A criança doce que sua mãe havia criado tinha sido moldada por um destino cruel transformando-se numa criatura tola e egoísta.

"O que aconteceu com ele?"
"Onde você está?"
"Eu prometo ser obediente..."
"Por favor...!"

Sua mente girava numa sucessão de pensamentos ligeiramente desconexos enquanto a droga a entorpecia.

Ela tinha sido arrancada dos braços de seu amante quando ambos tinham sido pegos, não pode lutar ou teve qualquer direito de permanecer com ele para qualquer que fosse o julgamento.

Ela sequer sabia ao certo o que havia acontecido com o homem que amava. E por mais que o medo a tenha atormentado, ela ainda estava intacta. O príncipe não tinha feito nada mais que segurar seu braço com força e arrasta-la de volta para o quarto.

Porque ele não se importava com a traição. Não, suas próprias amantes já eram mais que o suficiente para satisfazê-lo.

No entanto, Helena era sua, seu brinquedo. Ele estava enfeitiçado pela sua aparência, por sua beleza única, por seu encanto. Ela deveria ser admirada. Exibida.

Ela era sua, e o incomodava saber que outra pessoa a tocava.

Ele queria que fosse como antes, no início. Queria aquela figura encantadora, adormecida e imaculada. Não essa princesa impura. Queria-a só para si, mas não como um homem geralmente quer sua mulher.

Amor verdadeiro? Um amor louco, de fato.

Quanto a princesa, seus pensamentos gritavam, mas o mesmo não refletia em suas ações. Então ela desistiu. Deixou que a droga a arrastasse para a sua inconsciência. A escuridão novamente lhe deu boas-vindas, tão vil, tão fria, tão solitária. Mas, infelizmente, dessa vez não era a morte que a esperava. Dia após dia estariam por vir.

Sua esperança se fora a muito tempo. Nada sobrou. Nem ele.

Jogando fora suas expectativas, mesmo em seus sonhos conturbados, a princesa percebeu que a única coisa que a esperava era a infelicidade eterna.

Infeliz para sempre.

Não houve qualquer momento antes em que Helena tenha desejado tanto a doçura da morte. Teria sido uma benção se tudo tivesse terminado com aquela maçã.