ᴘʟᴀɴᴏ ɪɴsᴇɴsᴀᴛᴏ
Cristian, Jace e Jason estão ao meu lado quando as taças são servidas na sala de jantar reservada para reuniões privadas, minha sala de reuniões privada.
— Seco batizado, por favor. — observo Ônix pedir à Lorena.
O cara é fresco, mas é um dos mais próximos anciãos que sobreviveu, foi um dos pilares para o trono de Ódrion antes do conflito estourar nas nossas mãos.
Depois de mais de cem anos a guerra perdura nas fronteiras dos três reinos, há mais de um século a tríplice Órion, Ódrion, Ópreon e Ótrion, fechou-se em barreiras de magia, sanguíneos, morticínios e sombrios unidos para derrubar os três governos celestiais, tentam destruir as barreiras mágicas que cercam os três reinos, eles vêm pelo céu, pela terra e pelo mar.
Os moradores dos grandes reinos celestes estão vivendo como fugitivos em seu próprio terreno.
Nunca houve harmonia entre os seis reinos, os três celestes e os três leteus, porém há muito tempo não ouvia-se falar de guerra, depois que um dos mais importantes anciãos de Ódrion traiu nossas leis e levou consigo a família para o caminho da destruição Lódrion foi escolhida por eles como lar, iniciou-se então o banho de sangue no primeiro plano, vampiros invadia o mundo humano para matar, apenas matar.
Meu pai, como governante da tríplice Órion e eleito rei do nosso reino decidiu que o melhor seria fechar os portais dos reinos leteus com a mesma barreira que hoje nos prende, assim foi pelos séculos seguintes, vampiros, lobos, bruxas, elfos e fadas só saiam se, arrependidos por seus atos maléficos, decidissem se converter as leis celestes.
Muitos se converteram, outros preferiram a morte.
Os mundos leteus estavam estafados e nós deveríamos saber que eles iriam reagir algum dia à prisão, bem, eles reagiram.
No dia que se denomina Samhain, uma data importante para os praticantes da bruxaria, Pláton, três dos seus mais poderosos anciãos, e quatro grandes bruxas se uniram naquela madrugada com o intuito de quebrar o encanto dos portais, eles se juntaram na fronteira entre Ódrion e Lódrion, como os celtas acreditam, nessa noite o véu entre os mundos ficou mais fino e com isso eles conseguiram quebrar o encanto.
Naquela noite os reinos celestiais foram invadidos, os anciãos dos três reinos quase exterminados, meu pai e minha mãe mortos, o supremo alfa e seu beta saíram com vida, assim como Solveg, o elfo que governava Óprion naquele tempo.
Depois da morte do meu pai, eu assumi o comando ao lado dos únicos três anciãos de Ódrion que sobreviveram, sabíamos que uma guerra seria instalada a qualquer momento, tanto pelo povo que clamava vingança pelas mortes quanto pelos ataques no mundo humano que crescia por causa dos sanguinários.
Os reinos celestes estavam destruídos, uma guerra só pioraria a situação já precária, mas depois da morte de Alice, mãe de Alicie e esposa de Cristian, não tive mais como impedir o que já estava a muito tempo previsto.
Com o alarido da guerra construímos barreiras ao redor das cidades para proteger as famílias, nossas crias, nossos filhos, nossas casas, nós.
Sangue é derramado em nossas florestas e os nossos morrem lutando pra reestabelecer a ordem, não há vislumbre da paz, tampouco estou certo de que haverá, ainda lutamos pra estabelecer a ordem no mundo humano e esse é um dos motivos pelo qual estou aqui.
É estranho pensar nisso, com esse nível de negatividade, mas mais estranho é achar que um dia existirá a paz, quando tudo está calmo demais, indo bem demais, é sempre bom ficar alerta.
Nunca existirá uma paz permanente.
— Obrigado. — murmuro um agradecimento quando a taça com vinho batizado é colocado a minha frente, os olhos ainda presos nas minhas mãos.
