ᴘʀᴇғᴇʀɪᴀ ᴍᴏʀʀᴇʀ
Eu conseguia ouvir o barulhão que vinha de lá de dentro, Jace me impediu de entrar, disse que poderíamos por tudo em risco.
Tudo bem, eu poderia mesmo por tudo em risco, mas se ao menos eu conseguisse salvar Hope?
— Por que Ramires não intervém? — com passos aflitos eu caminho em círculos enquanto Jace parece sossegado demais pro meu gosto.
Coço minha testa e olho em direção ao prédio me calando, eu não precisei de escuta para conseguir ouvir o diálogo e merda, por que ele tinha que falar sobre Aurora?
Droga, eu sei o porquê.
Meu estômago está tão enjoado que sinto que posso por pra fora tudo o que comi, é como se desse nós.
— Que droga. — chuto o ar antes de me aproximar do meu carro e me encostar nele com os braços cruzados.
— Relaxa aí grandão, estamos conectados, Hope está bem. — seu tom é irônico e apesar de não olhar para mim sei que teve a intenção de me provocar.
Não sei porque tanta tranquilidade já que seu nome também foi um dos que Michel citou.
— É só com isso que você está preocupado? — viro-me para ele, não é possível. — Você está ouvindo o que aquele louco está tentando colocar na cabeça dela?
— Você tem algo a esconder? — se volta para mim. — Quem não deve, não teme.
Os olhos serenos de Jace me estudam, tento que segurar a saliva na boca para não engolir em seco. Sim, eu tenho muito a esconder. Eu escondi muito.
— Quando eu puder explicarei o que eu sei, não há porquê ela não acreditar em mim. — volta a encarar o prédio, os braços cruzados. — Existem motivos pra você estar tão temeroso?
A saliva que eu segurava desce quadrada pela minha garganta, eu quero mesmo entrar lá e tirá-la o mais rápido que eu posso.
Hope não pode descobrir assim as coisas.
Estou tão ansioso que não consigo ficar parado, sinto todos os pelos dos meus braços eriçados, temos muitos problemas.
— Ela está saindo. — paro meus passos e olho pra Jace que abre a porta de seu carro e entra sem esperar, seus seguranças faz o mesmo.
Olho uma última vez em direção ao prédio e ouço uma terceira voz e então aplausos.
Apresso meus passos para entrar no meu carro também e bato minha cabeça contra o estofado uma série de vezes.
O que que eu vou fazer?
"— Pra onde agora? " — ouço Ramires
— Ela vai pra Eastbit. — ouço a voz de Jace no fone antes mesmo que pudessemos ouvir Hope responder, dessa vez ele soa nervoso mesmo que sua expressão facial não demonstre isso.
Com um suspiro fundo dou partida no meu carro.
Era tudo o que eu precisava, Hope em uma boate, bêbada e confusa.
Dou partida no carro e sigo o de Jace enquanto penso nas mil formas de contar pra Hope a verdade sobre...tudo.
"— Casa-se comigo." em um impulso de raiva ao relembrar a voz enjoativa do homem soco o volante trincando o maxilar.
Eu não posso me imaginar perdendo. Hope, não depois de tudo.
Apesar de estar na cidade a pouco tempo eu a conheço bem, talvez essa seja uma das vantagens de ser inteligente e ter uma memória boa em decorar mapas.
Estaciono meu carro a alguns metros da entrada, a boate está lotada e dei sorte de pegar a última vaga da rua.
Desligo o carro e encosto minha cabeça no descanso do banco, meus olhos segue o carro de Ramires, observo toda a movimentação e para meu total descontentamento eles parecem um casal.
Agitado pego meu celular afim de conter o impulso de segui-los, o planejado era ficar aqui e só entrar caso algo urgente acontecesse.
Pra falar a verdade nunca quis tanto que algo desse errado, dessa forma eu poderia ir ate ela e trazê-la pra perto de mim.
Como estão as coisas por aí?
