Capítulo 4
Estava no sofá tomando uma dose de vodka e analisando tudo o que o Cleiton havia me mandado, quando o Dyllan ligou.
_Oi!_ falei.
_Hoje foi um dia longo, eu... Gostaria de saber se você não... Preciso de uma bebida... Não quero fazer isso sozinho...
_Drake se quer me convidar para beber é só dizer!_ o cortei rindo.
_É Dyllan!_ retrucou.
_Não ligo!_ falei_ tem uma chave no correio.
_Isso é um sim?
_Não, falei pra você onde está a minha chave pra você vim aqui me matar!_ respondi e desliguei.
Minutos depois ouvi o portão abrindo e logo a porta foi aberta.
_Por que está tão escuro?
_Gosto do reflexo da lua naquela parede!_ respondi_ senta ai, não era você que queria uma bebida?
O servi e ele estendeu o copo.
_Brinde? A que?
_Você não sabia que dá má sorte beber sem brindar?_ brincou.
_Há é?
_Sim, um brinde á... O reflexo da lua em sua parede!_ respondeu e rio.
_Tim-tim!_ disse batendo os copos e bebi.
Ele tirou as jaquetas e sentou do outro lado do sofá.
_Então, como você está?
_Não me diga que está aqui por causa da minha sessão com o dr. Jake!
_Eu estaria mentindo se dissesse não!
Virei o copo e me calei.
_Não sei como se sente, mas...
_Você leu a minha ficha!_ falei enchendo o copo.
_ Cassandra eu só...
_Você tem razão Dyllan, não sabe como me sinto!_ o cortei.
_Acho que prefiro quando você troca o meu nome!_ sussurrou.
_Eu também!_ sussurrei_ não quero falar sobre isso!
_Eu entendo!
O olhei no escuro e comecei a rir.
_O que foi?
_Nada... Bird!
_Droga, você leu a minha ficha!_ disse rindo.
_Eu estaria mentindo se dissesse não!
E ficamos em silêncio. Num silêncio reconfortante até eu apagar.
"Eu estava com o Carter no carro, tinha saído escondido para ir a uma festa. E assim que ele descobriu foi me buscar. Como o ótimo irmão mais velho que era.
_Que merda você tem na cabeça Cass?
_Eu só queria me divertir um pouco!
_E por quê não me pediu?
_A vovó disse para não atrapalhar, você estava ocupado...
Foi quando o clarão me envolveu e eu senti o impacto da colisão."
Acordei assustada e cobri o rosto. A luz da janela me segou. Senti cheiro de bacon com ovos e levantei. Era o Dyllan, na minha cozinha.
_O que você...
_Bom dia!_ disse ele.
Vi as quatro garrafas de vodka que secamos no meu centro e os meus sapatos arrumados embaixo. Fui até o balcão e sentei com as mãos na cabeça.
_Tudo bem?
_É só ressaca!
_Aqui!_ disse me entregando comprimido e água.
Engoli o remédio e o olhei.
_Cheiro bom!_ elogiei.
_Desconfiei que acordaria com fome!_ falou me servindo.
_Obrigado!
Ele se serviu e sentou ao me lado.
_Tudo estava empacotado ainda e...
_Fazia um bom tempo que eu não vinha aqui e... Eu não sou boa na cozinha!_ o cortei.
_Uma coisa que Cassandra Clark não faz bem? Puxa!_ caçoou.
_Pensando bem, eu faço um macarrão instantâneo divino!_ falei e nos rimos_ isso estava muito bom!
_Seria rude eu dizer que já sabia?
_Na verdade sim!_ respondi e levantei_ tem um banheiro com chuveiro no final do corredor.
Joguei as garras no lixo, peguei os meus sapatos e subi. Tomei um banho gelado e escovei os dentes. Vesti uma calça vinho, blusa ensacada de botões e jaqueta. Calcei as minhas botas de cadarço e me equipei penteando o cabelo.
Encontrei o Dyllan calçando as botas com o cabelo molhado e peguei meu celular na bancada.
_Vamos?_ perguntei.
_Vamos!_ respondeu abotoando o relógio, revisando a pistola e colocando no coldre. Saiu e entrou no carro.
Coloquei o capacete ao trancar tudo e subi na moto. Buzinei e acelerei. Cheguei meia hora depois no escritório, com o Dyllan logo atrás.
_Cassandra, temos um problema!_ disse o Cleiton assim que saímos do elevador.
_O que foi?
_A Bethany!_ respondeu_ ela acaba de ser presa!
_Droga!_ falei voltando para o elevador e apertando o botão.
Enquanto ele fechava vi o Dyllan me olhando enquanto o Cleiton conversava com ele.
Sai no estacionamento e encontrei a Rose.
_Ei, o que foi?
_Tenho que ir!_ respondi subindo na moto, a ligando e dando partida.