O clima está tenso, eu sei, temos um baita de um problemão, eu sei também, mas a garota que eu estou afim está lá em cima, em algum lugar daquele quarto.
Jace ao lado do irmão nem respira, eu não sei se isso ajuda sua presença se tornar menos ruim ou se continua a mesma merda.
Clóvis, outro dos anciãos, está tão focado em seus pensamentos que consigo ouvir seus neurônios conversando entre si.
— O que temos? — Yan, o último ancião, enrosca seus dedos uns nos outros e apoia a mão sobre a mesa.
— Ora, matá-los. — a voz sarcástica de Cristian faz com que todos o olhem, errado não está, mas o problema é...
— Como mataremos? Zion e Leonor seguiram o cheiro até os portais em Vancouver. — suspiro ao ouvir Jace, sim, não temos como invadir Lódrion e salvar Alicie, não somos a merda dos Avengers e suspeito que nem eles conseguiriam.
— Não mudei-me de Ódrion pra este inferno pr'aquele merdinha vir atrás de mim e pegar minha filha. — soca a mesa com punhos fechados, olhos furiosos.
Conheço meu amigo, demorou pra que ele reagisse a tudo isso assim, mas eu vi a foto que mandaram de Alicie pra ele.
— Podemos planejar uma armadilha, mas primeiro temos que tirar ele do ninho. — Jason opina descansando o copo de gim vazio na mesa.
— Ou ir até ele... — sibilo pensante encarando fixamente a mesa.
— Mas quem irá até ele? Daio, aquele idiota não é idiota, com certeza vai sentir sua energia e descobrir que é você mesmo estando transfigurado. — eu concordo com a cabeça, os lábios crispados, os pensamentos perturbados, Ônix tem razão.
— E se dermos à ele o que quer? — Pláton, pai de Michel, matou meus pais, matou vários dos nossos anciãos, seu filho matou a mulher de Cristian, quase o matou, agora está com Alicie e depois com certeza vai querer a mim.
— Ora, gajo, sabes o que querem, A NOSSA CABEÇA EM UM TABULEIRO, PO***! — e mais uma vez Cristian não está errado, mas se quisermos resgatar Alicie com vida temos que arriscar.
— Temos prisioneiros em Ódrion, inclusive alguns que fariam qualquer coisa pela liberdade. — Ônix abre um sorriso pequeno para mim e eu o entendo.
— É uma boa ideia, meu caro. — Clóvis abre um grande e bizarro sorriso, o cara é todo errado. — Alguém em mente, Mollin?
— Talvez. — semicerro meus olhos me lembrando de um que há tempos vem me mostrando sua rendição e submissão as leis da ordem celeste. — Me lembro de um que pode nos ajudar, mas o que também temos que resolver é como iremos colocá-lo lá.
— Podemos atrair Pláton Júnior com uma proposta de vingança à sua pessoa. — Jason mexe o copo pequeno de uísque no ar e depois o leva até o nariz, seu tom sarcástico ao falar o nome do homem me diverte. — Uh, esse é do bom... — reviro meus olhos e volto a olhar para o grupo, Yan suspira e toma minha atenção quando desce a mão pálida do queixo para pegar a taça com líquido transparente, não existe um ser mais hidratado que ele.
— Um plano de vingança contra Daio como armadilha para eles? pode dar certo. — Yan maneia a cabeça pensando alto e então bebe a água.
— Sim, pode. — concordo impaciente, Cristian ansioso ao meu lado não ajuda em nada. — Porém, meu caros...
— Eu posso ir. — a voz arrepia os pelos do meu corpo e os olhos de todos vão de encontro à Hope que se desencosta calmamente da porta.
Há quanto tempo ela está ali? O quanto ouviu?
— Hope. — Jace se levanta imediatamente enquanto vejo o sorriso nos lábios de Clóves subir para sua bochecha, ele olha dela pra mim e lambe os lábios.
Semicerro os olhos e reprimo o som gutural que ameaça subir pela garganta e então entendo que a minha reação à sua provocação me complica ainda mais, ele lança a cabeça para trás e gargalhar alto.
