Preparações
— Que ódio! Porque temos que passar por essa tortura de novo!
Keiko estava no chão em posição de prancha enquanto Amano estava com um cronômetro ao seu lado.
— Temos que enviar as informações atualizadas para o edital dos jogadores — Dan respondeu — Sabe, eu até queria mandar os dados do último circuito, mas as regras clamam para que sejam informações atualizadas. Eu não posso ir contra as regras, posso?
O sorriso distorcido na cara de Daniel não escondia o prazer que ele tinha em fazer essas medições as mais tortuosas possíveis. Ele estava adorando coletar aqueles dados novamente.
Os testes variam, entre testes físicos e de habilidades, se é que podemos chamar disso, altura de salto, a capacidade de saltar verticalmente. Velocidade, onde corremos o mais rápido numa reta de 50 metros, força de abdômen, que é o que Keiko está fazendo agora. Nossos testes técnicos já haviam sido enviados, uma vez que precisam de números gráficos e imagens de comprovação.
— Eu não aguento mais! — Kei gritou.
— Aguenta sim — Sora rebateu —, fecha a boca e para de reclamar.
— Keiko-senpai não desista, está quase batendo seu recorde pessoal — Amano anunciou como forma de incentivo.
— Ah, eu estou tão feliz de estar aqui presenciando esse momento, são umas imagens e tanto para meu acervo da Fukurodani — um clique de câmera ecoou. Makoto estava ao meu lado olhando para o treino através das lentes.
Ao fim dele também devíamos tirar fotos, tanto individuais quanto em grupo, motivo pelo qual estávamos uniformizadas mesmo no ginásio.
— Devia pedir um certificado para o diretor de maior apoiador da Fukurodani, nunca vi um aluno voltar tanto para a escola que se formou igual você. — Esfreguei os braços ainda sentindo as dores do meu exercício de prancha.
— Sabe que na maior parte do tempo estou trabalhando certo? — ele virou a lente na minha direção. Fiz uma careta e tampei a lente quando ele começou a dar zoom. — De qualquer forma, as pessoas querem saber mais sobre a Academia Fukurodani, funciona para todos os lados. Prefiro estar aqui do que trancado num escritório.
Makoto tirou a câmera do rosto sorrindo — Depois que fiz a denúncia do pai da Mahiru, é bom eu me manter em locais com um certo número de pessoas também. Sabe, por segurança.
De tudo que o ex-capitão disse, essa provavelmente foi a desculpa mais plausível. Quem sabe que tipo de maluco estava rumando pelo mundo corporativo, pessoas costumam fazer loucuras, especialmente quando está se mexendo com dinheiro.
— Ah, falando em entregar matérias — exclamou e então se virou para pegar algo na bolsa. — A edição desse mês, ainda não foi distribuída, mas tem algo que você vai gostar de ver.
O rapaz folheou algumas páginas resmungando algumas palavras e então abriu uma matéria, entregando para mim com um sorriso. — Oficialmente número um agora, você estava sempre vinculada entre os nomes das melhores do país, mas depois das etapas provinciais fizeram uma nova votação.
Tinha uma série de números e estatísticas mostrando a evolução da Fukurodani ao longo dos anos, não só do time feminino, mas também do masculino. Com destaque para os capitães, uma vez que ambos estavam na mais alta prateleira esportiva do ensino médio.
— Apesar de você estar em primeiro, a Fukurodani acabou ficando na posição de quarta escola mais falada. Em Tóquio vocês são as favoritas, mas o nacional tem outros times que fazem sucesso — ele apontou para a tabela. — As atuais campeãs do Internacional, Niiyama de Miyagi, a ace delas Amanai Kanoka ficou em terceiro lugar na votação individual. Academia Meysen e o nome que você bateu, Michi Higashi.
— Ambas estavam no acampamento nacional que Sora e as meninas foram — entreguei a matéria de volta para ele. — Diria que a probabilidade de nos encontrarmos em quadra é bem alta.
— Possivelmente, ainda considerando que são todas cabeça de chave.
Balancei a cabeça concordando.
Ficamos conversando por mais algum tempo até todas as medições serem concluídas, tentamos pegar as folhas, mas Dan não deixou nós vermos mantendo o suspense. No fim, Makoto se posicionou para tirar as fotos e esquecemos momentaneamente disso. Depois da foto em grupo, Hibiki-sensei apareceu junto do diretor.
— Oh, que bom que ainda estão aqui — o diretor tirou um lenço do paletó e secou a testa. — Você também, Makoto, quero comissionar algumas fotos para a escola, pode fazer isso para mim?
— Claro, mas agora diretor?
— Sim, vamos aproveitar que o time masculino também está fazendo medições e vamos fazer algumas imagens de ambos times juntos, para arquivo escolar — explicou. — Hibiki-sensei, pode avisar para os meninos virem para esse ginásio depois? O ambiente é mais bonito, podemos colocar todos na arquibancada.
— Eu posso ir — levantei a mão. — Diretor e Hibiki-sensei podem descansar um pouco, já terminamos por aqui mesmo.
— Obrigado Capitã, você é tão gentil. — o diretor me agradeceu com olhos brilhando, Sora deixou a cabeça tombar para trás não escondendo o fato de estar revirando os olhos. De acordo com minha vice, o diretor era meu fã número um.
