ᴍᴇɴᴛᴇs ᴄᴏɴᴇᴄᴛᴀᴅᴀs
Volto me aproximar de Alan que olhava tudo sem mexer nenhum músculo.
— Temos um acordo?
— Um dos seus feriu meu lobo, não vou concordar com isso. — Olha por cima do ombro — Ele vai se curar, mas vai demorar, fraturas sempre demoram mais. — eu suspiro.
— Estavam sendo controlados. — recordo perdendo a paciência.
— Eu não ligo. — afirma cruel ao lado do lobo que mantinha a expressão séria.
— Tudo bem, vai ser mais divertido pra mim. — digo passando meus olhos por todos os lobos que me encaravam, conectei suas mentes na minha, nem eu sabia que podia fazer isso, mas consegui com as memórias dos vampiros, devo consegui de novo.
Por último encaro Alan e então sorrio, o choro dos lobos começam a ressoar por todo o lugar quando a minha mente começa a transbordar dor na mente deles.
Eu me sentia como a tia de Crepúsculo¹, não lembro o nome porque não ia com a cara dela.
Entretanto meu poder era algo totalmente diferente do dela, eu sabia, manipulava a mente das pessoas e sobrenaturais pro fim que eu queria, dor, alucinação, acesso a lembrança.
Esse era o poder da minha família, era isso que nos fazia tão especiais, o controle da mente dos outros sobrenaturais e qualquer ser vivo.
Eu poderia fazer com que eles matassem uns aos outros se quisesse, sabia que isso faria a graça de luta se esvair, mas talvez use isso contra os de Michel.
Isso poderia ter salvo minha pele a algumas horas atrás, o problema é que a cada hora eu descobria algo novo sobre mim, um saco.
Assisto Alan se contorcer de dor transformando-se em um lobo, olho pro único membro da alcateia que se mantinha fora da minha tortura e ele assente para mim.
— Pare, por favor. — pede e eu o fito antes de concordar cessando a conexão.
O alfa volta a sua forma humana ajoelhado e com as mãos no chão, a cabeça baixa, respiração descompassado, ele suava.
Quando olha pra mim vejo seus olhos amarelos, a boca semiaberta.
— Eu aceito! — o lobo mais velho atrás do que se levantava. — Eu sei que não sou o alfa a alguns bons anos, mas farei isso pelo bem da nossa raça, meu amor é maior que meu orgulho, filho. — vejo os olhos do lobo se normalizarem.
— Eu garanto que a nossa aliança não será quebrada. — digo a eles e o senhor assente.
Aproximo-me devagar e aperto sua mão.
— Eu sei quem você é, e o que você é, meu nome é Kaio.
— É um prazer fazer aliança com a alcateia, Kaio. — ele assente e ofereço minha mãe a Alan que aceita.
— Precisamos ir. — ouço Fred e olho pra ele me afastando de Kaio, olho pra Alan que assente devagar e sério e volto a me aproximar de Frederik e então voltamos a correr.
Estávamos correndo a aproximadamente vinte ou trinta minutos pela floresta, o silêncio era assustador, eu ainda seguia o cheiro da minha mãe.
Mais tarde saímos em uma clareira, a cena que encontrei não foi bem a que eu esperava, corpos, muitos corpos, a luta aqui havia sido bruta.
— Estava esperando vocês. — Amélia sai do meio das árvores, sua camisa estava completamente ensanguentada.
— Aonde você estava? — estou intrigada.
— Caçando a bruxa que tentou me enfeitiçar. — faz um sinal pra que alguém saísse das sombras.
Franzo o cenho, mas arregalo os olhos quando a reconheço.
— Koila? — ela estava encolhida.
Ela não me responde.
— Mas o que eu não sabia é que ela também está enfeitiçada. — está irritada. — Me deu trabalho, só não a matei porque sabia que estava com vocês.