— Hope, por favor, não se meta nisso mais do que já está, é perigoso. — o humano pede, mas vejo nos olhos dela a convicção, ela não o escutaria, sorrio por sua personalidade mesmo sabendo que eu mesmo poderei ter futuros problemas.
— Uma taça de vinho tinto seco, por favor. — pede ao garçom ignorando totalmente Jace. — Carnivor, de preferência. — ela olha diretamente para mim e eu solto um riso baixo, por meu corpo todo repercute o efeito da sua voz rouca, foi uma provocação?
Assinto para o garçom quando ela começa a caminhar em direção a mesa, dá a volta e Yan se levanta para puxar a cadeira pra ela quando a mulher se aproxima, relutante e tenso Jace volta a se sentar, olha pra mim e eu apenas sorrio.
— Há quanto tempo está aqui? — pergunto curioso, mas ao mesmo tempo tenso.
Não tenho certeza se deixá-la entrar nisso é conveniente, primeiro porque Hope é humana, depois porque o que ela encontrará nunca mais deixará com que ela seja a mesma e eu não sei se isso é seguro, ou ela morre ou ela morre e se morrer...
— O suficiente. — me incomoda o fato de Clóvis comê-la com os olhos, eu sei que seu cheiro é bom, quase que divino, mas ela é minha.
— E o que tem em mente huma...doutora? — Ônix pergunta com um semblante sério no rosto, todos com os olhos nela, mas Hope não parece ligar.
— Posso ir até esse tal de Pláton e pedir para me juntar à ele em busca de vingança contra Daio Mollin...
— E por que isso? por que quer se expor? — a voz de Jace está fria e eu já a ouvi assim e até hoje me arrependo de estar por perto naquele dia.
— Por que? — a mulher olha diretamente para ele, posso ver farpas voarem entre seus olhares e me sinto incomodado, de novo, ela encosta as costas na cadeira e sorri. — Por que eu não gosto dele. — sua resposta me faz soltar um riso nervoso, era só o que me faltava. — E porque prometi a Cristian que iriamos encontrar Alicie. — meu irmão se remexe na cadeira e eu o olho.
— Não acha que deveria deixar que nós damos conta disso? — pergunta Yan e ela o fita, mas seus olhos sobem para o dono da mão que deposita a taça de vinho na frente dela.
— Ainda não perceberam? — se cala pra agradecer e então olha ao redor. — Eu já estou dentro disso até o pescoço. — segura a taça na mão de unhas grandes e bem feitas. — Nessa noite a minha casa foi invadida e trocamos tiros com aqueles...caras. — sorri irônica — Eu estava dentro do carro do homem que ajudou matar cinco dos deles, o que acham eles pensam sobre mim?
— E o que você acha que acontecerá se decidir se juntar a Michel? acha mesmo que ele aceitará e acreditará em você? — é Clóvis que a enfrenta, aparentemente Hope não ligou, pois leva à boca a taça de vinho e bebe com satisfação.
— Quantos anos você tem? quarenta? — eu seguro o riso da pergunta e da cara feia que o ancião faz pra mulher enquanto ela, com os olhos baixos, deposita a taça sobre a mesa. — Acredito que em quarenta anos já tenha ouvido a frase, se não pode contra eles se junte à eles. — eu quero rir, mas o maxilar travado do meu amigo não me permite, sei que isso o deixará ainda mais irritado, então me contento com a diversão interna.
— Eu não tenh...não sou tão velho assim... — o ouço resmungar e Jason solta um riso divertido recebendo em seguida um olhar mortal do ancião, contudo ele não se inibe.
Clóvis foi tranformado com 27 anos, tudo bem que a milhares de anos atrás, por isso ele é um ancião, mas ainda assim ele prefere acreditar que tem 27 anos.
— Eu irei até Michel e pedirei pra que me junte à ele, e então darei à ele a ideia de um plano que nós mesmo iremos elaborar, a conclusão desse plano será a nossa armadilha pra Michel.
