ɴãᴏ ᴅᴇᴠᴇʀɪᴀ ᴛᴇʀ ᴀ ᴅᴇɪxᴀᴅᴏ ᴘᴀʀᴛɪʀ

     Três semanas, três semanas que ela havia ido.
     Todos já sabiam que Hope estava em Lórion, Ramires ficou encarregado de justificar sua falta em Paradise, mas isso faz três semana, três malditas semanas sem informações.
     Ele foi mandado para lá e não poderia voltar até segunda ordem, então estávamos todos sem notícias atualizadas.

"Dra. Hope Valente curti sol nas Maldivas"

     Era o que saia nas manchetes de algumas matérias.
     Preocupação e saudade era um eufemismo pra o que sentia, eu tentava conciliar as horas dos surtos com a empresa, mas estava ficando difícil lidar.
     Jace e eu já havíamos tentado de tudo para nos comunicar com ela, isso seria possível desde que Michel não a tivesse efetiçado impedindo o contato.
     Alguma coisa ele devia ter feito, alguma coisa deve estar acontecendo agora mesmo e eu não tenho sequer uma informação.

P****!!!

     Nos últimos dias Jace vinha se comportando estranho, estava sempre sério, um semblante doente, um dia estávamos reunidos em uma reunião quando de repente ele se curvou com um grito aterrorizante.
     De início achávamos que era brincadeira, mas quando vi o o nariz dele começar a sangrar nos preocupamos.
     Jace, por ser um benzido, tem sua saúde intocável, eu o nunca o vi sentir dores ou sangrar dessa forma, só havia um motivo para aquilo.

Hope.

    Por três dias Jace ficou inconsciente, a preocupação era generalizada, tentamos de todas as formas acordá-lo, mas nenhuma dela foi com sucesso.
     Ele acordou em uma noite fria queimando em febre, pra mais tarde sangrar novamente, temíamos por ele e por Hope.
     Sabíamos que ele sentia tudo que ela sentia, e se a situação estava grave assim ela corria riscos.
     Nos meus momentos de desespero eu tentava me comunicar com ela por meio de sonhos, mas nunca conseguia ter certeza se dava ou não certo, desistir eu não ia, mas juro que pensei em ir a Lórion, apesar de ser suicídio, um contra vários, milhões deles.
     Eu precisava saber como ela estava, eu precisava saber, sentia essa necessidade.
     Não vou mentir, eu temia pelo pior, temia por ela e também por Jace, havia tantos envolvidos naquilo, Alicie, Cristian, Hope e agora Jace, eu não sabia mais o que pensar.
     E era incrível como sua partida estava mexendo comigo, não tivemos quase nada e sinto como se tivéssemos tido tudo, vivido uma vida inteira, décadas.
     O sentimento que queima dentro de mim quando penso nela tende a aumentar e todo dia parece ainda mais intenso.
     Que inferno, eu deveria ter feito diferente, eu devia...
     O problema é que fazia mais de duas horas que eu estava no meu escritório, encarando o contrato, mas não conseguia ler sequer uma frase sem ter que começar de novo por me perder em pensamentos.

— Daio! — ouço Jace abrir a porta com brutalidade, seu rosto era uma mistura de impaciência e preocupação, vejo logo atrás dele o secretário com desespero no olhar.

— Senhor, eu não consegui impedi-lo. — justificou-se

— Tudo bem, pode se retirar.

     Observei Jace fechar a porta, as mãos na cintura, ele olha pra mim com clara preocupação nos olhos.

— Ela vai casar. — conta e sinto todo o meu corpo tensionar, é uma notícia, mas não é nada boa.

     Quando eu pedi por uma notícia não era essa que eu esperava ouvir, nem em mil anos.
     Como assim Hope irá se casar?

— Na terceira noite após a posse. — levanto-me devagar procurando no rosto de Jace algo que desmentisse toda essa falança, mas não encontrei.