— Obrigada! — agradeço indo até ela e permitindo que a luz tomasse minhas mãos, antes mesmo que chegasse perto a bruxa estende a mão na minha direção e me lança longe.
Eu sinto meu corpo se curvar em um "C" com a magia dela que empurrava meu abdômen, parei quando ela me atingiu em uma árvore que quebrou.
— Merda!!! — grito me levantando, meu braço começava a sangrar.
— Eu avisei. — Amélia sibila.
Respirei fundo e fui rápido na direção dela, Koila tenta mais uma vez me atingir, mas bato em suas mãos e agarro sua cabeça.
— Aaaah. — gritou — Me solta sua... — se cala quando eu entro em sua mente.
Acabo de descobrir que bruxas também são difíceis de manipular mentalmente, mas não tanto quanto vampiros.
— Hope — chama reconhecendo meu rosto após piscar várias vezes. — Foi minha vó... — dispara — Ela está com Michel, estão mantendo Kaleb, Anastácia e Alicie presos, ele irá incendiar Sara ao anoitecer de amanhã. — conta desesperada. — Eu juro, eu não quis fazer isso...
— Ei, calma. — seguro seu ombro — Está tudo bem, estamos todos bem — a abraço e olho em direção a Fred.
— Teremos que nos separar se quisermos salvar todas eles. — analisa Clóvis e eu concordo.
Me afasto um pouco de Koila, mas a trago comigo para perto dos outros.
— Você vai atrás de Sara. — digo a Fred — Cristian, Jason, Koila e Clóvis irão com você. — digo e o ancião nega.
— Nem que eu quisesse, eu prometi a Daio. — eu suspiro.
— Sem problemas, conseguiremos nos virar. — olho pra Fred e sinto segurança em seu olhar.
— Seria melhor se eu fosse com vocês. — a bruxa mais nova diz a mim, mas eu nego.
— Não posso deixar que sua vó faça mal a você novamente, é melhor não estar lá.
— Tem uma caverna à quinhentos metros daqui. — aponto a direção — Eles estão lá. — meu coração vibra com a informação — Cuidado Hope, minha vó é antiga...
— Eu sei quem é sua avó. — tento tranquilizá-la —Também sei lidar com ela, fique tranquila.
Olho pra Fred que não demora a me abraçar.
— Te cuida. — diz a mim segurando meu rosto nas mãos e eu assinto sorrindo.
Quando ele me tratava assim eu sempre me sentia uma criancinha perto do irmão mais velho, eu amava.
— Te cuida também. — volto a abraçá-lo.
— É sempre assim as despedida dos dois. — ouço o loiro e sorrio me afastando de Fred.
— Eu trarei ela de volta pra você. — prometo e ele assente beijando minha testa em seguida.
No momento seguinte ele havia sumido da minha frente fazendo meu cabelo voar com o vento que causou.
— Valente. — Cristian chama e o olho — Salve minha Alicie. — pede e eu concordo antes dele corre atrás dos outros.
— Vocês são amigos ou amantes? — pergunta Marceline ríspida e vejo seus olhos pegando fogo.
Encaro ela entendendo seu comportamento.
— Somos irmãos. — afirmo, mas novamente ela parece manter suas próprias conclusões.
Olho pra Amélia.
— Consegue sentir o cheiro dela? -— mas ela nega. — Eu sinto. — afirmo — Vamos! — começo a correr.
— Quando chegar lá a gente faz o que? — pergunta Apolo e eu rio, ele podia ser um deus, mas deve ter passado tempo demais no Olimpo cantando e recitando poemas e perdeu o jeito pra lutas.
— Bota pra quebrar, ué. — ele sirandava ao meu redor, era engraçado — Não quero ninguém deles vivos.
— Aí sim, falou minha língua. — Clóvis me alcança pelo lado direito.
— Eu tô com fome. — ouço Denver e com seu comentário também sinto a fome me atormentar.
— Vocês são o que? — pergunto calma ainda correndo.
— Convertidos². — responde Clóvis.
