A VERDADE


Capítulo 16 – A VERDADE

Madame Sun já havia reclamado de tudo e o jantar mal estava no fim. Ela estava dividida entre reclamar com Min e paparicar a Rainha, que parecia ignorar todos os comentários e se focava unicamente no Duque. Madame Sun havia ficado horrorizada ao me ver sentar a mesa com ela, mas não comentou o quão ultrajante era o Duque me deixar sentar na mesma mesa que ela e a rainha.

Por outro lado, Jaehyun parecia decidido a irritar o Duque, se sentou na minha frente durante todo o jantar e mesmo que eu estivesse ao lado de Min, que estava ao lado do Duque, ainda fazia questão de alfinetar o quão perto nós estávamos. SeokJin e Namjoon, que assim como os outros, também foram convidados a mesa, faziam de tudo para o silenciar e Yoongi estava a um passo de sacar a arma que estava em sua cintura. Eu sentia que a qualquer minuto tudo desandaria e viraria um completo desastre.

– Min parece um tanto mais cheia, Jimin. – Madame Sun comentou observando a menina. – Imagino que tenha a entupido com aquela gororoba que você faz. – Eu neguei com a cabeça, Min já travava a mão por baixo da mesa.

– Na verdade, a duquesa me parece muito saudável. – A rainha comentou a analisando também. – Me lembro de vê-la na temporada passada. Ela amadureceu bastante.

– Eu também acho. Ela está encantadora. – Madame Sun concordou travando o maxilar, brava por ter que concordar.

– Majestade, gostaria que experimentasse a torta de amora. – O Duque disse servindo pessoalmente um pedaço para a rainha, na tentativa de tirar o foco de Min Hee. – É uma das especialidades do Senhor Park.

– Oh. Eu amo amoras. – Comentou sorridente. – Acho que foi por isso que fui com a cara do Senhor, Senhor Park. – Eu agradeci de cabeça baixa. – Imagino que esteja ansioso para o casamento. – Ela disse chamando a atenção de todos. – Recebi muitas cartas do Duque, mas nenhuma que me desse um motivo verdadeiro para ele não aprovar o matrimonio de vocês.

– Eu tenho um motivo mais do que verdadeiro e adoraria lhe contar após o jantar, Majestade. Vai ver que estou sério sobre esse assunto e que não cederei. – O Duque disse firme. – Mas por hora, vamos apreciar a presença do Lorde Lee e da Lady Lee Sun. – Ele não parecia nem um pouco confortável com aquela visita, mas foi cordial durante todo o jantar.

Quando ele acabou, após servirem a sobremesa e todos se saborearem com diversos tipos de doces. Fomos todos a sala do chá. Onde Madame Sun se sentou ao lado de Min, corrigindo aos sussurros a postura da menina. Senhor Lee conversava sobre caça com Yoongi e Namjoon. SeokJin acompanhava Taehyung e Hoseok em uma conversa tranquila sobre receitas e os preparativos para o baile. Eu me sentei ao lado do Duque, como me foi indicado, ele estava ao lado da rainha, que exigiu que o general estivesse presente durante aquela conversa.

– Eu gostaria que fossemos até o meu escritório. – O Duque pediu, mas a rainha negou.

Por favor, Jeon. Estamos entre família, não? Acredito que pode me dizer sua reclamação formal agora mesmo. – O Duque a encarou por alguns segundos.

– O casamento do Senhor Park e General Lyn não pode continuar. – O Duque disse em um sussurro.

Isso o senhor já disse. – A rainha disse em um tom baixo. – O que eu gostaria de ouvir, é o porquê do senhor ser tão contra. O senhor pediu por justiça, nos mandou uma carta pedindo que tomássemos uma providência, por que está tão contra nossa decisão?

– Eu também sou contra essa decisão, majestade. – O General disse. – Não quero me casar com um ômega desonrado. – Eu senti meu estomago revirar, notei que Jin, que havia parado sua conversa, iria intervir, mas neguei com a cabeça.

– Não deveria abrir a boca para falar besteiras, General. – A Rainha disse sem o encarar. – A única coisa que te mantem vivo nesse momento, é aquele ômega. Então deveria beijar o chão que ele pisa e não ameaça-lo pelas minhas costas. – O General parecia chocado com aquela afirmação. – O Duque me contou o que tentou fazer e quase lhe mandei a forca por isso, mas ainda preciso de você nesse jogo. – Ela voltou a encarar o Duque e então desceu o olhar para mim. – Então, me diga. O que esse ômega tem de tão especial a ponto do senhor enfrentar a própria coroa?

– Meu coração, majestade. – Disse com um tom carinhoso. – Ele possui o meu coração. – Eu senti minha respiração travar e notei que o resto da sala estava na mesma situação.

Eu sabia que era mentira. Ele havia me contado seu plano e eu era consciente de que ele diria o necessário para que a rainha acreditasse, mesmo assim, não consegui impedir meu coração de acelerar.

