ainda não parecia totalmente convencida. – Vamos tomar banho, princesa. Já está tarde.
E depois de preparar o banho quente e ajuda-la com todos os preparativos noturnos, Min finalmente caiu no sono. Meu ombro voltava a doer e uma sensação estranha se apossava do meu peito, não era um sentimento meu, eu sabia disso, dava pra sentir que vinha de outra pessoa. Me perguntei se o Duque estava bem, sai do quarto decidido a encontra-lo, mas para a minha surpresa, ele me esperava no corredor.
– Ela dormiu? – Questionou com a voz calma, mas eu conseguia sentir a angústia dele.
– Dormiu sim, Milor... Meu Senhor. – Me corrigi e ele suspirou. – Está tudo bem?
– Podemos conversar, Senhor Park? A sós? – Eu hesitei, mas não era como se eu tivesse algo real a perder, então concordei. Ele me guiou até o meu quarto e fechou a porta quando eu entrei. Sozinho com ele ali, senti uma fagulha de medo, um medo bobo e infundado, seria difícil explicar para qualquer um o que estávamos fazendo ali. – Deite-se, irei abrir a janela, a noite está fresca. – Ele disse e hesitante, encarei a cama. Me sentei na beirada e tentei parecer confortável, mas não estava. – Irei me deitar ao seu lado, apenas para aromatizar, tudo bem para você? – Eu o olhei um pouco travado, mas desviei o olhar para o teto e concordei com a cabeça. – Min parecia desconfortável no jantar.
– Ela achou que o Senhor Min queria me roubar dela. É um medo bobo. – Acrescentei e ele continuou em silencio por alguns segundos.
– O senhor está marcado. – Disse como se tivesse que me lembrar daquele fato. – Sinto muito que tenha que recusar o convite do Senhor Min por minha causa. – Aquele pedido não parecia sincero e nem sensato.
– Não é como se eu pudesse aceitar de qualquer forma. As condições não mudaram. Não enganaria alguém assim. – Fui firme, ainda encarando o teto.
– Não vou negar que uma parte de mim, quer saber o que aconteceu. – Ele murmurou. – Não quero ser evasivo ou te deixar mal com esse assunto, entendo se não quiser me contar, mas ainda assim gostaria de saber.
– Não é uma grande história. – Murmurei. – Acho que na verdade é o que sempre acontece em casos como esses. – Ele não disse nada, esperando que eu continuasse. – Passei minha vida toda como serviçal na casa do Conde Lee. Minha mãe era cozinheira na casa, quando ela morreu, Senhor Lee aceitou que eu continuasse na casa. Me deu o posto de baba.
– O senhor não é muito mais velho que a Lady Min. – Ele me interrompeu.
– Sou apenas alguns anos mais velho. – Disse suspirando. – Criamos um laço bem forte com os anos. Eu era o único que ela aceitava durante os momentos ruins e por isso Madame Sun não queria que eu encontrasse um marido. Eu estava passando da idade e já falavam pela casa que eu ficaria encalhado. – Engoli em seco com a lembrança. – Foi quando Lyn Jaehyun apareceu. Ele se apresentou como Duque das terras medias. – Meu tom era um tanto amargo.
– Eu conheço o Duque das Terras medias. Ele se chama So Johyun. – O Duque me interrompeu.
– Ele mentiu sobre muitas coisas, Meu Senhor. – Disse com o mesmo tom amargo, sentindo meus olhos arderem. – Ele costumava dizer que eu era tão lindo quanto a noite e tão puro quanto a lua. Disse que me queria como esposo e que me amava. – Fechei os olhos ao sentir a primeira lagrima deslizar pela minha bochecha. – Como eu disse, ele mentiu sobre muitas coisas.
– Sinto muito que homens assim existam, Senhor Park. Deve ter sido difícil. – Ele disse com um tom compreensivo.
– Ele passou um longo tempo me cortejando. Min não gostou nada de perder nossas tardes de brincadeiras. – Comentei me lembrando das birras da menina, sempre que Jae aparecia. – Então ele me levou para jantar na beira de um lago. – Engoli em seco. – Me fez juras de amor e disse que queria que eu fosse dele para sempre... eu acreditei. – Limpei meus olhos, voltando a encarar o teto. – No dia seguinte, ele tinha partido. Descobri que ele era do exército do Rei e que não pretendia voltar.
