ᴀʟɪᴄɪᴇ

     Estávamos a poucos dias da posse, completaria um mês que estava aqui, depois da noite em que lancei Michel na parede fiquei sem o ver por alguns dias.
 

   Durante esse período não tive mais surtos, a tal da médica veio aqui e me examinou, era mais fácil falar que ela era uma curandeira.
     Eu me sentia como antes, mas vivia tendo pesadelos, na maioria deles era Michel me matando.
     Quando ele voltou não trocamos muitas palavras, mas ele não demonstrou que iria ou que queria me matar, muito pelo contrário quando nos encontrávamos pelos corredores ele sorria pra mim.
    Sentia vontade de mandá-lo ir pra p*** que o p****, mas me mantinha séria.
     Retomei os treinos, mas Henon permaneceu com um pé atrás comigo, eu não o julgo.
     Já o vampiro que fiz gritar quis me matar, só não o fez porque Sara e Fred estavam por perto.
     Olha, eu realmente estava cercada pela morte.
     Na minha mão esquerda eu parecia carregar uma pedra de 1000 toneladas em forma de anel e quanto mais o dia da posse se aproximava mais eu me sentia nervosa e temerosa.
     Eram quase cinco horas da tarde, estávamos treinando até mais tarde por eu ter perdido alguns dias, e quando atravessava a sala de visitas pra subir as escadas pro meu quarto ouvi uma risada.
     Vários fatores fizeram aquilo parecer anormal, primeiro que aqui geralmente não se ouvia risos, somente gargalhadas maléficas.
     O clã era, na maioria dos dias e noites, como um cemitério, sombrio, quieto e frio.
     Outra coisa que me fez caminhar rápido para a sala de estar foi que era uma risada inocente, infantil.
     Mas uma criança aqui?
     Não era possível que eles iriam se alimentar de...

— Alicie, cuidado! — ouço alguém dizer quando sinto algo se chocar contra minhas pernas.

     Olhei pro pequeno embrulho na minha frente, a menina era incrivelmente loira, sua pele branca, quase translúcida, seus olhos pareciam duas pedras preciosas e eu me apaixonei instantaneamente.
     Seus olhos se prenderam aos meus e eu me vi hipnotizada.

— Alicie! — uma vampira morena puxa a garota de perto de mim com agressividade quebrando nosso contato visual.

     A pequena garora olha para ela e então para mim.
     Alicie...ela é mesmo muito parecida com Cristian, ela me encontrou.

— Senhora, mil perdões, Alicie é agitada, não consigo controla-la as vezes. — justificou-se.

— É claro, pois uma criança não pode ser controlada. — digo calma e me abaixo na altura dela. — Olá, pequena. - cumprimento com um sorriso, Alicie se aproxima quando a cuidadora lhe solta.

     A menina inspira, fechando os olhinhos e então mais tarde volta os abri-los.

— Você é humana? — a voz macia, ainda com sotaque de erros.

     Parece que ainda sou.

— Alicie! — repreende a mulher e eu apenas a olho, sorrio simples.

     Estava tudo bem.

— Sim, eu sou humana. .

— Não vi muitos pôlaqui. — pega a mão que eu estendi. — Nolmamente eles são nosso papa. — explica e eu assinto a analisando, ela não parecia incomodada, mas...

     Isso não é novidade, mas está vindo de uma criança.

— Eu sinto muito por isso senhora, ela era uma convertida, mas passou a se alimentar diretamente de humanos depois que veio para cá. — explica a vampira com olhos baixos, eu desço meu olhar da vampira para a criança — Ela é filha de um dos anciãos de Órion. — diz e eu assinto.

     Cristian Barroso

— Não se desculpe, eu compreendo. — afirmo calma. — O que faz aqui criança? — questiono com curiosidade pois desde que cheguei essa era a primeira vez que a via, nunca nem havia ouvido falar nela e também nunca perguntei, Alicie não era mais uma preocupação.