— E se não der certo? e se ele não aceitar o plano e muito menos sua oferta? — ela volta a olhar pro moreno que desde que ela chegara se tornara uma pilha de nervos.
— Não, eu consigo tudo o que eu quero, quando eu quero. — seu sorriso, por mais sinistro que esteja em seu rosto, faz meu coração acelerar, os olhos de Hope estão determinados, ela me parece com raiva, e o motivo de sua raiva parece ser o cara a quem ela continua a encarar.
— Está me dizendo que está disposta a arriscar sua vida por nós? — pergunta Yan e ela nega, bebe o vinho e então olha pra ele.
— Estou dizendo que estou disposta a me infiltrar pra salvar Alicie e cumprir com a minha palavra a Cristian, eu posso ser a melhor arma de vocês. — seu sorriso confiante me faz soltar um riso desacreditado.
— Tem algo em mente sobre o plano? - decido perguntar, ela não me olha, talvez seja porque não gosta de mim e isso me atrai ainda mais.
— Podemos optar pelo óbvio, não?
— Um sequestro? — Clóvis, que por nenhum instante sequer tirou os olhos de cima dela, questiona com as sobrancelhas arqueadas. — Não é muito clichê?
— É eficiente. — ela dá de ombros colocando sobre a mesa suas mãos. — Isso ainda dá certo nos dias de hoje, ligue pros pais de uma pessoa ou pro ente mais próximo ao sequestrado pra ver o que acontece, se você quiser quinze mil a pessoa arruma quinze mil. — ela respira fundo antes de continuar. — Vocês tem algum infiltrado na facção, ou sei lá do que vocês chamam isso?
— Temos, Ramires. — Ônix concorda enquanto eu penso que ela pode estar certa, Michel não é leigo, sabe da minha ligação com a Valente, ele sabe o valor dela, contudo ainda acho essa ideia muito arriscada, além de que não temos certeza de que Michel irá acreditar em tudo isso.
— E depois? — Jason pergunta enquanto chama o garçom para lhe servir a quinta dose de uísque, que merda, a garrafa está em sua frente, o que custa?
— A sequência é simples, fingimos o sequestro, ele entra em contato para uma recompensa e exige Daio ou Christian, Ramires que já está infiltrado pode saber aonde está a menina e com certeza deve ter alguém como olheiro dela, posso convencer Michel a colocá-lo como o segurança e no dia da execução do plano o convenço à promover uma última reunião com seus homens, combinado um lugar já pré estabelecido por nós, assim nos locomovemos até ele enquanto Ramires foge com a garota.
— Isso complica se estiverem em Lódrion. — sussurra Cristian absorto em um mundo paralelo, mas aparentemente ouvindo o que Hope diz, ela franze o cenho.
— O que é Lódrion? — e eu penso, fedeu.
— Continue. — pede Clóvis e ela o encara ainda confusa antes de resolver continuar.
— Lembram-se do galpão aonde eles tentaram matar Cristian? — assentimos enquanto ela passa seus olhos por todos nós, Cristian estremece. — Podemos combinar de nos encontrarmos lá e vocês podem se espalhar pelo local.
— Teriam que ser benzidos, eles não podem ser identificados por Michel e seus homens. — é Jace quem murmura e mais uma vez Hope faz careta.
Mas que merda, nenhum deles não estão conseguindo pensar direito?
— Não sei se estou confiante nesse plano... — Yan nega e Ônix concorda, Cristian ergue o rosto, os olhos enrijecidos, seu semblante duro transpassa seu furor.
— E alguém teve outra ideia? nem precisa ser melhor. — sua voz sai rouca.
Eu não sou pai, mas tenho minhas crias, nossa ligação é forte e perdê-las seria terrível.
— Podemos amadurecer a ideia, pode ser perigoso, mas temos que arriscar. — meu ser estremece ao pensar na possibilidade de concordar com isso, é como mandar Hope pros braços da morte.