_Sim?_ falei ao atender o Cleiton.
_Acho que mais alguém se irritou!_ disse ele_ Estou te mandando o endereço!
_Foi o que eu pensei_ admiti_ Obrigado Cleiton!
_Poderia me dá noticias?
_Sim!_ respondi e desliguei.
Cheguei ao departamento de policia e estacionei. Assim que entrei o Lucas correu até mim.
_Droga garoto!_ o policial disse se aproximando.
_Não ouse!_ falei para o policial e me agachei_ Oi querido, está bem? Acalme-se irei resolver tudo. Gostaria de ver a mãe dele!
Segui o oficial segurando a mão do Lucas.
_Senhorita!_ disse ela ao me ver.
_Solte-a!_ ordenei e ele abriu a cela_ me acompanhe!
Ao chegar ao corredor o Delegado mandou me chamar, entrei deixando-os no corredor.
_Um agente do FBI não pode tirar suspeitos...
_Suspeitos?_ perguntei_ você mais do que ninguém deveria entender o que aconteceu. Que ela está aqui pela cor dela, então poupe-me. Não me faça denunciar está delegacia!
_Senhori...
_Agente Especial_ o corrigi_ Me mostre as provas que tem contra ela ou cale-se!
Sai da sala e os encontrei no corredor.
_Vamos!
Saímos de lá e eu subi a rua com eles.
_Com fome?_ perguntei ao ver um café na esquina.
_Senhorita...
_Não me agradeça, vamos conversar num lugar mais tranquilo!
Entrei no café e achei uma mesa. Sentei e os dois fizeram o mesmo. A garçonete chegou e me passou o cardápio, o entreguei a Bethany e a dispensei.
_Pedi para que me ligasse!
_E eu liguei senhorita!
_Então me desculpe, Ouça. Preciso de alguém para trabalhar para mim. Com o meu trabalho eu não tenho tempo para cuidar da casa e...
_Sim!_ ela disse.
_É isso que eu vou pagar!_ falei escrevendo o valor no guardanapo ao pegar uma caneta que estava com o Lucas e logo o devolver.
_É mais que o suficiente!
_Você tem carteira de motorista?
_Sim, mas... Está atrasada e...
_Resolva, você receberá um carro!_ a cortei_ ele estuda?
_Foi tirado da escola porque eu não pude mais pagar a mensalidade!
_Por que saiu do seu antigo emprego?
_O senhor que eu cuidava faleceu e os filhos decidiram vender a casa, depois eu descobri sobre a doença do meu filho e não consegui mais nada...
_Ele terá toda a educação que precisa!_ a cortei.
Vi o peso sair de suas costas. A garçonete voltou e a Bethany fez o seu pedido.
_Por que senhorita?
_Você me lembra alguém!_ respondi_ E a cor da sua pele não define o seu caráter. Quando quer começar?
_Quando a senhorita achar melhor!
_Amanhã. Tire o dia para renovar a matrícula dele e resolver o problema da sua carteira!_ respondi_ Nós nos vemos amanhã, ás 07h00!
Fiz uma transferência mínima para a conta dela e ao ouvir o bipe de seu celular com a confirmação levantei. Paguei a conta e sai.
_Senhorita!_ disse a Bethany ao me seguir para fora com lágrimas nos olhos.
_Não chore!_ a adverti_ ele merece ver seus sorrisos e não as suas lagrimas!_ disse ao ver o Lucas vindo logo atrás e segurei seu braço_ Tomem cuidado!
Baguncei o cabelo do Lucas ao soltar o braço dela e ele sorriu. Voltei para a minha moto ao vê-los entrar e o Lucas começar a comer a sua fatia de torta sorridente.
Disquei o número e depois do terceiro toque, a pessoa do outro lado atendeu.
_Quanto está o preço da maça está manhã?
_1,99_ respondi.
_Pensei que ele nunca mais tocaria!
_Acredite em mim quando digo que eu não pensei que voltaria a ligar!_ admiti_ Preciso de um conversível azul, no nome de Bethany Lynch. Nada muito extravagante, econômico.
_Providenciarei!_ ouvi_ É bom ouvir a sua voz de novo criança!
Desliguei e voltei ao escritório.
_E então?_ perguntou o Cleiton.
_Ela está bem!_ garanti_ O que temos?_ perguntei colocando o escuta.
_Um roubo no shopping. Vamos, te conto o resto no caminho!
Descemos e logo estávamos na estrada.
_Dois seguranças mortos e o sumiço de 10 bilhões de dólares!
_Acho que eu já assisti esse filme!_ brinquei e ele me olhou incrédulo_ o que? Não foi você que disse que eu não tenho senso de humor?
_O Cleiton disse o que?_ perguntou o Dyllan.
_Isso mesmo que você me ouviu dizer!_ respondi_ Continue Cleiton!
