Capítulo 12 - O Forasteiro e os Lobos
Olhando, pela sacada da varanda da casa dos Cullen's, a imensidão da noite, acompanhada por Seth e alguns outros convidados da festa, vi uma estrela-cadente ao norte.
Fechei meus olhos e desejei.
— Quero ser feliz, preciso encontrar a minha felicidade. - Disse em pensamentos
No mesmo instante, Seth me abraçou pelas costas, envolvendo seus braços em torno de meu corpo e beijou minha bochecha.
— Parabéns minha doce Kayra. - Fala ele enquanto me vira para si.
Me beija por um instante, enquanto retira de seu bolso uma pequena caixa de papelão preta, - minha segunda cor preferida - e a abre, retirando um belo colar, com um pingente de ouro, da face de um lobo, onde em seus olhos haviam duas pequenas pedras brilhantes.
— Feliz aniversário Kayra. - Me parabeniza, enquanto me vira novamente, levanta meus cabelos em trança - que foram segurados em seguida por mim - e coloca o colar em meu pescoço, o beijando, em seguida volta a me abraçar pelas costas.
Permanecemos abraçados por um pequeno período, pois, Jacob, já em meio a festa, convocou a maioria dos rapazes, para afazeres de garotos.
Assim que eles desceram para o primeiro andar, para se organizarem, percebi ao longe, por meio da floresta, uma silhueta masculina, que parecia se mover com muita agilidade e rapidez.
Formou-se um alvoroço entre os garotos da reserva e a família Cullen. Que saíram em várias direções discretamente, como se estivessem siando a procura de algo, ou alguém.
Um frio súbito percorreu todo meu corpo.
Cerca de quarenta minutos após terem saído, alguns dos rapazes retornaram a festa, aproveitando-a até seu final.
Renesmee me fez companhia, nos minutos em que fomos abandonadas por nossos garotos.
Ao final da festa, uma camada densa de neblina invadia todo o lugar, impossibilitando enxergar qualquer coisa a mais de um metro a nossa frente.
Enquanto a chuva se iniciava em plena madrugada, pude ouvir uivos de lobos envolta da reserva, estava a quase três meses ali, e está, era a primeira vez que os ouvia.
Durante aquela madrugada, meus sonhos estranhos voltaram.
O garoto que brilhava, me observava, escondido em um canto escuro de meu quarto.
Abro lentamente meus olhos, e o vejo.
Então, ao perceber que, também o observava, ele sai por minha porta.
Levanto de minha cama e o sigo pela casa. Ele a atravessa em segundos, saindo pela porta para a noite, fria e estrelada.
Continuei seguindo-o, por mais que corresse, ele sempre estava a alguns passos a minha frente.
Seu caminho, passava por toda a área habitável de nossa reserva, seguindo a direção das trilhas que cortavam a floresta.
Caminhei vários minutos as suas costas, até chegarmos a queda d'água, que ficava a alguns quilômetros, trilha abaixo do Prado.
Então ele parou, ainda de costas para mim.
Virou em minha direção, seus olhos não eram normais - um tom vermelho preenchia seu olhar - e disse:
— Nos vemos aqui. - Se jogando de costas na cachoeira.
Acordei com meu próprio grito desesperado, que com toda certeza, acordou todos da casa, pois, Jacob minutos depois de meu grito, bateu a minha porta.
— Kayra, está tudo bem? - Perguntou ele do lado de fora do quarto.
— Estou sim Jack, foi apenas um sonho ruim. - Lhe respondo.
O dia de domingo, se iniciou como praticamente todos os dias em Lá Push, frio e molhado.
Após o almoço, o tempo estiou, possibilitando que a maioria das pessoas pudesse sair de suas casas.
Muita coisa havia acontecido em minha vida, desde que me mudará para a reserva.
A festa me fez perceber o quão vasto são as possibilidades.
Começava a me sentir confusa sobre tudo, sobre Seth e principalmente, sobre o garoto dos meus sonhos. - Por que sonhava com ele?
Aproveitei o momento em que Seth - assim como, em praticamente todos os dias, saiu para correr com os garotos - para caminhar e tentar colocar minha cabeça no lugar.
