ᴅᴇꜱᴛɪɴᴏ

É ɪᴍᴘᴏʀᴛᴀɴᴛᴇ ϙᴜᴇ ᴏ ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ ꜱᴇᴊᴀ ʟɪᴅᴏ ᴄᴏᴍ ᴀ ᴍíᴅɪᴀ, ᴄᴏᴍ ᴄᴇʀᴛᴇᴢᴀ ᴀꜱꜱɪᴍ ꜱᴇᴜ ꜱᴇɴᴛɪᴍᴇɴᴛᴏ ꜱᴇ ᴀɢᴜçᴀʀá ᴇ ꜱᴇ ᴄᴏɴᴇᴄᴛᴀʀá ᴀᴏ ᴅᴀ ᴘᴇʀꜱᴏɴᴀɢᴇᴍ.
Bᴏᴀ ʟᴇɪᴛᴜʀᴀ!
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     Eu não sei bem o que eu esperava do dia seguinte, mas até o momento nada de anormal havia acontecido, apesar de parecer que fazia dias que eu não dormia; fazia alguns minutos que eu havia acordado e fazia alguns par que eu encarava o teto azul bem claro, quase branco, do quarto.

    Sentia meu corpo todo dolorido, não sabia se isso era comum para um híbrido como eu, apesar de que semideuses não são incapazes de sentir a algumas coisas pela lógica, mas eu também era uma vampira e sentir dor humana como a que sentia agora, talvez, não fosse comum.

     Independentemente das possibilidades e normalidades eu estava quebrada, minha mente, então, recusava a iniciar e eu me sentia, apesar de estar com os olhos abertos, afundada na escuridão dos meus devaneios.

     Com um suspiro vagaroso eu ergo meu tronco o apoiando sobre os cotovelos e fito a imagem no quadro de frente para a cama, até então eu não o havia visto, estava tão exausta ontem que o que fiz foi tomar banho e me deitar.

     O quarto não estava iluminado apesar de não haver cortinas nas duas janelas do cômodo, ele  grande sim, mas não era desconfortável, ao lado da cama não haviam mesas de cabeceira, mas do lado esquerdo contrária a parede da porta havia uma mesinha de centro e duas poltronas. No centro dela tinha um vaso de vidro com flores amarelas e mais abaixo uma vela branca que queimava e derretia perfumando o ambiente.

     Encarando o quadro me lembro de Anastácia sem vida no colo de Fred, fecho meus olhos e os aperto engolindo em seco. Respiro fundo e volto a abrir os olhos, meu coração apertado, não conseguia pensar em outra coisa a não ser em meus amigos e em Daio ferido. O olhar doido de Fred, o choro de Alicie, a notícia de que Daio fora ferido. Arfo. 

      Sentindo o desespero tomar conta do meu ser me sento e tiro o cobertor de sobre minhas pernas, giro meu corpo na cama e toco o chão gélido com os pés. A temperatura levemente fria não me incomodou, pelo contrário, trouxe uma sensação leve de prazer ao meu corpo, estava agradável.

     Já de pé, dou passos rápidos até a vela e com um sopro apago o fogo, a fumaça que chicoteia o ar em seguida me faz franzir o cenho e praguejar baixo enjoada.

     Em uma das poltrona tinha uma embalagem de tecido com a boca repuxada por um laço bem feito, em cima havia um recado com uma caligrafia um pouco corrida demais, me fazendo pensar que escreveram com pressa ou era de alguém que escrevia como médico mesmo.

    Sem esperar abro o saco revelando uma peça de roupa, um vestido para ser mais exata, o que novamente me fez franzir o cenho já que eu me desacostumara a usar vestidos como aquele. Não iria recusá-lo, muito menos reclamar, mas ele me fez refletir em como a minha vida, meus gostos e costumes haviam mudado tão rapidamente, era louco, podia afirmar.

     Vou até o banheiro e faço minha higiene, e enquanto lavava o rosto senti minha barriga contrair em o que pensei ser fome, com esse pensamento analisei quantos dias faziam que eu não me alimentava como humana, iria tentar isso já que eu sentia falta de uma boa massa.

     Semideuses se alimentam como humanos, certo? eu espero que sim.