— Ainda não tive a graça de me tornar um pure convertido, quem sabe um dia. — fala Denver.
— Seria a alegria do nosso pai. — retruca Marceline.
— Daio é um hipócrita, ele mesmo bebe sangue humano. — resmunga Clóvis.
— Por isso mesmo ele nunca nos obrigou. — defende a mulher e sinto o quão protetora ela era com o criador.
Eu tô ferrada.
Olho pra Apolo que corria ao meu lado e rio, ele poderia muito bem sumir daqui e aparecer lá pra ir adiantando o trabalho, né?
— Você sabe dos meus pensamentos? — pergunto curiosa a ele que me olha.
— Não. — responde e o olho confusa.
— Mas você não é um deus?
— Não é porque eu sou um que eu poderia ouvir pensamentos, não somos onicientes³.
— Que bosta, em? — murmuro e ele apenas ri baixo.
— O que você sabe sobre nós? — franzo o cenho.
— Quase nada. — ele gargalha. — Mais pra nada. — concluo.
Não demoramos muito pra chegar a tal caverna, haviam lobos na entrada e alguns vampiros, eles nem se olhavam, mas montavam a guarda.
O típico: "aturo porque não tenho escolha".
A entrada está aberta e eu conseguia ver as tochas lá dentro.
— Hope! — chama Amélia, mas já era tarde demais eu já tinha saído do meio das árvores e me exposto a eles.
Os lobos rosnam e os vampiros mostram as presas vindo pra cima de mim.
— Não machuquem os lobos. — alerto ao meu bando quando surgem ao meu lado.
Flexiono minhas pernas e salto por cima do vampiro que vinha pra cima de mim, caio no chão no mesmo instante em que ele se vira, agarro sua cabeça e a arranco com pressa jogando para longe do seu corpo que cai sem vida no chão.
Vejo Denver e Clóvis tentando conter os lobos que tentavam lutar, Apolo acabava de enfiar sua luz no peito de uma vampira enquanto Marceline esquartejava outra.
Bem bruta ela.
Em menos de dez minutos os vampiros do lado de fora estavam todos mortos, mas ainda tínhamos dois lobos que pareciam cada vez mais raivosos.
Eu me preparava para entrar em suas mentes quando de dentro da floresta ouvimos um uivo alto, potente, poderoso.
Os lobos paralisam, olham pro meio das árvores e então nos encaram antes de se afastarem e entrarem na floresta.
Meus olhos os acompanham até sumir entre as sombras e árvores.
— Vamos!
Entro na frente guiando o caminho, eu sentia o cheiro aumentar a cada passada, elas estavam aqui.
Meu coração saltitava, eu sentia a ansiedade crescer dentro de mim.
Eu finalmente iria encontrá-la, depois de anos e em meio a uma guerra, mas iria encontrá-la.
Não encontramos muitos vampiros no caminho, para quem está em guerra isso era estranho, a não ser...
— Já pensou na possibilidade disso ser uma armadilha? — Marceline está no meu encalço.
Eu a olho rapidamente enquanto seguimos pelo corredor que mais pareciam apenas vãos de tão apertados que eram.
— Você pode voltar se estiver com medo. — não dou rodeios.
É claro que eu pensei nisso, mas estou cansada de correr pra lá e pra cá e não resolver nada, mesmo se for uma armadilha, mataremos todos e sairemos daqui vivos.
Marceline não fala nada e continua ao meu lado.
O corredor pequeno acabou em um grande círculo, era iluminado por várias velas, vermelhas e brancas, não havia muito mais do que isso pelo lugar, no centro tinha uma estrela esculpida no chão dentro de um grande círculo.
No meio da estrela e do círculo havia um corpo, estava encolhido, sangrava muito e seu sangue escorria pelas linhas da estrela preenchendo e dando cor ao desenho.
Era bizarro.