Ela já saiu do restaurante. - respondo a pergunta que Cristian faz assim que atende o telefone.
E porque está com a voz tensa desse jeito?
Aurora ainda está viva?
Seu silêncio me faz ficar tenso, não é possível.
Por que essa pergunta de repente?
Você sabe algo sobre isso?
Não, Autora não havia morrido há 25 anos?
Michel disse a Hope que ela está viva e ainda teve a afirmação daquele traidor.
Qual deles?
Apesar de dirigir até aqui não pretendo entrar, ela disse que quer beber e sei que existe a grande probabilidade dela fazer algo impensado nessa festa e eu não quero ver isso.
Não posso estar lá para vê-la dançar ou beijar outra pessoa, só de imaginar isso meu sangue borbulha nas minhas veias.
Em meio a tantos pensamentos ouço a voz de Jace no comunicador.
'Daio, preciso que ache Hope e a tire daqui'
Falou e ouvi um grande estrondo vindo do comunicador, pus-me em alerta, saindo do carro e o travando em seguida.
'Eles estão aqui e quase fomos flagrados, aaah...'
Seu grito só me fez começar a correr entre os carros.
'Estou indo!'
Não demoro a chegar na entrada, não havia mais fila, mas alguns jovens dançavam ao lado de fora mesmo, outros estavam fazendo o que chamam de beijo, e o resto ou fumavam, ou estavam caídos no chão já desacordados.
Com pressa passei direto pelos guardas que não cogitaram me barrar, nao sei se foi pela minha visivel pressa e preocupação ou se foi pela minha velocidade.
Já no meio da muvuca comecei a buscar pela loira dona dos meus pensamentos, sentia o perigo na pele.
Tentei mais uma vez me conectar a ela e apesar de ter sido bem fraco consegui, segui o seu cheiro entre as pessoas, eu não me preocupei em pedir licença ou me desculpar por empurrà-las, apenas seguia em frente, a encontrei dançando sozinha quase no centro da pista,
Hope estava de costas para mim e pra não levantar suspeitas abracei sua cintura por trás.
— Mas que... — ela parecia irritada quando se virou para mim, mas então seu rosto tornou-se confuso ao me reconhecer — O que você está fazendo aqui? — eu a puxo para perto quando sinto meu peito bater rápido dento do peito.
Ela é minha.
— Apenas continue dançando, preciso arranjar um jeito de te tirar daqui e depois te explico.
Hope olha ao redor antes de perguntar por Jace, enquanto eu continuo fitando sua face buscando na mente uma forma de tirar ela daqui com segurança.
A esse ponto o lugar deve estar se enchendo deles.
Eu consigo senti-los.
— Está com Ramires. — tão proximo a ela eu consigo sentir seus sentir a confusão dos seus pensamentos e sentimentos. -— Estão tentando distrair a atenção dos homens de Platon. — eu não precisava olhar nos olhos dela pra saber seus questionamentos, mas quando o fiz sentir meu estômago retorcer. — Precisamos ir. — digo urgente.
Talvez eu possa lidar com meu erro, mas antes disso preciso nos tirar daqui.
Pego na mão da mulher e sinto uma vibe tão pesada que meu coração se angustia, será que vou ser capaz de lidar com isso? Como ela vai reagir?
Estamos novamente cortando o mar de gente, me sinto urgente. Meus sentidos estão todos aguçados e sem dificuldade nenhuma começo a identificar quais são as posições dos jovens de Michel pelo salão.
Por que os seguiram?
— Aí! — Hope chama minha atenção com seu murmúrio dolorido.
Para evitar um possível escândalo, porque o homem com quem ela trombou estava bêbado, eu me desculpo com o homem aproveitando para cobrir Hope com meu corpo.
— Eles já estão aqui. — murmuro procurando por saídas alternativas.
— Eles quem? — a curiosidade no tom dela me fez abrir um pequeno sorriso ladino, mas ele logo sumiu quando um arrepio subiu pelas minhas costas. — Tá legal, eu quero saber agora o que está rolando.