     Prendi no cabelo solto uma presilha que ao meus olhos me fez enxergar a jovem mulher que eu era antes de tudo, incrivelmente eu não sentia falta da antiga Hope, mas sentia falta de sua rotina tranquila e dentro dos trilhos, não vou reclamar de ter encontrado minhas origens, conhecido pessoas incríveis e encontrado minha mãe principalmente, mas não podia negar que sobre mim também estava a vida de outras pessoas que morreram por mim ou por causa de mim.

     Com mais um suspiro abandono o reflexo dos meus olhos ao dar as costas para o espelho, volto para o quarto e sento na beirada da cama para calçar a sandália de dedo que viera juntamente com a roupa e após estar calçada arrumo minha cama.

     A escuridão do quarto foi substituída pela claridade artificial da lâmpada que ascendi ao me irritar, porém meu dedo bateu no outro botão que havia no interruptor e no mesmo instante os tampões das janelas subiram como persianas.

     Solto um suspiro afobado quando sinto o clima nublado me falar que não seria um dia fácil.

     Caminho até o vidro incrivelmente limpo e analiso as nuvens cinzas que fazia o dia parecer o anoitecer, o som das folhas das árvores balançando levemente com o vento que as acariciavam era tudo o que se ouvia enquanto eu mergulhava nos meus pensamentos mais sombrios.

     Talvez eu devesse ir até ele para me despedir, mas então denunciaria minha falta de fé e tudo o que precisava fazer era me agarrar ao que poderia me trazer esperança. Não só por mim, mas a todos que estavam contando com isso.

     Eu não queria ir vê-lo, pois sabia que iria sofrer ainda mais, respiro fundo após tomar a decisão. Posso estar sendo egoísta, mas não quero derramar sobre ele esses sentimentos negativos, eu não posso fazer isso depois de tudo o que ele fez por mim. 

    Pisco repetidas vezes afastando as lágrimas, lembranças do seu rosto bonito, olhos que emitiam poder e que me atraíra, seu sorriso tão lindo e seus braços que me cobriam sem dificuldade.

      Emerjo da bolha de lembranças a força, eu não queria me permitir chorar porque sabia que não iria parar, continuo a observar as árvores dentro da propriedade cercada por portões, não ouvi o canto dos pássaros, não que eu tivesse estranhado porque em Lórion não os via com frequência também, mas aqui a ausência deles transmitia a melancolia que me assustava e perturbava meu ser.

— Bom dia, Hope. — viro-me no mesmo instante em que a voz soa atrás de mim.

     Não sorrio, também não reconheço a pessoa, mas aceno com a cabeça retribuindo o cumprimento.

-— Bom dia. — digo incerta sobre a parte do bom, olho rapidamente para a janela e a mulher parece perceber, porém não comenta sobre.

— Meu nome é Dionisi. — se apresenta e eu estreito os olhos.

— Filha de Dionísio? — tenho meu cenho franzido, já não duvido de nada, mas ela sorri enlaçando as mãos em frente ao corpo.

— Não, meu nome não tem relação com meu parentesco. — explica — Estamos te esperando para o café. — informa e eu assinto um tanto que surpresa.

     Normalmente eu fazia minhas refeições na presença de Sara, de Fred ou sozinha mesmo.

    A hospitalidade deles aquecia meu coração, do mesmo modo que me fazia sentir desconfortável mediante a tudo o que acontecera. Eu não esperava que me acolhessem após o acontecido com Daio, apesar dele ter pedido ao contrário, provavelmente isso eu deva a ele também.

     Engulo em seco sem nem mesmo perceber, talvez o dia para mim parecia triste e nebuloso porque eu estava triste e nebulosa.

     O silêncio, no momento, não estava sendo o remédio para a inquietação do meu ser, talvez tê-los por perto...

— Você se sente bem?

— Hum...? — murmuro após perceber que em algum momento da conversa abaixei meus olhos ao chão e me perdi dentro de mim.

— Querida...

— Perdão. — a interrompo — Estou um pouco avoada  — tento sorrir e ela maneia a cabeça de forma compreensiva.

— Não se perturbe, eu compreendo. 

— Como está Daio? — pergunto hesitante, não consegui conter.