Há mais ou menos vinte minutos Hope saiu da sala, ainda estamos à mesa agora um pouco mais aflitos, Jace batuca o dedo incansavelmente e irritantemente na madeira e o silêncio reina há longos dez minutos.
— Vocês sabem o porquê de não podermos deixar que ela faça isso, é muito arriscado. — Jace quebra o silêncio parando também com o dedo.
— A rapariga se dispôs, ninguém a está obrigando. — resmunga o loiro ao meu lado e Jace lhe lança um olhar nada contente.
— Ela é uma humana, seu imbecil, o que acha que vai virar nas garras daquele demônio? quais as chances disso dar certo? — ele se altera e meu irmão ergue seus olhos insondáveis para o homem.
— A minha filha corre o mesmo risco...
— A sua filha é responsabilidade sua e ela está lá porque te faltou. — ruge entre dentes e no outro instante Cristian está de pé, as mãos se chocam sobre a mesa fazendo um grande estrondo.
— Mais uma uma palavra e eu juro que arranco a sua língua. — ameaça e Jace se levanta devagar, como em uma câmera lenta.
Brigas assim não são comuns entre nós, mas intervir também não costuma ser, não que nos matemos com frequência, mas é que eu não gosto de Jace e não moveria um dedo para segurar meu irmão.
— Você sabe bem quem nos ligou, sabe pra quem eu trabalho... — agora a voz dele também soa ameaçadora e apesar de não ter feito nenhuma ameaça eu sinto Cristian recuar e um arrepio corre pelo meu corpo.
Ele e meu amigo se encaram por mais alguns minutos antes do português cair sentado sobre a cadeira, a consciência de todos parece ter sido ativada e por mais que estejamos preocupados com Alicie não podemos expor Hope e Jace assim, eu posso não gostar dele, mas não quero ainda mais problemas caso eles morra.
— Eu não apoio isso não. — Jason assobia enquanto o irmão volta a sentar ao seu lado, os olhos do gêmeo no copo vazio.
— Eu também não, quais chances ela tem com Michel e se ela passar por ele, como sobreviverá à Pláton? — o suspiro de Cristian ao ouvir Ônix é doloroso, mas eu entendo a hesitação.
— Eu não quero o sangue dela nas minhas mãos, mas não vejo outra opção se não essa. — Yan reflete.
— Se forem mesmo permitir que ela faça parte disto, contem a verdade à ela. — e eu rio, a verdade, até parece.
— Está se ouvindo? — o sorriso no meu rosto declara a ironia na pergunta, mas ele não se abate.
— Me ouvindo eu estou, agora e você, está se ouvindo? prestou atenção em alguma coisa que disse? está cogitando concordar com o plano insensato dela sem lhe contar pelo menos com quem irá lidar? será que não percebe o tamanho da loucura que isso é? — eu odeio admitir, mas droga, ele tem razão. — Se for pra fazer isso contem a verdade e então ela poderá decidir com plena consciência se vai em frente ou não.
— Jace está certo! — Clóvis se manifesta após se manter em um longo período de silêncio, ele não pode ser considerado um homem de muitas palavras.
— Estaremos cometendo um crime contra nosso juramento se a enviarmos sem seu total conhecimento sobre quem eles são, sobre quem nós somos. — Yan concorda e eu crispo meus lábios pensativo.
Como raios contaremos à ela?
Consigo ouvir as engrenagens dentro da cabeça de cada um, de um lado temos Alicie, do outro Hope e seu cachorro, eu não ligo pra ele, mas ela não pode morrer.
— Eu contarei à ela a verdade. — ouço-me dizer e todos me encaram no mesmo instante. — Não me olhem assim, tenho certeza que depois disso ela poderá decidir se fica ou se cai fora, não temos mais opções e nem tempo, temos que agir rápido.
— Olha, eu sabia que o dia de recebermos um Valente chegaria, mas não que seria assim. — o comentário do ancião é seguido de um riso baixo, Yan nega coçando a barba rala.
