24 - Calendário
CHEGAMOS A 2K!!
Obrigada a todos vocês que colaboraram com isso! Esse livro é o meu bebê, foram anos dedicados a ele e é maravilhoso ver que ele é bem aceito por todos vocês!
Muito obrigada, mesmo! Estou tão feliz que hoje serão dois capítulos!
Assim que a retrospectiva acabou, um casal de amigos se despediu de Diego e foi embora. Ele estava jogando sinuca quando seu celular tocou. Terminou sua tacada e atendeu. Seu semblante mudou na mesma hora, ficou pálido, sem reação.
– Alô? Diego? Diego? Me responde, cara. Esse carro estava na sua festa?
Ele desligou, não conseguia falar. Estava, claro que estava. Ele conhecia o modelo, conhecia a placa. Olhou em volta, viu Jonathan conversando com Daniela e Laura beliscando algumas carnes. Só podia ser a Duda. Não... Não pode ser...
– Jonathan, vem comigo. Agora.
– Aconteceu alguma coisa?
– Eu espero que não. Vem.
Diego pegou as chaves do carro e foi com Jonathan até o local que seu amigo indicou, cerca de quatro quilômetros dali. Ele contou o que havia acontecido. Jonathan se desesperou, chorava descontroladamente. Diego, que nem era muito religioso, rezava o tempo todo.
A estrada estava escura, mas os faróis iluminaram o que eles mais temiam. Diego começou a chorar quando viu o carro prata capotado na estrada. Algumas pessoas do sítio vizinho se aglomeravam ao lado do automóvel. Jonathan chegou gritando, abrindo espaço. Ela estava ali, no chão, com o rosto ensanguentado, desacordada. Ele ficou fora de si, queria tocá-la, saber se sua irmã estava viva. Precisou ser contido pelos vizinhos, que já haviam chamado o resgate. Diego estava inconsolável, não conseguia olhá-la daquele jeito. Pediu para seus amigos que ainda estavam ali voltarem até o sítio e avisarem Laura. Não queria sair do lado dela.
Diego se agachou no canto da estrada e olhava fixamente para Duda, esperando qualquer reação. A ambulância chegou rapidamente, mas para ele, parecia demorar uma eternidade. Queria perguntar o estado dela, mas as palavras não saíam, talvez pelo medo da resposta. Tentou se aproximar, mas Jonathan o segurou, seria melhor deixar o resgate fazer o trabalho deles. Ele o abraçou e chorou igual criança.
***
"Deixa que eu vou", Jonathan respondeu quando questionado quem a acompanharia. Diego queria acompanhar, mas mal tinha forças. "Ela vai sobreviver?", perguntou em um sussurro falho. "Faremos o possível", o enfermeiro respondeu, fechando a porta da ambulância.
Laura chegou ao local do acidente poucos minutos após o resgate ir embora. Encontrou Diego sentado no chão, olhando fixamente para o carro capotado enquanto deixava as lágrimas correrem. O estendeu a mão e chorou abraçada a ele. O casal que buscou Laura os levou até o hospital, nenhum dos dois estavam em condições para dirigir.
***
"Eu preciso saber da minha filha!", Laura gritou a noite inteira pelo saguão do hospital, mas ninguém podia ajudá-la, tudo o que se sabia é que seu estado era grave. Jonathan dava apoio à mãe, dizia que ia ficar tudo bem, mas, no fundo, acreditava que não. Diego apoiava a cabeça nos joelhos e tentava pensar em qualquer outra coisa que não fosse Duda caída no meio da estrada, mas não conseguia. Mônica e Gabriela também foram para lá, a fim de apoiar Laura neste momento complicado.
Já estava amanhecendo quando finalmente um médico veio até o saguão perguntando pela família de Maria Eduarda Castro. Laura sentiu um frio na espinha e o corpo amolecer ao se levantar. Jonathan segurou firmemente sua mão, pedindo para aguentar firme. Diego se apoiou ao lado de Jonathan. Ambos deram as mãos, esperando pelo pior.
– Doutor, pelo amor de Deus, e a minha menina?! – Laura implora.
– A situação da Maria Eduarda é delicada. Ela fraturou quatro costelas e um dos ossos perfurou o pulmão. A tomografia apontou um traumatismo craniano leve, não ficará com sequelas. Realizamos uma cirurgia para remover fragmentos que se encontravam alojados dentro do pulmão e para a reconstrução da parede torácica. Por demais, alguns cortes nos braços e no supercílio.
– Doutor... Minha irmã vai ficar bem?
– Faremos o possível para que sim... porém quanto ao feto, nós não podemos garantir. A pancada foi forte.
– Que feto?! A minha... minha... filha está grávida?
