Capítulo 28 - Adahy Black
— Aconteceu alguma coisa? - Demetri me pergunta.
— Não. Jacob está nos chamando, apenas porque alguns dos antigos membros da matilha chegaram, parece também que há alguém em casa que eles querem me apresentar. - Lhe respondo.
Então, ele se levanta e segue para um canto escuro da caverna - observo cada movimento seu, ainda fascinada por sua beleza e elegância ao se movimentar - voltando com uma mochila em mãos, parecia aquelas mochilas que alpinistas costumavam usar.
— Gostaria de passar mais tempo ao seu lado, mas estão te chamando e disse a seu primo que a levaria para casa. Também preciso encontrar Davros. - Me fala ele, ajudando-me a levantar.
Demetri começa a organizar as coisas ao chão, colocando os livros e o saco de dormir dentro da mochila.
— Posso levá-la no colo se não se importar é claro. - Me pergunta ele. — Carlisle me cedeu o antigo quarto de Edward para que eu fique até tudo isso se resolver. Então levarei minhas roupas e livros para a casa. - Ele conclui, colocando a mochila em suas costas.
— Não me importo, mas não estou com pressa para voltar para casa. Podemos ir andando por algum tempo. - Lhe respondo.
Ele sorri, e assente com a cabeça concordando com o que acabei de sugerir.
Logo, segura em minha mão e começamos a caminhar para fora da caverna, seguindo pelo caminho que fizemos para chegar ali.
— Te contei sobre minha vida e família, mas sei tão pouco sobre você. - Afirma Demetri.
— O que deseja saber? - Lhe pergunto sorrindo.
— Tudo que quiser me contar, sobre você e sua família. - Ele responde com um
meio sorriso.
Enquanto caminhamos pela trilha coberta de neve, escolho em meus pensamentos, tudo que acredito que Demetri devesse saber sobre mim.
— Minha mãe se chamava Adahy Black. - Começo a lhe contar. — Era filha única de Emmie Black, irmã caçula de Billy - o pai de Jacob. - Demetri me desvia de algo pelo caminho, enquanto estou focada em lhe contar minha vida.
— Após a morte de minha avó, - Emmie - minha mãe - com apenas doze anos - se mudou para a casa do Billy, onde viveu até meu nascimento. - Demetri ouvia atento a tudo que lhe contava, enquanto me ajudava pelo caminho.
— Quando nasci, minha mãe estava com dezesseis para dezessete anos. Vivi cerca de três meses apenas na reserva, então nós nos mudamos para Walla Walla, aqui mesmo em Washington. - Lhe conto.
— Mais e seu pai? - Ele me pergunta serio.
— Não o conheci. Minha mãe sempre disse que ele mentiu para ela e nos abandonou. - Declaro, continuando a história.
— Em Walla Walla, ela se formou em corretoria, e trabalhou por muitos anos na área. Não ganhava muito, mas nos proporcionava uma ótima vida. - Digo, sorrindo ao lembrar dos momentos ao seu lado.
— Ela parecia ser uma mãe incrível. - Demetri comenta.
— Era sim, maravilhosa. - Respondo-lhe, continuando o que dizia.
— A cerca de sete anos, ela passou mal no serviço e foi levada para o hospital, foi quando a diagnosticaram com Fibrose Pulmonar. - Suspiro em lembrar dos fatos. — Foi depois deste dia que as coisas começaram a mudar. No início a doença não atrapalhava sua vida, ela saia para trabalhar e fazia as coisas que gostava. - Lhe conto.
Dou uma pausa na história, para poder pular por cima de um tronco de árvore que impedia minha passagem, retomando a história em seguida.
— Depois de alguns anos, a doença foi ficando bem mais agressiva, ela então começou a deixar seus lazeres de lado e mal conseguia ir trabalhar. Mais foi só nos últimos três anos, que a doença piorou mesmo, impossibilitando-a de ir trabalhar no início, já no fim de sua vida, ela era completamente dependente de mim - para tudo. - Lhe conto, enquanto tento segurar uma lágrima que se forma nos cantos de meus olhos.
— Sinto muito por sua mãe. - Ele fala, me
envolvendo em um meio abraço.
— Não foi culpa sua. - Apenas digo.
— Quero saber sobre você agora. - Me pede ele.
— Fiz o primário na Blue Ridge Elementary School, foi onde conheci Justine, minha única e melhor amiga em Walla Walla. - Lhe conto, lembrando que a dias não envio e-mail a ela, temos nos comunicado com menos frequência nos últimos meses.
— Conte-me mais. - Fala ele, que segura em minha cintura me ajudando a atravessar o córrego quase congelado.
— Fiz meu ensino médio com Justine, na Walla Walla Valley Education, de início, faziaparte das líderes de torcida e do time de voleibol, mas com o passar dos anos e a piora na doença de minha mãe, deixe os dois para poder ficar mais próxima a ela. - Conto-lhe.
— Quando decidiu vir para a reserva? - Ele me pergunta.
— Depois que ela morreu, tinha duas opções, ou aceitava morar com Justine e sua família, ou voltava para a reserva e morava com minha família. Não foi a escolha mais fácil do mundo, mas decidi que a reserva seria a melhor opção. - Respondo a ele.
— E definitivamente foi a melhor? - Demetri questiona.
— Muita coisa aconteceu desde que me mudei, mas acredito ter feito a escolha certa, afinal, ela me levou a te conhecer. - Falo envergonhada.
Demetri sorri aos ouvir minhas palavras, me distraio com a beleza de seus traços, tropeço e bato levemente em um tronco de árvore, completamente coberto de neve, a batida faz com que uma quantidade razoável de neve se desprenda dos galhos mais baixos da árvore e caia sobre mim.
Demetri ri, seguindo em imediato para me ajudar.
— Nunca, vi alguém tão propensa a trombar ou tropeçar nas coisas como você. - Me fala ele soltando uma breve risada ao final.
Havia se passo quase uma hora, desde que havíamos saído da caverna. Novamente ouvimos uivos, mas desta vez a notícia me deixa eufórica.
— Acho melhor te levar logo, seu primo deve está bravo pela nossa demora, já faz tempo que ele lhe chamou e ainda não estamos nem perto da estrada. - Me fala ele.
— Não se preocupe, não é Jacob agora quem está uivando. Embry está nos avisando que encontrou Seth e que ele está voltando para casa. - Lhe respondo, sorrindo sem perceber.
— Você o ama? - Demetri me pergunta, me fazendo perder o foco no caminho e pisar em falso, escorregando e quase caindo.
— Sinto falto da amizade dele Demetri. Quando eu estava me sentindo perdida, ele foi o meu farol. - Lhe respondo.
— Mas você não respondeu minha pergunta, você o ama? - Ele me pergunta novamente, olhando fixamente em meus olhos.
— Por um breve período em minha vida, acreditei que sim, mas quando te conheci, pude entender que o que sentia por ele era apenas amizade. - Lhe respondo.
Pude ver o alívio em seus olhos após minha resposta.
— Vou levá-la para casa, para recepcionar seu amigo e conhecer a visita que lhe aguarda. - Fala ele, me pegando no colo e começando a correr.
Segurei em seu pescoço, enquanto ele me carregava, observava cada detalhe seu, o que me fazia me sentir maravilhada com sua presença.
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