Capítulo 34 - Isabella Marie Swan Cullen - Parte I
A medida que nos aproximávamos do cômodo, era possível ouvir Carlisle, que já havia começado a reunião com os presentes.
— Acredito que a partir de amanhã, comecem a chegar nossas testemunhas. Os lobos devem ficar atentos, pode haver intrusos que queiram se aproveitar da situação.
— Esperamos quantas pessoas, Carlisle? - Perguntou Edward.
— Aproximadamente, vinte e oito vampiros, foram confirmados.
— Confirmados? Podem aparecer mais? - Perguntou Demetri.
— Sim. Acreditamos que os romenos apareçam, quando souberem o que está prestes a acontecer.
— Contando com eles, seriam quantos? - Pergunto.
— Com eles, seriam trinta e dois.
— Os romenos, são Drácula I e II? - Questionou Jacob, a Bella.
— Sim, eles mesmo. - Ela respondeu dando um risadinha.
— Por que contaram quatro? Da última vez eles eram apenas dois. - Indagou Jacob, voltando sua pergunta a Carlisle.
— Ouvi rumores que haviam se casado, contei então, as possíveis novas esposas.
— Como vamos controlar as transformações na reserva? - Questiono a Jacob.
— Não vamos. Precisaremos ficar atentos com as mudanças de humor nos jovens. — Carlisle afirmou.
A chegada de tantos vampiros em nossas terras, desencadeariam uma sequência de transformação de novos garotos. Seria trabalho dobrado. Fazer nossa vigília, nos atentarmos a todos os vampiros que chegassem e as possíveis transformações que inevitavelmente aconteceriam.
Os Denali's foram os primeiros a chegar. No dia seguinte, ao amanhecer. Não havia dúvidas do parentesco entre eles. Principalmente entre Tanya e Kate.
Zafrina, Senna e Kachiri, do clã das Amazonas. Chegaram ao fim da tarde.
Já haviam oito vampiros novos na residência dos Cullen's. Dois novos garotos da reserva começaram a apresentar as mudanças do lobo.
Em três dias, já haviam vinte e três vampiros convidados na residência - fora os nove membros do Clã Cullen, Demetri e Davros. O lugar estava mais cheio do que era possível se esperar. Acredito só estar dando certo, porque nenhum dos presentes dormia. Como foi exigido, todos já haviam se alimentado antes de chegar, e no período em que estivessem por ali. Só caçariam animais ou humanos fora do estado.
Huilen, Nahuel e suas três irmãs híbridas, foram os últimos a chegar. Trazendo consigo a última tempestade de neve daquele inverno. Logo a primavera chegaria.
Na manhã seguinte a sua chegada, nos reunimos para iniciarmos o treinamento. Muitos já faziam idéia de como agir, afinal, não seria a primeira vez que se reuniam para tal acontecimento. Mais haviam novos membros, tanto na matilha quanto em alguns clãs.
Eu estava surpresa com a aceitação dos visitantes em relação a nós. Éramos tratados com uma certa indiferença. Renesmee, sim era o centro das atenções.
Em minhas visita a Demetri na residência, pude ver que todos estavam aglomerados em torno de Renesmee e Benjamim.
Bella os observava da sacada, no momento em que cheguei a propriedade. Observei Demetri se enturmar aos outros visitantes e aproveitei o momento para finalmente conversar com Bella.
Ao entrar, segui para onde ela se encontrava.
— Bella? Está tudo bem?
— Oi! Kayra. Está sim. Estou apenas observando, o quanto Renesmee cresceu nesses últimos dois anos.
— Ela é uma ótima garota. - Comento.
— De início pensamos que logo a perderíamos.
— E por que pensavam assim?
Bella sorriu cabisbaixo.
— Quer ouvir uma história? De como uma humana tola, se envolveu com vampiros e lobos?
Consenti apenas com a cabeça.
— Nasci em treze de setembro de 1987, aqui em Forks. Charlie e Renée, meus pais. Se separaram quando eu tinha apenas seis meses de vida. Minha mãe me levou consigo para Phoenix, no Arizona. Enquanto Charlie continuou em Forks. Nos quatorze anos seguintes, passei praticamente todos os natais aqui. Então, um dia resolvi que não queria mais vir para cá, não gostava das chuvas fortes e constantes.
A observava enquanto falava. A imortalidade havia lhe caído bem. Aperfeiçoou cada detalhe seu.
— Por que voltou? - Pergunto curiosa.
— Renée se casou novamente, com Phil Dwyer - um jogador de beisebol - e havia uma vontade clara de viajar com o seu novo marido. Então decidi vim morar com Charlie.
— Foi meio que uma decisão forçada?
— Eles precisavam de privacidade. Então, era a melhor decisão a se tomar no momento.
Ouvi Demetri gritar de dor, ao lado de fora. Me deixando apreensiva.
— Ele duvidou do poder de minha amada Kate. - Pude ouvir Garrett comentar em tom debochado.
— Kate adora demonstrar seu poder. Está tudo bem com ele. - Me tranquilizou Bella, dando sequência a sua história.
— A adaptação não foi nada fácil. Não era uma pessoa social. Odiava as chuvas constantes e a neblina. Meu primeiro dia na escola foi perturbador. Por ser uma cidade pequena, todos em Forks já sabiam de minha chegada e a curiosidade sobre mim era grande demais.
— Entendo. As coisas não são muito diferentes na reserva. - Respirando fundo ao final da frase.
— Foi neste mesmo dia em que vi Edward e os outros pela primeira vez. Como a maioria das pessoas, foi atraída pelos Cullen's, por sua beleza desumana.