Nosso conselheiro e professor de história colocou a mão no meu ombro fazendo um agradecimento mais silencioso quando passei pela entrada a fim de correr até o ginásio dos meninos. Eles também pareciam estar terminando com as fotos.
— Treinador Yamiji — me aproximei me curvando. — Já terminaram as medições?
— [Nome] — respondeu. — Ainda faltam algumas individuais, por que pergunta?
Passei a mensagem do diretor, junto de suas intenções. O mais velho concordou e então chamou os garotos avisando que aqueles que já tinham terminado podiam seguir para o nosso ginásio.
— Vai Capitã, diga seus resultados ridículos para ficarmos depressivos e motivados a treinar mais — Konoha colocou o braço nos meus ombros.
— Não sei, Dan se recusa a falar os resultados antes de comparar com os anteriores. E desde quando sou parâmetro para vocês?
— Desde sempre — Komi respondeu. — É sempre bom se inspirar num bom jogador, nesse caso jogadora, para ficar ainda melhor.
Neguei com a cabeça, sentindo o rosto esquentar e empurrei Konoha para longe com o cotovelo — Ridículos são vocês.
— [Nome]! — Kou se aproximou com uma corrida curta. — O treinador mandou irmos para seu ginásio, mas por quê?
— O diretor quer fotos dos dois times juntos, como temos as arquibancadas, é mais fácil de organizar todos os alunos.
Ele olhou para baixo e então para o meu uniforme, em seguida abrindo um sorriso — Estamos com o mesmo modelo, vamos parecer um time misto gigantesco.
— É verdade — respondi seu entusiasmo. Logo outros jogadores conhecidos se aproximaram, inclusive Akaashi. O levantador não esteve bem por uns dias, o tempo frio tirou o melhor dele o fazendo faltar alguns treinos.
— Kaashi! Washio me disse que você chegou a ficar com febre por conta do resfriado — levantei a mão para sua testa sentindo a temperatura. — Como você está?
O levantador fechou um olho e suas bochechas ficaram coradas. — Estou bem [Nome], faltei o treino apenas para garantir, mas não fiquei tão doente.
— Coloque o agasalho, está frio lá fora — avisei e então olhei para os outros. — O mesmo para vocês.
Washio e Saru já estavam com as blusas e se juntaram ao grupo — E, por que você não está de agasalho?
Pressionei os lábios juntos, me escondendo atrás de Kou — Porque foi só uma corridinha.
Saru estreitou os olhos na minha direção — Fala sério, Capitã, você precisa prestar mais atenção. Cuida de todo mundo, mas acaba se esquecendo de você.
O atacante deu um cutucão na minha testa depois da bronca.
— Pode ficar com a minha jaqueta — o capitão me entregou o tecido. Uma vez que ele estava a vestindo antes parecia quente ao toque.
— Mas e você? — perguntei.
Kou flexionou os braços — Sou forte, não vou ficar doente.
— Bokuto-san, força para não ceder, as doenças de frio não estão relacionadas a força física e sim a resistência do sistema imunológico. — O ataque verbal do levantador foi preciso e fez o capitão abaixar os braços quase que de imediato.
— Akaashi você também não me ajuda.
Dei risada e vesti o agasalho, em seguida colocando ambas mãos nos ombros de Koutarou indicando para ele me segurar. Ele segurou na parte de trás dos meus joelhos enquanto abraçava seu pescoço.
— Não deve ter tanto problema assim.
Konoha revirou os olhos e saiu do ginásio — Odeio vocês.
Dei risada pela reação ácida do loiro, muito semelhante com as de Sora e segui com eles para o ginásio das garotas. Deitei a cabeça no ombro do garoto olhando para seu rosto.
— O que foi? — ele se virou um pouco.
— Vamos ficar no hotel durante o nacional, como vamos fazer nossa tradição de pão de Yakisoba?
Kou parou de andar — Ah! É verdade, também não vamos nos encontrar antes dos jogos porque corre o risco de jogarmos em locais diferentes, já que tem o ginásio e a arena. [Nome], o que vamos fazer? E se tudo der errado porque não seguimos a tradição?
— Vamos ter que dar um jeito — fechei os olhos sentindo seu calor. — Provavelmente comprar em alguma conveniência perto e nos encontrarmos na noite anterior do jogo.
— É verdade — ele voltou a andar, agora com um riso após realizar a solução. — Estamos no mesmo hotel, apenas em andares diferentes.
O garoto subiu os degraus e eu saltei das suas costas — Deve ter uma área comum do prédio onde podemos nos encontrar.
Levantei os pés para ficar mais próximo do seu ouvido e então cobri a boca — Só não podemos deixar Dan nos achar ou ele vai fazer nós dois corrermos umas quinze voltas a mais todo aquecimento.
Seus olhos se abriram, e o medo da possibilidade de punição tomou seu rosto. — É segredo, então, certo?
Kou levantou o dedo mindinho para mim e eu curvei o meu envolta o dele, selando a promessa.
— Sim.
N/A: Olha elesssss, nossa como eu amo esses dois times juntos. Meu tudinho.
Obrigada por ler até aqui!!
Até a próxima, Xx!!
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