— Magia negra. — sussurra Marceline
— Credo, isso foi o que eu mais odiei nos humanos desde que eles se desenvolveram, deixaram de nos adorar pra isso. — Apolo com nojo.
— Se você se sente assim imagino o Deus dos deuses? — murmura Clóvis.
Nessa eu tinha que concordar, mas vai ficar pra depois.
— Eu conheço o cheiro desse sangue, foi ele que me trouxe aqui.
O silêncio perdura enquanto olhamos das sombras o corpo encolhido.
Ela começa a sussurrar palavras que eu não soube identificar, mas ouvia sua voz tremida e consigo ouvir quando ela chamar por mim.
Não soube dizer o que aconteceu a partir daí porque conforme ela parecia orar meu corpo começava a formigar.
— O que ela está fazendo? — mexe meus dedos ficando nervosa, estou perdendo o controle
— Não sabemos. — Amélia está ao meu lado.
— Ela parece invocar algo. — é Marceline quem diz.
Mexo meus ombros incomodada, minha cabeça formiga, meus punhos fecham e abrem.
— Eu também estou sentindo. — concorda Amélia olhando na mesma direção que todos nós.
Minha respiração está descompassada, me sinto mal, como se estivesse hiperventilando.
— Eu vou... — digo pronta pra avançar, mas Marceline, que estava mais próxima, segura meu braço.
— Não pode ir assim, não sabemos o que eles planejaram. — alerta, mas eu puxo meu braço com violência, não queria saber, era minha mãe.
— Hope! — chama Clóvis hesitante quando dou o primeiro passo.
Continuei caminhando decidida para perto do círculo e para perto da minha mãe.
Eu ouço a minha própria respiração, sinto meu corpo quente, dormente, pronto pra explodir.
Também ouvia sua súplica desconhecida, eu não conseguia compreender, mas estava sendo atraída por ela.
Vejo quando Aurora afasta os braços do bolo que estava seu corpo no chão, eu paro, demora mais alguns minutos, mas vejo a força que faz para levantar seu tronco, mais alguns minutos e ela suspende sua cabeça e ergue seus olhos na direção dos meus.
Minha mãe estava com o semblante sofrido, nunca vi um rosto tão seco, nem Malévola⁴ conseguiu ter o rosto tão esquelético.
A bola de seus olhos pareciam que saltariam pra fora a qualquer momento, as maçãs do rosto pareciam que perfurariam sua carne, seus dentes pareciam desproporcionais para o tamanho de seus lábios.
Os braços, os dedos, seu tórax, eram só ossos revestidos de pele, não havia carne mais, eu conseguia ver com exatidão suas costelas.
Minha mãe estava seminua, pequenos panos cobriam as marcas da sua feminilidade.
Nos seus olhos eu vi a escuridão, não da maldade, mas da desesperança, da tristeza e da angustia.
Com lágrimas nos olhos, dor no peito e ódio na alma avanço para ir ao seu encontro, mas no instante que tento avançar sobre o desenho sinto o choque no meu corpo, me sinto queimar e recuo com um grito.
Olho pro meu braço, havia queimado, mas cicatrizava rapidamente.
Quando ouço a gargalhada de Michel sinto meu corpo entrar em combustão e ergos meus olhos com um enorme sorriso no rosto.
Que venha.
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¹ ᴊᴀɴᴇ é ᴜᴍᴀ ᴘᴇʀsᴏɴᴀɢᴇᴍ ғɪᴄᴛíᴄɪᴀ ᴅᴏ ғɪʟᴍᴇ ᴄʀᴇᴘúsᴄᴜʟᴏ, ᴇʟᴀ é ᴜᴍᴀ ᴠᴀᴍᴘɪʀᴀ ᴇ ᴛᴇᴍ ᴜᴍ ɪʀᴍãᴏ ɢêᴍᴇᴏ ᴄʜᴀᴍᴀᴅᴏ ᴀʟᴇᴄ; ᴀᴍʙᴏs sãᴏ ᴍᴇᴍʙʀᴏs ᴅᴏ ᴀʟᴛᴏ ᴇsᴄᴀʟãᴏ ᴅᴀ ɢᴜᴀʀᴅᴀ ᴅᴏ ᴄʟã ᴠᴏʟᴛᴜʀɪ.
