Eu me levantei, ainda fraco de todo o tempo que passei nessa cama, mesmo com a reprovação dos médicos, eu me levantei, me vesti, e deixei meu coração me guiar, deixei ele me dizer onde ela estava, até agora ele não errado, tem me levado sempre ao encontro dela, comecei a andar sem destino, não fazia a mínima ideia para onde estava indo, eu apenas andei, sem rumo, sem direção, sem controle, sem pausas, eu andei, até que cheguei em um deque, e lá estava ela, seus lindos fios de ouro voavam com o vento frio do Alaska, se agitavam no ar, e fazia com que meu coração disparasse.
Por alguns minutos fiquei ali, olhando ela, encarando ela, com medo que ela fugisse de mim, com medo de não poder vê-la, com medo de nunca mais poder toca-la, senti-la, estou disposto a lutar contra a morte por ela, estou disposto a me tornar um monstro covarde para viver o meu "para sempre" com ela, se morrer significa ficar com ela, então eu estou disposto a isso, chegar em uma etapa desconhecida pelos fracos, e eu sei que mesmo que eu assuma uma forma de demônio ela ira me amar, ela estará comigo, eu sem ela sou um moribundo, eu com ela dou jus ao próprio suicídio.
Me aproximei devagar, com cautela, como se estivesse a amansar uma fera, a domar algo selvagem, segundos pareciam horas, eu finalmente estava do seu lado, e ela sabia bem que eu estava lá, mas permanecia com seu rosto impacivel,  indecifrável.
- Emy eu..
Ela não me deixou continuar, tomou minha boca em um beijo calmo, gostoso, seus labios finos e macios pareciam algodão minha pele, sua língua doce parecia mel em minha boca, o meu corpo vibrava, suas mãos brincaram com meu cabelos rebeldes, e as minhas apertavam seu corpo contra o meu, o beijo parou, devagar, ela abriu seus lindos olhos azuis, agora com um brilho diferente, um pouco de vida, de esperança, de amor.
- Você não precisa falar nada Hunter, eu amo você!
Ela sussurrou próximo aos meus labios, e eu não pude evitar beija-lá de novo.
- Emy, eu morreria quantas vezes fosse necessário para estar com você. Eu Te amo.
Agora seu olhar estava triste, seus olhos ultrapassavam um futuro a anos luz, ela não gostou?
- Você tem que seguir o seu caminho.
Foram suas palavras antes de me dar as costas, eu segurei firme em seu braço, e ela me encarou de novo.
- Não vim até aqui para te deixar escapar de novo!
Por segundos apenas silêncio.
- Eu não disse que te amo para te matar com meus demônios.
Apertei ainda mais seu braço.
- Eu estou indo de encontro a morte, não entendi? Você pode me dar a vida...
Vi seus olhos marejarem.
- Não a vida que você quer, eu não posso te dar uma vida normal, eu só posso matar você, não posso te dar uma família ou o amor que você sempre sonhou ter, eu não posso Hunter, a única coisa que eu posso fazer por você é terminar de te matar, e depois que eu fizer isso eu mesmo vou morrer.
- Mas...