O que o senhor disse? – Madame Sun perguntou histérica, se levantando e o olhando incrédula, mas logo seu olhar caiu sobre mim. – Você o seduziu. – Me acusou com ódio. – Eu sabia que manter você vivo era um erro. – Voltou a gritar. – Te demos um teto, comida e um trabalho digno e é assim que agradece? Roubando o marido de minha filha?

– Ele não roubou nada, Lady Sun. – O Duque levantou a voz, na intenção de calar a ômega. – Desde o começo, foi ele.

– O que está dizendo? – A mulher resmungou. – Min Hee está casada. Céus, ela está marcada.

– Não. Não está. – Senhor Lee se meteu, ganhando o olhar surpreso e raivoso da esposa. – Eu pedi para que o Duque marcasse Jimin no lugar dela.

– Você o que? – Madame Sun perguntou chocada. – Está me dizendo que durante todo esse tempo esteve protegendo o bastardinho ao invés de proteger sua filha legitima?

Bastardo? – O Duque murmurou em voz baixa. Eu não sabia o que a palavra significava, mas imaginei que fosse uma ofensa. Ela nunca dirigia outras palavras que não essas para mim. – Jimin é um bastardo? – Ele dividia o olhar entre mim e o Lorde Lee e eu apenas me sentia nervoso. Será que era algo tão ruim assim? Madame Sun cruzou os braços, irritada com toda a situação.

– Eu estava protegendo os dois, de você. – Ele afirmou também levantando a voz. – Você não aceita que Min Hee precisa de tratamento e jamais aceitaria que Jimin levasse o que é seu por direito. – Ele arrumou os cabelos brancos para trás. – Precisava fazer algo. Ajudar os dois a terem uma estabilidade antes de ir.

– É claro. E imagino que tenha planejado tudo isso. – Ela disse com desgosto. – Planejou que Jimin seduziria o Duque, já que ele não passa de uma cortesã barata.

– Não, Sun. Diferente de você, que armou para que o General Lyn o seduzisse, eu nunca faria algo assim. – Minha boca se abriu ao ouvir aquilo. Madame Sun havia armado junto ao general? – Só queria que Jimin pudesse viver sua vida em paz, longe de você e de toda essa confusão que você o meteu.

– Espera, então... Você só... – Minha voz mal saia. Eu encarava o alfa em completo choque. – Você não... em momento nenhum... Nada foi real? – O general riu como se achasse ridículo.

– Não. Não foi, mas adorei cada segundo. – Disse com um sorriso de lado. – Nada é mais satisfatório do que conquistar um bobo apaixonado como você. – Ele tinha desprezo na voz. – Lady Lee me pediu para tirar sua virtude e ir embora. Eu não esperava que você tivesse cara para me procurar. – Eu sentia uma raiva fora do normal explodindo dentro do meu peito. – Mas confesso que foi um pouco difícil, queria ter ficado mais tempo, aproveitado mais de você e seu coração de... – Um rosnado alto calou todos na sala.

– Eu mesmo matarei você. – O Duque avisou avançando contra o General, mas eu agarrei seu braço, o impedindo e me colocando na sua frente para a minha surpresa. – Jimin... isso não...

– Eu passei todas as noites desde aquele dia me perguntando o porquê de você ter ido. O porquê de me odiar agora. – Meus olhos ardiam. – Me perguntando para onde havia ido o amor que você havia dito sentir por mim. Achei que eu tinha errado. Que a culpa era minha. Que eu não merecia o seu amor, mas a verdade, Jae. É que você nunca mereceu nada de mim. – Uma lagrima escorreu e senti a surpresa dele ao me ouvir. – Não merecia meu amor, meu coração ou meu lobo e eu agradeço por você ter ido embora. Porque castigo maior teria sido se o senhor tivesse ficado. – Respirei fundo. – Eu prefiro morrer do que me casar com você.

– Isso não será necessário, Lorde Park. – A Rainha, que até então, apenas ouvia tudo, se pronunciou, lembrando a todos da sua presença no local. – Guardas, levem o General Lyn. Vocês sabem o que fazer. – Imediatamente, os dois alfas que estavam de guarda, se aproximaram e o seguraram, ele se debatia, mas não conseguia se soltar dos dois alfas, que tentavam o levar para fora, mas para a minha surpresa, Yoongi os impediu.

Milorde? – Ele questionou em uma pergunta muda ainda encarando de frente Jaehyun, eu não sabia o que ele faria, mas por um segundo fiquei apreensivo.

Faça! – Foi tudo o que o Duque respondeu antes de Yoongi dar um soco forte no rosto do alfa, que teve o rosto virado com força. Eu me assustei ao ver o rosto marcado de Jae, mas me surpreendi mais ao ver Jin também se levantando.