— Infelizmente não temos boas notícias. — sinto meus olhos se arregalarem, meu coração dispara e sinto o nó na garganta. — Ainda. — ela parece perceber o efeito de sua frase e a completa — Ele continua no mesmo estágio, não corresponde a nada. — ao mesmo tempo que meu corpo é cheio de alívio, a mesma sensação de culpa e apreensão o toma. — Eu sinto muito. 

— Eu também... — ela somente sorri.

     Me incomoda o fato de todos eles estarem lidando com isso como uma fatalidade, a culpa era minha, mas eles não me acusaram sobre isso.

— Por favor, siga-me. 

     Deixamos o quarto e eu não me importei em fechar a porta, haviam coisas demais dentro de mim para que me importasse com uma passagem aberta, aliás, eu queria que todas se abrissem.

— Sua família optou por ficar em Órion até que o pequeno bebê ganhasse peso o suficiente pra não correr risco de vida. — comenta enquanto caminho a seu encalço pelo mesmo corredor de ontem.

     Suas palavras me faz recordar o dia em que deixei o hospital sem nem ao menos ver Lissa, eu não me sentia culpada por isso, foi por eles que eu tive que partir, foi por minha mãe, porém me sentia bem com o fato de que Guto receberia os cuidados necessários mesmo que diferentes do convencional.

— Sua cunhada, Lissa, está fora de risco. — a voz contente — Os pontos da cesariana já curaram graças as habilidades fenomenais de Koila, quanto a Kaleb, está fora de risco também, mas ainda um pouco atordoad — chegamos ao fim do corredor — Estão todos bem.

     Daqui de cima tenho a visão de todo o andar de baixo, vejo a grande mesa posta e com quase todos os acentos ocupados, faltavam apenas três, o da cabeceira, outro ao lado de um homem com semblante gentil e um entre minha mãe e minha tia.

     Eu sabia de quem era os respectivos lugares, e com uma imensa dor eu soube que um deles continuaria vazio por todo o café, e talvez para todo o sempre.

     Ali também faltava Anastácia, a jovem garota que eu conheci assustada e que aos poucos se tornou uma amiga, uma parte de mim, ela não estava ali, não tinha uma cadeira e nunca teria. Eu respiro fundo, o nó na garganta e a vontade de chorar tomando conta de mim. 

     Sem perceber minha mão direita agarrou a esquerda e juntas se tornaram um nó, o mesmo que estava instalado na minha garganta.

     Alguns deles conversavam baixo, nenhum deles sorriam, o ar pareciam tão denso quanto as nuvens lá fora, vi Thessa em um carrinho branco próximo aos pais e Seline alisar a barriga olhando pra criança que dormia tranquilamente.

     Meus olhos fugiram da mesa quando senti a mão pequena da mulher embalar meu ombro, seu olhar encontrou o meu e eu senti sua cumplicidade.

— Seja forte minha querida, na vida também teremos grandes percas. —  sinto as duas lágrimas acumuladas descer pelo meu rosto sem rodeios.

      Eu não conseguia falar nem se quisesse, então apenas assenti, ou pensei que assenti.

      Segui a mulher escadaria abaixo, sequei minhas lágrimas e tentei manter-me forte, ele tinha que superar isso.

     Ele precisava, eu o amava e nunca pude dizer isso a ele.

     Alguns rostos voltaram-se para nós quando chegamos ao primeiro piso, meu pai se levantou e veio na minha direção, com um sorriso amoroso e com passos rápidos cobriu nossa distância e me envolveu em seu abraço cuidadoso.

     Eu me senti novamente a menina atormentada pelos raios e trovões de uma noite de tempestade, eu me senti segura mais uma vez, consolada.

     Não chorei, apesar de querer me derramar ali, mas sorri fraco quando os lábios dele tocaram minha testa em um beijo terno, ele rodeou minha mão e terminou de me conduzir até a mesa, vi Dionisi se afastar calmamente tomando seu lugar na mesa.

     Quando chegamos ao meu acento, meu pai puxou a cadeira para que eu me sentasse e somente depois rodeou a mesa e sentou-se ao lado de Flora que me olhava com carinho.

     Ao meu lado minha mãe tocou minha mão, ela ainda parecia desnutrida, mas já não estava ossea como ontem. Ela acariciou minha mão e depois a levou até os lábios depositando um beijo repleto de afeto, após isso aproximou-se de meu rosto e depositou um beijo em minha bochecha. Seus olhos estavam vivos, brilhavam de vida.

