ɪɴғᴇʀɴᴏ

— Dá pra me explicar por que raios não me ligou antes? — Cristian mantém no rosto um olhar sereno.

     Nem parede que cinco homens acabaram de fechar a estrada e atirar contra nós, contra Hope e o homem permanece sóbrio.

— Não te levaria pra uma armadilha. — dá de ombros e eu bufo irritado.

— Sabe que se atingirem ela serei atingido, merda Cristian, como não pensou nisso? — esmurro o volante e ele solta um riso cético.

— Ora, pois, iria eu saber que seria justo aquela rapariga a ajudar-me?  não estava a espera de um bom samaritano. — a voz dele entra alta nos meus ouvidos.

— Merda, que inferno. — grunho nervoso.

     Eu sei que agora Hope também está no fogo cruzado e por todos esses anos tudo o que eu busquei fazer foi deixá-la o mais longe possível.

— Estou a pensar em minha filha, meu coração dói, precisamos achar Alicie. — olho rapidamente para ele e sorrio cético.

— É claro que temos, nós vamos, mas se acontecer algo à ela a culpa será sua. — Cristian me olha, mas permaneço com os meus olhos na estrada, o sangue dentro de mim ferve, eu avisei, muitas e muitas vezes pra que ele não abaixasse a guarda.

— Raios, não estava a esperar um ataque. — soca a perna.

— Estamos sendo constantemente vigiados, eu já te falei isso. — dou de ombros.

     Ele se reecosta no banco e eu sinto cheiro de sangue, o líquido mancha a camiseta lentamente. O cheiro também chama a atenção dele, pois o vejo olhar para baixo e franzir o cenho.

— Como isso aconteceu? — ele arranca a blusa pela cabeça e posso ver que a metade de seu peito, ombro e o braço estão enfaixados.

— Estávamos a ir ao cinema... — faz careta e bate as costas no banco de couro. — Estava de guarda baixa e não percebi que um deles estava dentro do meu carro. — faz careta. — Tentei livrar-me, mas já era tarde.

— Que droga, irmão! — grunho novamente — Estamos em guerra, eles querem a mim, e pra chegar à minha pessoa tragarão os que me cercam, os mais importantes. — minha boca se amarga e ele suspira.

     O vejo se remexer incomodado mais uma vez e vê-lo sentir dor é algo diferente, um tanto esquisito e me perturba.

— Tá ruim? — aponto com a cabeça pro ferimento e ele grunhe.

— Estava pior ontem. — fecha os olhos — Andam a fabricar novas munições, munições pesadas, apenas duas delas quase foram fatais pra mim, Daio. — sua cabeça vira lentamente na minha direção e ele abre os olhos. — Achei mesmo que que iria esticar o pernil.

— Isso é novo vindo de você. — zombo tentando dissipar o sentimento ruim que se espalha dentro de mim, mas ele não sorri.

— Queria estudá-las, mas o médico amigo de Hope levou-as. — franzo as sobrancelhas e o olho rapidamente.

— Médico? — ele sorri.

— Ora, ya, a rapariga arranjou-me um médico. —  dá de ombros. -— Nunca fui tão mimado. — brinca e eu solto um riso curto. — Cuidado Daio, se não tomares uma posição vais a perdê-la. — mortifico meu sorriso e estremeço por inteiro. — Já tens dois pretendentes competindo pelo coração daquela rapariga.

— Não fod...

— Eh... — vira-se pra mim na hora. — Ela não gosta de palavrões.

— Orra, o que mais descobriu sobre ela nessas últimas horas? — Cristian olha pra frente e dá de ombros.

— Que és uma pessoa incrível e inteligente. — ri de algo que parece se lembrar. — Sabias que ela fez a tipagem do meu sangue para fazer-me uma transfusão? — semicerra os olhos — Hope colou os homens de Jace atrás da Alicie. — me olha e eu nao gosto do tom de seu olhar — Daio, ela é o máximo.

     Eu assinto, mas mordo a língua sentindo raiva pelo ciúmes que se espalha pelas minhas células, o gosto de sangue me desperta e agora sinto fome.

— Vigiou meu sono até dormir na poltrona... — seu sorriso se alarga no rosto e eu já imagino o que virá.

— Cristian... — seu nome sai como um alerta da minha garganta, mas ele claramente me ignora.

— Se calhar, vou pedi-la em casamento primeiro que você. — aperto meus olhos em desaprovação por alguns segundos e prendo a respiração.

— Vamos focar em achar Alicie primeiro. — contenho o impulso de mandá-lo a merda e ele gargalha.

— Ciúmes? — provoca, não respondo, mas o ouço rir.

Cretino.

— Não. — nego falso — Apesar de ter visto ela primeiro. — confesso com as sobrancelhas altas, não pude mais conter, me vejo olhar para o retrovisor.

    Hope está encolhida no banco, parece uma criança assustada e oprimida e eu sinto meu coração se apertar dentro do peito, quero abraçá-la.

— Isso daqui não é uma caça, Daio. — ouço meu amigo e volto a atenção para a estrada à minha frente relembrando o quão perigoso é amar alguém. — Nem uma competição.

— Tem razão.

ᴠɪsʜ ᴍᴀʀɪᴀ,
ᴀ ᴘᴀʀᴀᴅᴀ ᴄᴀʀᴅíᴀᴄᴀ ᴠᴇᴍ. 

ᴇsᴘᴇʀᴏ ǫᴜᴇ ᴇsᴛᴇᴊᴀᴍ ɢᴏsᴛᴀɴᴅᴏ,
ᴛᴇɴʜᴏ ʀᴇᴄᴇʙɪᴅᴏs ᴀʟɢᴜɴs ᴄᴏᴍᴇɴᴛáʀɪᴏs ғᴀʟᴀɴᴅᴏ ǫᴜᴇ ᴇsᴛãᴏ ɢᴏsᴛᴀɴᴅᴏ, ғɪᴄᴏ ᴍᴜɪᴛᴏ ғᴇʟɪᴢ ᴄᴏᴍ ɪssᴏ.  

ᴀᴀʜ, ɴãᴏ sᴇ ᴇsǫᴜᴇçᴀᴍ ᴅᴇ ᴠᴏᴛᴀʀ ᴇ ᴄᴏᴍᴇɴᴛᴀʀ ɢᴀʟᴇʀᴀ. 

ᴠᴀʟᴇᴜᴜᴜ ᴍᴏʀᴛᴀɪs.

ᴍúsɪᴄᴀ ᴅᴏ ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ: ɴᴏᴛʜɪɴɢ ʙʀᴇᴀᴋs ʟɪᴋᴇ ᴀ ʜᴇᴀʀᴛ - ᴍᴀʀᴋ ʀᴏɴsᴏɴ & ᴍɪʟᴇʏ ᴄʏʀᴜs 

ᴅɪsᴘᴏɴíᴠᴇʟ ɴᴀ ᴘʟᴀʏʟɪsᴛ ᴅᴏ ʟɪᴠʀᴏ ɴᴏ sᴘᴏᴛɪғʏ, ʟɪɴᴋ ɴᴏ ᴘʀɪᴍᴇɪʀᴏ ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ.


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