– Do exercito? – O Duque disse pensativo.
– Ele levou minha honra, meu coração e nem sequer se despediu. – Continuei. – Não demorou até madame Sun descobrir. Nos dias seguintes eu comecei a ter enjoos fortes e todos desconfiaram. Ela quis me botar na rua, mas o Senhor Lee interveio por mim novamente.
– O senhor estava gravido. – Era uma afirmação e tinha um pouco de choque na sua voz. – O que aconteceu com a criança?
– Madame Sun me fez tomar litros e mais litros de chá fervente de canela e cravo. Quase tive uma hemorragia durante aquela noite. – O no na minha garganta me dificultava a falar, mas ele precisava saber a história toda. Estava me dando uma segunda chance e eu devia muito a ele.
– Ela te fez abortar. Isso é desumano. Essa mulher não tem escrúpulos nenhum. – Ele parecia revoltado, mas não ousei levantar o olhar.
– Foi a condição para eu continuar vivo. Ela não me deu muita escolha. – Solucei tentando segurar o choro. – Descobri hoje que Min sabe sobre a criança. Ela me disse que ouviu a mãe falando. Eu não queria que ela tivesse essa imagem de mim.
– Lady Min ama o senhor. Isso é claro para todos, Senhor Park. Acho que nada mudaria isso. – Ele disse se apoiando nos cotovelos para ficar mais perto de mim. – Sinto muito que seu passado tenha sido tão difícil. Irei mandar uma carta para o Rei, pedindo que procure por Lyn Jaehyun. Ele pagará pelo o que fez ao senhor.
– Não lhe contei isso porque busco justiça. – Disse tomando coragem para o encarar nos olhos. – Mesmo que tenha sido enganado com palavras doces, foi uma escolha minha me entregar para ele. Estou pagando pelos meus erros, Meu Senhor. – Afirmei. Eu não era merecedor de nada, nem sequer da pena daquele homem. – Estou lhe contando para que saiba que não é o senhor que estragou a minha vida. Essa culpa é totalmente minha e eu devo lidar com ela sozinho. – Engoli o choro, vendo seu rosto sério. – Sua marca, serve apenas como uma lembrança de que protegi Lady Min acima de tudo. Prometi ao pai dela que faria tudo por ela e faço de coração. Porque se ainda estou vivo hoje, devo a ele e principalmente a ela.
– Não diga algo assim, Senhor Park. Não merece todo esse sofrimento, foi apenas um erro. – Ele disse com ternura e eu neguei com a cabeça. Ele sabia que pessoas como eu, um ômega sem títulos e agora sem honra, nunca eram perdoadas por coisas assim. Perante a sociedade eu havia perdido tudo. Nunca teria um alfa, ou alguém para me proteger, estava a mercê da sorte e ela não estava ao meu favor.
Ômegas como eu, paravam em prostibulos na melhor das hipóteses. Eu devia muito ao Senhor Lee por me livrar dessa vida e me proporcionar um teto e comida durante anos. E se agora, eu tinha um teto, devia ao Duque Jeon, por ter me oferecido mais alguns anos de vida. Não iria desrespeitar sua casa.
– Apenas quero que saiba, que não irei enganar os seus homens. O senhor me acolheu junto de Lady Min e mesmo sabendo que é uma questão de necessidade, agradeço por não me substituir. – Disse limpando as lagrimas, tentando me recompor. – Agradeço por não dizer a todos a minha verdadeira história e prometo que farei de tudo para ficar longe de todos eles. Não aceitarei os cortejos do Senhor Min e de nenhum outro. – Afirmei fungando. – Irei terminar minha vida sozinho, como deve ser. Estarei ao lado de Min até que ela precise e então terei cumprido o meu destino. Isso é tudo o que me resta. – Ele ouvia com atenção, mas não ousou dizer mais nada. Voltou a se deitar ao meu lado, em silencio. Senti o cheiro aumentar e meu corpo relaxar aos poucos. Não demorou muito para eu cair no sono.
| IMPURO |
Essa história me deixa com o coração apertado porra!
O que vocês estão achando???
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