Eles estão se aproximando cada vez mais, eu estou começando a ficar irritado com isso e além disso preciso raciocinar como responder a pergunta que ela me faz.
— Quando eu te pedi ajuda... — engulo em seco pesaroso, eu posso colocar tudo a perder. — Deixei de fora algumas coisas que você deveria saber antes de entrar nisso.
Vejo quando os olhos de Hope tilintam em hesitação, sei que ela está perturbada com as coisas que Michel falou, mas eu posso explicar.
— Eu vou te contar tudo, Hope. — não posso perdê-la, só de pensar nisso sinto meu coração se contrair e meu estômago embrulhar. — Eu prometo, mas antes preciso te tirar daqui com segurança. - em toda minha existencia eu nunca quis tanto algo quanto quero que tudo entre mim e ela fique bem — Hope, eu prometo que não deixarei de fora uma só palavra. — sinto o medo em seus olhos e sua respiração ofegante que me faz querer arriscar tudo.
— Eu quero confiar em você. — sei que lhe custa dizer isso, mas é tudo que eu preciso ouvir.
É o que me traria esperança, beijo sua testa inspirando o cheiro bom de sua pele, de seu sangue, de seu ser.
Eu não posso perdê-la.
Estou com medo, sei o que tenho que fazer, mas sei que com isso vou colocar muito a perder. Deveria ter feito o que Jace falou e ter contado a ela sobre nós desde o início, sim, eu deveria.
Contudo, não tenho muito o que fazer agora, precisamos sair daqui com urgência.
O que estou prestes a fazer é arriscado, eles podem reconhecer minha essência mesmo transfigurado, mas preciso tentar.
Sob os olhos da mulher eu me agacho, ela me questiona quando escolho uma canela para agarrar, mas não tenho tempo para pensar muito.
Toda a transformação não dura mais que dois minutos e logo estou me levantando.
— Daio? — ela parece assustada, não lhe tiro a razão - Mas o que diabos...
— Não tenho tempo pra explicar agora. — ajeito a roupa que me incomoda, o problema é, errei a canela. — Mas que... — de todas as transfigurações que eu já fiz nunca, nunca mesmo, me torne uma mulher.
Ao mesmo tempo que eu, Hope olha para o lado, para a mulher que acompanha o homem em que ela trombou e em quem eu deveria ter me transformado.
Por um segundo quase pude ouvir o riso de Hope, mas esse logo sumiu quando voltei a olhá-la.
— Hope, precisamos ir. — eu não sei se vou conseguir andar normalmente com esse salto desnecessário e isso, colaborando com tudo dessa noite, me deixa ainda mais nervoso. — Me chame de Amanda. — mais uma vez pareço ouvir seu riso e por um lado toda essa situação conseguiu destruí-la — Provavelmente vamos passar por eles e eu não posso ser reconhecido.
Me esforço para não pensar demais e conter a minha essência, estamos passando por eles e sei que alguns tem dons especiais e podem me descobrir.
Se isso acontecer estaremos em maus lençóis. Sinto quando Hope fica tensa, seus dedos apertam os meus e segundos depois ela me para.
Sem entender nada a obedeço, iria questionar o motivo daquilo visto que estamos quase cercados.
Meu coração para por um segundo e volta a bater feito louco quando ela se aproxima perigosamente.
— Isso não vai funcionar. — seu sussurro soa claro demais em meu ouvido, quer dizer, sua boca está em meu ouvido — Estamos dando na cara que estamos fugindo. — me afasto.
O que ela quer dizer com isso? O que devemos fazer então?
Esse vestido!
Desesperado o puxo de volta para cima quando o puxão que dei na barra quase revelou demais o corpo que não é meu.
Hope parece se divertir, e decido seguir o que ela está pensando em fazer.