— Ela ficará para a posse, e para o casamento da senhora, foi escolhida para ser oferecida como sacrifício na consagração do matrimônio. — a mulher diz com naturalidade e eu a olho escondendo meu choque.

     Como é?
     Que eu me lembre ela está no contrato e é requerida viva.
     Eu queria rir e ao mesmo tempo gritar que todos estavam endemoniados, mas me lembrei que cada um ali eram os próprios demônios.

— Certo. — me levantei rápido — Aproveite a estadia criança. — desejo simples e me afasto a passos rápidos.

     Meus batimentos estavam acelerados e a única coisa que eu queria era me enfiar no quarto, de repente não me sentia bem.

— Eve! — ouço a voz de Michel enquanto fechava a porta.

     Encosto a testa no material maciço com desgosto e então conto até dez, era a primeira vez em dias que ele vinha ao meu quarto e sinceramente, gostava mais dele longe.
     Viro-me para ele que tinha um grande sorriso no rosto.

— Sim? — coloco as mãos em frente ao corpo.

— Conheceu a pequena Alicia? — questiona e eu aceno.

— Alicie. — corrijo — Sim, encontrei ela a pouco, uma criança encantadora. — comento e ele assente.

— Realmente, eu a escolhi para ser sacrificada na cerimônia do nosso glorioso casamento. — conta pomposo.

    Eu concordo sentindo a bile bater forte, ela queria sair.

— Se eu me lembro bem ela está no nosso contrato, e eu quero ela viva.

- Tem razão, mas isso poderá dar boa sorte pro nosso casamento querida. - analisa se aproximando feito raio ignorando totalmente nosso tom.

     Claro, como se nesse mundo a sorte ousasse entrar.

— Não foi isso que combinamos e se você não cumprir sua promessa nosso contrato estará quebrado.

— E o que você fará? — ri de mim, eu nego, mas não respondo. — Os anciãos chegarão amanhã. — conta caminhando até mim e mudando de assunto — Mandarei você para casa de Frederik. — avisa analisando meu semblante, não podia demonstrar felicidade. — Retornará para o clã somente na noite da posse, não quero que corra o risco de morrer sem que seja pelas minhas mãos. — solta enquanto segurava meu queixo.

     Ergo uma sobrancelha e ele gargalha.

— Estou brincando, meu bem. — eu me afasto.

— Certo. — assinto e ele se aproxima, reviro os olhos em tédio quando ele escorrega seu nariz pela minha bochecha.

— Você gostou da criança. — afirma entre os beijos que dava no meu pescoço.

— Não é questão de gostar ou não, é de cumprimento de contrato. — ele solta um sorriso de canto de boca, e então me deixa sozinha no quarto.

     Respirei fundo e fui em direção ao banheiro, um banho, eu precisava de um.
     Eu me lembro de todas as ameaças que ele já me fez em forma de palavras carinhosas, lembro-me do día que ameaçou minha família, das vezes que me enforcou em busca da adrenalina.
     Como ele sempre diz: Luta ou Fuga
     Ele era um panaca e assim que eu conseguisse minha vingança daria o fora daqui, nem que fosse pro mundo dos mortos
     Saio do banheiro pronta para ir ao closet, mas paraliso quando olho para minha cama.

— Michel mandou trazê-la. — Sara toma a palavra e então eu a olho.

— Tudo bem, eu vou só me trocar, já venho. .

     Alicie, que estava sentada com as pernas cruzadas encima da minha cama, sorri.
     Deixo elas no quarto para colocar uma roupa, visto um moletom e uma camisa folgada.
     Ansiosa para estar com elas eu saio do closet rápido, me aproximo devagar e vejo Sara e Alicie se encarando.

— O que está acontecendo?

— Estava tentando me comunicar telepaticamente com ela, mas não consegui. — explica a vampira.

— Não sinto seu colação. — faz bico e eu sorrio.

— Deve ser porque ele não bate mais a quase mil anos. — fala em tom de brincadeira, mas Alicie a encara sem entender.