     Controlo, com tudo de mim, a minha vontade de explodir.
     Não era possível, não podia ser.
     Se ela se casar, iremos perdê-la, eu irei perdê-la, o nosso amor, a nossa história, além do mais Órion estará destruída.
     Os sanguinários terão passe livre para avançar sobre o mundo e governa-lo, o caos estará implantado.
     Não deveria ter a deixado partir...
     Mas o que eu poderia fazer agora?
     Nada, eu não podia fazer nada, ninguém iria impedi-la, ninguém iria impedi-lo.
     Ainda em pé me apoio na minha mesa, meu coração parece ser um vidro estilhaçado no chão, meu estômago está enjoado e eu sinto vontade vomitar, minha nuca formiga e sinto que posso desmaiar.
     Eu vou perder o amor da minha existência.

INFERNO!!! — pego o jarro de flor e o taco na parede com toda a dor e decepção de dentro de mim.

     Há algusn dias havíamos sido informados sobre a possível morte de Alicie, Michel fez questão de mandar o vestido que ela vestia na noite em que foi sequestrada manchado e um bilhete escrito com o sangue dela.
     Cristian estava virado, quando recebeu o embrulho sumiu por alguns dias e tivemos que prendê-lo com correntes pra impedi-lo de matar mais pessoas.
     Ele estava insano, Alicie era tudo o que lhe havia sobrado e agora não tinha mais nada.
     Não poderia deixar que Michel acabasse com Hope, ele faria com ela o que Leopoldo fez com Aurora, um pouco pior por Hop ser humana, se já não estava fazendo pelo que vi Jace passar.
     Ela estaria condenada se casasse, eu não podia deixar isso acontecer.
     Não podia.

— O que faremos? — pergunta ele angustiado, Jace andava de um lado pro outro. — O que faremos? — repete um pouco mais alto.

— Eu não sei, não sei. — murmuro sentindo meu coração comprimir no peito.

     E olha que ultimamente ele tem trabalhado rápido demais pra um órgão que tem um ritmo mais lento em nós vampiros.
     A agitação de Jace só ajuda a piorar mais meus sentimentos, nunca estivemos em uma situação parecida, nunca.
     Uma coisa que Hope não sabia antes de entrar em Lórion é que quem entra jamais sai de lá vivo.
     Olhando pro chão penso em uma alternativa, Hope tinha família por parte de mãe e apesar de serem distantes o mesmo sangue corria nas veias.
     Eu poderia...

— Amira, ela poderá nos ajudar... — penso alto. — Amira, Jace. — o olho esperançoso — Precisamos ir atrás dela. — me levanto.

— Ela ainda mora em Parcoul, na antiga mansão dos Valentes. — os olhos brilham em esperança e eu pego meu terno.

— Precisamos ir. — digo firme já caminhando para fora do meu escritório.

     Não precisei olhar pra saber que ele vinha atrás de mim.

ᴀí, ᴜɪ, ᴀí, ᴜɪ, sᴏᴄᴏʀʀᴏ. 
ᴛᴇᴍᴇɴᴅᴏ ᴄᴏᴍ ᴇssᴀs
ɪɴғᴏʀᴍᴀçõᴇs,
sᴇʀá ǫᴜᴇ ᴀᴍɪʀᴀ ᴠᴀɪ ᴘᴏᴅᴇʀ ᴀᴊᴜᴅᴀʀ?  ᴛᴏᴍᴀʀᴀ ǫᴜᴇ sɪᴍ.  
ᴄᴏʀʀᴇ ᴅᴀɪᴏ.  

ɴãᴏ ᴇsǫᴜᴇçᴀᴍ ᴅᴀ ᴇsᴛʀᴇʟᴀ ᴇ ᴅᴇ ᴄᴏᴍᴇɴᴛᴀʀ ʜᴜᴍᴀɴᴏs.  
ᴠᴀʟᴇᴜ ɢᴀʟᴇʀᴀ. 

ᴍúsɪᴄᴀ ᴅᴏ ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ: ɪ ᴘᴜᴛ ᴀ sᴘᴇʟʟ ᴏɴ ʏᴏᴜ - ᴀɴɴɪᴇ ʟᴇɴɴᴏx 

ᴅɪsᴘᴏɴíᴠᴇʟ ɴᴀ ᴘʟᴀʏʟɪsᴛ ᴅᴏ ʟɪᴠʀᴏ ɴᴏ sᴘᴏᴛɪғʏ, ʟɪɴᴋ ɴᴏ ᴘʀɪᴍᴇɪʀᴏ ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top