– Aproximadamente nove semanas, de acordo com o Beta HCG que realizamos.
– Dois meses... Minha filha já não estava mais com o Lucas...
– Se eu bem me lembro das aulas de biologia, as semanas contam a partir da data da última menstruação. – Gabriela relembra.
– Exatamente. Teoricamente, a data da relação é duas semanas a menos da data gestacional, ou seja, a relação pode ter acontecido há mais ou menos um mês e meio. Mas isso é a teoria, quem pode afirmar é somente a paciente.
Diego se sentou, estático. Poderia, definitivamente, ser o pai dessa criança. Jonathan o encarou com um misto de raiva, medo e dó. Tinha certeza que seu primo era o pai. Gabriela estranhou a reação do irmão, mas acreditou ser coisa da sua cabeça. Laura começou a chorar, não conseguia se concentrar em mais nada, foi muita informação caindo no seu colo de uma só vez.
– Quando podemos vê-la? – Mônica indaga, antes que o médico saia.
– Não temos previsão. Ela está na UTI, ainda está sedada. Eu recomendo vocês irem para casa e descansem um pouco, qualquer novidade, nós entraremos em contato.
O médico voltou para o pronto-socorro e o silêncio se instaurou na família. Diego saiu do hospital para tomar um ar, precisava digerir tudo o que acabou de acontecer. Abriu o calendário no celular e contou sete semanas... Mas e se ela tivesse ficado com outro cara? Não... Com certeza não. Essa conta está errada... Contou novamente. Jonathan encostou ao lado dele, que bloqueou a tela rapidamente.
– Não precisa ficar olhando o calendário... Você sabe que é seu.
– Como assim?
– Um mês e meio... Tem mais ou menos um mês e meio que viemos aqui...
– Cara, nada a ver...
– Diego, eu sei o que rolou entre vocês.
– Como você...
– A Duda me contou.
– Não pode ser de outro?
– Não. Ela quase não sai. Ela não se interessa por ninguém. E ela teria me contado... assim como me contou sobre vocês.
– Eu... eu não sei o que dizer...
– Minha vontade agora é de socar você. Mas eu não vou... Você sabe que eu não vou.
Jonathan repetiu a última frase como um mantra, tentando convencer a si mesmo que isso não valia a pena. Foi até a banca de jornal, comprou um maço de cigarros e um isqueiro. Se sentou na calçada úmida, acendeu um cigarro e sentiu a fumaça invadir seus pulmões enquanto encarava o asfalto. Diego se sentou ao lado dele e pediu um cigarro.
– E desde quando você fuma? – Jonathan diz enquanto observa a fumaça sumir no ar.
– E desde quando você? – acende um cigarro.
– Minha irmã, Diego. Minha irmãzinha... Ela é tão nova, não deveria passar por isso... Foi culpa minha, eu fiquei encantado pela Daniela e não enxerguei ela se destruindo debaixo do meu nariz... Enquanto a gente esperava o médico a Gabi me disse que ela estava muito bêbada... mas eu não vi.
– Não é culpa sua. A culpa é minha. Eu que pedi para que vocês viessem pra cá, eu que insisti nisso. Eu só queria a companhia dela... de vocês.
– Eu só queria poder conversar com ela... Me desculpar.
– Eu também. Me desculpar por tudo...
– Eu não queria estar na sua pele... E nem na minha, para falar a verdade.
Jonathan deu uma última tragada e voltou para o hospital. Diego continuou sentado na calçada com o olhar perdido. Os pensamentos em sua cabeça pareciam Fórmula 1.
Nicole, gravidez, casamento, festa de aniversário, dança, beijo, Duda, acidente, gravidez, cirurgia.
Tudo passava em alta velocidade por sua mente inquieta. Respirou fundo para tentar organizar tudo aquilo. Se lembrou que era dia sete, seu aniversário. "Feliz aniversário, seu bosta", disse a si mesmo enquanto terminava seu cigarro antes de voltar para o saguão do hospital.
"Vamos para casa, de nada vai adiantar a gente ficar aqui", Mônica disse, na tentativa de convencer Laura a descansar. Ela já não aguentava mais, seu corpo pedia por repouso. "Mas a minha filha...", sussurrou. Jonathan convenceu sua mãe a ir para o apartamento de Mônica, que era perto dali. Ele e Diego permaneceriam ali, aguardando por qualquer notícia.
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Esse capítulo foi eita atrás de eita!
O que acharam do capítulo?
Já estou preparada para os xingamentos, fiquem à vontade! haha
Ah, votem e comentem! Vocês sabem o quanto amo os comentários!
O que será que acontecerá com Duda??
Mais tarde eu estou de volta com mais um capítulo!
Beijinhos! ♥
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