Entendia perfeitamente o que ela dizia em relação à beleza dos imortais. Todos presentes na casa, independente da idade ou aparência física. Eram extremamente convidativos aos olhos.
— Ao primeiro dia, Edward, se sentiu completamente incomodado com minha presença. Cheguei a pensar que ele sentia raiva de mim, mas apenas foi afetado demais pelo cheiro de meu sangue. Para impedir que as coisas saíssem do controle, Edward fugiu para o Alaska, onde ficou seis dias com os Denali's.
Ouvimos um forte tremor e o som de algo sendo arremessado.
— Tio Benjamin, me ensina a fazer isso? - Pede Renesmee, ainda ao lado de fora da residência.
— Benjamim, possui o domínio dos elementos naturais, terra, ar, água e fogo, o que é muito raro. - Explica ela. Dando continuidade ao que me contava.
— Quando voltou, estava determinado a não me deixar destruir tudo o que ele e sua família haviam construído em Forks. Edward começou então a conversar comigo durante as aulas. Naquela mesma semana, o carro de um amigo deslizou no estacionamento, - devido à camada fina de gelo que cobria o local - seguindo em minha direção. Era inevitável o acontecimento, seria esmagada entre meu carro e a van desgovernada que seguia a meu encontro. Naquele exato momento, - quando ocorreria a batida - Edward que estava do outro lado do estacionamento, por passe de mágica, apareceu ao meu lado e amorteceu o impacto com sua mão. Amassando a lataria da van e impedindo minha morte.
Demetri sobe as escadas rapidamente à minha procura, parando em seu topo.
— Kayra, venha, você precisa ver as ilusões que Zafrina pode criar, ela me mostrou como é sua casa no Brasil. - Comenta empolgado.
— Pode ir à frente. Logo chego. Bella está me contando sua história com Edward.
— Depois deste acontecimento, comecei a desconfiar das habilidades incomuns dele. Embora ele negasse ter acontecido qualquer coisa incomum aquele dia.
— Ele alegou o que? Digo, em relação a conseguir parar um carro desgovernado apenas com as mãos?
— Que tivera um surto de adrenalina. - Responde sorrindo e revirando os olhos.
— A partir deste dia, nos tornamos amigos e consequentemente acabamos nos apaixonando.
— Até então você não sabia da verdade sobre o que ele era?
— De início não. - Respondeu, dando sequência ao que dizia. — Em uma viagem a reserva, reencontrei Jacob. Éramos velhos amigos. Passei uma parte de minha infância, brincando com Rachel e Rebecca.
Há muito tempo não ouvi esses nomes. Eram as irmãs mais velhas de Jacob.
— Ele então, me contou algumas lendas, dentre elas uma sobre Os Frios. Que supostamente a família Cullen era um grupo de vampiros, que existem desde o tempo de seu bisavô e se alimentam de sangue animal, embora achasse isso besteira e ele mesmo não acreditasse.
— Aos poucos juntei provas, acontecimentos estranhos e frequentes com os integrantes. Um dia enfim, Edward se revelou a mim. Estar ao seu lado era um perigo mortal, pois, vivia lutando contra seu desejo por meu sangue. Tentou de várias formas me afastar, mas o amor que sentia por ele, me tornava forte para lutar por nós.
Ouvir Bella falar de seu amor por Edward, me despertava um desejo ainda maior por Demetri.
— Ao fim, Edward tomou coragem e me apresentou a sua família. Foi aí que os problemas realmente começaram. Neste mesmo dia, durante um jogo de basebol com sua família, fomos surpreendidos por um trio nômade que estavam pelas redondezas. James, Victoria e Laurent. Era a única humana entre os dez vampiros ali presentes. Virei objetivo de desejo de James, um esgrime caçador.
Lembro-me do nome James, já ouvi Alice falar sobre ele, e em como desejou matá-la.
— Os Cullen's, os caçaram e os mataram. Não antes dele me torturar, quebrando minha perna direita e mordendo meu braço. Por Edward, não me transformei naquele dia mesmo.
— Como ele conseguiu parar sua transformação?
— Ele sugou todo o sangue envenenado pela mordida de James. Parando apenas quando não restava mais nada de impureza. Foi algo bem difícil para ele. Mais nada se compara ao que aconteceu nos anos seguintes.
Aguardo ansiosa para ouvir a continuação de sua história.
— Quando completei, dezoito anos, fiquei bem chateada. Pois, meio que me tornava um ano mais velha que Edward - fisicamente. Pois, ele foi transformado quando ainda tinha dezessete anos. Durante a festa, - que tentei de várias maneiras não receber - me cortei acidentalmente, e o instinto vampiro de Jasper - que, ao contrário dos outros Cullen, ele não está há tanto tempo longe do sangue humano - fez com que Edward, na intenção de me proteger, me arremessasse sobre uma pequena mesa de vidro que enfeitava a sala. Este fato, lembrou Edward de que eu nunca estaria a salvo enquanto mantivéssemos um relacionamento. Não enquanto ainda fosse humana.
— Era óbvio, que essa era a hora certa para ele te transformar. - Comento.
— Então ele resolve se afastar, numa tentativa de me proteger, dizendo que não me amava mais, deixando meu coração despedaçado em Forks.
Um medo súbito percorreu todo meu corpo. Não era frágil como Bella foi, mas não poderia me esquecer que, Demetri e eu, éramos de raças completamente diferentes, e que uma hora, talvez essa diferença nos afastasse.
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