     Sorri minimamente para ela sentindo minha alma ser regada de carinho, porém ainda não era suficiente para tirar a dor que eu sentia e isso me fez sentir ainda mais mal. Eu parecia de certa forma ingrata, tudo o que eu arrisquei foi para salvá-la, para encontrá-la, para poder abraçá-la. Tê-la aqui deveria ser o suficiente para me fazer feliz...mas ao olhar para os olhos cinzentos de Fred eu entendo que me sentir feliz seria uma traição a ele.

     Eu não podia.

     Fred foi um dos meus únicos ponto de segurança quando tudo não passava de escuridão, ele e Sara se tornaram tudo pra mim. Olhei pra a vampira que me ofereceu seu olhar compreensivo, seu sorriso torto que, naquele contexto, me transmitiu apoio.

     Meu irmão mantinha os olhos fixos na mesa, eu conseguia compreender claramente o arrependimento, a culpa, não era pra ser assim, ele fora a vítima tanto quanto quem o feriu e usou.

     Jace estava ao lado do irmão, sua feição tão caída quanto a minha, eu sabia que todas as vezes que eu me feria ou era ferida ele sofria comigo, eu sinto por ele, sinto por toda dor que lhe causei sem que pudesse impedir.

     O rosto de cada um deles refletia a culpa e dor que pertencia a mim, eu já não sabia mais pra onde olhar sem sentir meu peito inchar de uma dor que não era normal sentir.

     Eu estava ali como a heroína que eu não era.

     O total silêncio presente no local era tão avassalador quanto os julgamentos que eu mesma impunha a mim.

     Ninguém conversou mais depois que cheguei e tomamos café, ou ficamos ali, até que o primeiro se retirasse um após o outro. Pela minha garganta não descia nem a saliva direito, então voltei para o quarto quando vi a oportunidade. 

     Olhando pela janela, as folhas sendo chicoteadas pelo vendo forte agora, o som de seu uivo contra a janela eu me permiti chorar. 

     A dor era tão forte quanto a ira que me fez matar Michel e talvez isso não fosse bom, principalmente para eles, eu estava cansada de machucar quem me cercava. 

— Eu posso ajudar. — Apolo estava encostado na parede ao meu lado, com os braços cruzados olhava para o quadro na parede em frente a cama. 

     Eu não olhei pra ele, mas sentia as lágrimas do meu choro silencioso escorrer por meu rosto. Eu queria chorar de verdade, mas não queria que eles escutassem. Eu não tinha o direito de chorar enquanto eles estavam sendo fortes. 

— Você não precisa passar por isso sozinha. — ele diz de novo dessa vez virando-se e olhando pra mim. 

     Eu não estava entendendo o que ele queria dizer, o que? Ele ia tirar a minha dor? Ia salvar Daio e trazer Anastácia de volta a vida? 

     Tenho muito a entender, tenho muito a aprender sobre tudo isso, tenho muito a consertar e perdoar em mim mesma, como ele poderia me ajudar com isso? 

— Confia em mim, eu posso te ajudar. 

     Eu finalmente olho pra ele, um soluço escapa e tapo minha boca enquanto meus olhos se fecham. Um soluço atrás do outro, ele me deixa chorar. 

     Sinto quando a temperatura do ambiente muda, sinto quando me sinto abraçada pelo calor confortável. Minhas mãos caem ao lado do meu corpo e eu abro meus olhos pra olhar Apolo.

— Eu posso te ajudar. — hesito, mas no fim concordo. 

     Fecho meus olhos, a quentura toma meu corpo inteiro e o sinto formigar.  

    Por isso quando fecho meus olhos e sinto a quentura tomar meu corpo além do formigamento, eu entendo.

     Era esse, era esse o destino, era assim que tinha que ser. Compreendo agora que cada momento me trouxe até aqui, e, por mais difícil que seja partir, quero levar comigo as lembranças boas que tenho deles para que assim eu possa parar de sofrer. Vou velar por Daio, para que ele se cure, e por Fred, para que encontre alívio e volte a ser feliz.

     A vida, em sua impermanência, nos ensina a aceitar aquilo que não podemos mudar. Eu não posso mudar tudo o que aconteceu, foi da forma que tinha que ser e eu preciso aceitar isso. Mesmo que doa como está doendo. 