— Tudo bem, se você quiser ficar mais um pouco, eu espero. — falo alto entrando no personagem, eles estão próximos o suficiente para ouvir.
Principalmente porque estão de olho em Hope.
— Podemos pegar mais uma bebida?
— Se eu beber mais alguma coisa faço xixi nas calças, eu realmente preciso ir ao banheiro. — encolho o corpo colocando as mãos sobre o pé da barriga e cruzando as pernas.
— Não fazemos isso. — recebo dela uma careta e com um murmúrio envergonhado volto a postura anterior.
— Mas eu realmente não posso ver líquido. — reafirmo apontando pra ela que somente ri, mas me assusto quando Hope grita.
— Minha música preferida, vamos dançar só mais essa. — ela está animada e concluo, Hope é uma boa atriz.
Hope segura minha mão e a usa para me girar, eu não consigo acreditar que estou passando por isso, mas nãorecuso. Se Cristian estivesse aqui eu estaria ferrado.
— Anime-se, Amanda. — ela me abraça e instantaneamente meu corpo tensifica, minhas mãos sobem pra sua cintura e eu aperto ali levemente fazendo-a me olhar. — O que você está fazendo? — se afasta para me olhar nos olhos.
Eu não sei dizer tudo o que eu sinto, mas eu sinto muito, muito de muitos sentimentos e um deles eu nunca achei que fosse sentir por alguém. É realmente genuíno e forte.
Olhando nos olhos dela eu também sinto muito, sinto muito por não ter contando antes.
Ela não parece querer se afastar, e sinto quando nossos corpos começam a esquentar, hoje somos o fogo e a lenha e isso me assusta.
— Por que está me olhando assim? — ela está com um sorriso no rosto, está realmente me assustando — Hope? — a chamo quase ofegante.
Não é como se fosse nosso primeiro beijo, mas essa postura dela está me surpreendendo.
— Hoje em dia mulheres se beijam, não é? — e então ela está perto, perto demais.
Hope tinha os olhos nos meus, e então nos meus lábios, mas então franze o cenho e olha pra baixo.
— D-do que você está falando? — é o tempo que eu tenho pra tentar formular algo, mas me sinto embriagado por ela.
Hope tem a atenção no meu rosto novamente, e seu dedo que passeia pela minha mandíbula me tira o ar.
De repente me sinto patético, eu acabei de gaguejar?
Deixo que Hope me beije e o topor que eu sinto é quase tão forte quanto quando me alimentei pela primeira vez.
Quando a energia do seu toque percorre por todo meu corpo eu reajo, agarro sua cintura e a puxo ainda mais para mim, minha outra mão segura os cabelos da sua nuca e eu os puxo levemente nos separando por tempo suficiente para eu confirmar o desejo em seus olhos também.
Hope segura meus ombros quando voltamos a nos beijar, a dinâmica com o novo corpo é estranha, mas é Hope quem eu estou beijando e isso basta para ser perfeito.
Eu me pergunto por que raios eu demorei tanto para procurá-la.
— Tudo bem... — arfa após separar nossos rostos com um sorriso lindo em seus lábios. — Temos que ir. — sinto seu hálito bater contra meu rosto, ela bebeu algo forte.
Sem me controlar a beijo mais uma vez e então concordo, temos que ir.
De mãos dadas voltamos a andar em direção a saída.
Falar uma coisa, quem ficou de plateia teve vontade de ser um de nós dois.
Passamos por mais homens de Michel, sei que ele nos olham, mas tenho quase certeza que não é porque eles me descobrem.
É quase palpável o alivio que eu sinto quando conseguimos sair, o jeito agora é encontrarmos como ir embora daqui o mais rápido possível.
Guio Hope até uma parte escura da fachada da boate, encosto ela na parede e sem lhe dar tempo a beijo novamente, é certo que aqui fora também tem homens daquele bastardo, mas não vou negar que a ideia de beijá-la era boa.
