Youth Training Camp
Era estranho que eu não participei do treinamento nacional da juventude feminino, mas recebi um convite - junto de Dan -, para fazer uma visita ao masculino sediado na cidade nas em meados de dezembro.
O técnico Zayasu não estava mentindo quando me disse que daria todo o suporte necessário. Estive na própria Nittaidai algumas vezes depois do nosso amistoso, a primeira para entender a parte burocrática de ingressar com uma bolsa esportiva e as demais para observar o treino ou conhecer pessoas. Além da minha reputação em quadra, o meu novo mentor estava me ajudando a criar uma rede de networking com contatos relevantes.
— Céus, Dan, você parece mais nervoso do que eu — comentei quando saímos do metrô.
Meu irmão respirou fundo — Existe a possibilidade de perguntarem sobre os meus métodos de treino da Fukurodani.
— E o que tem de extraordinário nisso? É só falar que trabalha com uma filosofia de quase morte e está tudo bem.
— Ha! Muito engraçado — ele fez uma careta — só não quero ter treinadores julgando as minhas escolhas, sabe como essas pessoas têm uma cultura de tradições?
Bati meu ombro com o dele — Se alguém falar algo pode rebater com resultados. Tem algumas das jogadoras nas listas de melhores do país, o reconhecimento do técnico Zayasu, uma campanha invicta. Por que você precisa da aprovação de outras pessoas para provar que você é bom?
Daniel parou de andar — Em anos, acho que foi a coisa mais legal que você falou para mim.
— Disse que se aceitasse treinar o meu time ia marcar seu nome, só estou reafirmando que estamos, de fato, escrevendo uma história — respondi dando de ombros. — Só não sabemos o fim dela ainda, mas estou bem confiante que vai ser um final feliz.
— Olha só para você, nem parece que ficava toda depressiva antes de torneios. — Dan colocou nas minhas costas me empurrando. Enquanto seguimos andando para o centro de treinamento nacional Ajinomoto, o técnico Zayasu estava na frente para nos receber e mesmo do lado de fora conhecendo as instalações conseguia ouvir a movimentação do lado de dentro.
Ela conheceu alguns dos outros assistentes técnicos e também as salas e aposentos onde os jogadores ficavam, era tudo tão tecnológico que trazia uma mistura de sentimentos. Primeiro pesar, por não poder ter vivido o momento que devia ali dentro, com as melhores do país, mas também trouxe ambição de pisar ali com os próprios pés mais para frente.
Desde que Washio perguntou se ela tinha a intenção de seguir jogando, colocou mais pensamentos no assunto. [Nome] tinha um objetivo, mas depois dele, seria o suficiente? Ela não queria mais? Por que ela se esforçava tanto e achava que não ia render frutos além do colegial? Era uma visão muito estreita do planejamento de vida. Coisa que Zayasu-san tirou da sua frente e a fez abrir os horizontes.
— Agora que vimos tudo, que tal olhar o treino? — perguntou o mais velho. — Tenho certeza que vocês vão reconhecer alguns rostos.
Certamente eu não duvidava, os alunos estavam no final dos sets, então conseguimos ver algumas jogadas antes da pausa. Os dois técnicos que estavam acompanhando o treino nos cumprimentaram e em seguida engataram numa conversa com Dan enquanto o meu interesse estava na quadra.
Komori e Sakusa da Itachiyama saltaram primeiro nos meus olhos, não tinha como, afinal como já tinha dito para Iizuna algumas vezes o uniforme amarelo deles chamava atenção entre cores sóbrias. Depois disso Kageyama, o pupilo da italiana, levantador da Karasuno, não era de se impressionar que ele estava ali, afinal os corvos de Miyagi ganharam da Shiratorizawa na etapa de província conquistando a vaga para o nacional. Ainda tinha guardada a mensagem de Hinata avisando com muitos pontos de exclamação dando a notícia e depois disso parabenizando a Fukurodani por ter passado na etapa de Tóquio.
Havia um garoto da Shinzen, Chigaya se não me engano, um meio de rede do primeiro ano canhoto que era um tanto quanto promissor. Reconheci mais dois rostos, entre eles Atsumu Miya, sabia dele mais por ter interesse nas partidas da Itachiyama, Inarizaki enfrentou eles na final da etapa nacional do Intercolegial. O último era Korai Hoshiumi, da Kamomedai, o único time colegial a ter um técnico completamente estrangeiro, Dan é um mestiço, então está fora da equação.