— Posso tentar? — subo na cama e, ficando de frente pra ela, tiro sua atenção da última frase de Sara.

     Alicie assente depressa e então me encara.
     Analiso seus olhos, o anel que circulava sua íris era um poucos mais escuro e constrastava perfeitamente com sua joia brilhante, eram lindos olhos.

· Obligada · 

     A ouço e me assusto.
     Sara ri da minha reação.

— Conseguiram? — Alicie assente.

— Ela achou bonito meus olhinhos, disse que palecem joias. — repete o que eu havia pensado.

— Foi, foi exatamente isso que eu pensei. — falo espantada — Que doido.

     Fred e eu mantinhamos longas conversas assim, mas isso porque estávamos conectados, mas Alicie...
     Ela simplesmente tinha esse poder, tão pequena e tão talentosa, volto a olhar seus olhos.

· O de você palece a água da picina do meu papai ·

     A ouço em minha mente novamente.

· Seu pai? ·

· Sim, meu papai, ele é glandão e tem o cabelo carinho. · Ele é o melhor pai do mundo, me contava histólinhas pra eu mimir. ·

· E o que aconteceu? ·

· Ele foi passear e me deixou com um homem chamado Milano, ele disse que papai ia me buscar depois, ainda tô espelando ·

    Mexe as mãozinhas enquanto conversa comigo.
     Meu coração estava na mão, como pode?

· E sua mamãe? ·

· Ela morreu, é uma estrela brilhando no céu agola ·

     Olha pra cima.
     Eu estava fascinada.

· Ela foi amaldiçoada e morreu quando nasci. ·

     Conta e eu respiro fundo, maldade atrás de maldade.

· Quem a enfeitiçou? ·

· Um vampilo, papai disse que ele era mal e não gostava da minha família.·

     Eu aliso seu rostinho e sinto sua pele  macia, ela era um anjo que eles estavam corrompendo.

· Ele te falou o nome do híbrido? · 

· Sim, é o home que vai casar com você, ele é do mal, não entegue seu colação a ele. ·

     Eu paraliso.
     Maldito.

— Hope? — Sara chama e eu a olho.

     Vi minhas mãos fechadas em punho, meus dedos brancos, respirei fundo e soltei os nós.

— Você pode pegar o meu chocolate na porta da geladeira? — peço com um sorriso sutil.

— Chocolate? — Alicie me olha sorridente.

     Era esse sorriso que eu queria ver, eu assinto e a vampira se levanta.

— Volto em um instante. — eu concordo e ela se retira.

· Aonde você estava antes de vir pra cá? ·

· Em uma casa cheia de quinhancinhas, eu não gostava de lá, os vampilos não são legais, eles matam pessoas e nos mandam beber o sangue. ·

     Meu nojo por esse tipo aumenta.
     Estendo meus braços para a garotinha que sem pensar duas vezes pula no meu colo.
     Aquele abraço despertou em mim uma coisa poderosa, não sei explicar, mas me fez prometer para ela que eu iria salvá-la.

     Eu olhava pro teto pensando que faltava menos de cinco dias pro grande dia, pra eu finalmente encontrá-lo.
     Ergo minha mão e analiso a unha que havia pintado de preto, pontiaguda e ansiosa para ser interrada dentro do peito daquele filho do demônio.
     Sinto algo se mexer ao meu lado, olho pro lado e vejo duas bolas verdes me encarando.
     Os cabelos de Alicie estavam espalhados pelo meu travesseiro, e seu sorriso cresceu quando eu a saudei.

— Bom dia, pequena. — beijo sua testa e ela fecha seus olhinhos.

— Foi o melhor bom dia que ganhei desde que cheguei aqui. — conta e eu sorrio.

     Depois de muito discutir com Michel consegui fazer com que Alicie ficasse sob minha guarda, mas ainda não obtive sua resposta quanto ao contrato.