— Desculpa Hope. — sob a luz da lua Hope se torna ainda mais bonita, minha deusa da noite. — Eles estão bem ali. — aponto com um leve acenar de cabeça. — Vou chamar um Uber, não posso arriscar usar meu carro, eles vão desconfiar.
Toco meus bolsos, mas não tenho mais bolsos. Contudo meu celular permanece no mesmo lugar, na parte detrás do meu corpo, onde era meu bolso e agora só uma calcinha.
Me esforço para pegar o aparelho sem tocar demais no corpo da mulher, não quero parecer um pervertido.
Enquanto faço o pedido do carro sinto os olhos da mulher sobre mim e foram poucas as vezes que me senti nervoso como estou.
— Eu não quero ficar brava com você. — ela fala ao mesmo tempo que acaricia meu rosto.
Juro que senti meu coração se apertar, juro que minhas estruturas se abalaram, juro que estou perdidamente apaixonado e por essa mulher eu juro fazer de tudo.
— Então tente me ouvir, eu lhe contarei tudo, só promete me ouvir primeiro, por favor... - eu imploro.
Hope analisa meu rosto e após alguns segundos concorda, me aproximo e lhe dou o nosso terceiro beijo da noite.
Percebi que Hope sentia frio pelo corpo encolhido que ela me usava para se esconder do vento frio da noite.
— Está com frio? — ela não precisava dizer muito realmente, eu conseguia ver as reações do seu corpo. — Não é muito, mas ajuda. — coloco minhas mãos sobre ela, para quem acabou de se transformar, esquentá-la não era nada.
— Esse é mais um dos seus dons? — ela me pega de surpresa, olho pra ela sem saber como responder.
Hope, percebendo meu silêncio, franze o cenho.
— Pera, é realmente mais um dos seus dons? — engulo em seco pensando em como poderei contar a ela tudo sobre mim.
Como eu pude achar que esconder tudo isso seria uma boa ideia?
— O Uber já deve estar chegando. — pigarreio, mas ao olhar ao rosto dela novamente percebo que ao fazer isso acabo de arrumar mais um problema. — Eu realmente vou te contar tudo depois, agora é arriscado. — prometo respirando fundo.
Não quero persuadi-la, mas quero ser cuidadoso. Não sei por onde começar, talvez ir tão rápido a assuste e a afaste de mim, o que com certeza eu não vou suportar.
Hope esta em completo silêncio, apesar de não ter me rejeitado ou afastado. Isso me incomoda porque consigo ver que ela está pensante e eu sei, sei que quanto mais pensamos sobre algo, mais coisas loucas deduzimos e por mais que tudo isso seja realmente louco, pensar demais não vai fazer bem.
— Teremos problemas com Jace. — murmuro chamando a atenção dela —Na verdade, eu terei problemas com ele.
Para meu total alívio Hope se mostra interessada.
— Por que? — esse assunto não é dos meus preferidos, mas pra tirar Hope da zona de guerra de seus pensamentos eu enfrento.
Sorrio quando sinto seus dedos acariciarem minha nuca, a mulher carinhosa dos últimos dias. Eu estava com saudades.
— Acabo de ultrapassar um limite que ele estabeleceu pra nossa convivência. — Hope sorri e eu me perco na beleza de seu rosto.
Ergo meus dedos para colocar a mecha, que me atrapalha ser olhado por ela, atrás de sua orelha.
— Por que ele estabeleceria limites? — suspiro, não é algo fácil de responder, até porque não é algo de curta data.
— Isso eu vou explicar mais tarde também. — Hope não parece feliz com a resposta, seus olhos correm de mim e eu ostrago de volta puxando seu queixo na minha direção. — Mas eu não ligo, eu queria isso desde a primeira vez que coloquei meus olhos em você. — os dois braços de Hope cercam meu pescoço e ela sorri.
— Eu protejo você senhorita. — zomba com a minha aparência e eu não consigo não desmanchar o sorriso que ela sustenta com um beijo.