Minha intenção inicial, era tentar chegar ao Prado, mas como minha memória é péssima, e a situação que a chuva havia deixado as trilhas não me favoreciam, decidi apenas, conseguir chegar às pequenas cachoeiras, lugar onde por diversas vezes o vi. - O garoto que brilhava ao sol.
Enquanto me aprofundava mais e mais no coração da floresta, seguindo o som de água caindo, ouvi lobos uivarem ao longe.
Apressei meus passos, me proporcionando alguns escorregões e tombos, por entre a trilha encharcada, que percorria.
O som da água começava a ficar mais nítido, a cada passo que dava em sua direção.
Foi então que o vi.
Havia um rapaz parado próximo a uma das quedas d'água, sua pele era extremamente clara, em relação às pessoas que costumavam frequentar aqueles lados, parecia-se muito com os integrantes da família Cullen.
Vestia uma jaqueta de couro preta e por baixo uma blusa branca, suas calças também eram escuras, e seus sapatos combinavam com a roupa, seu corpo, parecia brilhava como diamante a luz do sol.
Com toda certeza, ele não pertencia Forks, muito menos a reserva.
Por um curto período, permaneci imóvel, observando seus movimentos.
Ele pareceu pressentir minha presença em um certo momento.
Poderia descrevê-lo como exatamente igual ao garoto com quem havia sonhamos por tantas vezes.
Ele ainda de costas para mim, se agachou, como se, estivesse se preparando para fugir à qualquer momento.
Respirou fundo, então lentamente começou a virar seu rosto em minha direção, parando de perfil e novamente respirando fundo. Como se quisesse ou pudesse, sentir meu cheiro.
Antes que se virasse completamente, ouvi mais uivos de lobos, mas estes agora não pareciam estar a mais de um quilômetro de nós.
Com uma agilidade incrível, o rapaz saiu em disparada em direção aos poucos metros que haviam antes de começar as quedas e pulou para o outro lado.
Enquanto tentava processar todo aquele impossível acontecimento, vejo uma matilha, com lobos de quase dois metros de altura, fazendo o mesmo trajeto do rapaz.
O último lobo, antes de pular, olhou em minha direção, com seus olhos castanhos brilhantes e sua pelagem cor de areia. Rosnou, como se estivesse me mandando fugir, então seguiu os outros.
Corri apavorada por entre a floresta, me perdendo várias vezes e tendo que voltar alguns metros para conseguir me localizar.
Caminhei algum tempo sem fazer ideia de onde estava, perdida em minhas lembranças.
— Os lobos em que Analizze acreditava, eram reais. - Falei a mim mesma.
O garoto que via em meus sonhos, para meu total pavor, era real, e o lobo cor de areia também.
Encontrei uma das trilhas, que haviam espalhadas, por milagre. Seria necessário apenas segui-la na mesma direção em que caminhava, que com toda certeza encontraria o caminho principal, que me levaria de volta para casa.
Enquanto caminhava, com passos acelerados pela trilha que acabara de encontrar, uma fina chuva começa a cair, vi, ao longe, uma figura familiar.
Seth corria ao meu encontro, com um olhar de preocupação.
— Estava a sua procura, você saiu e não avisou a ninguém. - Fala então, me dando uma bronca.
Ainda em estado de choque e completamente confusa começo a falar:
— Seth, vi um rapaz, ele me cheirou e depois pulou da cachoeira, em seguida, dez, talvez doze lobos, de dois metros o seguiram. - Falo sem acreditar naquilo que acabei de ver.
— Um deles me olhou, parecia falar - CORRA. - Continuei mal respirando entre as palavras.
Seth me olhou sério, por um instante e começou a me beijar. Nosso beijo foi rápido mas não houve as borboletas.
— Você tem certeza do que acabou de me dizer? - Pergunta ele, enquanto coloca as costas de sua mão em minha testa. — Parece um pouco absurdo. - Continua ele, esquecendo completamente que me beijava a segundos atrás.
— Eu sei o que eu vi Seth. - Falo em tom bravo, primeiro por me distrair com aquele beijo e depois por duvidar do que digo.
— Não disse que não sabe, mas você esta quente, talvez com febre, seus olhos podem ter lhe pregado uma peça. - Conclui ele.
No instante em que falou da febre, puder perceber um visível aumento na temperatura de meu corpo, a chuva parecia, flocos de neve que caiam em mim, comecei a tremer, ainda a caminho de casa.
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