— Sobre o prisioneiro, em quem pensou? — olho pro homem com vários anéis nos dedos, blusa de mangas cumpridas e de gola alta, no pescoço uma corrente com o pingente de cruz, Clóvis gosta de ostentar seu sarcasmo.
— Augustus. — estalo a língua e me remexo na cadeira procurando uma posição confortável — Há um tempo venho o observando e mesmo sabendo que não teria mais oportunidades se converteu as nossas leis. — os homens assentem — Se ele aceitar lhe concederei o perdão. — Yan me olha surpreso, não costumamos dar segundas chances aos presos de guerra.
— Tem certeza disso? — seus profundos olhos azuis me fazem lembrar perfeitamente o motivo da sua hesitação.
— Não se preocupe com isso, nós tiraremos prova de sua lealdade antes de tudo. — afirmo tentando tranquilizar até a mim mesmo.
— Eu realmente acho que com bruxaria invadiríamos Lódrion sem nenhum problema, arrancaríamos a cabeça de Pláton e o da sua falha tentativa de prole que ele chama de filho, pegaríamos Alicie e daríamos o fora. — rimos do comentário suicida de Clóvis que sério coloca uma uva na boca, seus dedos longos abrigam unhas esmaltadas de preto, típico guitarrista de rock melancólico.
— Se é tão fácil assim por que ainda estamos aqui? — provoca Ônix e ele apenas dá de ombros.
— Alguém aí tem o Instagram da gracinha? — pergunta sem dar bola pros olhos de Jace e os meus que os encara sem nenhuma delicadeza.
— Não brinca, ela te exorcizaria. — cassoa Jason e Clóvis apenas o olha, enfia mais uma uva na boca e sorri ladino.
— Mais provável ela se apaixonar, eu levo jeito. — ele pisca um olho só na minha direção me fazendo travar o maxilar.
Maldito, me procupo porque sei que realmente isso é possível.
ᴍɪɴʜᴀ ɴᴏssᴀ sᴇɴʜᴏʀᴀ ǫᴜᴀɴᴛᴏ ɴᴏᴍᴇ, ǫᴜᴀɴᴛᴀ ɢᴇɴᴛᴇ ɪᴍᴘᴏʀᴛᴀɴᴛᴇ...
sᴇʀá ǫᴜᴇ ᴇssᴇ ᴘʟᴀɴᴏ ᴠᴀɪ ᴅᴀʀ ʙᴏᴍ?
sᴇʀá ǫᴜᴇ ᴀ ʜᴏᴘᴇ ᴠᴀɪ ᴀᴄᴇɪᴛᴀʀ?
sᴇʀá ǫᴜᴇ ᴇʟᴀ sᴀʙᴇʀá ʟɪᴅᴀʀ ᴄᴏᴍ ᴀ ᴠᴇʀᴅᴀᴅᴇ?
É ᴏ ǫᴜᴇ ᴠᴀᴍᴏs ᴅᴇsᴄᴏʙʀɪʀ.
ɴãᴏ sᴇ ᴇsǫᴜᴇçᴀᴍ ᴅᴇ ᴠᴏᴛᴀʀ ᴇ ᴄᴏᴍᴇɴᴛᴀʀ ᴏ ǫᴜᴇ ᴇsᴛãᴏ ᴀᴄʜᴀɴᴅᴏ.
ᴠᴀʟᴇᴜᴜ ʜᴜᴍᴀɴᴏs!!
ᴍúsɪᴄᴀ ᴅᴏ ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ: ᴘʟᴀʏ ᴡɪᴛʜ ғɪʀᴇ - sᴀᴍ ᴛɪɴɴᴇsᴢ
ᴅɪsᴘᴏɴíᴠᴇʟ ɴᴀ ᴘʟᴀʏʟɪsᴛ ᴅᴏ ʟɪᴠʀᴏ ɴᴏ sᴘᴏᴛɪғʏ, ʟɪɴᴋ ɴᴏ ᴘʀɪᴍᴇɪʀᴏ ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ.
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