– Isso é pelo o que fez com o Jimin. – Yoongi rosnou, mas antes que Yoongi pudesse fazer qualquer outra coisa, Jin entrou na sua frente.

E isso é por mim e por todos os outros. – Disse antes de chutar suas partes baixas, fazendo Jaehyun urrar de dor. Os guardas então o arrastaram para fora, ignorando seu choro.

Meus olhos finalmente transbordaram ao ver ele sendo levado e senti o Duque me puxar contra seu peito, em um abraço e sentindo meu rosto afundado contra o seu peito, me permiti chorar.

– Quanto a senhora, Senhora Sun. Creio que isso explica o pedido de legitimação que o Lorde Lee entrou a alguns meses atrás. Estou aprovando nesse minuto o pedido, Lorde.

– Que pedido? – Madame Sun encarou o marido com desespero.

– Eu estou condenado. Me resta apenas alguns meses de vida. – Ele disse e ela parecia chocada, como se estivesse ouvindo aquilo pela primeira vez. – Pedi para legitimizar Jimin como meu filho. Para que todas as minhas terras e meu título fiquem com ele após a minha morte.

– Você não pode fazer isso? E quanto a Min Hee e eu? Como ficaremos? – Madame Sun voltou a questionar.

– Min ficará mais do que bem longe de você. – Afirmou vendo a menina abraçada com SeokJin, que tampava seus ouvidos, tentando a acalmar. – Duque Jeon me avisou que entrou com o tratamento necessário e Jimin sempre cuidou muito bem dela. E quanto a você, não sei que fim terá. Poderá tomar um dos seus venenos, assim como você deu a Park Soo. – O que?

– Você o que? – Minha pergunta saiu frágil e vulnerável. O duque não me soltava em momento nenhum e apenas me apertava mais, como se quisesse me proteger.

– Eu não deixaria aquela meretriz roubar meu marido. – Ela disse com ódio. – Eu deveria ter a matado enquanto ela ainda carregava você no ventre. Teria me livrado de dois problemas de uma vez. – Eu me afundei mais no peito dele, voltando a chorar.

– Yoongi, Tire ela daqui, antes que eu cometa um crime. – O Duque pediu irritado.

– Eu não posso bater em uma ômega, Meu Senhor. – Yoongi resmungou irritado.

– Eu posso. – Jin voltou a dizer com ódio nos olhos, mas foi parado ao ouvir a voz do Lorde.

– Não se preocupem com isso. Já estamos de saída. Levarei a lady Sun para casa. Onde ela viverá até os meus últimos dias e depois estará entregue a própria sorte. – Senhor Lee disse decidido, pegando seu casaco.

– Na verdade, não. – A Rainha voltou a dizer. – A Senhora Sun, acaba de confessar inúmeros crimes. Ela irá para os calabouços, junto do general Lyn, até que eu decida o que fazer com eles.

– Não podem fazer isso comigo. Eu sou Nobre. Eu sou uma Lady. Não vou sobreviver em um calabouço. – Ela disse chorando.

– A senhora não tem mais um título. Seu título foi passado para o Senhor Park, filho agora legitimo do Conde Lee. E caso prefira, sempre precisamos de mais gente na cozinha do castelo. Guardas, podem leva-la. – Eu não a vi ser carregada pra fora, estava ocupado tentando controlar o choro. O Duque me ajudava, acariciando minhas costas. – Sinto muito por tudo isso, Lorde Park. – A rainha voltou a dizer. – Eu insisti nesse casamento, porque queria ouvir do Duque Jeon que ele possuía sentimentos pelo Senhor. Não imaginei que a situação fosse tão complicada como era. Eu lhe devo desculpas. – Ela se curvou e eu ofeguei, desesperado, tentando Negar, mas o Duque apenas voltou a me puxar para perto.

Não precisava disso. Eu iria admitir uma hora ou outra. Estava esperando que Lorde Park se sentisse confortável. – O Duque se defendeu, como se aquilo realmente fosse verdade, mas eu o empurrei, me afastando dele para encarar Lorde Lee.

Eu sou seu filho? – Questionei com os olhos inchados. – Seu filho de verdade? – Ele concordou com um olhar triste e veio em minha direção, com os braços abertos, mas receoso se poderia ou não me abraçar, mas eu o abracei.

– Eu tenho um pai. – Questionei entre o choro, sentindo seus braços envolta de mim. Senhor Lee sempre havia me protegido e agia na maior parte do tempo como uma figura paterna, mas eu nunca havia imagino que de fato ele era o meu pai. Muito menos que o conheceria a beira da morte. Ele também parecia emocionado, a beira das lagrimas quando sussurrou.

– Eu realmente sinto muito, Jimin.

| IMPURO | 

O ÚLTIMO CAPÍTULO É CURTINHO

DEVO POSTAR NA SEXTA

BEIJOS COLORIDOS

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