² ᴄʟᴀssᴇ ᴅᴇ ᴠᴀᴍᴘɪʀᴏs ǫᴜᴇ sᴇ ᴀʟɪᴍᴇɴᴛᴀᴍ ɪɴᴅɪʀᴇᴛᴀᴍᴇɴᴛᴇ ᴅᴏ sᴀɴɢᴜᴇ ᴅᴇ ʜᴜᴍᴀɴᴏs, sᴇᴍ ᴄᴏɴᴛᴀᴛᴏ. (ᴛɪʀᴀɴᴅᴏ ᴄᴀsᴀɪs ᴅᴇ ʀᴀçᴀs ᴅɪғᴇʀᴇɴᴛᴇs -ʜᴜᴍᴀɴᴏ ᴇ ᴠᴀᴍᴘɪʀᴏ-)
³ ᴀǫᴜᴇʟᴇ ǫᴜᴇ sᴀʙᴇ ᴛᴜᴅᴏ, ᴀǫᴜᴇʟᴇ ᴄᴜᴊᴏ sᴀʙᴇʀ é ɪʟɪᴍɪᴛᴀᴅᴏ, ǫᴜᴇ ᴅᴏᴍɪɴᴀ ǫᴜᴀʟǫᴜᴇʀ ᴄɪêɴᴄɪᴀ.
⁴ É ᴜᴍᴀ ᴘᴇʀsᴏɴᴀɢᴇᴍ ғɪᴄᴛíᴄɪᴀ ᴇ ᴀ ᴘʀɪɴᴄɪᴘᴀʟ ᴀɴᴛᴀɢᴏɴɪsᴛᴀ ᴅᴏ ғɪʟᴍᴇ ᴅᴀ ᴅɪsɴᴇʏ, ᴀ ʙᴇʟᴀ ᴀᴅᴏʀᴍᴇᴄɪᴅᴀ.
sᴀᴛɪsғᴇɪᴛᴏs?
ᴇ
ᴜ ᴇsᴛᴏᴜ ᴀᴍᴀɴᴅᴏ ᴇsᴄʀᴇᴠᴇʀ ᴘʀᴀ ᴠᴏᴄês, ɪssᴏ é ᴍᴇʟʜᴏʀ ᴅᴏ ǫᴜᴇ ᴇᴜ ᴘᴇɴsᴀᴠᴀ.
ᴍᴇ ᴅɪɢᴀᴍ ᴏ ǫᴜᴇ ᴠᴏᴄês ᴇsᴛãᴏ ᴀᴄʜᴀɴᴅᴏ, ᴠᴀʟᴇᴜ ʜᴜᴍᴀɴᴏs, ᴀᴛé ᴍᴀɪs ᴠᴇʀ.
ᴏʙs: ᴄᴏᴍᴇɴᴛᴇᴍ ᴇ ᴠᴏᴛᴇᴍ!!!
ᴍúsɪᴄᴀ ᴅᴏ ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ: ʙᴀᴄᴋ ɪɴ ʙʟᴀᴄᴋ - ᴀᴄ/ᴅᴄ
ᴅɪsᴘᴏɴíᴠᴇʟ ɴᴀ ᴘʟᴀʏʟɪsᴛ ᴅᴏ ʟɪᴠʀᴏ ɴᴏ sᴘᴏᴛɪғʏ, ʟɪɴᴋ ɴᴏ ᴘʀɪᴍᴇɪʀᴏ ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ.
ᴀᴍɪʀᴀ ᴠᴀʟᴇɴᴛᴇ
(só ǫᴜᴇ ᴄᴏᴍ ᴏs ᴏʟʜᴏs ᴄʟᴀʀᴏs)
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