— Prometo que terá muitos outros assim. — falo me sentando. — Vamos levantar? Temos que ir pra casa de um amigo. — me lembro que os anciãos chegariam antes do meio dia em seus caixões blindados.

     Os mais antigos vampiros, alguns dos primeiros, os totalmente sensíveis a luz, com exceção ao meu avô e meu bisavô.
     Enfim, a casa era toda projetada para não entrar a luz do sol, ou seja, eles poderiam andar se quissesem enquanto estivessem aqui dentro, apesar de não ser o adequado já que o dia os enfraquecessem, mas da mesma forma teríamos que dar o fora.

— Ele é legal? — questiona e eu assinto.

— Seu nome é Fred e ele é incrível, você irá amá-lo. — prometo e toco seu nariz, ela sorri.

Celto, então eu quelo ir rápido. — fica de joelhos em cima da cama.

— Tudo bem. — me levanto indo até a mala que Samara, a cuidadora dela, trouxera ontem.

     Separei para a criança uma calça preta e uma blusa vinho, até as roupas infantis eram sem vida.
     Dei banho em Alicie e penteei com cuidado seus longos cabelos loiros. Logo fui eu quem foi tomar banho e enquanto isso ela ficou sentada encima da tampa da privada me contando telepaticamente as histórias que seu pai lhe contava.
     Vovó Saly tinha razão, Cristian era um bom pai.
     Eu me visto com a mesma roupa de sempre, estilo monocromático, faço uma mala pequena com roupas que usaria até o dia da posse e entrego para Sara quando ela vem ao quarto avisar que o carro já esperava.
     Preferi não tomar café aqui, quanto mais cedo saísse melhor.
     Desço com Alicie no colo recebendo vários cumprimentos dos vampiros residentes pelo caminho, respondo todos com educação.
     Conhecia alguns, mas não podia chamá-los nem de colegas, não saia muito do quarto quando não estava treinando e eu sabia que não existia bondade nos sorrisos e palavras que destinavam a mim.
     Depois de sairmos da grande mansão entramos no veículo e viajamos mais ou menos uma hora para chegarmos na de Fred.
     As ruas da cidade não eram muito movimentadas, apesar de nem todos os vampiros ficarem off durante o dia, não era comum vê-los perambulando como nós humanos ficamos.
     Por mais doido, medieval e macabro que seja os Obumbratio dormem em caixões, ou dentro de cámaras debaixo da terra, é doido.
     Já visitei o quarto de um deles na mansão de Michel.
     Sinceramente, esse tipo de vampiros não são nada convencionais, Foster é um e estávamos treinando quando ele se descontrolou bem na minha frente e Heron e Fred tiveram que segurá-lo para não me atacar, depois desse dia treinar a noite nunca mais foi a mesma coisa.
     Lembro-me que seus olhos ficaram completamente pretos e suas orelhas ganharam um formato diferente, as presas cresceram em cima e embaixo, foi assustador.
     Eu sabia que as características de todos mudavam conforme a espécie, mas eles eram verdadeiras aberrações.
    Com um suspiro continuo analisando as casas que pareciam abandonadas, podiam fácil, fácil ser o cenário de um filme pós apocalíptico.
     Somente a de Fred era o diferencial da rua e provavelmente de toda Lórion, parecia ouro no barro, assim como ele se destacava entre os moradores desse reino.
     A cor salmão das paredes e o jardim bem cuidado era de encher os olhos, ele nos esperava na entrada e assim que o carro para abro a porta, saio primeiro e depois ajudo Alicie, mas ela se esconde atrás das minhas pernas quando vê Frederik.

— Qual é Al? Ele é muito legal, pode levar você pra voar. — conto e ela coloca a cabeça um pouco pro lado.

Veldade? — pergunta a ele que se aproxima com um sorriso.

— Verdade. — confirma e ela sorri grande. — Eve! — me cumprimenta com um abraço que eu devolvo sem hesitar.

     Eu gostava dos abraços dele e dos de Sara, mesmo que os dela fossem raros, mas eram acolhedores.