_O Dyllan e a Rose foram atrás de um dos suspeitos que iria consertar as câmeras de segurança, de uma empresa privada que tem contrato com o shopping. Nós estamos indo atrás do segundo suspeito!_ concluiu_ A proposito eu curti a piada!
Ele logo estacionou em frente a um prédio e descemos. Entramos e pegamos o elevador, para o 12 andar, apartamento J.
Bati na porta e nada.
_A gente pode chamar um chaveiro e...
Pulei e dei uma pesada na porta arrombando. Saquei a pistola e entramos.
_Limpo!_ falei ao vasculhar os cômodos do local_ o que estamos procurando?
_Qualquer coisa suspeita!_ respondeu e eu comecei a vasculhar com as luvas que ele me entregou.
Segui até a estante e analisei os livros, não encontrei nada então segui para o computador.
_Achei algo suspeito!_ falei encarando o post-it grudado na tela do computador.
O Cleiton largou os travesseiros do cara e veio ate mim.
"Vá até o porão!"
_Vamos!_ falei.
_E se for uma armadilha?
_Só tem um jeito de descobrir!
Saímos do apartamento e voltamos para o elevador. O Cleiton apertou o botão do porão e o elevador desceu. Ele logo parou e a porta abriu. De longe vi a corda com a escada suspensa e virei.
_Fique aqui e se acontecer algo se proteja!_ falei e me aproximei mirando.
Pulei e puxei a corda com tudo. A escada desceu e eu vi outro post-it grudado na porta. Subi as escadas e li.
"Caso não tenha um bom estômago não suba, e se tiver, delicie-se com a vista!"
Empurrei a porta devagar e subi. O cheiro era horrível e estava tudo escuro.
_Cleiton, você teria uma lanterna?
_Sim!_ respondeu e o ouvi subindo_ aqui!
Me agachei a pegando e levantei de novo, vi uma capa cobrindo o resto do porão e a puxei. Liguei a lanterna e paralisei.
Tinha um corpo suspenso no teto. Os ombros foram fincados por ganchos e outros dois atravessavam cada um de seus braços. As mãos foram arrancadas e separaram os dedos que logo encontrei pendurados no teto, com pregos. Suas pernas foram quebradas pelo joelho e a perna se encontrava largada no chão até o pé sem os dedos, esses estavam espalhados perto do corpo. Cabeça raspada, meio partida. Olhos arrancados. Língua pendurada na parede de trás e escrito com sangue.
"_É isso que faço com traidores!"
_Cassandra... Cassandra!_ ouvi o Cleiton.
_Respire fundo e suba!
Ele subiu. Viu o corpo e desceu correndo.
_Alguém está vomitando? O que aconteceu?_ perguntou a Rose.
_É que achamos o suspeito_ respondi_ ou melhor dizendo, o que restou dele.
_Estamos á caminho!_ ouvi o Dyllan.
Continue olhando tudo até perceber algo estranho. Pelo buraco onde deveriam estar os olhos. Era uma câmera.
_Cleiton, preciso que suba!
Ele assim o fez e respirou fundo. Peguei as luvas no bolso dele e as coloquei, me aproximando sem tocar nos dedos espalhados e pegando a câmera. Voltei pelo mesmo caminho e o entreguei.
O mesmo virou a mochila das costas, para a frente e a abriu. Colocou suas luvas e pegou um saco de evidencias. Colocou a câmera dentro e pegou o seu tablete, conectando um USB na câmera e no tablet.
Depois de uns minutos ele me olhou.
_Aqui!_ disse e virou o tablete pra mim_ é a foto de outro post-it!
Esse dizia: "Ainda não acabou. O órgão vital está escondido, encontre-o!"
_Cassandra, Cleiton chegamos!_ disse o Dyllan.
_Vão para o apartamento e procurem por...
_Qualquer coisa suspeita?_ perguntou a Rose.
_Sim!_ respondeu ele.
_Você poderia ser mais especifico?_ perguntou o Dyllan.
_É um cofre!_ respondi_ com desbloqueio por digital!_ falei ao encontrar por detrás do corpo uma caixa de isopor, com o dedo indicador dentro coberto de gelo.
_Achamos o cofre!
Peguei a caixa e desci. Entrei no elevador e apertei o botão. Logo ele abriu e a Rose me viu, passei por ela e segui para o quarto onde o Dyllan estava em frente ao cofre. Abri a caixa de isopor, peguei o dedo e o posicionei no leitor. Destrancou e eu encarei o Dyllan. Abri o cofre e me afastei.
Era o coração.
A equipe legista logo apareceu e o apartamento foi varrido por eles, voltamos para o escritório e o capitão nos esperava na sala de reunião.
_O meu sistema precisou ser totalmente reiniciado e eu só terei respostas para vocês amanhã!_ disse o Cleiton ainda abalado e saímos.
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