     Como se eu explodisse em faíscas de luz sinto meu corpo ser sugado daquele plano e quando abro meus olhos vejo tudo ao meu redor branco e entendo, eu havia partido.

     Não era o fim, eu sabia, pois para mim o fim sempre pode ser o começo, no entanto aquela era a pausa que minha alma precisava.

     Enquanto isso, sigo vagando entre o nada e tentando me curar, acreditando que, com o tempo, a saudade se tornará menos pesada e a lembrança mais leve.

ғᴀçᴏ ᴅᴀs ᴘᴀʟᴀᴠʀᴀs ᴅᴀ ʜᴏᴘ ᴀs ᴍɪɴʜᴀs, ᴏ ғɪᴍ ᴘᴏᴅᴇ sᴇʀ ᴀᴘᴇɴᴀs ᴏ ɪɴíᴄɪᴏ,
ᴅᴇ ᴜᴍᴀ ɴᴏᴠᴀ ʜɪsᴛóʀɪᴀ, ᴅᴇ ᴜᴍ ɴᴏᴠᴏ ᴄɪᴄʟᴏ, ᴅᴇ ɴᴏᴠᴀs ᴇxᴘᴇʀɪêɴᴄɪᴀs, ᴅᴇ ɴᴏᴠᴀs ᴠɪᴠêɴᴄɪᴀs.

É ɪᴍᴘᴏʀᴛᴀɴᴛᴇ sᴀʙᴇʀᴍᴏs ǫᴜᴀɴᴅᴏ ᴅᴇᴠᴇᴍᴏs ɴᴏs ᴀғᴀsᴛᴀʀ ᴘᴀʀᴀ ʀᴇᴄᴏʙʀᴀʀᴍᴏs ᴀs ғᴏʀçᴀs ᴇ ᴏ âɴɪᴍᴏ,
ᴅᴇsᴇᴊᴀᴍᴏs à ʜᴏᴘᴇ ғᴏʀçᴀs ᴇ ᴀᴏ ᴅᴀɪᴏ ᴀ ᴄᴜʀᴀ.

ᴇssᴇ é ᴏ úʟᴛɪᴍᴏ ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ ᴅᴇ ɪᴍᴏʀᴛᴀɪs, ᴏ ᴅᴇsᴘᴇʀᴛᴀʀ. ᴇᴜ ᴇsᴘᴇʀᴏ ǫᴜᴇ ᴠᴏᴄês ᴛᴇɴʜᴀᴍ ɢᴏsᴛᴀᴅᴏ ᴅᴀ ʜɪsᴛóʀɪᴀ, ʜᴜᴍᴀɴᴏs, ᴅᴇᴇᴍ ʙᴀsᴛᴀɴᴛᴇ ᴇsᴛʀᴇʟɪɴʜᴀs ᴘᴀʀᴀ ᴍᴇ ᴀᴊᴜᴅᴀʀ
ᴇ ᴄᴏᴍᴇɴᴛᴇᴍ ᴍᴜɪᴛᴏ ᴛᴀᴍʙéᴍ.

ᴍᴜɪᴛᴏ ᴏʙʀɪɢᴀᴅᴀ, ᴇ ᴀᴛé ᴍᴀɪs ᴠᴇʀ.

ᴀᴀʜ ɢᴇɴᴛᴇ, ᴇᴜ ᴄʀɪᴇɪ ᴜᴍᴀ ᴘʟᴀʏʟɪsᴛ ᴄᴏᴍ ᴛᴏᴅᴀs ᴀs ᴍúsɪᴄᴀs ᴅᴏ ʟɪᴠʀᴏ, ᴏ ʟɪɴᴋ ᴛá ʟá ɴᴏ ᴘʀɪᴍᴇɪʀᴏ ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ, sᴇ ᴅɪᴠɪʀᴛᴀᴍ, ᴛᴇᴍ ᴘʀᴀ ᴛᴏᴅᴏ ɢᴏsᴛᴏ.

ᴍúsɪᴄᴀ ᴅᴏ ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ: ʜᴇᴀʀɪɴɢ - sʟᴇᴇᴘɪɴɢ ᴀᴛ ʟᴀsᴛ 

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