— Eve anda entretida sendo mãe. — ela brinca e então se aproxima dele com as malas nas mãos.

     O bom de andar com vampiros é que eles são fortes e nunca reclamam do peso que colocamos sobre eles.
     Vejo os dois juntarem as testas e pressionam com a mão um o peito do outro em cumprimento.

— Vamos entrar. — chama ele quando se afastam. — Ane está ansiosa para rever você Eve. — conta e eu sorrio.

     Pego na mão de Alicie e caminhamos até a grande porta.

— Preparada para ficar hospedada aqui até sexta? — pergunta e vasculho a sala procurando por Ane.

— Poderia ficar aqui pra sempre. — afirmo antes de receber um abraço apertado da moça.

— É muito bom te ver de novo. — confessa e eu sorrio em seu ombro.

— Ah, obrigada por essa demonstração de afeto, comigo não é assim. — reclama Sara irônica e nós rimos.

— E quem é você? — Ane pergunta se abaixando na altura da criança depois de enlaçar Sara também.

— Meu nome é Alicie. — a pequena responde segurando a mão de Anastácia enquanto balança seu corpinho pra frente e pra trás em cima dos pequenos pézinhos. — Você também é humana. — comenta e eu vejo a mulher se afastar um pouco.

— Sim, eu sou, e você o que é? — está abaixada na altura dela.

— Eu sou uma vampira, papai disse que sou uma original. — conta e Ane assente com um sorriso.

— E o que isso quer dizer? — pergunta confusa olhando da garotinha para nós.

— Que eu fui gelada por dois vampilos. — explica.

     Ane ergue as sobrancelhas em compreensão e então se levanta, convidando a criança para assistir desenho em seguida.

— Achei que vampiros não pariam. — digo olhando Sara que colocava as malas ao lado do sofá, Fred ri do comentário.

— Não somos inférteis Hop, também não estamos mortos. — informa ela rindo.

— Ué, como assim? — franzo o cenho caminhando até uma poltrona.

— Eu sou um original por ser filho de dois vampiros, existem os híbridos que é quando um dos pais é humano ou de qualquer outra espécie, mas quando um humano é transformado o que acontece com ele é a mutação do DNA apenas. — explica Fred.

— Impossível. — murmúrio cética. — Não há possibilidade de mudar o DNA de uma pessoa.

— Se fosse impossível alguns de nós não poderia estar aqui hoje. — Sara contradiz.

— Mas como você explica isso pela ciência?

— Hope quando um humano é mordido acontece três coisas, ou ele é sugado, drenado ou é infectado. — Fred se senta também — Quando estamos nos alimentando o veneno fica contido, mas quando mordemos e não há sucção ele tem livre passagem. — explica — Quando a toxina entra em contato com o organismo humano começa o processo.

     Eu me mantinha focada 100%, estava tendo a aula de mutação que eu sempre quis.

— A primeira fase é desativar a consciência, durante toda a transformação a pessoa fica inconsciente. A segunda é quando o veneno começa a mutar as proteínas do sangue, ele absorve as hemacias e multiplica os leucócitos o que faz de um simples mortal um ser forte e poderoso.

     Eu estava quase saltitando naquela cadeira, nas minhas pesquisas em Paradise havia chegado a resultado, na época mal sabia eu que estava próxima da fórmula da imortalidade.

— A terceira parte do processo é o DNA, existem duas fitas nos humanos e em nós também, mas quando transformados o gene herdado é mudado. — diz e eu rio.

     Era doido demais para ser verdade.

— Ele tá falando sério, Hop. — confirma Sara. — Se o humano é transformado por uma vampira o gene que ele herdou da mãe é substituído pelo dela e o mesmo acontece quando o humano é transformado por um vampiro macho. — explica e eu os encaro perplexa.

     Minha nossa senhora, que doideira.

— Já no caso de quem nasce vampiro ambos os genes é vampiresco, mas a criança só se torna um quando chega na idade adulta. — explica Frederik — É quando ocorre o amadurecimento do gene e ele sente a necessidade de sangue pela primeira vez.