O apito do último jogo soou e nisso os jogadores pararam para descansar, nesse momento, depois de uma permissão silenciosa dos treinadores, entrei na quadra.
— Pode avisar para o capitão de vocês que continuo ganhando — disse para Sakusa e Komori.
— [Nome]-san! — o líbero me cumprimentou.
O primo dele fez o mesmo, mas veio logo com uma pergunta — O que está fazendo aqui, [Nome]-senpai?
— Recebi um convite do técnico Zayasu — acenei para Kageyama e o menino da Shinzen que também se aproximou, coloquei a mão no seu ombro batendo de leve. — Parabéns pela vaga, Shoyou me avisou depois do jogo, estou animada para ver o quanto vocês mudaram.
— Vocês se conhecem? — o Ace do segundo ano perguntou apoiando para nós.
Balancei a cabeça — Sim, o Colégio Karasuno participou de uma temporada no grupo de treinamento da Fukurodani. Também conheço Chigaya-kun.
— Sim! É um prazer a encontrar novamente — ele se curvou. — Parabéns pela vaga em Tóquio.
— Ouvi dizer que não perderam um único set — Kageyama comentou.
Komori então tomou a fala — Sim, é verdade, acompanhamos por jogarmos na mesma região, foram incríveis os jogos. Também teve as matérias e as fotos que saíram na revista mensal.
— Falando assim, Komori-kun até parece um fã.
Essa era uma voz nova, mas um rosto conhecido — Atsumu Miya.
O garoto se curvou na minha frente me cumprimentando e eu respondi da mesma forma. Ao contrário do esperado, a defesa sobre o líbero da Itachiyama ser meu fã, veio do primo dele.
— É tolice não admirar as habilidades de [Nome]-senpai, foi uma campanha perfeita em aproveitamento e é time residente favorito do lado feminino. — Sakusa respondeu. Sorri, eu soube por Iizuna que o time masculino deles tinham uma pontinha de torcida por nós, mas o ace acabou por confirmar isso.
— Sem falar que se veio com o técnico Zayasu, é porque vai para a Nittaidai certo? — Komori completou.
— Se tudo der certo — respondi sem negar ou confirmar. — Pode vir assistir às minhas partidas no nacional Miya, assim pode decidir se vai entrar no nosso fã-clube ou não.
— Vou fazer isso — respondeu o levantador, mantendo também um sorriso no rosto, apesar do seu tom ser de desafio.
Nesse momento saiu detrás dele Hoshiumi, ele cruzou os braços e me olhou dos pés a cabeça. — Ouvi falar do time invicto, mas até onde sei não foi chamada uma vez para o treinamento nacional, apesar de estar cotada nas melhores do país.
Aqueles que sabiam a história pararam, Komori tentou dar um passo, mas impedi. — Você também não está na lista dos cinco melhores aces do país, mas está aqui, não é? Olhar só um lado ou outro é estreitar demais seu conhecimento. Tive circunstâncias, mas estar aqui agora deve significar algo.
— Isso foi rude — Sakusa disse para Hoshiumi, ele deu de ombros respondendo ser apenas curiosidade.
Dei risada — Venham assistir a um jogo, se quiserem ver uma partida realmente boa. Geralmente eu estaria na quadra junto com vocês, mas dessa vez preciso me comportar. Vou ficar acompanhando da lateral.
— [Nome]-san pode ficar de olho na minha forma quando estiver no ataque? — Kageyama pediu.
— Claro — afirmei.
O treino seguiu com normalidade, aqueles que interagiram comigo tinham mais a minha atenção, sabia que todos eles eram bons, mas analisar em uma partida completa era diferente. Além de que os técnicos também apontavam vícios de movimento e davam instruções em voz alta que mudavam toda a dinâmica de jogo.
Estar na quadra era um deleite, mas ver da lateral, sem ser uma jogadora ou torcedora, era fascinante.
Fomos convidados para almoçar com eles, eu fiquei com os jogadores numa mesa trocando palavras sobre o treino e também comentários sobre os jogos. Até que chegou o momento de partir. Deixei algumas palavras com Sakusa e Komori, para Iizuna e também a gerente deles, namorada do ace do segundo ano, e também pedi para Kageyama levar meus cumprimentos para a Karasuno.
— Bom resto de treino para vocês — acenei e coloquei as mãos no bolso do casaco. — Nos encontramos no nacional de primavera.
N/A: Primeira atualização do ano para começar bem. Feliz, 2025!
Obrigada por ler até aqui.
Até mais, Xx!!
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