— É ele, vamos. — chamo Hope após conferir o app do Uber.
— Espera. — meu corpo gela quando mentalizo o que Hope quer fazer. —Confia em mim, vem! — pede após eu sussurrar seu nome em alarme.
Sinto meu corpo inteiro tenso, quando percebo que nao tem volta e que ela vai realmente na direção deles decido entrar no personagem.
— Oi, podem me fazer um favor? — olho pra eles com meu melhor sorriso — Eu vim com o Ramires, sei que vocês o conhecem. — finjo me destrair com o casal que passa por nós e depois começo a encarar a lua — Aquele sem noção me deixou sozinha na pista de dança pra fazer sei lá o que... Por isso digam a ele que cansei de esperar e que encontrei outra presa pra essa noite. — olho a tempo de ve-los me fitar de novo — Ele vai entender. — concordo com o que ela fala sentindo vontade de rir e surtar ao mesmo tempo com a ousadia de Hope. — Ah, e fala também que se ele me ligar hoje, eu arranco os olhos dele.
Pra minha surpresa eles não expressão nenhuma reação violenta, pelo contrário, concordam.
— Tudo bem, nós entregaremos o recado senhorita... — fala Marcelo.
— Hope Valente. — cumprimenta com um aperto de mão — Você ainda vai ouvir muito sobre mim.
Eu me seguro com tudo de mim para não rir da cara daqueles dois fantoches, Hope é mesmo apocalíptica.
— Creio que sim. — é minha vontade de sorrir some no exato momento em que um sorriso malicioso surge nos cantos da boca daquele ordinário.
— Boa noite, cavalheiros. Vamos amorzinho. — Hope me puxa pela mão, mas tudo o que eu penso são nas mil formas de tirar aquele sorriso idiota da cara daquele babaca.
— Quem são eles? E quem é Ramires? — finjo embriaguez ao fazer as perguntas — Você é casada? — e rio quando Hope ri.
— Não Amanda, não sou.
A intenção era claramente que fossemos ouvidos, foi somente quando entramos no carro que os ombros de Hope baixaram e sua pose de confiança evaporou. Embalei ela em meus braços e beijei sua cabeça voltando a minha forma normal.
ᴍᴀɪs ᴜᴍ ʟᴏɴɢ ᴄʜᴀᴘᴛᴇʀ ᴅᴏ ɴᴏssᴏ ᴄᴇᴏ. ᴏ ǫᴜᴇ ᴀᴄʜᴀʀᴀᴍ ᴅᴀ ᴠᴇʀsãᴏ ᴅᴇʟᴇ?
ᴏ ǫᴜᴇ ᴀᴄʜᴀᴍ ᴅᴇssᴇ ᴄᴀsᴀʟ
(ᴘᴏᴅᴇᴍᴏs ᴄʜᴀᴍᴀʀ ᴀssɪᴍ ᴊá)?
ɴãᴏ ᴇsǫᴜᴇçᴀᴍ ᴅᴇ ᴠᴏᴛᴀʀ ᴇ ᴄᴏᴍᴇɴᴛᴀʀ ʜᴜᴍᴀɴᴏs.
ᴠᴀʟᴇᴜᴜᴜ!
ᴍúsɪᴄᴀ ᴅᴏ ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ: ᴄʀᴀᴢʏ - ᴄʜᴀʀʟs ʙᴀʀᴋʟᴇʏ
ᴅɪsᴘᴏɴíᴠᴇʟ ɴᴀ ᴘʟᴀʏʟɪsᴛ ᴅᴏ ʟɪᴠʀᴏ ɴᴏ sᴘᴏᴛɪғʏ, ʟɪɴᴋ ɴᴏ ᴘʀɪᴍᴇɪʀᴏ ᴄᴀᴘíᴛᴜʟᴏ.
ʟᴏᴏᴋ ᴄᴀsᴜᴀʟ ᴅᴏ ɴᴏssᴏ ᴄʜᴇғᴇ.
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