— Isso em Lórion não existe, a criança que nasce vampira é induzida a ter os genes despertados mais cedo. — conta Sara e eu franzo o cenho.

     Era de se esperar.

— E a transformação pelo sangue ingerido?

— Essa é mais complicada e arriscada, demora mais também. — responde Sara.

— Acontece que para ser transformado ao ingerir o sangue de um vampiro o transformador tem que deixar apenas dois litros de sangue no corpo do humano, essa parte que é a arriscada pois a pessoa perde a consciência e seus órgãos param de funcionar pela falta dos nutrientes e oxigênio que eram transportados pelo sangue, podendo morrer antes de ingerir sangue suficiente do vampiro.

     Eu assinto lembrando-me de ter estudado sobre a morte por hemorragia.

— E o segundo grande risco desse método é que o transformador pode se descontrolar e drenar todo o sangue. — me sinto arrepiar com essa ideia.

     Por isso Rick é tão gordo, não treina e ainda por cima toma 5 litros de sangue com constância.
     5 litros é muita coisa, não consigo tomar nem 1 de água direito.

— Se o humano morrer, mesmo com o sangue do vampiro no organismo não tem mais volta, pois não somos seres nascidos da morte, somos mutação genética. — fala Sara e eu solto um grito de empolgação.

— EU SABIA!!! — dou um pulo do sofá e começo a dançar no meio da sala.

     A imortalidade era sim possível, era muito possível, porém no meio disso tudo Margot também tinha razão, ligada a imortalidade estava a existência dos vampiros.

     Sim, nós tínhamos razão.

ᴠᴀʟᴇ ᴍᴇᴜ ᴘᴀɪ ᴀᴍᴀᴅᴏ, ᴏ ǫᴜᴇ ᴠᴏᴄês ᴀᴄʜᴀʀᴀᴍ ᴅᴇssᴀ ɪᴅᴇᴏʟᴏɢɪᴀ?
ᴄʀɪᴀᴅᴀ ᴘᴏʀ ᴅᴜᴀs ᴍᴇɴᴛᴇs ᴄʀɪᴀᴛɪᴠᴀs,
ᴇᴜ ᴇ ᴍɪɴʜᴀ ᴀᴍɪɢᴀ. 
ᴏʙʀɪɢᴀᴅᴀ @ᴠᴏᴄêᴍᴇsᴍᴀ. 
😄😘

ᴠᴏᴛᴇᴍ ᴇ ᴄᴏᴍᴇɴᴛᴇᴍ ʜᴜᴍᴀɴᴏs.
ᴠᴀʟᴇᴜ!

ᴍúsɪᴄᴀ ᴅᴏ ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ: sᴏʟᴏ - ᴘʀɪsᴍᴏ 

ᴅɪsᴘᴏɴíᴠᴇʟ ɴᴀ ᴘʟᴀʏʟɪsᴛ ᴅᴏ ʟɪᴠʀᴏ ɴᴏ sᴘᴏᴛɪғʏ, ʟɪɴᴋ ɴᴏ ᴘʀɪᴍᴇɪʀᴏ ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ.

ғɪɴᴀʟᴍᴇɴᴛᴇ ᴀᴘʀᴇsᴇɴᴛᴏ ᴀ ᴠᴏᴄês,
ᴅʀᴀ. ʜᴏᴘᴇ ᴠᴀʟᴇɴᴛᴇ.
(só ǫᴜᴇ ᴄᴏᴍ ᴏ ᴄᴀʙᴇʟᴏ ʙᴇᴍ ᴍᴀɪs ᴄᴜʀᴛᴏ)

ᴇssᴇ é ᴏ ᴄᴏʀᴛᴇ ᴅᴇ ᴄᴀʙᴇʟᴏ ǫᴜᴇ ᴇᴜ ɪᴍᴀɢɪɴᴏ ɴᴇʟᴀ

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